Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
02/05/2010 1 Profa. Dr. Fabiane Moreira Farias CURSO DE FARMÁCIA DISCIPLINA: FARMACOGNOSIA Uruguaiana CUMARINAS Clorofila + CO 2 h (fotossíntese) carboidratos ciclo das pentoses ácido fosfoenolpirúvico ácido pirúvico CH =C C OO H O P CH 3C C OOH O acetilCoA ácido mevalônico HO O CCH 2CCH 2CH2 OH O H CH 3 terpenos esteróides óleos voláteis saponosídeos cardenolídeos carotenóides ácido shiquímico aminoácidos aromáticos ácido cinâmico CH =C HCO O H fenilpropanóides cumarinas lignanas O O CO OH OH OH HO flavonóides taninos O O alcalóides N N CH3 H ciclo do ácido cítrico aminoácidos alcalóides N CH 3 COOR OR HOOC CH2SCoA malonilCoA policetídeos ácidos graxos quinonas acetilenos CUMARINAS Compostos amplamente distribuídos no reino vegetal, podendo ser encontradas, também, em fungos e bactérias. São lactonas do ácido o-hifroxi-cinâmico, sendo a cumarina o representante mais simples. O O 2 3 45 6 7 8 CUMARINAS Cumaru – Amburana cearensis A.C. Smith, conhecido popularmente como fava-tonka, cujas sementes contém 1 a 3% de cumarina. Cerca de 1300 cumarinas isoladas de fontes naturais. As propriedade farmacológicas, bioquímicas e aplicações terapêuticas dependem de seus padrões de substituição. Com exceção da 1,2-benzopirona, todas as cumarinas são substituídas por um grupo hidroxila na posição 7. CUMARINAS A umbeliferona (ou 7-hidroxi-cumarina) é a precursora das cumarinas 6,7-di-hidroxiladas e 6,7,8-tri-hidroxiladas. A prenilação das hidroxilas em C6 ou C8 origina as piranocumarinas lineares e angulares. CUMARINAS 02/05/2010 2 CUMARINAS São derivadas do metabolismo da fenilalanina, sendo que o ácido p-hidroxi-cinâmico é um dos seus primeiros precursores. A maioria das cumarinas são derivadas biogeneticamente da via do ácido chiquímico, mas muitas podem derivar de uma via mista. CUMARINAS R = OH: ácido p -cumárico R = H: ácido cinâmico CH COOHCH2 R ácido chiquímico COOH HO OH OH R R R O OR O propilbenzenos alilbenzenos aldeídos aromáticos cumarinas redução redução oxidação ciclização CUMARINAS Distribuição predominante em angiospermas, sendo que as estruturas mais simples são as mais encontradas. Furanocumarinas e piranocumarinas angulares e lineares, lignocumarinas, cumarinas diméricas e triméricas são encontradas somente em certas famílias, notadamente as mais primitivas. As famílias mais citadas pelo conteúdo de cumarinas são: Apiaceae, Rutaceae, Asteraceae, Fabaceae, Oleaceae, Moraceae e Thymeleaceae. CUMARINAS: PROPRIEDADES, EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃOCUMARINAS: PROPRIEDADES, EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO Podem ser encontradas em todas as partes da planta, frequentemente como na forma de misturas. Abertura do anel lactônico em meio ácido, proporcionando a obtenção das cumarinas na forma de sais solúveis em água. A acidificação do meio aquoso promove a relactonização das cumarinas, permitindo a extração com solventes orgânicos. CCD, coluna, CLAE, CLMP. CUMARINAS: USOS E PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS Possuem odor característico, tendo sido empregadas como aromatizante em alimentos industrializados. Toxidade hepática verificada em ratos: substância TÓXICA de acordo com o FDA. Amplamente utilizada nas indústrias de produtos de limpeza e cosméticos. Derivados da 4-hidroxi-cumarina com ação anticoagulante (dicumarol). Atividades expectorante, anticoagulante, inibição da síntese dos fatores de coagulação. FURANOCUMARINAS Angelicina São utilizadas desde épocas rematas para o tratamento de doenças da pele: psoríase, hanseníase, vitiligo, leucoderma, micoses, dermatites e eczemas. 02/05/2010 3 FURANOCUMARINAS Seu uso terapêutico está relacionado à incidência crescente de câncer de pele. Utilização necessita de uma avaliação risco- benefício. São substâncias altamente reativas sob a incidência de luz. A fotoreatividade situa-se entre 300 e 400 nm (UVA). Formação de radicais que podem reagir com DNA, RNA, proteínas e lipídios. FURANOCUMARINAS Manifestações mais comuns de toxicidade: fitofotodermatite (erupções bolhosas, hiperpigmentação, formação de vesículas). A reação de fototoxicidade depende da concentração dos compostos cumáricos existentes no vegetal e da hipersensibilidade individual. Fotoquimioterapia: Indução de repigmentação da pele, pela ingestão da furanocumarina na dose única de 20 a 40mg, seguida de irradiação da pele com luz UVA (320 a 380 nm). CROMONASCROMONAS As cromonas (5H-1-benzopiran-5-onas) representam um pequeno grupo de substâncias naturais. São isômeros das cumarinas. O O 2 3 45 6 7 8 CROMONASCROMONAS As furanocromonas são as mais conhecidas do ponto de vista medicinal. Ação vasodilatadora, e broncodilatadora. Utilização em medicamentos comercializados em países europeus, com indicação para angina pectoris e em asma brônquica. Embora sejam isômeros das cumarinas, as cromonas não derivam da fenilalanina. Provável via sintética: via dos policetídeos. CROMONASCROMONAS As furanocromonas são as mais conhecidas do ponto de vista medicinal. Ação vasodilatadora, e broncodilatadora. Utilização em medicamentos comercializados em países europeus, com indicação para angina pectoris e em asma brônquica. Embora sejam isômeros das cumarinas, as cromonas não derivam da fenilalanina. Provável via sintética: via dos policetídeos. XANTONASXANTONAS São metabólitos secundários derivados da dibenzo--pirona. Nome proveniente do grego xanthos, que significa amarelo. São formadas pela combinação das vias do chiquimato e do acetato. O O 2 3 45 6 7 8 1 A B 02/05/2010 4 XANTONASXANTONAS As agliconas xantônicas e seus O-glicosídeos possuem um intermediário biossintético formado por uma unidade C6-C1, obtidas pela eliminação de dois carbonos de um precursor C6-C3. As xantonas se distribuem de forma significativa no reino vegetal, principalmente nas famílias Gurriferae e Gentianaceae, além de Moraceae e Polygalaceae. Marcadores taxonômicos. XANTONASXANTONAS As xantonas podem ser extraídas com solventes, de acordo com sua polaridade. Isolamento realizado utilizando técnicas cromatográficas: filtração em Sephadex, adsorção em gel de sílica, etc. Coloração sob luz ultravioleta ou revelação com KOH a 5% em MeOH ou reagentes gerais para substâncias fenólicas. Xantonas apresentam espectros de UV que se distinguem dos demais polifenóis pela presença de 4 bandas de absorção. XANTONASXANTONAS Potenciais substâncias no tratamento do câncer – atividade antileucêmica. Atividade inibidora da MAO – ação antidepressiva. Atividade antimicrobiana, antinflamatória e hipoglicêmica. FAVA TONKA Nome científico: Dipteryx odorata Família: Fabaceae Farmacógeno: sementes Árvore de grande porte que ocorre desde a América Central até a América do Sul. Sementes utilizadas nas indústrias de perfumaria e cosméticos pelas suas propriedades aromáticas. Utilizada para aromatização de tabaco. Contêm de 1 a 3% de cumarinas. GUACO Nome científico: Mikania laeviagata Família: Asteraceae Farmacógeno: partes aéreas Utilizado popularmente para o tratamento da tosse, asma e reumatismo. Constituintes químicos: óleo essencial, resina, taninos, saponinas, flavonóides e cumarinas. ANGÉLICA Nome científico: Angelica archangelica Família: Apiaceae Farmacógeno: raízes e rizomas secos Droga amargo-aromática utilizada tradicionalmente como estomáquico, estimulante do apetite e carminativo. Constituintes químicos: óleo volátil (0,3 a 0,6 %), cumarinas simples e furanocumarinas lineares e angulares, lactonas, ácidos fenólicos, flavonóides e esteróides. Presença de cumarinas com atividade vasodilatadora coronariana e antagonista de cálcio. Utilização terapêutica não apresenta relação risco X benefício aceitável. 02/05/2010 5 LIGNANASLIGNANAS São dímeros formados pelo acoplamento oxidativo de álcooiscinamílicos entre si ou destes com ácidos cinâmicos. Possuem distribuição mais ampla. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 O O O O O O O O O O NEOLIGNANASNEOLIGNANAS São dímeros oxidativos de alil fenóis e de propenil fenóis álcoois cinamílicos entre si ou destes com ácidos cinâmicos. Possuem distribuição restrita. O O O O LIGNANAS E NEOLIGNANASLIGNANAS E NEOLIGNANAS Representam 90% dos lignóides conhecidos. Sua biogênese envolve os metabólitos primários finais da via do chiquimato. LIGNANAS E NEOLIGNANASLIGNANAS E NEOLIGNANAS Atividade antitumoral, antinflamatória, relaxante muscular. Não existem reações químicas gerais para a detecção de lignóides em extratos vegetais. Lignanas são sólidos incolores com polaridade intermediária. As neolignanas geralmente se apresentam como óleos de alta viscosidade. PODOFILO Nome científico: Podophyllum peltatum; P. hexandrum Família: Berberidaceae Farmacógeno: rizomas e raízes dessecados Erva nativa das regiões orientais dos EUA e Canadá, empregadas pelos índios como cáustico para certos papilomas, vermífugo e emético. Resina contendo lignanas com propriedades antineoplásicas. Emprego farmacêutico Preparações de uso sistêmico com podofilotoxina possuem elevada toxicidade (distúrbios gastrintestinais, renais, hepáticos e no SNC). Uso de preparações tópicas da resina como antimitótico, principalmente em condilomas externos pequenos, e queratolítico. O O O MeO OMe OMe O OHH Podofilotoxina Utilização como matéria prima para obtenção de derivados semi-sintéticos. Estudos de modificação molecular da podofilotoxina levaram ao desenvolvimento do etopósido e tenipósido, inibidores da topoisomerase II. 02/05/2010 6 GUAIACO Nome científico: Guaiacum officinale; G. sanctum Família: Zygophyllaceae Farmacógeno: resina obtida do lenho Pequenas árvores perenes das regiões costeiras áridas da América tropical. Um dos constituintes mais importantes da resina é o ácido -guaiacônico, uma neolignana do tipo furano. A resina do guaiaco tem sido utilizada no tratamento do reumatismo subagudo, profilaxia da gota e artrite reumatóide.
Compartilhar