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CCJ0058-WL-A-RA-04-A aplicabilidade das normas constitucionais

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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Direitos Humanos
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	APRESENTAÇÂO DA DISCIPLINA:
DIREITOS HUMANOS
É do conhecimento de todos que a redemocratização no Brasil deslocou os direitos fundamentais para a centralidade do ordenamento jurídico em detrimento das chamadas razões de Estado. Nesse sentido, a Constituição passa a ser percebida como norma jurídica e, na sua esteira, desponta a tão propalada força normativa da Constituição.
Destarte, estudar a eficácia dos direitos fundamentais nos dias atuais será a linha dominante do nosso aprendizado. Em conseqüência, faz parte da disciplina o entendimento da efetividade dos direitos fundamentais em suas diferentes dimensões, vale dizer, a primeira relativa aos direitos civis e políticos, a segunda relativa aos direitos sociais e econômicos e finalmente a terceira atinente aos direitos coletivos e difusos. A abordagem da disciplina inclui ainda as restrições impostas aos direitos fundamentais em decorrência da implementação dos sistemas constitucionais de emergência (estado de sítio e estado de defesa).
	BIBLIOGRAFIA
Bibliografia básica
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003.
BARROSO, Luís Roberto. A reconstrução democrática do direito público no Brasil. Rio de Janeiro: Renovar, 2007.
SILVA NETO, Manoel Jorge e. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Lumen&Juris, 2008.
Bibliografia Complementar
ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica. Trad. de Zilda Hutchinson Schild Silva. São Paulo: Landy Livraria Editora e Distribuidora, 2001.
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. São Paulo: Saraiva, 2003.
ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. Rio de janeiro: Malheiros, 2004.
ZIMMERMANN, Augusto. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Lumen&Juris, 2006.
	AVALIAÇÃO:
A Avaliação é contínua, com ênfase nos aspectos colaborativos, incluindo tarefas grupais, e contempla o diagnóstico, o processo e os resultados alcançados por intermédio de avaliações diagnóstica, formativas e somativas, considerando os aspectos de autoavaliação.
A avaliação somativa da aprendizagem é realizada presencialmente pelo aluno no Polo de EAD da Estácio e segue a normativa da universidade, se constituindo em AV1, AV2 e AV3, sendo realizada de acordo com o calendário acadêmico divulgado para o aluno.
Durante o Curso, os alunos realizaram atividades propostas compostas de questões objetivas e discursivas referentes ao domínio cognitivo nos níveis de conhecimento, compreensão, aplicação, síntese e avaliação do conteúdo do Curso. Os exercícios discursivos são corrigidos e comentados pelo professor. Os exercícios objetivos possuem resposta automática, o que permite que o aluno saiba imediatamente a sua performance.
	OBJETIVO DA AULA
Aula 4: A aplicabilidade das normas constitucionais: a classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade:
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
Analisar a classificação tradicional das normas constitucionais: normas de eficácia plena, contida e limitada;
Compreender a elaboração teórica da doutrina brasileira da efetividade e sua importância para a salvaguarda dos direitos fundamentais.
==XXX==
Livros Recomendados:
VER: Bibliografia.
Resumo Aula (Waldeck Lemos)
Fonte: Web-Aula Estácio.
	
	4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
	
	TELA_01: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
	TELA-02: Objetivo desta Aula:
Vídeo-01: Fonte:
Ao final desta aula, você será capaz de:
Analisar a classificação tradicional das normas constitucionais: normas de eficácia plena, contida e limitada;
Compreender a elaboração teórica da doutrina brasileira da efetividade e sua importância para a salvaguarda dos direitos fundamentais.
Clique aqui para ver o estudo dirigido desta aula.
ESTUDO DIRIGIDO DA AULA
Leia o texto condutor da aula.
Leia o texto indicado na atividade proposta.
Participe do fórum de discussão desta aula.
Leia a síntese da sua aula e a chamada para a aula seguinte.
Realize os exercícios de autocorreção.
No vídeo acima você é apresentado a um panorama sobre a cidade de Brasília, sede do Governo Federal, construída durante o governo de Juscelino Kubistchek (1956 a 1961). O então presidente executou assim um antigo projeto, já previsto em 3 constituições brasileiras, da mudança da capital para promover o desenvolvimento do interior e a integração do país.
	TELA_03: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
A eficácia tradicional das normas constitucionais: a classificação de José Afonso da Silva
Antes de estudar a clássica lição de José Afonso da Silva acerca da aplicabilidade das normas constitucionais, vale recordar os conceitos de vigência e eficácia da norma jurídica. A vigência aponta para a existência ou inserção da norma no mundo jurídico, enquanto a eficácia diz respeito à aptidão para produzir efeitos na ordem jurídica. Assim sendo, é perfeitamente possível que uma norma esteja em vigor, sem, porém, produzir efeitos, como, por exemplo, uma lei já aprovada, aguardando o período de vacatio legis.
TOME NOTA
 Por outro lado, vale, desde logo ressaltar que todas as normas constitucionais têm eficácia, ainda que mínima ou negativa, mas não deixam de produzir de per si efeitos na ordem jurídica. A figura na próxima tela sintetiza a tipologia das normas constitucionais.
	TELA_04: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
Tipologia das normas constitucionais
Aplicabilidade das Normas Constitucionais
-Normas de Eficácia Plena
-Normas de Eficácia Contida
-Normas de Eficácia Limitada
-Princípio Programático
-Princípio Institutivo
	TELA_05: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
Normas constitucionais de eficácia plena
As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas de aplicabilidade imediata, direta, integral, desde a entrada em vigor da Constituição, sem a necessidade de regulamentação por uma norma infraconstitucional editada posteriormente pelo poder constituinte derivado. São também chamadas de normas constitucionais preceptivas (cf. Marcelo Rebelo de Souza). Vejamos dois exemplos:
 Art. 2º - são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (na imagem você vê uma perspectiva da Praça dos Três Poderes, em Brasília).
 Art. 14 § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos (na imagem você vê soldadosconscritos perfilados).
	TELA_06: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
Normas constitucionais de eficácia contida
As normas constitucionais de eficácia contida também têm aplicabilidade imediata, desde a entrada em vigor da Constituição. Entretanto, podem ter seu alcance restringido nos casos e na forma que a lei infraconstitucional estabelecer. O legislador comum pode restringir, mas não pode ampliar o alcance da norma constitucional. Neste sentido, o poder constituinte originário deixou margem de manobra para a ação regulamentadora do legislador derivado. São também conhecidas como normas de eficácia redutível ou restringível (cf. Michel Temer) e normas de eficácia relativa restringível (cf. Maria Helena Diniz). Vejamos dois exemplos:
 Art. 5º inciso XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
 Art. 5º inciso XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução penal.
	TELA_07: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
Normas constitucionais de eficácia limitada
As Normas de Eficácia Limitada tem aplicabilidade mediata e indireta na medida em que dependem de complementação de outras normas para serem aplicadas. Tais normas regulamentadoras tanto podem ser do Poder Legislativo, como também do Executivo.
Clique para avançar =>
Observação Inicial
Observe, com cuidado especial, que é errôneo afirmar que tais normas não têm eficácia, ao contrário, desde a entrada em vigor da Constituição tais normas geram o dever de legislar do Congresso Nacional e o dever de agir do Poder Executivo. Além disso, possuem a chamada “eficácia paralisante” contra normas precedentes incompatíveis com que estabeleceu o legislador originário. As normas de eficácia limitada se dividem em normas de princípio institutivo e normas de princípios programático.
Normas de Princípio Institutivo
As normas de princípio institutivo dependem de lei para dar concretude a instituições, orgãos ou pessoas previstos pelo legislador ordinário.
Exemplo de Normas de Princípio Institutivo 
Exemplo típico deste teor é o Art. 18, §3°, que estabelece que os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Normas de Princípio Programático
Exemplo típico é o Art. 205 que reza: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Observe, portanto, que muito embora sejam normas programáticas, não deixam de ser dotadas de eficácia jurídica porque têm o efeito de bloquear a ação do legislador comum em caso de agressão ao direito assegurado pelo constituinte. Neste aspecto, não precisam nem sequer da legislação integrativa superveniente que lhes garantem plena aplicabilidade.
Exemplo de Normas de Princípio Programático
Exemplo típico é o Art. 205 que reza: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Observe, portanto, que muito embora sejam normas programáticas, não deixam de ser dotadas de eficácia jurídica porque têm o efeito de bloquear a ação do legislador comum em caso de agressão ao direito assegurado pelo constituinte. Neste aspecto, não precisam nem sequer da legislação integrativa superveniente que lhes garantem plena aplicabilidade.
OBS.: O texto encontra-se repetido na Web-aula.
	TELA_08: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
A proposta tipológica de Luís Roberto Barroso
Vale, ainda, salientar a sistematização proposta pelo autor Luís Roberto Barroso, cuja classificação das normas constitucionais enquadra-se na seguinte tipologia:
Para encerrar o estudo da aplicabilidade das normas constitucionais, impende alertar ao caro aluno que a dicção constitucional do art. 5º §1º garante que os direitos e garantias fundamentais previstos pela Carta Ápice brasileira são de aplicabilidade imediata, sem necessidade de qualquer regulamentação posterior. Neste sentido, cabem, inter alia, Mandado de Segurança Coletivo, Habeas Data e Mandado de Injunção, independentemente de qualquer regulamentação.
	TELA_09: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
A doutrina brasileira da efetividade
É de sabença geral que, no Brasil, a doutrina da efetividade difundiu a tese de que os direitos constitucionais, e em especial os direitos fundamentais, não podem ser restringidos a ponto de se tornarem invólucros normativos vazios de efetividade. Assim sendo, verificou-se um grande movimento de renovação jurídica da interpretação constitucional a partir das obras de José Afonso da Silva e Luís Roberto Barroso, que na verdade deram continuidade aos trabalhos de Meireles Teixeira.
 Clique aqui para ver o dizer de Luís Roberto Barroso sobre esse aspecto.
Foi longa a trajetória do direito constitucional em busca de efetividade, na Europa em geral e na América Latina em particular. No Brasil, notadamente, a influência do modelo francês deslocava a ênfase do estudo para a parte orgânica da Constituição, com o foco voltado para as instituições políticas. Conseqüentemente, negligenciava-se a sua parte dogmática (prescritiva, deontológica), a visualização da Constituição como carta de direitos e de instrumentação de sua tutela. Nos últimos anos, todavia, com grande proveito prático, boa parte do debate constitucional afastou-se dos domínios da ciência política e aproximou-se do direito processual. (Cf. O direito constitucional e a efetividade de suas normas, p. 80 e segs).
Já na doutrina estrangeira, destaca-se o princípio da força normativa da Constituição de Konrad Hesse, fonte de inspiração dos autores brasileiros.
	TELA_10: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
Posição compromissória da CRFB/88
 Para uma melhor compreensão da doutrina da efetividade, vale começar pela análise do caráter compromissório da Constituição brasileira, cujo símbolo maior é o extenso rol de normas programáticas contidas no seu corpo normativo. Com efeito, os direitos sociais são fruto de um poder constituinte originário essencialmente bipartido, cujo produto final foi a elaboração de uma Constituição compromissória que busca, a um só tempo, homenagear as vertentes do liberalismo burguês e da social democracia.
ATENÇÃO!
Daí a tendência de positivar o texto constitucional de modo amplo sem maiores detalhamentos acerca das condutas necessárias para a realização dos fins pretendidos, optando-se por fórmulas abertas que projetam “estados ideais”, cuja exegese é mais complexa, na medida em que o intérprete fica obrigado a definir a ação a tomar (Cf. Luís Roberto Barroso).
BARROSO, Luis Roberto. O começo da história: a nova interpretação constitucional e o papel dos princípios no direito brasileiro. In: Temas de Direito Constitucional. Tomo III, p.17.
	TELA_11: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileirada efetividade
 Antes de encerrar esta aula, leia o importante texto Posição Compromissória da CRFB e a Doutrina da Efetividade também disponível na Biblioteca da Disciplina.
Posição Compromissória da CRFB e a Doutrina da Efetividade
A partir desta posição compromissória da Constituição de 1988, a efetividade dos direitos sociais fica submetida a uma miríade de obstáculos, a saber:
dependem da chamada reserva do possível (falta de recursos financeiros do Estado);
são geralmente normas constitucionais programáticas ou de eficácia limitada que exigem por via de conseqüência intervenção legislativa superveniente para a plena fruição do direito;
são normalmente princípios constitucionais de textura aberta que demandam ação interpretativa do aplicador do direito, não se prestando para a aplicação mecânica da lei mediante subsunção;
não há dispositivo constitucional que efetivamente obrigue o poder legislativo a suprir sua omissão constitucional, pois, a ação de inconstitucionalidade por omissão e o mandado de injunção não obrigam o legislador a fazer a norma regulamentadora do direito constitucional em nome do princípio da separação de poderes.
Assim sendo, a efetividade ou eficácia social dos direitos fundamentais fica nas mãos de magistrados progressistas que reconheçam “jusfundamentalidade material” aos direitos sociais. Nesse sentido, é a criação jurisprudencial do direito que está efetivamente garantindo a concretização do direito social a partir de um caso concreto.
Aqui, portanto, a importância do advento da doutrina brasileira da efetividade, na sua pretensão dogmática de que as normas constitucionais feitas sob a forma de princípios tenham plena eficácia no direito contemporâneo. É a chamada força normativa da Constituição afastando a dependência do legislador democrático para que um princípio jurídico aberto seja capaz de gerar um direito subjetivo de per si. Ou seja, em tempos de leitura moral da Constituição, a efetividade dos princípios jurídicos vem da força normativa que se lhes imprime a nova interpretação constitucional, voltada para valores, especialmente, a dignidade da pessoa humana. Desponta nesse sentido a legitimidade de o Poder Judiciário vencer a omissão do legislador democrático em nome do princípio da máxima efetividade dos direitos fundamentais.
Nesse ponto de nossa análise, é importante que o estimado aluno compreenda que a aplicação mecânica da lei, pautada no pensamento meramente subsuntivo e silogístico de regras jurídicas não se coaduna com a doutrina brasileira da efetividade, cuja principal missão é atribuir força normativa aos princípios constitucionais, independentemente da ação legislativa do Congresso Nacional. É nessa linha que o novo direito constitucional (neoconstitucionalismo) assume postura de reaproximação com a ética, cuja conseqüência é o deslocamento da teoria da argumentação jurídica (racionalidade discursiva ou dianoética) para o centro da nova hermenêutica constitucional.
Com efeito, a doutrina brasileira da efetividade é especialmente importante na proteção dos direitos sociais de segunda dimensão, na medida em que se preocupa com a concretização da Constituição sob o ângulo da proteção das posições jusfundamentais dos indivíduos, e, tudo isso feito sob o pálio da norma constitucional de “per se”. Em outras palavras, a doutrina da efetividade tem como substrato metodológico o reconhecimento de que todo e qualquer direito constitucional tem aplicabilidade direta e imediata, sem necessidade de interposição legislativa superveniente. É um método que se consubstancia na força intrínseca de cada um dos dispositivos constitucionais, não dependendo de nenhuma lei infraconstitucional regulamentadora do direito constitucional.
Como bem elucida o Professor Barroso as poucas situações em que o Supremo Tribunal Federal deixou de reconhecer aplicabilidade direta e imediata às normas constitucionais foram destacadas e comentadas em tom severo. E exemplifica o estimado Mestre com os casos referentes aos juros reais de 12% (art. 192, § 3°), ao direito de greve dos servidores públicos (art. 37, VII) e ao próprio objeto e alcance do mandado de injunção (art. 5°, LXXI).
Todos esses três exemplos trazidos pelo Professor Barroso demonstram a consolidação da força normativa da Constituição, uma vez que a doutrina ressalta o erro do STF em negar eficácia a tais dispositivos. E tanto é assim que o próprio STF cedeu e alterou sua postura dogmática ao reconhecer recentemente o direito de greve dos servidores públicos, bem como assumiu uma nova posição agora dita concretista no que tange aos efeitos do mandado de injunção.
Observe que a nova posição concretista do STF em sede de mandado de injunção viabilizou a fruição do direito público subjetivo de greve dos servidores públicos, direito esse outorgado pela Carta Magna, mas que permanecia sem efetividade diante da omissão inconstitucional do legislador democrático.
Tudo isso serve para demonstrar mais uma vez a relevância hermenêutica da doutrina brasileira da efetividade, que superando a insuficiência do velho pensamento positivista de mera subsunção do fato à norma, passa a fazer uso da escola do pós-positivismo jurídico. Sob a nova ótica, a tarefa do exegeta é fazer valer a letra da Constituição, independentemente da atuação do legislador. Daí o tão importante princípio da máxima efetividade do professor Luís Roberto Barroso, que procura difundir a idéia de que a norma constitucional é norma jurídica, logo, se um direito está na Constituição é para ser cumprido. Vale reproduzir sua lição, por essencial, verbis;
A doutrina da efetividade serviu-se, (...), de uma metodologia positivista: direito constitucional é norma; e de um critério formal para estabelecer a exigibilidade de determinados direitos: se está na Constituição é para ser cumprido. O sucesso aqui celebrado não é infirmado pelo desenvolvimento de novas formulações doutrinárias, de base pós-positivista e voltadas para a fundamentalidade material da norma. Entre nós - talvez diferentemente de outras partes, foi a partir do novo patamar criado pelo constitucionalismo brasileiro da efetividade que ganharam impulso os estudos acerca do neoconstitucionalismo e da teoria dos direitos fundamentais. Cf. “A doutrina brasileira da efetividade”. In: Temas de direito constitucional. Tomo III, p.77.
Sem embargo da importância do princípio da máxima efetividade, o professor Guilherme Sandoval defende a tese da necessidade de uma releitura de tal princípio no sentido de coaduná-lo com o conceito de núcleo essencial dos direitos fundamentais. Ou seja, o conceito de núcleo essencial se relaciona com a proteção do conteúdo jurídico mínimo do direito fundamental, sem o qual o próprio direito deixaria de existir. Assim sendo, a criação do direito pelo juiz deve ser feita em nome dessa essencialidade mínima da norma constitucional e não da sua máxima efetividade.
Devemos, pois distinguir a idéia de um “princípio da máxima efetividade em sentido literal” (Luís Roberto Barroso) de um “princípio da mínima efetividade em sentido material”. O primeiro projetando a idéia de que o intérprete da Constituição tem a obrigação de extrair o máximo da letra da norma constitucional, o que não se confunde com o sentido do segundo princípio que projeta a idéia de criação do conteúdo jurídico mínimo da norma constitucional pelo poder judiciário. Com a devida atenção, o aluno deve compreender que o “princípio da mínima efetividade” está no plano concreto de significação, ou seja, partindo diretamente do problema a solucionar, o juiz só está autorizado a criar direitos subjetivos ligados ao cerne constitucional intangível. Não pode criar direito que não esteja ligado ao núcleo essencial da norma constitucional.
Em conseqüência, acreditamos que o princípio da mínima efetividade haverá necessariamente de estar interligado a condutas mínimas, consensuais e diretamente sindicáveis perante o poder judiciário. Para além desse núcleo mínimo ou essencial,o juiz haverá de ponderar valores com outras normas constitucionais ou reconhecer sua inaptidão para legislar positivamente. É por isso que o princípio da mínima efetividade ganha realidade normativa a partir do parágrafo primeiro do artigo 5 º da Constituição de 1988, que garante aplicação imediata para as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais. Nas palavras do autor, verbis:
Em suma, o decisor ao enquadrar sua norma-decisão no espectro da eficácia nuclear positiva optou por garantir a efetividade do conteúdo mínimo dos direitos constitucionais direta e imediatamente da própria norma constitucional, ou seja, a partir da incidência dos fatos portadores de juridicidade sobre o texto da norma constitucional sendo efetivamente concretizada. O conteúdo ainda que mínimo do direito foi realizado em conformidade com a vontade constitucional de assegurar às normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais a aplicação imediata (...) De certo modo, podemos dizer que o art. 5º, § 1º da CF/88 enquanto garantidor da aplicação imediata das normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais informa a dimensão positiva do núcleo essencial, ou seja, não importa se um direito constitucional foi insculpido na forma de uma norma de eficácia limitada ou norma programática, seu conteúdo mínimo tem aplicação imediata, sem necessidade de regulação por parte do legislador e sem necessidade de se fazer ponderação de valores com outras normas constitucionais. Cf. “Neoconstitucionalismo e dogmática pós-positivista”. In: A reconstrução democrática do direito público no Brasil, Rio de janeiro: Renovar, 2007, p.136).
 Após a leitura do texto acima referido, participe do fórum de discussão da Aula 4 para tirar dúvidas e/ou apontar outras colocações acera do conteúdo desta aula.
	TELA_12: 4ª AULA – A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
O novo direito constitucional deve navegar na direção de atribuir força normativa aos princípios constitucionais, revestindo respectiva força normativa. Em outras palavras, a eficácia das normas constitucionais deve ser garantida pelo poder judiciário, ainda que restrita à sua essencialidade, ao seu conteúdo mínimo. Com efeito, em atenção ao princípio da separação de poderes do Estado Democrático de Direito, a criação do direito feita pelo juiz deve ficar restrita apenas a efetividade de um direito subjetivo constitucionalmente garantido em sua essência mínima, no seu valor conteudístico mínimo. Para além deste espectro normativo, já se terá que adentrar a zona de ponderabilidade com a aplicação de uma das técnicas de ponderação.
Na próxima aula vamos estudar a eficácia dos direitos sociais e a reserva do possível, enquanto limitação orçamentária do Estado. Não deixe de realizar os exercícios de autocorreção e de participar do fórum de discussão. Até lá!
	
	REGISTRO DE FREQUÊNCIA
	
	Registro de freqüência
Olá, agora você irá responder às questões e exercícios referentes ao registro de frequência desta aula. Como você já sabe a sua presença é computada a partir da finalização das atividades e exercícios que compõem este registro, e o procedimento é o mesmo a cada aula.
Lembre-se de que tais atividades e exercícios não valem ponto na avaliação da disciplina, mas são importantes para marcar sua presença na sala de aula virtual.
IMPORTANTE: Para concluir esse registro, clique em Registrar frequência no final das questões. Somente aparecerá esta opção caso você tenha respondido a todas as questões.
1. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais:
a) Têm aplicação imediata;
b) Dependem de edição de medida provisória;
c) Carecem de legislação ordinária integradora de eficácia;
d) Necessitam de regulamentação através de lei complementar.
Responder| Resposta correta
2. O art. 7o, inciso XXVII, da Constituição Federal, que assegura aos trabalhadores urbanos e rurais "proteção em face da automação, na forma da lei", pode ser considerado norma constitucional de eficácia:
a) contida, por ter aplicabilidade imediata, não necessitando de norma regulamentadora;
b) limitada, por não ter aplicabilidade imediata, necessitando de norma regulamentadora;
c) plena, por ter aplicabilidade imediata, não necessitando de norma regulamentadora;
d) plena, por ter aplicabilidade imediata, mas passível de restrição por norma regulamentadora.
Responder| Resposta correta
3. As normas de eficácia plena e contida têm em comum:
a) a possibilidade de serem aplicadas, independente de leis regulamentadoras, tal qual o art. 37, VII, da Constituição que assegura aos servidores públicos o seguinte: "o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica";
b) a impossibilidade de serem aplicadas, pois dependem de leis regulamentadoras, tal qual o art. 5.º, XXVI, da Constituição Federal, que dispõe: "a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento";
c) a possibilidade de serem parcialmente aplicadas, na medida em que as leis regulamentadoras permitirem, tal qual o art. 7;
d) a possibilidade de serem aplicadas, independente de leis regulamentadoras, tal qual o art. 5.º, inciso XIII, da Constituição Federal, que dispõe: "é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer".
Responder| Resposta correta
4. A regra inserida no art. 2° da Constituição da República Federativa do Brasil: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”, é uma norma de:
a) Eficácia plena, portanto de aplicabilidade direta, imediata e integral;
b) Eficácia contida, portanto de aplicabilidade direta e imediata, mas que pode ter reduzido o seu alcance pela atividade do legislador infraconstitucional;
c) Eficácia limitada de princípio institutivo, portanto de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, dependendo de integração legislativa para dar corpo a instituições, entidades e órgãos;
d) Eficácia limitada de princípio programático, portanto de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, estabelecendo programa de natureza governamental a ser desenvolvido através de integração legislativa, visando à realização dos fins sociais do Estado.
Responder| Resposta correta
	
	SLIDES
	
	Aula 4 - A aplicabilidade das normas constitucionais:
A classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
Professor Doutor Guilherme Sandoval Góes
Cláusula de Abertura da Constituição (art. 5º § 2º)
A teorização de um direito "constitucionalmente aberto" é a mais consentânea com a Carta Magna de 1988, que é classificada como sendo uma “constituição compromissória”, vale definir uma Constituição que tenta harmonizar, ao mesmo tempo, os valores da democracia liberal e da social democracia.
AULA 4 – A aplicabilidade das normas constitucionais: a classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade
Objetivos da Aula
Analisar a classificação tradicional das normas constitucionais: normas de eficácia plena, contida e limitada;
Compreender a elaboração teórica da doutrina brasileira da efetividade e sua importância para a salvaguarda dos direitos fundamentais.
 Normas auto-executáveis
 Normas não auto-executáveis
NORMAS DE EFICÁCIA PLENA
Norma cuja aplicação não depende de regulamentação por norma infraconstitucional.
Norma que tem aplicabilidade direta, integral e imediata.
EXEMPLOS
Art. 2º da Constituição da República Federativa do Brasil: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
Remédios Constitucionais, como por exemplo as normas do mandado de injunção ou do habeas data.
NORMASDE EFICÁCIA CONTIDA
Normas em que o legislador constituinte regulou suficiente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte do legislador infraconstitucional.
Ou seja, são normas que entram no mundo jurídico com eficácia plena, mas podem ser restringidas pelo legislador infraconstitucional.
EXEMPLOS
Art. 5º, XIII: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Art. 5º, inciso XII: É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução penal.
NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA
 Normas cuja aplicação depende de regulamentação por norma infraconstitucional.
Ou seja, são normas que entram no mundo jurídico sem gerar todos os seus efeitos e que ficam na dependência do legislador infraconstitucional.
São normas programáticas de aplicação mediata.
EXEMPLO
Art. 7º, inciso XXVII, que assegura aos trabalhadores urbanos e rurais proteção em face da automação, na forma da lei.
DOUTRINA BRASILEIRA DA EFETIVIDADE
É de sabença geral que, no Brasil, a doutrina da efetividade difundiu a tese de que os direitos constitucionais, e em especial os direitos fundamentais, não podem ser restringidos a ponto de se tornarem invólucros normativos vazios de efetividade. Assim sendo, verificou-se um grande movimento de renovação jurídica da interpretação constitucional a partir do qual a Constituição passou a ter força normativa sem depender de legislação posterior.
Por tal doutrina, todo direito fundamental tem aplicabilidade imediata.
Rejeita a aplicação mecânica da lei e do dogma da subsunção silogística;
Fortalece a efetividade dos direitos sociais de segunda dimensão, uma vez que atribui força normativa aos princípios constitucionais;
O Poder judiciário tem papel relevante na garantia das normas constitucionais, agindo como legislador positivo na omissão do legislador democrático.
 Classificação tradicional das normas constitucionais.
 A doutrina brasileira da efetividade.
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MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-004/WLAJ/DP
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-004/WLAJ/DP

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