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Hannah Arendt - Sobre a violência (resumo)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
CIENCIA POLÍTICA I
PROF: RODRIGO SUASSUNA
DISCENTE: BRENDA BORBA DOS SANTOS NERIS
HANNAH ARENDT – SOBRE A VIOLÊNCIA
No texto de Hannah Arendt há uma proposta por levantar a questão da violência e distingui-la do poder, separando os dois conceitos em duas esferas divergentes. A filósofa afirma haver um consenso entre a direita e a esquerda política, de modo a definir a violência como a “mais flagrante manifestação do poder”, cita, pois Mills, que faz uma definição similar a de Max Weber ao conceituar Estado como “o domínio do homem pelo homem baseado nos meios da violência legitima”. Esse consenso é considerado um tanto quanto incomum, pois ao conceituar poder político como “organização da violência”, segue-se a observação de Marx, de que o Estado era um “instrumento de opressão nas mãos da classe dominante”.
Constrói-se uma tentativa de conceituação de poder como instrumento de dominação enquanto dominação, que por sua vez, teria seu embasamento em um “instinto de dominação”. “Hannah busca uma citação que diferencia a violência do poder, sendo esta do livro de Alexander Passerin o qual define poder como uma ‘força qualificada” ou “institucionalizada”, ou seja, ao mesmo tempo em que outros autores definem violência como uma à coerção provinda do estado, ou manifestação do poder, para Passerin o poder é uma forma de violência mais branda.
O ponto mais importante destacado pela filósofa é a distinção das terminologias constantemente usadas na ciência política. Palavras como “poder”, “vigor”, “força”, “autoridade” e violência se referem a fenômenos distintos e possuem significados diferentes. O poder corresponde a um grupo de pessoas que agem de comum acordo – nunca fazendo o uso da força. O poder é um fim, e não pode ser propriedade de um indivíduo, pois desse modo seria vigor. O vigor é uma qualidade individual, inerente a pessoa, é um meio de facilitar a imposição da vontade. A força, que normalmente faz referencia a violência, não é nada mais que algo proveniente da natureza, como a energia liberada pelos movimentos físicos. A autoridade é relativa a um grupo – mas pode ser usada para pessoas. Basicamente, a autoridade é uma obediência inquestionável que não faz uso da violência, pois onde a violência não há autoridade. Por último, a violência é um instrumento individual, um meio de impor a vontade, que normalmente não é duradouro e não cria nada em definitivo. 
A violência muitas vezes parece como ultimo recurso para conservar intacta a estrutura do poder. De acordo com a autora “jamais existiu governo exclusivamente baseado nos meios da violência. Mesmo o domínio totalitário, cujo principal instrumento de dominação é a tortura, precisa de uma base de poder”. O poder é a essência de todo o governo, já a violência é por natureza um instrumento, a qual depende da justificação e da orientação para o fim que almeja. O poder, diferentemente da violência, não precisa de justificação, sendo esta inerente a sua própria existência. Precisa apenas de legitimidade. 
Legitimidade é referente a um apelo passado, enquanto justificação remete a um fim futuro. Desse modo, a “violência pode ser justificável, mas nunca será legitima”.
Outra terminologia destacada por Hannah é o terror. Para ela o terror não é o mesmo que violência, e sim a forma encontrada para que se possa permanecer no controle, após destruir-se o poder. 
A conclusão chegada pela autora no fim do capitulo, é que há um antagonismo entre poder e violência. Estes dois seriam opostos, e onde um estaria presente o outro não poderia estar. De modo que a violência pode destruir o poder, porém não pode cria-lo.

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