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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS ENGENHARIA CIVIL MADEIRAS PARA FÔRMAS E ESCORAMENTOS DE ESTRUTURAS DÉBORA VOLKWEIS BLUMENAU 2009 DÉBORA VOLKWEIS MADEIRAS PARA FÔRMAS E ESCORAMENTOS DE ESTRUTURAS Prof. LÚCIO FLÁVIO DA SILVEIRA MATTOS, Dr. Eng. Civil – Orientador BLUMENAU 2009 Trabalho de conclusão de curso apresentada ao Programa de Graduação em Engenharia Civil do Centro Ciências Tecnológicas da Universidade Regional de Blumenau, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. MADEIRAS PARA FÔRMAS E ESCORAMENTOS DE ESTRUTURAS DÉBORA VOLKWEIS Trabalho de conclusão de curso aprovada para obtenção do grau de Engenheiro Civil, pela Banca examinadora formada por: _________________________________________________ Presidente: Prof. Lúcio Flávio da Silveira Mattos, Engenheiro Civil, MSc, Orientador, FURB _________________________________________________ Membro: Prof. Édimo Celso Rudolf, Engenheiro Civil, MSC, FURB _________________________________________________ Membro: Prof. Décio Zendrom, Engenheiro Civil, MSC, FURB Blumenau, 13 de agosto de 2009. RSSUMO O presente Trabalho de Conclusão de Curso aborda uma temática significante para a execução de obras civis e que na prática corrente não é devidamente atendida, relativas às fôrmas de madeira para estruturas de concreto armado. A fim de se construir uma estrutura de concreto é necessária a utilização de moldes através dos quais o concreto recém lançado irá tomar forma e adquirir resistência adequadas. As fôrmas são ferramentas para as construções em concreto que ainda dão as peças de concreto a posição e alinhamento requeridos. As fôrmas não tratam-se apenas de moldes, são também, temporariamente uma estrutura que suporta seu próprio peso, a carga do concreto fresco e outras possíveis cargas móveis acidentais. Desta maneira, a utilização adequada de uma fôrma, engloba três diretrizes básicas: qualidade, segurança e economia.As dimensões, geometria e alinhamento das estruturas dependem da precisão e cuidado na construção e posicionamento das fôrmas. As fôrmas devem ser construídas nas dimensões certas, suficientemente rígidas para manter a forma desejada, estáveis para manter os alinhamentos e permitir a reutilização sem haver variação das dimensões. A fôrma deve ser mantida no local, até que o concreto adquira rigidez e resistência suficientes para suportar as cargas previstas.Consideramos escoramento toda estrutura provisória quando utilizada para a sustentação de uma estrutura de madeira ou aço, destinada a suportar o peso das fôrmas cheias de concreto até que este adquira resistência requisitada, a carga das fôrmas além de eventuais cargas acidentais, transmitindo-as a fundação. O mau funcionamento do escoramento da estrutura gera esforços na peça de concreto durante o processamento de sua cura, esses esforços prejudicam seu comportamento posterior.Assim, a monografia desenvolvida destaca os principais procedimentos de utilização das fôrmas de madeira na construção civil, visando a otimização da uma racionalização tanto no uso da madeira quanto da qualidade de execução das estruturas. Palavras-chave: Fôrmas, Esoramentos, Concreto, Sustentação. ABSTRACT In order to build a concrete frame it’s necessary to use molds so the concrete can get appropriate form and stiffness. The shapes are tools for concrete’s frameworking responsible for the expected concrete pieces position, and alignment. Not only as molds, the shapes are temporarily frames that support its on weight, within the fresh concrete and some accidental loads. Therefore, the shapes correct utilization includes three basic guidelines: quality, security, and savings.The structures dimensions, geometry, and alignment depend on precision and wariness during construction as on the shapes position. These shapes should be building with the right dimensions, and enough stiffness to maintain the adequate form. They also have to be stables to maintain the alignment, and to aloud their reutilization without shape’s variations. The shape should stay on the construction set until the concrete gets enough stiffness and strength to bear the expected loads.All the temporary structure is considering as underpin when it’s used as shore up for a wood or steel frame. The underpin is destined to bear the shape’s weight, fill up with the concrete, until these has gotten the required stiffness transmitting the shape and the accidental loads to the building foundation. The incorrect frameworking creates strains at the concrete piece during its curing, impairing its posterior behavior. Key-words: Shape, Underpin, Concrete, Supportation SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9 CONSIDERAÇÕES GERAIS....................................................................................................... 10 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIÇÃO ....................................................................................... 11 OBJETIVOS.................................................................................................................................. 12 1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................................ 12 1.1.2 Objetivos Secundários .................................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 12 MADEIRAS PARA FÔRMAS .................................................................................................... 13 2.1.1 Elementos Históricos .................................................................................................... 15 2.1.2 MATERIAIS DE PAINÉIS DE LAJES......................................................................... 16 A) Sistema ABCP ................................................................................................................ 16 B) Sistema TOSHIO UENO................................................................................................ 18 C) Sistema GETHAL .......................................................................................................... 18 D) Sistema DOKA............................................................................................................... 19 2.1.3 MATERIAIS DE PAINÉIS DE VIGAS ........................................................................ 20 A) Sistema ABCP ................................................................................................................ 20 B) Sistema TOSHIO UENO................................................................................................ 21 C) Sistema GETHAL .......................................................................................................... 22 2.1.4 Painéis de pilares ............................................................................................................ 23 A) Sistema ABCP ................................................................................................................ 23 B) Sistema TOSHIO UENO................................................................................................23 C) Sistema GETHAL .......................................................................................................... 23 D) Sistema DOKA............................................................................................................... 24 2.1.5 Materiais de escoramentos de lajes e vigas .................................................................... 25 A) Sistema ABCP ................................................................................................................ 25 B) Sistema TOSHIO UENO................................................................................................ 25 C) Sistema GETHAL .......................................................................................................... 25 D) Sistema DOKA............................................................................................................... 26 3 MADEIRAS PARA ESCORAMENTOS ................................................................... 26 4 METODOLOGIA......................................................................................................... 29 A) CHECK LIST ................................................................................................................. 29 5 ESTUDO DE CASO ..................................................................................................... 31 6 CONCLUSÕES............................................................................................................. 38 9 1 INTRODUÇÃO O trabalho de TCC proposto é uma contribuição significativa para ultrapassar as lacunas normalmente apresentadas na execução dos sistemas de formas para estruturas de concreto armado. As fôrmas são estruturas provisórias têm como finalidade a moldagem das estruturas de concreto, até que estas possam responder aos esforços solicitados, garantindo as dimensões desejadas às peças de concreto. As fôrmas devem apresentar resistência para suportar seu peso próprio, peso do material e empuxo lateral do concreto, trânsito de pessoas e equipamentos, mantendo sempre sua rigidez, e para garantir sua estabilidade deve ser utilizados suportes e contraventos. As fôrmas são estruturas provisórias que devem ser cuidadosamente projetadas visando a simplicidade, fácil desforma e reaproveitamento, tendo em vista que podem acarretar em até 50% do custo total da estrutura de concreto a ser moldada. As feitas de madeira são mais comumente utilizadas, são compostas por tábuas, chapas de madeira compensada, sarrafos, pontaletes e vigas. Apresentam como funções principais dar forma ao concreto, proporcionar a superfície de concreto a textura requerida e suportar o concreto fresco até que ele se suporte. O planejamento das mesmas inicia-se pela análise e estudo do desenho das estruturas, resultando daí a primeira estimativa do que fazer, por meio da escolha mais econômica para cada caso. Muito tempo e dinheiro podem ser economizados na otimização do trabalho. 10 CONSIDERAÇÕES GERAIS Sempre foi consenso na Construção Civil deixar a parte de definição das fôrmas para mestres de obras, acreditando-se que o critério prático fosse suficiente para garantir a estabilidade de tais estruturas provisórias. Atualmente com o elevado custo da madeira é imperioso que o engenheiro dê a devida importância ao dimensionamento das fôrmas e escoramentos, considerando planos de montagem e desmontagem das mesmas. Tradicionalmente, utilizamos fôrmas com fixação feita com pregos, de confecção feita nos canteiros de obras mesmo, e, com montagem e desforma que necessitam de muita mão de obra. Se racionalizarmos esse sistema teremos dentre outras vantagens a não utilização de pregos na montagem, construção das fôrmas em fábricas já chegando ao canteiro de obras prontas seguindo um projeto de produção previamente elaborado e prevendo facilidade para montagem e desforma. Segundo RODRIGUES, 1999, alguns acidentes em construções ocorrem devido as falhas das fôrmas e escoramentos, muito ocorrem durante o lançamento do concreto, considerando que nessa época o concreto não tem forma definida, mas possui um peso considerável. Pode haver acidente quando os seus suportes forem deslocados por vibração excessiva, tráfego de equipamento e pessoas, Para decidirmos qual o modelo de fôrmas que serão utilizados há uma série de fatores à serem observados, tais como: número de utilizações previstas, superfície desejada do concreto, cronograma das obras, tipo da estrutura. Antigamente a madeira mais utilizada era serrada de Pinho do Paraná, visto a diminuição de sua quantidade levou os construtores a pesquisar novos sistemas com outros tipos de madeira. Várias espécies tropicais têm tido boa aceitação, como o Cedrilho e o Pinus. Na 11 década de 60, tendo em consideração a dificuldade para obter madeira maciça com dimensão e qualidade requeridas surgiram as madeiras laminadas. A madeira laminada é composta por lâminas de espessura entre 1,5 e 3 cm, essencialmente esse material é composto de dois componentes: as laminas de madeira e o adesivo. JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIÇÃO O trabalho proposto inclui uma revisão bibliográfica sobre o assunto, visando essencialmente conscientizar os profissionais da área que essas estruturas provisórias devem ser cuidadosamente projetadas e construídas com simplicidade, perimitindo sua desforma e seu reaproveitamento, sendo que podem chegar a representar “50% do custo da estrutura de concreto à ser moldada” (CALIL Jr & LAHR, 2007). O presente trabalho também tem como objetivo uma obra bibliográfica com reunião extensa de conceitos sobre o tema, sendo de grande auxílio na formação dos alunos da FURB de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo, visto que não há uma obra completa com informações sobre o assunto. Ainda visa uma contribuição com estudos de caso na região de Blumenau, uma análise crítica e comparativa dos sistemas mais utilizados e uma sugestão de melhorias para a construção civil local. 12 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral Apresentar as vantagens e desvantagens dos principais sistemas de fôrmas de madeira para estruturas de concreto armado, com estudo de caso na Região de Blumenau. 1.1.2 Objetivos Secundários A pesquisa de TCC propõe-se a alcançar os seguintes objetivos específicos ou metas: 1. Realizar uma ampla revisão bibliográfica sobre os sistemas de fôrmas de madeira para estruturas de concreto armado, destacando as vantagens e desvantagens de cada um deles; 2. Fazer um levantamento em uma obra de Blumenau sobre os sistemas de fôrmas de madeira mais utilizados; 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA “Muitas são as razões para as fôrmas de madeira ter seu uso mais difundido na construção civil. Entre elas estão a utilização de mão-de-obra de treinamento relativamente 13 fácil (carpinteiro); o uso de equipamentos e complementos pouco complexos e relativamente baratos (serras manuais e mecânicas, furadeiras, martelos etc.); boa resistência a impactos e ao manuseio (transporte e armazenagem); ser de material reciclável e possível de ser reutilizado e por apresentar características físicas e químicas condizentes com o uso (mínima variação dimensional devido à temperatura, não-tóxica etc.). As restrições ao uso de madeira como elemento de sustentação e de molde para concreto armado se referem ao tipo de obra e condições de uso, como por exemplo: pouca durabilidade; pouca resistência nas ligações e emendas; grandes deformações quando submetida a variações bruscas de umidade; e ser inflamável.” ( Disponível em: < www.uepg.br/denge/aulas/formas/Formas.doc>) MADEIRAS PARA FÔRMAS As madeiras utilizadasna construção civil provem de árvores do tipo exógeno, que crescem pela adição de camadas externas sob a casca. Observando a seção transversal do tronco de uma árvore distingue-se as seguintes partes de fora para dentro: - Casca: é eliminada para a construção civil, apresentando apenas proteção contra agentes externos. - Cambio: O crescimento da árvore dá-se diametralmente, pela adição de novas camadas provenientes da diferenciação do câmbio. Cada camada de tecido lenhoso formada anualmente constitui um anel de crescimento. Se por qualquer motivo - seca ou ataque de insetos - for interrompido o desenvolvimento normal da árvore, podem formar-se na mesma estação dois ou mais anéis: são os falsos anéis de crescimento. - Lenho: constitui a parte resistente das árvores. Compreende o cerne, formado por células mortas, que tem como função resistir aos esforços externos que solicitam a árvore, e o 14 alburno, formado por células vivas, que além da função resistente é veículo da seiva bruta,das raízes às folhas. - Medula: miolo central, mole, de tecido esponjoso e cor escura. Não tem resistência mecânica, nem durabilidade. Sua presença na peça desdobrada constitui um defeito. -Raios Medulares: ligam as diferentes camadas entre si e têm a função de transportar e armazenar a seiva. Pelo seu efeito de amarração transversal, inibem em parte a retratilidade devida a variações de umidade. Figura 1- Seção transversal do corte de uma árvore (FONTE: UNICAMP) Segundo CALIL Jr & LAHR, 2007, o consumo cada vez maior de materiais de construção e as crescentes dificuldades para obtenção de madeira maciça nas dimensões desejadas e qualidade adequadas às diversas necessidades foram fatores decisivos para o desenvolvimento da indústria de produtos derivados da madeira. São obtidos pela associação de lâminas de madeira, em sua forma original ou modificada, coladas com adesivos ou ligadas 15 mecanicamente por pregos ou parafusos. Dependendo da disposição das lâminas esses produtos podem ser classificados em paralelos ou transversais. Os eixos longitudinais das lâminas coincidem com a direção de suas fibras e são paralelos ao eixo longitudinal da peça. A designação de uso final do compensado é em função da espécie e qualidade das lâminas do arranjo, e do adesivo usado a fabricação da chapa. As chapas normalmente são constituídas de um número ímpar de lâminas, dispostas de forma que as direções das fibras das lâminas alternadas sejam paralelas e que as direções das fibras adjacentes formem um ângulo de 90. 2.1.1 Elementos Históricos Em decorrência do crescimento da construção de estruturas de concreto, surgiu a necessidade de otimizar a utilzação de fôrmas, visando diminuir custos e melhorar a qualidade final das estruturas. No início quando a indústria de compensados ainda era pouco desenvolvida no país, as fôrmas eram confeccionadas em madeira maciça, utilizando tábuas como painéis. Como não existia nenhuma indicação técnica a respeito, em 1943, a ABCP ( Associação Brasileira de Cimento Portland) lançou um Boletim Técnico em que apresentava um sistema de fôrmas de madeira maciça. Assinala Calil Jr (1995) que, duas décadas depois, com o advento da indústria compeansada, foi desenvolvido por Toshio Ueno o primeiro sistema otimizado de fôrmas do país, utilizando a madeira compensada onde se tem contato direto com o concreto. A partir de então, vários sistemas foram desenvolvidos por outras empresas, ou trazidos do exterior, visando sempre a diminuição de custo, simplicidade e agilidade na montagem e na desforma e na melhoria do acabamento final do concreto. 16 2.1.2 MATERIAIS DE PAINÉIS DE LAJES Nesse item são abordados os painéis usualmente utilizados nos diversos sistemas construtivos de fôrmas e escoramentos de madeira para edifícios de múltiplos andares. Inicia-se com o sistema pioneiro da Associação Brasileira de Cimento Portland, que empregava painéis formados por tábuas de Pinho do Paraná até os painéis atualmente em utilização na Europa, constituídos de placas EGP, escorados por viga de seção composta, totalmente industrializados. A) Sistema ABCP Em 1943, a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) estabeleceu procedimentos básicos para a aplicação de fôrmas de madeira serrada em construções de estruturas de concreto. Esses procedimentos faziam parte do Boletim Técnico n. 50 da ABCP . O sistema era formado por tábuas de pinho do Paraná de 2,5cm de espessura por 30cm de largura, apoiados sobre transversinas de seção quadrada de 7,5cm de lado. 17 FIGURA 1 : Arranjo típico de fôrmas para lajes ( Sabattini, 2007) FIGURA 2: Painéis de lajes sustentado por vigas treliçadas (CALIL & JUNIOR,2001) 18 B) Sistema TOSHIO UENO Na década de 6º, surgiu o sistema Toshio Ueno, considerado o precursor da otimização das fôrmas de madeira para concreto armado em edifícios. Pela primeira vez, elaborou-se um projeto de fôrmas de madeira de painéis e lajes, substituindo-se as tábuas de madeira serrada por chapas de madeira compensada na confecção dos painéis de laje. Esses painéis se apoiavam sobre vigas de madeira serrada (transversinas) compostas de dois sarrafos justapostos, de 2,5cm x 10,0cm, apoiadas em escoras de madeiras. C) Sistema GETHAL O sistema Gethal de lajes é formado por chapas de 18mm de espessura utilizando chapas mais finas para a execução de peças curvas. Definidas as características dos painéis, como, por exemplo, espessura da chapa, número de reutilizações, etc., é feita a determinação do arranjo adequado para o escoramento, ou seja, os equipamentos Gethal. Esses painéis são constituídos de chapas de compensado, apoiadas sobre transversinas mistas, compostas de perfis metálicos e de madeira maciça ou, dependendo do vão a ser vencido, sobre ligas treliçadas de madeira. 19 FIGURA 3: Painéis de lajes sustentados por vigas treliçadas. ( SABATTINI, 2007) D) Sistema DOKA O sistema Doka é de origem alemã, sendo um sistema misto madeira-metálico em que as fôrmas são constituídas por painéis EGP de três camadas modulares com comprimentos padronizados de 150, 200 e 250cm e largura padronizada de 50cm. Esses painéis são apoiados em vigas de seção I, com alma de OSB e mesas de cadeiras maciça ou LVL, com comprimentos padronizados de 265cm e 390cm, e escoradas por pontaletes metálicos tubulares de 250cm , 300cm, 350cm, 400cm, e 550cm. 20 2.1.3 MATERIAIS DE PAINÉIS DE VIGAS A) Sistema ABCP Os painéis de vigas do sistema tradicional ABCP também eram formados por tábuas de pinho do Paraná de 2,5cm de espessura por 30,0cm de largura, ligadas por sarrafos de 2,5cm x 10,0cm ou por caibros de 7,5cm x 7,5cm, fixados por gravatas (m) que são elementos de travamentos dos painéis das vigas, destinados a resistir aos esforços atuantes devidos ao lançamento do concreto fresco na fôrma. FIGURA 4: Arranjos de painéis de viga (ABCP,1943) 21 B) Sistema TOSHIO UENO Neste sistema, os painéis são de chapas de madeira compensada, com as bordas enrijecidas por sarrafos pregados em suas partes em conformidade com a altura da viga. O escoramento dos painéis de viga emprega o “garfo de perna dupla”, característico do sistema . FIGURA 5: 22 C) Sistema GETHAL No referido sistema os painéis de vigas são confeccionados com chapas de madeira compensada, tanto para os painéis laterais, quanto para os de fundo. Os painéis laterais são reforçados, em sua parte superior, por um sarrafo fixado ao longo da borda superior. Os painéis laterais são apoiados, por meio do sarrafo, nos gastalhos. O conjunto de apoio é constituído por doisbraços verticais de madeira (gastalho), ligados por uma haste metálica em forma de “U”. Os ajustes dos painéis são feitos por meio de cunhas de madeira colocadas entre a travessa inferior e a peça metálica. FIGURA 5: 23 2.1.4 Painéis de pilares A) Sistema ABCP Os elemento do sistema tradicional também eram formados por tábuas de Pinho do Paraná de 2,5cm de espessura por 30,0cm de largura, por sarrafos fixados por gravatas de sarrafos de 2,5cm x 10,0cm ou por caibros de 7,5cm x 7,5cm, que são elementos de travamentos dos painéis dos pilares, destinados a resistir aos esforços atuantes devidos ao lançamento do concreto fresco na fôrma. No caso de fôrmas de grandes dimensões, utilizava-se um montante de reforço entre as gravatas. B) Sistema TOSHIO UENO Neste sistema, empregam-se chapas de madeira compensada para a confecção dos painéis. O enrijecimento dos painéis é feito por meio de dois sarrafos justapostos verticais, travados ao longo do comprimento do pilar, com tensores que são os ferros redondos parafusados ou dobrados no meio dos painéis dos pilares. C) Sistema GETHAL Vários tipos de painéis de pilar podem ser utilizados neste sistema, cada um se adequado ao tipo de obra a ser considerado. São eles: 24 -Painéis de Madeira compensada enrijecida: consiste em painéis de chapa compensada enrijecida com caibros de 7,5cm ou com sarrafos duplos de 2,5cm. O painel é travado ao longo da altura por meio de barras de “ferros redondos” (barras de ancoragens) presos em gravatas de caibros duplos. - Painéis com gravatas moduladas: como nos sistemas tradicionais, os painéis são travados por meio de gravatas. A gravata é formada por um conjunto de peças de madeira maciça ou de perfis metálicos. Cada peça tem, na extremidade, um encaixe metálico com um parafuso, que permite o apoio e a fixação de outra peça. Essas gravatas são moldadas ao longo da altura do pilar. -Painéis com placas moduladas: a placa é uma placa metálica revestida com madeira compensada. Cada conjunto de quatro placas forma um elemento tubular. Como a altura de cada placa é de 55cm, o sistema só pode ser usado em pilares cujo pé direito seja múltiplo de 5cm. D) Sistema DOKA As fôrmas dos pilares, vigas e paredes são formadas por painéis mistos modulares de compensado laminado enrijecido por uma grelha de chapas dobradas seção I ou C. O sistema apresenta uma grande variedade de acessórios de montagem e fixação das fôrmas e dos escoramentos. É um sistema bastante industrializado que pode ser comprado ou alugado e é usado para fôrmas e escoramentos de edifícios residenciais e comerciais de grandes áreas construídas. 25 2.1.5 Materiais de escoramentos de lajes e vigas A) Sistema ABCP Os escoramentos dos painéis das lajes e dos painéis de viga do sistema tradicional eram formados por caibros de pinho do Paraná de 7,5cm x 10cm, fixos sobre longarinas com apoio nas transversinas de apoio das lajes por cobrejuntas pregadas e fixos nas travessas de suporte do painel de fundo. B) Sistema TOSHIO UENO Os escoramentos das vigas são realizados com garfos que correspondem a dois pontaletes paralelos, pregados com duas ou mais cobrejuntas de madeira maciça ou compensada, espaçadas da distância correspondente a largura da viga acrescida da espessura dos painéis laterais da viga. O espaçamento dos garfos é determinado em função do limite de deslocamento de flexão dos painéis laterais e de fundo da viga. Normalmente, a madeira dos pontaletes é pinus e das cobrejuntas é tábua de pinus ou sobras de chapas de compensado. O escoramento dos painéis das lajes é feito com pontaletes de pinus, que são encaixados entre os dois sarrafos que compõem a seção composta da transversina/longarina. C) Sistema GETHAL Este sistema de escoramento utiliza escoras ,metálicas tubulares reguláveis para o escoramento dos painéis de lajes e vigas. 26 D) Sistema DOKA Neste sistema, o escoramento também é realizado com escoras metálicas tubulares reguláveis. 3 MADEIRAS PARA ESCORAMENTOS Segundo MOLITERNO, 1997 designa-se escoramento toda estrutura provisória, removível posteriormente e/ou perdida na terra ou no concreto quando utilizada para a sustentação de um trecho maciço de solo, ou junto a uma construção existente para permitir a execução de uma escavação adjacente e demais trabalhos correlatos, geralmente localizados abaixo do nível do terreno natural. A rapidez que essa fase da execução exige, requere facilidade de manipulação dos elementos, assim as vigas, estroncas e prancas de mandeiras desempenham esse papel muito bem. É óbvio que ultimamente os escoramentos metálicos vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado, e também , desempenham esse papel muitíssimo bem. A fase de maior risco de um escoramento ocorre durante a sua execução, pois quando se projeta considera-se mais o serviço acabado e em funcionamento. Inúmeras ocorrências e fatalidade, em obras de escavação de valas e subsolos, têm ocorrido apesar de todos os cuidados técnicos e dispositivos de segurança adotados na fase de execução do escoramento. Na maior parte dos casos houve a interferência posterior da presença de água, não detectada durante a escavação, casos de arrebatamento de tubulações por vibração do terreno com o impacto das escavadeiras ou alterações das pressões passivas nas pranchas, provocada por drenagem das valas, ou mesmo pela descompressão do fundo devido a escavação. (GIORDANO, 1988). 27 O estudo de como deve ser feito o escoramento necessita da assistencia de um engenheiro estrutural experiente e do projetista da obra. Se o escoramento for executado erroneamente poderá haver comprometimento definitivo de toda a construção. Os materiais mais usados para os ecoramentos são: madeira roliça, madeira serrada e perfis metálicos ou peças tubulares.Em pilares deve-se prever contraventamento segundo duas direções perpendiculares entre si (geralmente é feito só em uma direção). Devem ser bem apoiadas no terreno em estacas firmemente batidas ou nas fôrmas da estrutura inferior.É necessário cuidado na fixação dos contraventamentos, onde se erra muito, aplicando-se somente um ou dois pregos. Os contraventamentos podem receber esforços de tração e por este motivo devem ser bem fixados com bastante pregos nas ligações com a fôrma e com os apoios no solo.No caso de pilares altos, prever contraventamento em dois ou mais pontos de altura. Em contraventamentos longos prever travessas com sarrafos para evitar a flambagem. Figura 6: Escoramento das fôrmas das colunas. (RIPPER, 1996) 28 Em vigas e lajes deve-se verificar se as fôrmas tem as amarrações, escoramentos e contraventamentos (escoras laterais inclinadas) suficiente para não sofrerem deslocamentos ou deformações durante o lançamento do concreto.As distâncias máximas de eixo a eixo são as seguintes: a. Para gravatas: 0,6 a 0,8 m b. Para caibros horizontais das lajes: 0,5 m c. Entre mestras ou até apoio nas vigas: 1 a 1,2 m d. Entre pontaletes das vigas e mestras das lajes: 0,8 a 1 m Cuidado especial nos apoios dos pontaletes sobre o terreno para evitar o recalque e, em conseqüência, flexão nas vigas e lajes. Quanto mais fraco o terreno, maior a tábua, ou, melhor ainda, duas tábuas ou pranchas, para que a carga do pontalete seja distribuída em uma área maior. Nas fôrmas laterais das vigas (principalmente no caso de vigas altas) a das paredes (muros de arrimo, cortinas) não é suficiente a armação com escoras verticais e horizontais, ancoradas através do espaço interior das fôrmas com arame grosso ou ferro redondo fino, é necessário prever também um bom escoramento lateral commãos francesas entre a parte superior da escora vertical e a travessa do pontalete ou contra o piso ou terreno, conforme o caso. Nas paredes altas deve-se prever mãos francesas em diversas alturas. Este escoramento lateral inclinado evita um empenamento das fôrmas sob pressão do concreto fresco e garante um perfeito alinhamento da peça.Assim se evitam as desagradáveis "barrigas" ou superfícies tortas.Nas vigas de grandes vãos deve-se prever contra flechas que, quando não indicadas no projeto, podem ser executadas com cerca de 1/300 do vão. 29 4 METODOLOGIA A) CHECK LIST No desenvolvimento do trabalho de campo foi utilizado um check-list para registro resumido de informações e observações, conforme o modelo da tabela 1 abaixo. OBRA: CONSTRUTORA: LOCAL: DATA: DATA INICIO: FÔRMAS DE LAJES TIPO DE MADEIRA: PAINEL: ESCORA: LONGARINA: SISTEMA: FÔRMAS DE VIGAS TIPO DE MADEIRA: PONTALETE: ESCORAS: CRUZETA: CUNHA: TRAVESSA: SARRAFO: SISTEMA: FÔRMAS DE PILARES 30 TIPO DE MADEIRA: CHAPA: TABUA: GRAVATA/SARRAFO: CAIBRO: SISTEMA: - GASTO DE MADEIRA PARA FÔRMAs (m³)? - COSTUMA SER FEIO UM PROJETO DOS SISTEMAS DE FÔRMAS ESPECÍFICO PARA CADA OBRA? - COSTUMA UTILIZAR OUTROS SISTEMAS? QUAIS? - JÁ FEZ ALGUM ESTUDO PARA COMPARAR OS VÁRIOS SISTEMAS DE FÔRMAS? 31 5 ESTUDO DE CASO OBRA: Edifício Riverside CONSTRUTORA: Speranzini LTDA LOCAL: Rua Almirante tamandaré- Vila Nova- Blumenau DATA: 22/05/2009 INÍCIO OBRA: 2008 FÔRMAS DE LAJES TIPO DE MADEIRA: PAINEL: Maderite; ESCORA: Metálica ; LONGARINAS: Pinus. SISTEMA: Gethal FÔRMAS DE VIGAS TIPO DE MADEIRA: PONTALETE: Pinus ESCORAS: Metálicas CRUZETA: Pinus CUNHA: Pinus TRAVESSA:Pinus 8X8 GASTALHO/SARRAFO: Pinus SISTEMA: Gethal 32 FÔRMAS DE PILARES TIPO DE MADEIRA: CHAPA: Maderite TÁBUA: Pinus GRAVATA/SARRAFO: Pinus CAIBRO: Metálica SISTEMA: Gethal 4.1- Gasto de madeira para fôrma (m³)? Não foi feita uma análise 4.2- Costuma ser feito projeto dos sistemas de fôrmas específico para cada obra? Não. 4.3- Costuma utilizar outros sistemas de fôrmas nas suas obras? Quais? Não. 4.4- Já fez algum estudo custo/benefício para comparar os vários sistemas de fôrmas? Não. Também foram realizados registros fotográficos que constam das figuras número 6 a número 11 abaixo. 33 FIGURA 6: Escoras metálicas, fôrmas para pilares GETHAL FIGURA 7: Fôrmas e escoras das lajes. 34 FIGURA 8: Em foco, fôrmas das lajes e vigas. FIGURA 9: Vista geral da obra. 35 FIGURA 10: Escoras metálicas, painéis de madeirite, fôrmas em geral FIGURA 11: Fôrmas de vigas 36 O sistema GETHAL para vigas são feitos com chapas compensadas, painéis laterais e de fundo, nas laterais os painéis são reforçados por um sarrafo fixado na parte superior, e apoiados por sarrafos nos gastalhos. Tem dois braços verticais como apoio. FIGURA 12: Sistema Gethal para vigas. Para pilares, podem ser usado painéis de chapa compensada, painéis com gravatas moduladas ou painéis com placas moduladas. FIGURA 13 : Painéis de pilar com chapa compensada de madeira e gravata modulada. 37 O escoramento desse sistema é metálico, tubular com alturas reguláveis para escorar lajes e vigas. Quando deve ser feita uma escolha entre sistemas de madeira ou metálicos, é a variável economica que mais pesa. A primeira conta a ser feita é a do custo em função do prazo, levando em consideração o aluguel das fôrmas/escoramentos metálicos, assim, calcular também quanto gasta para fabricar as fôrmas de madeira, sempre considerando que cada jogo costuma render no máximo 20 reutilizações. O custo em fôrmas de uma estrutura pode vir a representar até 45% dos custos de uma estrutura. As fôrmas metálicas são mais rentáveis, no entanto, têm custos adicionais com os equipamentos de transporte. Quando há necessidade de fôrmas para concreto aparente, as fôrmas metálicas são mais indicadas pois podem proporcionar à superfície de concreto um melhor acabamento. 38 6 CONCLUSÕES O concreto possui um uso grandemente difundido, pois proporciona grande liberdade na escolha de texturas e cores das superfícies, podendo ser empregado na construção de inúmeras estruturas, como barragens, silos, edifícios residenciais e industriais, rodovias, ruas, grandes estruturas, entre inúmeras outras. Outra qualidade que coroou o concreto como material de construção é sua resistência, economia e durabilidade. Sua durabilidade é evidenciada pelo fato de que colunas feitas pelos egípcios há mais de 3600 anos ainda estão em pé. As fôrmas atendem ás mais diversas necessidades e finalidades podendo ser reaproveitáveis ou perdidas. São consideradas reaproveitáveis quando são destinadas a empregos repititivos, para isso em sua utilização e confecção, levam em consideração forma e o emprego de produtos químicos para a conservação e desmontagem. Já a fôrmas perdidas são usadas em estruturas com seção fechada, como vigas-caixão em pontes, em lajes nervuradas que ficarão escondidas por forros falsos, como moldes de estruturas em que a repetição é pequena. Assim sendo, via de regra costuma-se utilizar nessas ocasiões um material menos nobre, visando maior economia. Quando deve ser feita uma escolha entre sistemas de madeira ou metálicos, é a variável economica que mais pesa. A primeira conta a ser feita é a do custo em função do prazo, levando em consideração o aluguel das fôrmas/escoramentos metálicos, assim, calcular também quanto gasta para fabricar as fôrmas de madeira, sempre considerando que cada jogo costuma render no máximo 20 reutilizações. O custo em fôrmas de uma estrutura pode vir a representar até 45% dos custos de uma estrutura. As fôrmas metálicas são mais rentáveis, no entanto, têm custos adicionais com os equipamentos de transporte. Quando há necessidade de fôrmas para concreto 39 aparente, as fôrmas metálicas são mais indicadas pois podem proporcionar à superfície de concreto um melhor acabamento. 40 BIBLIOGRAFIA: MOLITERNO, Antonio. Escoramentos, cimbramentos, formas para concreto e travessias em estrutura de madeira. Sao Paulo : E. Blucher, c1989. xix, 379p, il, 23cm. ANDRIOLO, Francisco Rodrigues, 1945. Construções de Concreto: manual de praticas para controle e execução. São Paulo: PINI,1984. SILVA, Francisco Alberto Ferreira da. Estruturas de concreto: formas e escoramentos. São Paulo : Ed. do Autor, 1998. 168 p, il. CALIL, Jr, C.; LAHR, F.A.R. Madeiras para fôrmas e escoramentos de estruturas. In: Materiais de construção civil (Isaia, editor). São Paulo, IBRACON. P. 1231-1262, 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190: Projeto de eEstruturas de Madeira. Rio de Janeiro: ABNT. 1997. LOTURCO, B. Fôrmas: Madeira ou Metal. Disponível em: <http://pcc2435.pcc.usp.br/textos%20t%C3%A9cnicos/estrutura/Artigo_Techne_Formas_Metal_ ou_madeira.pdf>Acesso em: 25 mar. 2009.GOMES, A. R. Fôrmas de Madeira para Estruturas de Concreto Armado. Disponível em:< http://www.acdeliberato.net/Senai/Artigos/formas%20de%20Madeiras.pdf> Acesso em: 26 mar. 2009. 41
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