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Interpretação do texto de Stuart Hall - A identidade em questão

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DIREITO – ÉTICA E CIDADANIA
Gabriela Felipe de Oliveira
José Heladio Ximenes de Souza
Mariana Leone Colozza
Resumo sobre a identidade em questão
Livro de Stuart Hall
O estudo de Stuart Hall trata da questão do declínio das velhas identidades sociais que estabilizavam o mundo, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, que era visto como sujeito unitário. Chamando tal processo de “crise de identidade”, o livro é desenvolvido a partir de aspectos das identidades que surgem de nosso "pertencimento" a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas e, acima de tudo, nacionais.
Esta perda de um "sentido de si" estável é chamada, algumas vezes, de deslocamento ou descentração do sujeito. Esse duplo deslocamento - descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmos - constitui a tal "crise de identidade" para o indivíduo.
O texto revela ao longo de seus argumentos que as culturas nacionais são comunidades imaginárias, expondo assim um relativismo cultural da cultura de cada nação, pois quando o indivíduo busca sua pertinência na imagem do povo nacional e ele necessita unificação acaba não encontrando pela pluralidade de identidades que podem ser encontradas dentro de um povo.
O ensinamento de Stuart Hall nos apresenta três diferentes concepções de identidade embasada em diversos autores. É apresentada a identidade iluminista como numa concepção da pessoa humana como um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação. A a identidade iluminista apoia a ideia de que o sujeito nasce e se desenvolve, mas o fato importante é que o sujeito nasce, a sua identidade era baseada em seu nascimento. Tentando refutar o relativismo cultural com base no nacionalismo.
A identidade do sujeito sociólogo era embasada na ideia de que o núcleo interior do sujeito não era autônomo e autossuficiente, mas era formado na relação com "outras pessoas importantes para ele", que mediavam para o sujeito os valores, sentidos e símbolos, a cultura dos mundos que ele/ela habitava. O sujeito evolui de acordo com sua socialização. A identidade é formada na "interação" entre o eu e a sociedade. E mais uma vez se apoia o nacionalismo afinal a sociedade estabiliza tanto os sujeitos quanto os mundos culturais que eles habitam, tornando ambos reciprocamente mais unificados e previsíveis.
E a nova identidade que se forma, O sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está se tornando fragmentado. Composto não de uma única, mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou não-resolvidas. O sujeito pós-moderno, contextualizado como não tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um "eu" coerente. 
A identidade plenamente identificada, completa, segura e coerente é uma fantasia. Que até então os sociólogos apoiavam as outras identidades, iluministas e socióloga, embasados num subjetivismo ético que apoiava o nacionalismo e tentava caracterizar os indivíduos por suas sociedades.
As sociedades modernas são por definição, sociedades de mudança constante, rápida e permanente. Esta é a principal distinção entre as sociedades "tradicionais" e as "modernas" que acompanham as identidades. De acordo com Gidden “nas sociedades tradicionais, o passado é venerado e os símbolos são valorizados porque contêm e perpetuam a experiência de gerações. A tradição é um meio de lidar com o tempo e o espaço, inserindo qualquer atividade ou experiência particular na continuidade do passado, presente e futuro, os quais, por sua vez, são estruturados por práticas sociais recorrentes.” E o próprio Stuart declara que “Se tais sociedades não se desintegram totalmente não é porque elas são unificadas, mas porque seus diferentes elementos e identidades podem, sob certas circunstâncias, ser conjuntamente articulados.” Transparecendo o relativismo cultural ético caracterizado nos indivíduos.
Stuart finaliza ao discorrer sobre o jogo das identidades, dando como exemplo Bush que ansioso por restaurar uma maioria conservadora na Suprema Corte americana, encaminhou a indicação de Clarence Thomas, um juiz negro de visões políticas conservadoras. No julgamento de Bush, os eleitores brancos (que podiam ter preconceitos em relação a um juiz negro) provavelmente apoiariam Thomas porque ele era conservador em termos de legislação de igualdade de direitos, e os eleitores negros (que apoiam políticas liberais em questões de raça) apoiariam Thomas porque ele era negro. Mas Thomas foi acusado de abuso sexual por uma de suas colegas.
Alguns negros apoiaram Thomas, baseados na questão da raça; outros se opuseram a ele, tomando como base a questão sexual. As mulheres negras estavam divididas, dependendo de qual identidade prevalecia: sua identidade como negra ou sua identidade como mulher. Os homens negros também estavam divididos, dependendo de qual fator prevalecia: seu sexismo ou seu liberalismo. Os homens brancos estavam divididos, dependendo, não apenas de sua política, mas da forma como eles se identificavam com respeito ao racismo e ao sexismo. As mulheres conservadoras brancas apoiavam Thomas, não apenas com base em sua inclinação política, mas também por causa de sua oposição ao feminismo. As feministas brancas, que frequentemente tinham posições mais progressistas na questão da raça, se opunham a Thomas tendo como base a questão sexual. E, uma vez que o juiz Thomas era um membro da elite judiciária e Anita Hill, na época do alegado incidente, uma funcionária subalterna, estavam em jogo, nesses argumentos, também questões de classe social.
A questão é as contradições atuavam tanto "fora", na sociedade, atravessando grupos políticos estabelecidos, 'quanto' "dentro" da cabeça de cada indivíduo. E nenhuma identidade singular - por exemplo, de classe social - podia alinhar todas as diferentes identidades com uma "identidade mestra", única.
Uma vez que a identidade muda de acordo com a forma como o sujeito é interpelado ou representado, a identificação não é automática

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