Buscar

Introdução à Leitura de Hegel - Alexandre Kojève (Breve Resumo)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Introdução à Leitura de Hegel
Alexandre Kojève
	O autor começa sua análise a partir da teoria de que o homem é a consciência de si mesmo e que esse mesmo irá, apenas tomar consciência de si no momento em que diz "eu". Afirma que o homem é movido a partir de seus desejos e trás o exemplo do ato de comer. Apesar do desejo ter apenas o sentimento de si, ele faz com que o homem realize ação, a fim de satisfazê-lo. Porém a ação só pode satisfazer o indivíduo a patir da negação, destruição ou transformação do objeto. Para isso Kojève apresenta o exemplo do alimento, onde o homem tende a transformá-lo para poder comer. Dessa forma a conclusão dessa primeira parte do texto se dá com a compreensão de que a ação é negadora.
	No momento em que o desejo é voltado para algo não natural, ou seja, ultrapasse a realidade, a consciência de si mesmo passa a existir. Porém para que haja desejo humano, é necessário que o haja uma pluralidade de desejos animais. Kojève difere o desejo animal do desejo antropogênico a partir da análise de que o desejo será antropogênico quando não buscar um objeto, mas um outro desejo, dando como exemplo a relação de um homem com uma mulher, quando seus desejos são ser desejado pelo outro.
	Já para diferenciar a realidade humana da realidade animal é preciso realizar ação que satisfaça seus desejos: "a história humana é a história dos desejos desejados" (Kojève, 2002, pp. 13). Após diferenciar a realidade humana da realidade animal, é afirmado que quando o desejo humano supera o desejo animal o indivíduo se torna verdadeiramente humano, já que todos os desejos do animal estão relacionados à conservação da própria vida. Portanto o humano só será verdadeiramente humano quando arricar sua vida por causa do seu desejo como ser humano, ou seja, seu desejo por outro desejo.
	O autor apresenta o exemplo de uma luta entra duas pessoas para afirmar que somente quando a luta acaba e os dois continuam vivos é que a realidade humana pode ser formada pela realidade reconhecida. Enquanto o que ganha a luta pode ser reconhecido, o outro é predestinado a ter medo e pertencer ao outro:
"Se a realidade humana só se engendra como social, a sociedade só é humana - pelo menos na origem - sob a condição de implicar um elemento de dominação e um elemento de sujeição, existências autônomas e existências dependentes. Por isso, falar da origem da consciência-de-si é falar necessariamente da autonomia e da dependência da consciência-de-si, da dominação e da sujeição" (Kojève, 2002, pp. 15).
	Kojève compreende que é somente após a inter-ação do homem com outros, que este irá ser real e verdadeiro. O seu EU e a maneira como ele se enxerga depende do reconhecimento que lhe foi permitido a partir de suas ações. A consequência do homem ter de viver como escravo se dá a partir de sua derrota e aceitação do seu modo de vida escravo. Dessa forma, o recohecimento obtido pelo senhor é objetivada e mediada a partir do nível de reconhecimento que o escravo lhe proporciona. Importante salientar que dado a relação entre senhor e escravo, todo o esforço feito pelo escravo é desfrutado pelo senhor, dessa forma o senhor é livre em relação à natureza e por isso se satisfaz. 
	A relação do senhor com o escravo não ocorre exatamente um reconhecimento. O senhor é reconhecimo pelo escravo como senhor, porém o escravo é reconhecido pelo senhor apenas como coisa. Dessa forma o senhor é reconhecido por uma coisa e não por outro humano. Resumindo, o senhor é reconhecido por uma pessoa que ele não reconhece, tornando essa sua insuficiência e seu impasse existencial. Como o homem é reconhecido por algo que ele não reconhece, ele nunca se satisfará, tornando o escravo o homem satisfeito. 
	A sujeição pode ser tanto relação de dominação como consciência-de-si, tornando do senhor uma realidade essencial. O escravo, ao contrário do senhor, reconhece o senhor desde sempre, bantando apenas impor-se a ele para que seja reconhecido pelo senhor, resultando no reconhecimento mútuo e recíproco. É apenas esse reconhecimento mútuo que se dá a satisfação definitiva do homem. 
	Após o escravo trabalhar para o senhor se dá o início da sabedoria e a consciência de que apenas lutando e derrotando o senhor, ele acabará com essa angústia. O trabalho forma e educa o escravo dessa forma, apesar de que sem o senhor essa educação e a busca por reconhecimento não teria ocorrido:
"O homem só atinge a autonomia verdadeira, a liberdade autêntica, depois de ter passado pela sujeição, depois de haver superado a angústia da morte pelo trabalho efetuado a serviço de outrem. O trabalho libertador é pois necessariamente à primeira vista, o trabalho forçado de um escravo que serve um senhor todo-poderoso, detentor de todo o poder real." (Kojève, 2002, pp. 29)
	Kojève finaliza esse capítulo afirmando que o trabalho servil realiza a vontade do escravo e não a do senhor, já que o escravo ganha onde o senhor perde. A consciência que no comeõ era dependente, ou seja, que era servil, é que faz e mostra o ideal da consciência-de-si autônoma.
	Lígia Martins

Outros materiais