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HISTORIA ECONOMICA DO BRASIL (1994 2014)

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Elaborado por Renato Rodrigues Lima E-Mail: rrlimax@outlook.com Atualização: 17/6/2015 
Endereço do curso: https://www.learncafe.com/cursos/historia-economica-do-brasil-1994-2014 
 
1 
 
Material Didático do Curso Especial 
em História Econômica do Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por Renato Rodrigues Lima E-Mail: rrlimax@outlook.com Atualização: 17/6/2015 
Endereço do curso: https://www.learncafe.com/cursos/historia-economica-do-brasil-1994-2014 
 
2 
 
 
 
 
Sumário 
 
O Plano Real e a estabilização dos preços no mercado brasileiro: ............ 3 
Curiosidades sobre o Real: ......................................................................... 5 
O primeiro governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC):.... 9 
O primeiro governo Lula e o Programa Bolsa Família:............................. 16 
O segundo governo Lula e o Programa de Aceleração do Crescimento 
(PAC): ....................................................................................................... 18 
O primeiro governo Dilma Rousseff: ....................................................... 19 
Referências .............................................................................................. 21 
Sobre o autor ........................................................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por Renato Rodrigues Lima E-Mail: rrlimax@outlook.com Atualização: 17/6/2015 
Endereço do curso: https://www.learncafe.com/cursos/historia-economica-do-brasil-1994-2014 
 
3 
 
O Plano Real e a estabilização dos preços no mercado 
brasileiro: 
 
O Brasil iniciou a década de 90 com hiperinflação, uma situação que dificultava 
o consumo da população, devido aos aumentos dos preços dos bens diariamente. 
Os empresários remarcavam os preços dos seus produtos e aplicavam seus 
recursos no overnight, investimento com correção diária e possibilidade de resgate no 
dia seguinte, defendendo seu poder de compra. 
Percebe-se que nesta situação o mais prejudicado era o trabalhador, pois não 
possuía ferramentas para proteger seu poder de compra, porque seu reajuste salarial 
era anual. 
Os preços dos produtos vinham subindo espantosamente (vide gráfico 1) sem 
que houvesse sinal de queda. 
Gráfico 1: Inflação medida pelo IGP-M dezembro de 1990 a dezembro de 1994 
 
Fonte: elaborado com dados do IGP-M, disponíveis no site do IPEA em 
http://www.ipeadata.gov.br/ 
18 
23,63 
25,08 
38,32 
0,84 0
20
40
60
80
100
Dezembro de
1990
Dezembro de
1991
Dezembro de
1992
Dezembro de
1993
Dezembro de
1994
Inflação Mensal (em %) 
 
 
Elaborado por Renato Rodrigues Lima E-Mail: rrlimax@outlook.com Atualização: 17/6/2015 
Endereço do curso: https://www.learncafe.com/cursos/historia-economica-do-brasil-1994-2014 
 
4 
 
 
Era então o governo do presidente Itamar Franco, o qual tomou posse em 
dezembro de 1992, em substituição do presidente Fernando Collor de Mello que 
sofrera impeachment. 
O presidente Itamar indicou para seu Ministério da Fazenda o sociólogo 
Fernando Henrique Cardoso (FHC), em maio de 1993, dando início a uma mudança 
nunca antes vista na economia brasileira do século XX. 
O ministro da fazenda, FHC, colocou em prática um novo plano para combater 
a inflação e devolver o poder de compra e estabilidade à Economia Brasileira que foi 
batizado como Plano Real. 
FHC convocou economistas que atuavam na Pontifícia Universidade Católica do 
Rio de Janeiro (PUC-RJ), os quais elaboraram o plano de combate à inflação e, em 
março de 1994, entrou em vigor o Plano Real. 
As principais ações que foram adotadas dentro do Plano Real que ajudaram a 
estabilizar os preços da economia brasileira foram as seguintes: 
a) Diminuição dos gastos públicos, seguido de aumento dos impostos, a fim de 
controlar as contas do governo; 
b) Criação da Unidade Real de Valor (URV), que era uma forma de desindexar 
a economia, atrelando todos reajustes a um único indexador; 
c) Criação de uma nova moeda forte: o real (R$); 
d) Elevação das taxas de juros e das reservas compulsórias, para diminuir o 
consumo e diminuir a taxa de inflação; 
e) Diminuição dos impostos de importação, a fim de elevar a concorrência 
com os produtos nacionais, provocando diminuição dos preços; 
 
 
 
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5 
 
f) Controle cambial, mantendo o Real valorizado diante do Dólar, com o 
objetivo de incentivar a importação e elevar a concorrência interna, freando 
o aumento dos preços dos produtos nacionais. 
Como pode ser observado no gráfico 1, a inflação, que no mês de dezembro de 
1993 era de 38,32%, caiu para 0,84% em dezembro de 1994, ou seja, os formuladores 
do plano obtiveram sucesso em seu objetivo de reduzir os elevados índices de preço. 
O ministro da fazenda, FHC, teve êxito no combate à inflação e ganhou 
prestígio, alcançando o posto de presidente da República Federativa do Brasil, em 
janeiro de 1995. 
 
Curiosidades sobre o Real: 
 
A moeda corrente no Brasil desde 1994 é o Real e as cédulas de Real que 
circulam no país têm como temática a fauna brasileira. 
Existe a nota de R$ 100 (garoupa), R$ 50 (onça-pintada), R$ 20 (mico-leão-
dourado), R$ 10 (arara), R$ 5 (garça) e R$ 2 (tartaruga marinha). 
Estas notas possuem no anverso a efígie da República, personificação da nação 
brasileira representada por uma mulher possui a imagem, inspirada na obra “A 
Liberdade guiando o povo”, de Eugène Delacroix, a qual foi utilizada pela primeira vez, 
com o objetivo de simbolizar a Proclamação da República, tornando-se um símbolo do 
país. 
Já a moeda de R$ 1 possui no seu reverso um grafismo indígena marajoara e 
uma faixa com a constelação do Cruzeiro do Sul, fazendo alusão ao Pavilhão Nacional. 
Em sua parte frontal, observa-se estampa da efígie da República e mais 
grafismos encontrados em cerâmicas indígenas de origem marajoara. 
 
 
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6 
Populações com culturas interessantes viveram onde hoje conhecemos como 
Ilha de Marajó. 
Antes da chegada dos europeus os marajoaras já praticavam a técnica de 
horticultura na floresta e faziam agricultura itinerante com queimada e derrubada de 
árvores. 
Os marajoaras eram bons arquitetos, construíam aterros artificiais para elevar 
suas casas nas épocas de aumento das águas dos rios e eram habilidosos na arte de 
produzir cerâmica (veja foto 1) como: jarros, utensílios de cozinha, vasos etc. 
Foto 1: Cerâmica marajoara 
 
Fonte: http://www.museu-
goeldi.br/portal/sites/default/files/Downloads/Cat%C3%A1logo%20Cer%C3%A
2mica%20Marajoara.pdf 
O reverso das demais moedas de real possuem o símbolo do Cruzeiro do Sul. 
Na face da moeda, símbolos nacionais e efígies de personagens históricos: 0,50 
(José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco); 0,25 (Manuel Deodoro da 
Fonseca); R$ 0,10 (D. Pedro I); R$ 0,5 (Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes); R$ 1 
(Pedro Álvares Cabral). 
 
 
Elaborado por Renato Rodrigues Lima E-Mail: rrlimax@outlook.com Atualização: 17/6/2015 
Endereço do curso: https://www.learncafe.com/cursos/historia-economica-do-brasil-1994-20147 
Depois de sucessivas tentativas de criação de planos econômicos e trocas 
monetárias no País, em que a população aprendeu a conviver com réis, cruzeiro, 
cruzeiro novo, cruzado, cruzado novo, cruzeiro e cruzeiro real foi criado o real. 
O real foi criado na gestão do presidente Itamar Franco, sob o comando da 
equipe do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que logo depois 
seria eleito presidente da República. 
A implantação do Plano Real ocorreu em 1º de julho de 1994, mas seu início 
efetivo foi em 1º de março do mesmo ano, com a criação de um novo índice - a 
Unidade Real de Valor (URV). 
Imagem 1: notas de cem, cinquenta e vinte reais 
 
 
 
Fonte: Banco Central do Brasil. Disponível em http://www.bcb.gov.br/?CEDCOMUM . Acesso 
em 02/4/2015 
 
 
 
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8 
A Unidade Real de Valor (URV) uniformizou todos os reajustes de preços, 
câmbio e salários de maneira desvinculada da moeda vigente, o Cruzeiro Real (CR$). 
Dia a dia, o Banco Central definia uma taxa de conversão da URV em CR$, com 
base na média de três índices diários de inflação – os bens e serviços continuavam a 
ser pagos em CR$, mas passaram a ter referência numa unidade de valor estável. 
 
Esta ação possibilitou, no decorrer de três meses, um alinhamento dos preços 
sem a necessidade do congelamento de preços, sendo que em 1º de julho de 1994, a 
conversão e os cálculos baseados na URV foram abandonados para a entrada do Real. 
Cada Real valia um dólar ou o equivalente a CR$ 2.750,00. 
A moeda forte trouxe estabilidade de preços e controle inflacionário, num 
semestre em que a taxa de inflação acumulada chegava a 758,59%. 
Para se ter uma ideia, a primeira inflação registrada da nova moeda bateu um 
recorde para a época e atingiu 6,08%. Em 14 de outubro de 1994, o real alcançou sua 
cotação máxima, quando alcançou o valor de US$ 1,20 dólar. 
A moeda brasileira possui elementos de segurança que facilitam a sua 
identificação e protegem contra falsificação, como por exemplo, a faixa holográfica, 
com desenhos personalizados por valor. 
De acordo com o Banco Central (BACEN) esta tecnologia representa um dos 
mais avançados elementos anti-falsificação. 
O tamanho das novas notas são diferentes: a de R$ 2 é a menor, a de R$ 5 um 
pouco maior, e assim sucessivamente, sendo que essa diferenciação atende a uma 
demanda das pessoas com deficiência visual, assim como as marcas táteis em relevo, 
que também foram aprimoradas em relação às atuais. 
 
 
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9 
 
O primeiro governo do presidente Fernando Henrique 
Cardoso (FHC): 
 
Como já foi comentado no capítulo anterior, Itamar Franco governou o Brasil 
no período de 1992 até 1994, em substituição do presidente Fernando Collor de Mello 
que sofrera impeachment. 
Em seu governo houve a criação do Plano Real, que conseguiu reduzir e 
controlar a inflação, dando novos ares a Economia Brasileira e, destaque a figura de 
Fernando Henrique Cardoso, o sociólogo indicado por Itamar, para comandar o 
Ministério da Fazenda e o Plano Real, que posteriormente ganhou as eleições para 
presidente. 
O Plano Real obteve êxito no combate à inflação e o ministro FHC viu seu 
prestígio aumentar a ponto de ser indicado para concorrer à presidência da república. 
Em janeiro de 1995, FHC toma posse como presidente, após uma grande 
disputa com Luiz Inácio Lula da Silva e dá início ao seu primeiro governo. 
Defendendo a ideia de que a Economia Brasileira precisava de novos ajustes, 
para defender as conquistas do Plano Real, melhorar os serviços públicos e aumentar a 
concorrência, FHC dá início a um plano de privatizações das estatais. 
O Sistema Telebrás (telecomunicações) e a Companhia Vale do Rio Doce 
(mineração e siderurgia) foram vendidos, o que gerou muitos protestos dos partidos 
de oposição, como por exemplo, o Partido dos Trabalhadores (PT). 
A oposição ao governo FHC não se restringiu aos partidos como o PT e, 
surgiram manifestações no campo, encabeçadas por líderes do Movimento dos 
trabalhadores Sem Terra (MST), os quais cobravam a realização da reforma agrária, 
financiamento habitacional etc. 
 
 
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Dentre os embates mais significativos estão o confronto na região de 
Corumbiara no Estado de Rondônia na fazenda Santa Elina, em agosto de 1995, que 
resultou na morte de oito pessoas e prisão de trezentas e cinquenta e cinco; e o 
Massacre de Carajás, que resultou na morte de dezenove trabalhadores sem-terra, em 
abril de 1996. 
No ano de 1997, o governo FHC, conseguiu aprovar uma emenda 
constitucional, autorizando a reeleição de presidente, governador e prefeito, 
possibilitando a reeleição de FHC, que venceu sua segunda disputa eleitoral e assumiu 
o cargo de presidente da república em 1999. 
No primeiro governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, os fatos 
marcantes da Economia foram os seguintes: 
Tabela 1 - Inflação IGP-M: 
Ano % anual (IGP-M) 
1995 15,25 
1996 9,2 
1997 7,74 
1998 1,78 
Fonte: Inflação anual IGP-M, disponível em http://www.ipeadata.gov.br/ . 
 
Tabela 2 - PIB (Produto Interno Bruto): 
Ano PIB em R$ (milhões) 
1995 705.640,89 
1996 843.965,63 
1997 939.146,62 
1998 979.275,75 
Fonte: Inflação anual PIB, disponível em http://www.ipeadata.gov.br/ . 
 
Principais crises econômicas no período: 
 
 
 
Elaborado por Renato Rodrigues Lima E-Mail: rrlimax@outlook.com Atualização: 17/6/2015 
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11 
FHC pagou o preço pela demora na realização de ajustes estruturais na 
economia brasileira. A ausência destes ajustes potencializou os reflexos das crises 
mundiais ocorridas no período de seu governo. Entre as crises mais significativas pode-
se citar: 
 México: Em 1994, o governo do México decidiu realizar desvalorização de sua 
moeda, o peso mexicano, para tentar estimular a sua economia internacionalmente, 
mas o plano econômico fracassou. 
O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, com apoio das organizações 
multilaterais, emprestou 50 bilhões de dólares ao México, sendo 18 bilhões através do 
FMI. 
Todavia, países da América do Sul, como Brasil e Argentina, viram suas moedas 
serem extremamente desvalorizadas e ser instaurada uma crise de crédito. 
Asiática: Em 1997, ocorreu a crise asiática, que foi gerada pela fuga de capital e 
deflação de ativos financeiros, atingindo inicialmente Tailândia, Filipinas e Malásia, 
chegando também à Indonésia, Coréia do Sul e Hong Kong. 
Estes países viram suas moedas nacionais terem quedas abruptas em suas 
cotações em relação ao dólar. 
Uma exceção foi Hong Kong, que fez vários esforços para combater a 
desvalorização de sua moeda. 
O endividamento destes países asiáticos era grande e em dólar. 
Com a saída de grandes quantidades de dólares, das suas economias, os países 
asiáticos viram suas dívidas em curto prazo, crescerem assombrosamente. 
 Rússia: Em 1998, ocorreu a crise russa, gerada pela fuga de capitais que 
haviam sido investidos no país. A crise provocou a desvalorização do rublo, inviabilizouElaborado por Renato Rodrigues Lima E-Mail: rrlimax@outlook.com Atualização: 17/6/2015 
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o pagamento da dívida interna e externa russa, além de dificultar o pagamento dos 
salários do funcionalismo público e militar. 
Ocorreu sério prejuízo à manutenção dos serviços públicos estatais e, inclusive 
com a quebra de bancos em decorrência da queda das ações na bolsa de valores. 
Com o desmonte da URSS, a Federação Russa realizou privatizações das suas 
empresas estatais, abrindo a economia do país aos investimentos externos, oriundos 
de capitalistas do mundo ocidental, a fim de realizar uma transição do modelo 
soviético para o capitalismo ocidental. 
Os grandes gastos do Estado russo herdados do período da URRS, 
principalmente com aparato militar, faziam com que fosse alta a fração do orçamento 
destinada às despesas com a máquina estatal. 
A economia russa, mesmo sendo industrializada e dinâmica, não pôde manter o 
nível de produção anterior e elevar as exportações, assim, parte de suas receitas eram 
geradas pela exportação das commodities, ou seja, mercadorias ligadas à produção 
agrícola e à extração de recursos naturais como petróleo e gás natural. 
Com uma crise na Ásia e redução do preço do petróleo, a Rússia viu as fontes 
de receita caindo e o surgimento de uma crise financeira séria. 
 
O segundo governo FHC: 
 
O presidente da república, Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi reeleito no 
processo eleitoral de 1998, com 53% dos votos válidos, sendo uma das suas principais 
promessas, diminuir a dívida pública brasileira, que ultrapassava nesse período a cifra 
de 300 bilhões de reais. 
 
 
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Endereço do curso: https://www.learncafe.com/cursos/historia-economica-do-brasil-1994-2014 
 
13 
No final do seu primeiro governo em 1998, a dívida externa ultrapassou 20% do 
produto interno bruto (PIB), além disso, a moeda brasileira estava sobrevalorizada, 
pois 1 dólar valia 1 real, trazendo prejuízos às exportações dos produtos brasileiros. 
Em seu segundo governo Fernando Henrique Cardoso intensificou as políticas 
neoliberais, reduzindo a intervenção do Estado. 
Uma das medidas mais sérias adotadas foi o fim da “âncora cambial”, agora 
substituída pela “âncora fiscal”. 
Naquele período a dívida era indexada pelo dólar e os serviços pagos pelo 
governo aos rentistas obrigavam o governo a manter um superávit fiscal primário, ou 
seja, um saldo da arrecadação deduzindo-se os gastos correntes e de investimento 
cada vez maior, o que dificultava qualquer intenção de agir por meio das políticas 
fiscais e/ou monetárias para elevar o crescimento da Economia Brasileira. 
O resultando foi um baixo crescimento econômico, com altas taxas 
de desemprego no período, além de ser difícil melhorar os investimentos em setores 
importantes, como saúde e educação. 
Para agravar as dificuldades, em 2001 as chuvas foram escassas, o que 
associada à necessidade de investimentos no setor elétrico para o aumento na rede de 
transmissão, provocou o chamado apagão que foi um fenômeno marcado pelo corte 
no fornecimento de energia em algumas regiões do Brasil, parando os processos 
produtivos em algumas indústrias. 
Com a crise de abastecimento, o governo teve que criar campanhas para 
redução do consumo de energia, além de outras medidas que deixaram a imagem do 
governo negativa frente à população. 
Algo positivo, no segundo governo FHC, foi a aprovação da Lei Complementar 
número 101, de 4 de maio de 2000, que estabeleceu normas de finanças públicas 
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, parcialmente transcrita adiante: 
 
 
Elaborado por Renato Rodrigues Lima E-Mail: rrlimax@outlook.com Atualização: 17/6/2015 
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14 
 
Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças 
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com 
amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição. 
§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação 
planejada e transparente, em que se previnem riscos e 
corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas 
públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados 
entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições 
no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com 
pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e 
mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de 
receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. 
§ 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
§ 3o Nas referências: 
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, 
estão compreendidos: 
 a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste 
abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o 
Ministério Público; 
 b) as respectivas administrações diretas, fundos, 
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes; 
 II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal; 
 III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas 
da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, 
Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do 
Município. 
 
Com esta nova lei os estados, municípios, governo federal e do distrito federal 
foram obrigados a gastar somente o valor que poderiam arcar, com as receitas 
auferidas, evitando o alto endividamento público. 
 
Situação da Economia no segundo governo: 
 
 
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15 
 
Tabela 3: Inflação anual IGP-M 
Ano % anual 
1999 20,1 
2000 9,95 
2001 10,38 
2002 25,31 
Fonte: Inflação anual IGP-M, disponível em http://www.ipeadata.gov.br/ . 
 
Tabela 4: PIB (Produto Interno Bruto): 
Ano PIB em R$ (milhões) 
1999 1.064.999,71 
2000 1.179.482,00 
2001 1.302.136,00 
2002 1.477.822,00 
Fonte: PIB anual, disponível em http://www.ipeadata.gov.br/ . 
 
Tabela 5: taxa de desemprego RMSP (SEADE) 1999 a 2003 
Ano e mês 
% Taxa de desemprego aberto na 
RMSP (SEADE) 
1999.01 10,7 
2000.01 10,6 
2001.01 10,1 
2002.01 11,3 
2003.01 11,2 
Fonte: http://produtos.seade.gov.br/produtos/ped/metropolitana/ 
 
 
 
 
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16 
 
O primeiro governo Lula e o Programa Bolsa Família: 
 
Depois de perder as eleições, contra Fernando Collor de Mello e Fernando 
Henrique Cardoso, Lula venceu as eleições contra José Serra e alcançou a presidência 
da república em 2002. 
O candidato Luís Inácio Lula da Silva conseguiu votação superior a 58 milhões 
de votos. 
Sua posse ocorreu em 1º de janeiro de 2003, com apoio dos seguintes partidos: 
PT, PSB, PC do B e PL; tendo como seu vice, o empresário José de Alencar Gomes da 
Silva, que fazia parte do PL. 
Foi característica do seu primeiro governo, a não interrupção da estabilidade 
econômica do governo FHC, equilíbrio da balança comercial com um superávit, 
negociações com a Organização Mundial do Comércio (OMC) etc. 
Em relação a política fiscal e monetária, o governo mostrou-se relutante em 
fazer grandes mudanças, preferindo manter um estado tradicional; apenasautorizando o Banco Central a manter a taxa de inflação sob controle, seguindo o 
objetivo determinado pelo governo. 
Boa parte do orçamento do governo Lula foi aplicada em programas de cunho 
social como: 
- ProUni: criado no ano de 2004, o Programa Universidade para Todos tem 
como objetivo, ajudar os jovens com baixa renda a ingressarem no ensino superior, 
utilizando bolsas de estudo integrais ou parciais. 
 
 
 
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Os estudantes são selecionados, com base em seu resultado no Enem – Exame 
Nacional do ensino Médio e a sua situação socioeconômica. 
- Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti): foi iniciado em 1996, 
ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, tem como principal meta retirar as 
crianças e adolescentes de faixa etária entre 07 e 15 anos do trabalho infantil que 
traga perigo a sua saúde e segurança. 
O programa fornece bolsas mensais de R$ 40, com o objetivo de manter estas 
crianças e adolescentes na escola, além de incentivar a participação destes jovens em 
atividades culturais, artes e lazer. 
- Luz para todos: foi implantado em novembro de 2003, com a meta de 
fornecer energia elétrica a 10 milhões de brasileiros, que residem em regiões rurais do 
país, até o ano de 2008, concedendo a todos os brasileiros o direito à luz. 
- Bolsa Família: criado em 2004, foi ajustado e incluído em um só programa de 
transferência de renda, ajudando famílias em situação de pobreza. 
O programa requer que as famílias sigam as regras como: as crianças com idade 
até 15 anos tem que permanecer na escola e possuir 85% de presença, além disso, os 
pais devem manter em dia as carteiras de vacinação. 
 Cerca de 11 milhões de famílias já foram contempladas e o pagamento é 
efetuado por cartão magnético (vide imagem a seguir). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Imagem 1: notas de cem, cinquenta e vinte reais 
 
Fonte: http://www.mds.gov.br/bolsafamilia 
 
- Brasil Alfabetizado e Educação de Jovens e Adultos: programa em parceria 
com Estados, municípios, universidades, empresas privadas, organizações não-
governamentais, corporações internacionais e instituições civis, a fim de combater o 
analfabetismo, entre as pessoas com 15 anos ou mais. 
No governo Lula o Risco Brasil teve o mais baixo índice já visto na história do 
Brasil, todavia ocorreram várias crises, referentes à corrupção em empresas do Estado, 
como por exemplo, o mensalão, o escândalo dos Correios e vários outros que 
derrubaram diversos ministros, entre eles José Dirceu, Antônio Palocci, Benedita da 
Silva, Luiz Gushiken, entre outros. 
 
O segundo governo Lula e o Programa de Aceleração do 
Crescimento (PAC): 
 
No governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, houve baixa inflação, taxa 
de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em quatro anos (2003/2006) de 2,6 % 
em média, redução do desemprego e constantes recordes da balança comercial, além 
 
 
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disso, ocorreu promoção das exportações, diversificação dos investimentos feitos pelo 
BNDES, bem como do microcrédito e ampliação dos investimentos na agricultura 
familiar através do PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar). 
Algo importante foi a liquidação antecipada das dívidas com o FMI, resultando 
em maior confiança internacional e maiores investimentos no mercado financeiro 
brasileiro. Lula prometeu lutar por um crescimento do PIB de 5% ao ano para seu 
segundo mandato e, em 22 de janeiro, foi lançado o PAC (Programa de Aceleração do 
Crescimento), que tratava-se de um conjunto de medidas, com objetivo de acelerar o 
crescimento da economia brasileira, com meta de investimento de mais de 500 bilhões 
de reais para os quatro anos do segundo mandato do presidente, juntamente com 
mudanças administrativas e legislativas. O objetivo do PAC era de um crescimento do 
PIB de 4,5% em 2007 e de 5% ao ano até 2010. 
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), definiu o objetivo de nivelar a 
educação brasileira com a dos países desenvolvidos até 2021 e previa medidas até 
2010 (entre elas a criação de um índice para medir a qualidade do ensino e de um piso 
salarial para os professores de escolas públicas). 
 
O primeiro governo Dilma Rousseff: 
 
Nos quatro anos do governo Dilma Rousseff, que teve início em 2011, houve 
uma piora dos indicadores econômicos do mercado brasileiro, o que pode ser 
observado pelos números apresentados adiante: 
1) A inflação média está acima de 6% ao ano e muito próxima do teto da meta 
que, como se sabe, é de 6,5%. Tudo isso ocorre apesar do franco atraso no 
reajuste de preços administrados e do baixo crescimento; 
 
 
 
 
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2) Houve aumento do endividamento público, sendo que em 2010, a dívida 
bruta do setor público no Brasil era de 53,3% do PIB e em 2014 chegou a 60%; 
3) A taxa SELIC de juros subiu para 11% ao ano e superou o valor de 10,75% do 
início do governo Dilma, em 2011; 
Soma-se aos números negativos, a desconfiança do empresariado e da 
população, sobre os rumos da economia brasileira, o que pode impactar 
negativamente o investimento e o consumo das famílias. 
Outro efeito indesejado, é a desindustrialização do país, devido a busca do 
empresariado por países com impostos menores e menos custos, haja vista o aumento 
das tarifas relativas ao uso de água, energia elétrica, dentre outros fatores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
 
AMORIM, Lilian Bayma de. Cerâmica Marajoara: a comunicação do silêncio. Belém: Museu 
Paraense Emílio Goeldi, 2010. 
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução 4.095, de 28/6/2012. Disponível em 
http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/2012/pdf/res_4095_v1_O.pdf . Acesso em 
02/04/2015. 19h12min. 
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Relatório de Administração 2013. Disponível em 
http://www.bcb.gov.br/Pre/Surel/RelAdmBC/2013/relatorio-de-atividades/panorama-
da-economia-em-2012/setor-externo.html . Acesso em 01/04/2015. 22h18min. 
ECONOMIABR. Dívida Externa. Disponível em 
http://www.economiabr.com.br/Ind/Ind_gerais.htm#Externa . Acesso em 01/04/2015. 
09h12min. 
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA – IPEA. Dívida líquida total do setor 
público. Disponível em http://www.ipeadata.gov.br/ . Acesso em 29/03/2015. 
17h22min. 
SENADO FEDERAL. Redução da dívida externa da União e o aumento das reservas 
internacionais. Disponível em 
http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/contas-publicas/realidade-
brasileira/reducao-da-divida-externa-da-uniao-e-o-aumento-das-reservas-
internacionais.aspx . Acesso em 31/03/2014. 11h23min. 
TESOURO NACIONAL. Sobre a dívida pública federal. Disponível em 
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/web/stn/o-que-e-a-divida-publica-federal- . Acessoem 
05/04/2015. 
 
 
 
 
 
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Sobre o autor 
 
Renato Rodrigues Lima nasceu em 22/08/1976, na cidade de Itanhaém-SP. 
Graduou-se em Ciências Econômicas pela Fundação Escola de Comércio Álvares 
Penteado (2001). Possui especializações em Gestão Pública pela Universidade 
Tecnológica Federal do Paraná (2012), Auditoria e Controladoria pelo Centro 
Universitário de Maringá (2012), Engenharia Ambiental pela Universidade Cândido 
Mendes (2014) e Psicopedagogia Institucional pelo Centro Universitário Barão de 
Mauá (2015). Atualmente é aluno do Programa de Mestrado Interdisciplinar em 
Ciências Humanas da Universidade de Santo Amaro, em São Paulo-SP.

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