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1 CONCEITOS GERAIS PSICOFARMACOLOGIAPSICOFARMACOLOGIA Prof. José Ricardo Soares de Oliveira FARMACOLOGIAFARMACOLOGIAFARMACOLOGIAFARMACOLOGIA Estuda as substâncias que interagem com sistemas vivos por meio de processos químicos, ligando-se a moléculas reguladoras e ativando ou inibindo processos corporais normais. AA ciênciaciência queque estudaestuda osos efeitosefeitos nocivosnocivos decorrentesdecorrentes dasdas interaçõesinterações dede substânciassubstâncias químicasquímicas comcom oo organismoorganismo.. TOXICOLOGIATOXICOLOGIATOXICOLOGIATOXICOLOGIA Efeitos terapêuticos Efeitos colaterais DROGA: É a matéria-prima mineral, vegetal ou animal da qual pode-se extrair um ou mais princípios ativos Remédio: Tem um sentido amplo. agentes que podem debelar um mal ou uma doença, buscando o bem estar; hidroginástica, fisioterapia, helioterapia (tratamento com raios solares), aromaterapia. MEDICAMENTO: Qualquer substância que aplicada ao organismo interno ou externamente pode preencher um fim curativo, especialmente quando se encontra numa forma farmacêutica FÁRMACO: Substância química de constituição definida usado como agente para diagnóstico, tratamento, cura ou prevenção de doenças humanas e de animais Medicamento Ativo Inativo* farmacologicamente P.A. Adjuvantes Excipientes Veículos Preparações: • Magistrais (prescrição) • Oficinal (compêndios) • Especialidade farmacêutica (industrializados) Medicamento: toda preparação farmacêutica contendo um ou mais ingredientes ativos, destinada ao diagnostico, prevenção ou tratamento de doenças. Especialidade Farmacêutica: produto oriundo da indústria farmacêutica com registro no Agencia Nacional de Vigilância Sanitária e disponível no mercado. 2 FORMA FARMACÊUTICA: Estado final de apresentação após submissão dos componentes da fórmula às operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar administração e obter maior efeito terapêutico. FÓRMULA: Relação quantitativa dos farmoquímicos refere- se a forma física (líquida, semi-sólida, sólida), a qual esta totalmente relacionada os ingredientes. DROGA Qualquer substância que ocasiona uma alteração no funcionamento biológico por suas ações químicas. Efeito benéfico Efeito adverso FARMACOLOGIA TOXICOLOGIA Fármaco Agente tóxico Probabilidade de que um efeito ou dano seja tolerado por um organismo. Ou seja, que o benefício real trazido pelo uso da substância seja maior do que o risco Riscos aceitáveis OBS: quanto maior este índice maior a margem de segurança do medicamento DOSE Dose eficaz Dose Letal ÍNDICE TERAPÊUTICO DROGAS NO ORGANISMO Principios farmacodinâmicos Principios farmacocinéticos A ação da droga sobre o corpo A ação do corpo sobre a droga Absorção Distribuição EliminaçãoBiotransformação A farmacocinética estuda quantitativamente a cronologia dos processos metabólicos da absorção, distribuição, biotransformação e eliminação. Já a farmacodinâmica farmacodinâmica estuda as ações e efeitos que o fármaco vai provocar no organismo, ou seja, o mecanismo de ação das drogas. DROGAS NO ORGANISMO 3 PROPRIEDADES FÍSICO QUÍMICAS x ATIVIDADE BIOLÓGICA • As propriedades FÍSICO QUÍMICAS dos fármacos influenciam também a fase farmacocinética. PRINCÍPIOS FARMACOCINÉTICAS Absorção Distribuição Biotransformação Eliminação Via de administração FÁRMACO SANGUE Proteínas do plasma RESPOSTA (EFICÁCIA X TOXICIDADE) VIA PULMONAR VIA DÉRMICA OUTRAS VIAS MUCOSA BUCAL VIA GÁSTRICA TGI BILE FÍGADO FEZES URINA RINS SÍTIOS DE AÇÃO DEPÓSITOS DE ARMAZENAMENTO MORFINAMORFINAMORFINAMORFINA A base moderna da farmacologia foi estabelecida por Sertümer, que isolou em 1803 a morfina da papoula. Morfina: homenagem a Morfeu, o deus dos sonhos na mitologia grega. Analgésico, hipnótico e antitussígeno. CODEÍNACODEÍNACODEÍNACODEÍNA Antitussígeno (xaropes). CH3 HEROÍNA Sintetizada a partir da morfina (1989). (3,6 diacetil morfina) Efeito sem vício! Atravessa a barreira hematoencefálica muito mais rapidamente que a morfina. LIPOFILICIDADE ORGANIZACAO ANATOMICA E FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO 4 A. Nível de análise 1. Cognitivo – comportamental 2. Sistemas – interações entre vários tipos de unidades celulares 3. Celular – propriedade de um único neurônio 4. Subcelular – propriedade das estruturas subcelulares como canais iônicos 5. Molecular - mecanismos de ação de moléculas B. Disciplinas 1. Clinicas Neurologia, Psiquiatria e Neurocirurgia 2. Pesquisa Básica ou Experimental Fisiologia, Anatomia, Farmacologia, Neuroquimica, Psicologia, Psicofísica, Biologia Molecular e Neuroetologia 3. Teórica Neurociência computacional e Redes neurais (inteligência artificial) VÁRIOS NIVEIS DE ANÁLISE ENVOLVENDO VÁRIAS DISCIPLINAS Níveis de análise do SN 1) Cognitivo: comportamental 2) Sistema: interação entre varias unidades celulares 3) Celular: propriedades de células unitárias 4) Subcelular: biofísica de canais iônicos 5) Molecular: mecanismos de ação das proteínas e neurotransmissores SISTEMANERVOSO SENSORIAL - Conjunto de neurônios relacionadas com as funções de decodificação e interpretação dos estímulos originados nos órgãos sensoriais somáticos e viscerais SISTEMANERVOSO MOTOR - Conjunto de neurônios relacionados com as funções motoras somáticas e viscerais SISTEMA SISTEMA NERVOSONERVOSO SISTEMANERVOSO INTEGRATIVO - Conjunto de neurônios que realizam a integração sensorial e motora, além de interpretar e elaborar comandos motores Divisão funcional do SISTEMA NERVOSO SISTEMA NERVOSO CENTRALSISTEMA NERVOSO CENTRAL Encéfalo Medula SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICOSISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Nervos espinhais e cranianos Gânglios Sensitivos Sistema nervoso autônomo Receptores Sensoriais Plexo Entérico O Sistema Nervoso é dividido anatomicamente em: O tecido nervoso é formado basicamente de dois tipos de células: - Neurônios - Gliócitos NEURÔNIO O neurônio possui tipicamente todos os elementos de uma célula eucariótica Condução Nervosa 5 Gerar e propagar atividades elétricas (impulso nervoso). Comunicam-se entre si por meio de sinapses nervosas químicas ou elétricas. Processar digitalmente os sinais elétricos integrando potenciais elétricos excitatórias e inibitórios. Comunicam-se com células efetuadoras musculares ou glandulares. PROPRIEDADES COMUNS DOS NEURÔNIOS: PROPRIEDADES COMUNS DOS NEURÔNIOS: A neurotransmissão ocorre entre os neurônios e entre neurônios e células efetuadoras (células musculares ou glandulares). Os NT são excitados em função dos impulsos nervos (sinais elétricos) Comunicação Nervosa A maquinaria neuronal realiza suas funções metabólicas e sintetiza substâncias químicas especificas = neurotransmissores, que são armazenadas em vesículas. As vesículas são transportadas e armazenadas nos terminais nervosos de onde são secretadas. NT de baixo PM: sintetizados e armazenados nos terminais nervosos NT de alto PM: sintetizados no corpo celular, transportados para os terminais onde são armazenados Secreção Recaptaçâo SINAPSE Neurotransmissores Mecanismos de ação Sinapse • A transmissão do impulso nervoso ocorre sempre do axônio de um neurônio para o dendrito ou corpo celular do neurônio seguinte. • A informação que viaja na forma de impulsos elétricos ao longo de um axônio é convertida, no terminal axonal, em um sinal químico que atravessa a fenda sináptica • Na membrana pós-sináptica o sinal químico é convertido novamente em sinalelétrico. 6 Sinapse Fases 1. Síntese pré-sináptica do neurotransmissor 2. Armazenamento do neurotransmissor no terminal axonal 3. Liberação regulada do NT na fenda sináptica 4. Ativação dos receptores específicos pós sinápticos 5. Retirada do NT da fenda sináptica, a fim de teminar a ação sobre a célula pós-sináptica Neurônio pré-sináptico Neurônio pós-sináptico sinapse local de contato entre neurônios. SINAPSE NERVOSA a) Sinapse Elétrica Presença de mediadores químicos Controle e modulação da transmissão Lenta Sem mediadores químicos Nenhuma modulação Rápida TIPOS DE SINAPSE b) Sinapse Química Potencial de Repouso 7 Condução Nervosa Neurotransmissores Critérios 1. Deve ser sintetizado pelo neurônio 2. Presente no terminal pré-sináptico e liberado em quantidade suficiente para exercer uma ação definida no neurônio pós-sináptico ou no órgão efetor 3. Quando administrado exogenamente deve mimetizar as ações da sua liberação endógena 4. Possuir sítios de ação definidos (receptores) 5. Mecanismo de remoção do seu sítio de ação Neurotransmissores Tipo Neurotransmissor Função Aminas Acetilcolina Excitatório (SNP) Dopamina Noradrenalina Adrenalina Serotonina Aminoacidos GABA Inibitório (SNC) Glutamato Excitatório (SNC) Glicina Inibitório (SNC) Etapas da neurotransmissão � síntese e armazenamento � liberação na fenda sináptica � difusão e reconhecimento pelos receptores pós- sináptico � transdução do sinal � transmissão rápida � transmissão lenta � recaptura do transmissor � desativação do neurotransmissor precursor Ca2+ NT transportador Receptores enzima enzima enzima transportador Glutamato Glutamato Descarboxilase GABA GABA transaminase Substância inativa 8 Neurotransmissores 1. Ácido gama-amino-butírico (GABA) • Principal neurotransmissor inibitório no SNC. • Distribuído por todo SNC, não atravessa a barreira hematoencefálica. • Dois receptores (GABAA e GABAB ) o primeiro é mais importante e possui sítios de ligação para o GABA, e participa nos efeitos de ansiolíticos, hipnóticos e anticonvulsivantes (barbitúricos e benzodiazepínicos), o etanol e os anestésicos. GABA • Está presente em quase todas as regiões do cérebro, embora sua concentração varie conforme a região. • Envolvido com os processos de ansiedade. • A inibição da síntese do GABA ou o bloqueio de seus neurotransmissores no SNC, resultam em estimulação intensa, manifestada através de convulsões generalizadas. • Álcool e diazepam Sistema gabaérgico Neurotransmissores 2. ACETILCOLINA (Ach) • Neurotransmissor de distribuição difusa no SNC (Periférico e Central) • A Ach do SNC está relacionada com a memória e controle hidrosalino • Dois recepetores : muscarínicos (inibição e excitação); nicotínicos (excitatórios). • Aumento de sua atividade nos núcleos da base relaciona-se com o Mal de Parkinson. • Diminuição de sua atividade no Hipocampo e Neocortex parece se relacionar com a Doença de Alzheimer. Neurotransmissores 3. DOPAMINA (DA) • Responsável pelo controle motor e pela regulação da hipófise. • Sua falta provoca: rigidez muscular, lentidão de movimentos e Mal de Parkinson; e o excesso, movimentos involuntários. • Dois receptores (D1 e D2), que diminuem com a idade (D1). • Neurotransmissor que se concentra em algumas regiões do SNC, nos sistemas : � Nigroestriatal - Parkinson � Mesocorticolímbico - Esquizofrenia � Tuberoinfundibular - Secreções hormonais Dopamina • Neurotransmissor inibitório derivado da tirosina. • Sensações de satisfação e prazer. • Três subgrupos 1. Rregula os movimentos: deficiência leva à doença de Parkinson 2. Mesolímbico: funciona na regulação do comportamento emocional. 3. Mesocortical: projeta-se apenas para o córtex pré- frontal. Esta área do córtex está envolvida em várias funções cognitivas, memória, planejamento de comportamento e pensamento abstrato, assim como em aspectos emocionais, especialmente relacionados com o stress. Distúrbios nos dois últimos sistemas estão associados com a esquizofrenia. 9 Neurotransmissores 4. NORADRENALINA (NA) • Possui 4 subgrupos de receptores onde pode atuar. CARACTERÍSTICAS 1. α1 � Receptor pós-sináptico. � Provoca aumento da excitabilidade do SNC. 2. α2 � Receptor pré-sináptico. � Provoca Hiperpolarização de membrana. � São mais freqüentes: no Tronco encefálico e Medula espinhal. 3. β1 � Receptor pós-sináptico. � Provoca Aumento da excitabilidade do SNC. � São mais freqüentes: no córtex. 4. β2 � Receptor pós-sináptico. � São mais freqüentes: no córtex. Neurotransmissores 5. SEROTONINA (5-HT) ou 5-hidroxitriptamina • Presente em todo o SNC e é responsável pelo: controle emocional, sono, apetite, termorregulação, controle da pressão sanguínea, dor e controle neuro-endócrino. • Corpos celulares que se localizam nos núcleos da rafe com projeções para o cérebro anterior e medula. • Receptores do tipo HT – podem apresentar diferentes características quando ativados: inibição ativ. neural, auto- reguladores de 5-HT, efeitos alucinógenos, excitação e antieméticos. • Bloqueio na recaptação neuronal de 5HT mecanismo de ação de vários antidepressivos. Serotonina • Regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas. • Tem efeito inibidor da conduta e modulador geral da atividade psíquica. • Influi sobre quase todas as funções cerebrais, inibindo-a de forma direta ou estimulando o sistema GABA. Serotonina Neurotransmissores 6. HISTAMINA Neurotransmissor no SNC (córtex e hipotálamo). • Responsável: secreção do hormônio antidiurético, inibição de hormônios da tireóide, circulação cerebral, vasodilatação e hipotermia. • Envolvido em patologias relacionadas ao aumento de susceptibilidade à hipersensibilidades e ulceras gástricas. • Fármacos antagonistas da histamina para tratamento das alergias e gastrites. 10 Neurotransmissores 7. GLUTAMATO ou ácido glutâmico • Neurotransmissor excitatório mais importante do SNC. • Distribuído por todo SNC. • Envolvido em patologias relacionadas ao aumento de susceptibilidade às convulsões epilépticas. • Fármacos antagonistas do glutamato estão sendo testados para tratamento da epilepsia. Glutamato • Ativação aumenta a sensibilidade aos estímulos dos outros neurotransmissores. Neurotransmissores 8. GLICINA : • neurotransmissor inibitório no SNC • Localizado principalmente nas regiões do tronco cerebral e na medula espinal. • Estricnina - antagonista farmacológico que induz convulsões. Neurotransmissores 8. OUTROS • Endorfinas • grupo de substancias assemelhadas as proteínas, as endorfinas e as encefalinas, foram identificadas como neurotransmissores que estimulavam especificamente os receptores Outros Peptídeos • Capazes de regular a atividade neural, isoladamente ou em conjunto com NT. • Síntese no retículo endoplasmatico liso Propeptideo clivado migra através de vesículas do citoplasma até o terminal. • Não existem mecanismos de recaptura Principais peptideos • VIP ( vasoactive intestinal peptideo) • CCK ( colecistoquinina ) • Encefalinas (endorfinas) • Substância P • Somatostatina. 11 Efeitos dos Fármacos • Os fármacos que atuam sobre o SNC o fazem sobre sistemas neurais específicos de forma aditiva ou competitiva. • As condições fisiológicas dos indivíduos influenciam os efeitos de fármacos no SNC. Ex.: hipnóticos são menos efetivos em indivíduos hiperexcitados. Classificação dos Psicofármacos • Psicodepressores Antipsicóticos Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos • PsicoestimulantesAntidepressores Psicotónicos • Psicodislépticos e alucinógenos Neuropsicofarmacologia • ESTIMULANTES: • psicostimulantes (ex. anfetaminas) • energizantes ( ex. piracetam) Neuropsicofarmacologia • REGULADORES DO HUMOR antidepressivos (ex. tricíclicos) lítio Neuropsicofarmacologia • DEPRESSORES antipsicóticos ansiolíticos hipnóticos anestésicos antiepilépticos DependênciaDependênciaDependênciaDependência “um conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos que indicam que o indivíduo perdeu o controle do uso da droga e continua a usar a substância apesar das conseqüências adversas deste uso “ (DSM-IV, 1994) 12 Farmacodependência • CONCEITO Perda do controle do uso da droga Uso a despeito das consequências adversas Farmacodependência • FATORES RELACIONADOS fármaco indivíduo ambiente • disponibilidade • custo • potência e grau de pureza • via de administração • farmacocinética VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM DROGA (FÁRMACO) • fatores hereditários: predisposição tolerância inata, velocidade do desenvolvimento de tolerância • transtornos psiquiátricos • experiência/expectativa anterior • propensão para “comportamento de risco” VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM INDIVÍDUO (idiossincrático) • atitudes da comunidade: ambiente social, contexto de época • disponibilidade de outros reforçadores (prazer e recreação) • estresse VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM AMBIENTE 11,2 9 1 0 2 4 6 8 10 12 po rc en ta ge m 1 álcool tabaco maconha Drogas mais consumidas no Brasil Estudo domiciliar - Dependentes (CEBRID, 2001) 13 Uso prolongado Interrupção do uso Síndrome de abstinência Tolerância neuroadaptação Todas as drogas que induzem dependência aumentam a liberação de dopamina no núcleo acumbens Di Chiara et al., Neuropharmacology, v.47; p.227-241, 2004. • Wise & Bozarth (1987) “Todas as drogas que produzem dependência tem em comum a propriedade de produzir efeito prazeiroso” Wise & Bozarth, Psychol. Rev., v.94, p.469-92, 1987 NEUROTRANSMISSORES � dopamina⇒ sistema do prazer (“cocaína/anfetamina”) � acetilcolina ⇒ centro do orgasmo (“nicotina”) � adrenalina ⇒ sistema de recompensa do hipotálamo � serotonina ⇒ cérebro emocional � anandamida (lipídeo) ⇒ (“maconha”) NEUROPEPTÍDEOS (NEURO-HORMÔNIOS) � aminoácidos, liberados no sangue � secretados pelo hipotálamo (pulsões vitais, emoções = s. límbico) � emoção: → secreção do neuropeptídeo (no cérebro e no organismo) → favorece a adptação imediata do corpo às reações cerebrais provocadas pela emoção sentida 14 NEUROPEPTÍDEOS (NEURO-HORMÔNIOS) � ENDORFINAS → sistema límbico, medula espinal (via da dor), intestino → agem sobre a vida afetiva, sofrimento, digestão, sono → “morfina/heroína” � LHRH → provoca a liberação dos estímulo sexuais pela hipófise (♂ e ♀) → LH e FSH → responsável pela ovulação (♀) � VIP → polipeptídeo vaso-intestinal: hipófise, pâncreas e órgãos sexuais, apetite, ereção sistema límbico VIA DOPAMINÉRGICA MESOLÍMBICA E PSICOFARMACOLOGIA DA RECOMPENSA realizações intelectuais realizações atléticas ouvir uma sinfonia sensação de orgasmo uso de psicotrópicos neurônios mesolímbicos dopamina sistema límbico COMO FUNCIONA A DROGA DE ABUSO NO SISTEMA LÍMBICO � droga de abuso ⇒ o prazer pode ser obtido de forma mais intensa e mais fácil � a recompensa produzida pela droga produz um suprimento límbico pós-sinaptico de dopamina tão intenso que os receptores D2 passam a necessitar furiosamente de mais dopamina depois que a droga pára de atuar ⇒ buscar mais droga (ciclo vicioso) sistema límbico COMO FUNCIONA A DROGA DE ABUSO NO SISTEMA LÍMBICO ► o risco de se tornar um abusador pode depender de quantos receptores o indivíduo possui: � poucos receptores ⇒ da primeira vez, o uso não causa muito efeito, mas se tornará cada vez mais prazeroso com o aumento da dose � muitos receptores ⇒ o uso será aversivo e isso pode impedir o indivíduo de tentar novamente drogas no cérebro • o uso crônico modifica o funcionamento cerebral, persistindo por muito tempo depois que o indivíduo pára de usar a substância • efeitos nos níveis molecular, celular, estrutural e funcional (por isso, uma doença cerebral) • um “interruptor” parece se ligar no cérebro em função do uso prolongado de drogas! drogas no cérebro • o uso de drogas é um comportamento voluntário • quando o “interruptor” é ligado, o indivíduo entra em estado de dependência química, caracterizado pela busca e consumo compulsivo da droga 15 drogas no cérebro • a dependência química é uma doença psicobiológica • fatores: → biológicos → psicológicos → contexto social drogas no cérebro • entre os humanos, a maior parte dos usuários de drogas NÃO se torna abusivo ou dependente químico • entre animais, o consumo estável de drogas pode se dar sem o aparecimento de sinais acentuados de dependência, mesmo com administração EV drogas no cérebro • fatores que influenciam: → disponibilidade → via de administração → genética → histórico de uso de drogas → estresse → eventos vitais sistemas de recompensa e de punição � o cérebro é capaz de aprender por si mesmo (sem a consciência) � “sistemas de reforço” (no sistema límbico) para comportamentos eficazes entram em ação quando uma ação realizada pelo indivíduo lhe permitiu obter um bom resultado � efeito do sistema de recompensa: acionar o sistema de prazer contido no sistema límbico, o que, de um lado, recompensa o “bom” comportamento, mas, de outro, favorece também seu registro na memória (uma “boa” lembrança emocional é muito mais facilmente guardada que uma “má”) sistemas de recompensa e de punição � sistema de punição com finalidade de “punir” o cérebro quando ele orientou mal uma ação: ele aprende, assim, pouco a pouco, a evitar os comportamentos negativos ou pouco eficazes. Mas o cérebro inteligente pode ser mais forte, infelizmente, que esse sistema de punição e provocar condutas sociais mal-adaptadas: por exemplo, a timidez provocada por certos complexos sistema de recompensa • o sistema de recompensa, constituído pela área tegmental ventral e o nucleus accumbens, emite prolongamentos para o sistema límbico (emoção) e o córtex pré-frontal (funções psíquicas superiores). Está relacionado à busca do prazer e é estimulado por substâncias psicoativas 16 “o sofrimento em espiral” • a primeira falha de autocontrole pode levar a um sofrimento emocional que inicia um ciclo de falhas repetidas de autocontrole, no qual cada infração traz mais sentimentos negativos (culpa) contra-adaptação • NEUROQUÍMICA: redução da neurotransmissão dopaminérgica e serotoninérgica (núcleo acumbens) durante a abstinência da droga • MOLECULAR E CELULAR: transmissão GABAérgica diminuída e glutamatérgica aumentada na abstinência alcoólica sensibilização • a dopamina regula o impulso motivacional e a atenção a estímulos salientes, incluindo os estímulos reforçadores • a sensibilização torna os estímulos (uso da droga e comportamentos relacionados) altamente salientes, atrativos e desejados • a sensibilização resulta em aumento patológico da relevância que o SNC atribui ao ato de usar a droga • uso repetido ⇒ droga e os estímulos associados progressivamente mais atrativos e capazes de controlar o comportamento • dessa forma, desenvolve-se a fissura pela droga e o seu uso compulsivo sistema de recompensa e dependência química • o sistema de recompensa é uma parte primitiva do SN dos mamíferos que assegura que comportamentos fundamentais à sobrevivência da espécie, tais como alimentação e sexo, sejam percebidos como prazerosos. Dessa forma, aumenta a possibilidade de que tais comportamentossejam sempre repetidos • substâncias psicoativas como a cocaína e a anfetamina agem diretamente sobre esse sistema, enquanto a nicotina e os opiáceos o estimulam indiretamente. As causas naturais que normalmente estimulam o sistema de recompensa chegam a aumentar em até 100% sua atividade. Na vigência de substâncias psicoativas, no entanto, essa atividade pode ser 1000 vezes maior a fissura • a evitação dos sintomas de desconforto (síndrome de abstinência), entre eles, a fissura, é o grande propulsor da manutenção do uso • tais sintomas decorrem, provavelmente, de alterações neurobiológicas na estrutura anatômica dos neurônios, por exemplo, redução de terminações nervosas e receptores • essas alterações permanecem meses após a interrupção do consumo. Elas acabam por bloquear o efeito euforizante da droga: o indivíduo deixa de sentir o prazer de outrora, mas continua impelido a buscar a droga, uma vez que seu corpo se adaptou a sua presença e sentirá sua falta em caso de abstinência da mesma aprendizado e memória • a fissura pode ser facilmente desencadeada por lembranças (ou situações que as desencadeiem) ligadas aos tempos de consumo • a cocaína e a nicotina, por exemplo, intensificam as conexões entre neurônios - fenômeno associado ao aprendizado - do nucleus accumbens • o córtex pré-frontal, região das funções superiores (raciocínio, abstração, planejamento,...) e relacionado ao aprendizado, é fortemente estimulado pelo uso de substâncias psicoativas • o controle da impulsividade e a tomada de decisões também são regulados pelo córtex pré-frontal e se tornam menos eficazes após a instalação da dependência 17 Diagnóstico de dependência (DSM-IV, 1994) • Tolerância • Abstinência • Uso freqüente de quantidades maiores ou por períodos mais prolongados do que o pretendido • Desejo persistente ou esforços mal-sucedidos para controlar o uso • Muito tempo é consumido em conseguir, usar ou recuperar-se do uso • Abandono ou redução de atividades sociais, ocupacionais ou recreativas devido ao uso • Uso mantido apesar do reconhecimento de problemas físicos ou psicológicos persistentes ou recorrentes, causados ou agravados pelo uso pelo menos 3 durante os últimos 12 meses Síndrome de abstinência • Conceito - conjunto de sinais e sintomas, geralmente opostos aos efeitos agudos, que causam desconforto intenso ao indivíduo resulta de neuroadaptação que aparece como tolerância no decorrer do uso • Fatores Relacionados fármaco/indivíduo CASO CLÍNICO Paciente ansioso, utilizando Valium® sob prescrição médica, passa a consultar outros médicos na tentativa de conseguir um número maior de prescrições. Quadro provável do paciente? DEPENDENTE Quadro provável CASO CLÍNICO Paciente em alta hospitalar após tratamento com opióides apresenta intensas cólicas abdominais,vômitos, diarréia e suores intensos. Quadro provável Paciente em síndrome de abstinência pela retirada do opióide. Dependente? 18 PISCOFARMACOLOGIA. • Bases da psicofarmacologia. NEUROTRANSMISSOR ENFERMIDADE RELACIONADA MEDICAMENTOS DOPAMINA PSICOSES / DEFICIT DE ATENÇÃO / AUTISMO RITALINA, RISPERDAL, HALDOL SEROTONINA DEPRESSÃO / AUTISMO / ANSIEDADE PROZAC, TOFRANIL NORADRENALINA DEPRESSÃO / SONO / AUTISMO TOFRANIL, CATAPRESAN GLUTAMATO EPILEPSIA / AUTISMO / DOR CRÔNICA NEURONTIN, TOPAMAX GABA EPILEPSIA / AUTISMO DEPAKENE, VALIUM, RIVOTRIL ACETILCOLINA ALZHEIMER / TRAST DE MEMORIA ERANZ
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