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3-ANGIOGRAFIA.pdf

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Núcleo de Tecnologia Clínica
 
3. ANGIOGRAFIA 
3.1 INTRODUÇÃO 
O estudo radiográfico das artérias e veias da-
ta de Janeiro de 1896, exatamente 1 mês da descober-
ta dos raios X por Wilhem Roentgen. 
Nesta data, um médico chamado Hascheck 
injetou um material de contraste nos vasos de uma 
mão amputada e observou que mais uma ferramenta 
diagnóstica poderia ser explorada. 
A partir daí, foram desenvolvidos novas 
substâncias de contraste e avanços tecnológicos que 
permitiram o desenvolvimento até mesmo de técnicas 
de diagnostico e terapia. No final, podemos dizer que 
a angiografia, também conhecida como hemodinâmi-
ca, é uma utilização diferenciada para o equipamento 
fluoroscópico. 
 
 
Fig. 3.1. Imagem obtida com a angiografia. 
3.2 ELEMENTOS DE CONTRASTE 
O uso de elementos de contraste em Angio-
grafia é fundamental para que o resultado seja satis-
fatório na visualização dos vasos e artérias, 
normalmente transparentes à radiação. 
No passado, eram usados compostos iônicos, 
que possuíam iodo como base, substituídos mais tar-
de por compostos não iônicos com baixa concentra-
ção de íons, que provocam poucos problemas 
fisiológicos e reduzidas reações adversas em pacien-
tes injetados. 
O elemento mais utilizado ainda é o iodo, 
considerando suas características de opacidade à ra-
diação e segurança para introdução em concentrações 
adequadas de forma a produzir imagens de qualidade 
diagnóstica. 
3.3 ANGIOGRAFIA INTERVENCIONISTA 
A angiografia é uma técnica que se refere às 
várias formas de acesso a vasos e artérias do paciente 
a partir da injeção de contraste. No início, a angio-
grafia intervencionista se dividia basicamente em 
dois procedimentos: a arteriografia e a cateterização 
cardíaca, praticada desde os anos 30. 
Mais tarde, no decorrer dos anos 60, foram 
introduzidas práticas de angiografia coronária seleti-
va transfemural, que permitia o acesso às artérias 
coronárias, realizada através da artéria femural, e 
também a angioplastia percutânea transluminal. 
O acesso arterial muitas vezes evita cirurgias, 
pois, por meio de um cateter dirigido através de um 
vaso, chega-se a locais que necessitam intervenção, 
tais como êmbolos de gordura. Há um tipo de agulha 
(agulha de Seldinger) que serve para que o médico, 
através de um estilete que faz parte da agulha, tenha 
acesso ao vaso. Após isso, o estilete é desconectado 
da agulha e é inserido um guia, feito de material 
radiopaco, até o local programado, com acompanha-
mento via equipamento de fluoroscopia. 
Os guias permitem a introdução de cateteres 
nos vasos, facilitando ao médico sua manipulação 
dentro da rede vascular. Após a colocação do cateter 
na posição, o guia é retirado. Através do cateter, é 
injetado o contraste para permite a visualisação da 
rede vascular a ser examinada pelo equipamento flu-
oroscópico. A figura 3.2 mostra que o guia é a parte 
interna do cateter, possibilitando sua retirada após a 
inserção do conjunto até o ponto desejado no vaso. 
 
 
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Guia Cateter 
Fig. 3.2 Representação do conjunto cateter-guia 
24 Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA 
 
Núcleo de Tecnologia Clínica
 
Existem vários tipos de cateteres, dependen-
do do tipo de procedimento a ser executado e do tipo 
de vasos a serem acessados. Na figura, estão coloca-
dos, da esquerda para a direita, cateteres dos tipos: 
 
Simmons, para artérias carótidas; 
Cobra, para vasos viscerais abdominais; 
Newton 4, para artéria carótida esquerda; 
Rabo-de-porco (pig tail), para injeção aórtica; 
Harwood-Nash, para artérias cerebrais em cri-
anças. 
 
 
Figura 3.3. Tipos de cateteres. 
 
O procedimento angiográfico requer alguns 
cuidados especiais tais como exames físicos anteci-
pados, para saber sobre a história médica do paciente 
e sobre possíveis reações alérgicas aos elementos a 
serem injetados como constraste. O paciente é sub-
metido a uma dieta líquida e permanece em repouso 
após o exame. É fundamental que o procedimento 
seja feito com o acompanhamento eletrocardiográfi-
co, medição de pressão sangüínea e oximetria de 
pulso. Mesmo após o procedimento, o paciente deve 
permanecer imóvel por 4 horas, com acompanha-
mento rigoroso dos sinais vitais e inspeção do local 
da punção. 
3.4 INSTALAÇÕES PARA ANGIOGRAFIA 
Basicamente, o equipamento necessário para 
a realização de um exame ou exploração angiográfica 
necessita de recursos que permitam o acompanha-
mento do procedimento via vídeo, como na Fluoros-
copia, por exemplo, embora os equipamentos sejam 
mais pesados, flexíveis e caros que os usados nessa 
especialidade. Com relação à sala de procedimentos, 
ela deve ser tal que permita a colocação de equipa-
mentos básicos, tais como bombas de infusão de con-
traste, a mesa de exames, acoplada ao fluoroscópio, 
dois ambientes separados (um para controle e outro 
para o procedimento em si), além de espaço suficien-
te para permitir a circulação da equipe envolvidas 
nos procedimentos. O ambiente de controle deve 
permitir duas alternativas de acesso ao ambiente de 
procedimento e este deve possuir ao menos mais um 
acesso externo para possibilitar a passagem de uma 
maca com o paciente. A sala de controle deve favo-
recer o acesso visual a todo o ambiente de 
procedimento. 
 
 
Fig.3.4. Sala de controle de um serviço de angio-
grafia: além do computador para cadastro do 
paciente, três monitores permitem a visualização 
de imagens diferentes ao mesmo tempo. (cortesia 
Hospital Dona Helena - Joinville) 
3.4.1. Equipe Especializada 
Os procedimentos angiográficos exigem uma 
equipe bastante grande e como grande habilidade na 
execução das tarefas. O técnico em Radiologia que 
executa tarefas em Angiografia intervencionista deve 
ser muito especializado, sendo que, em alguns países, 
é exigido um exame de qualificação especial para 
aqueles que pretendem realizar tais procedimentos. 
Normalmente, em ambiente onde se realizam 
exames ou procedimentos intervencionistas, são ne-
cessários dois técnicos em radiologia, um anestesista, 
além do radiologista responsável, e da equipe de en-
fermagem, que mantêm o paciente sob monitoração 
constante e executar as tarefas de preparo do pacien-
te. Por causa da qualidade da equipe médica, além do 
custo do equipamento e da infra-estrutura necessária, 
a angiografia normalmente só é disponibilizada em 
hospitais de médio e grande porte. 
3.4.2. Equipamento 
A angiografia intervencionista é uma especi-
alidade que requer, do ponto de vista do equipamento 
radiográfico, que este possua algumas características 
específicas para que possam ser executados alguns 
exames e procedimentos. 
Normalmente a sala deve possuir dois tubos 
de raios X ligados ao teto e um intensificador de i-
magem, montado em um braço tipo C ou L, confor-
me mostra a figura 3.5. Com relação às 
características da ampola propriamente dita, esta de-
ve ter um anodo que possua bastante masssa, com 
 ANGIOGRAFIA 25 
 
Núcleo de Tecnologia Clínica
 
angulação pequena e catodos projetados para produ-
zir magnificação e radiografias seriadas. Os tama-
nhos dos focos devem ir de 0,3 até 1,0 mm, para 
permitir a exploração por magnificação de imagens 
dos vasos cerebrais, que possuem pequeno diâmetro. 
 
 
Fig.3.5. Equipamento com arco em C. 
 
Além disso, são fixados no teto de 2 a 5 mo-
nitores de televisãopara que toda a equipe possa vi-
sualizar o desenvolvimento do procedimento. Além 
disso, imagens diferentes podem ser colocadas em 
cada um dos monitores para facilitar o diagnóstico. 
 
 
Fig.3.6. Monitores de televisão presos ao teto. 
(cortesia Hospital Dona Helena - Joinville) 
 
 
Fig.3.7. Equipamento com arco em C. 
3.5 CINEFLUOROGRAFIA 
A cinefluorografia é uma aplicação dos prin-
cípios fluoroscópicos muito comum para o acompa-
nhamento de arteriografia coronária. 
Neste caso, é usada uma câmera de cinema 
que utiliza filmes 35 x 24 mm, cujo movimento é 
sincronizado aos pulsos de raios X, que são dispara-
dos somente quando o filme estiver parado. O siste-
ma possui um mecanismo que desloca o filme nos 
intervalos dos pulsos de radiação e uma placa metáli-
ca que permite a passagem de luz da tela menor para 
o filme somente quando o equipamento está produ-
zindo radiação. As exposições podem ocorrer em 
taxas de 7,5, 15, 30, 60, e 120 quadros por segundo. 
O usual é a utilização de taxas de 30 a 60 quadros e 
o tempo de ativação dos raios X é de aproximada-
mente 1 a 8 milisegundos, para evitar o borramento 
da imagem pelo movimento cardíaco. A gravação é 
possível através de um sistema de lentes e de dia-
fragmas, que capturam a imagem da tela menor. 
 
rolo de 
filme 
 
Fig.3.8. Detalhe do tubo intensificador de imagem 
e do dispositivo de filme 35 mm. (cortesia Hospital 
Dona Helena - Joinville) 
3.6 DOSE DURANTE O PROCEDIMENTO 
Os procedimentos que envolvem o uso dos 
princípios fluoroscópicos fazem com que a dose as-
sociada à pele (ou órgãos internos) do paciente seja 
considerável, visto que os tempos de exposição em 
26 Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA 
 
Núcleo de Tecnologia Clínica
 
alguns exames são muito longos. Como exemplo 
disso, podemos avaliar a dose vinculada a procedi-
mentos tais como o registro de imagem via câmera 
fotospot e TV. 
No caso da câmera, sabe-se por medições 
com câmaras de ionização que, na entrada da tela 
menor do tubo intensificador, a exposição seja da 
ordem de 0,1 mR. Deve-se notar que qualquer redu-
ção na área de aquisição da tela de entrada provoca 
um aumento considerável na dose associada ao paci-
ente, para que seja mantida a mesma qualidade de 
imagem. Considerando que o paciente, a mesa e a 
grade atenuam o feixe em torno de 300 vezes, chega-
se à conclusão que a dose na pele do paciente se situa 
por volta de 0,3 mGy por filme. Se um determinado 
procedimento exigir 30 registros, a dose acumulada 
no paciente será de 10 mGy, que é comparável ao 
nível de dose associado a poucas radiografias de ab-
dome. 
Quando consideramos a visualização do e-
xame via câmera de TV, as doses associadas aumen-
tam drasticamente. Para que uma imagem em 
movimento seja considerada aceitável para percepção 
pelo olho humano, recomenda-se que a taxa de expo-
sição seja de 20 µR por quadro, o que corresponde a 
uma dose na pele entre 50 e 150 mGy por quadro, ou 
aproximadamente 500 mGy/min, se trabalharmos a 
60 quadros por segundo. 
Para obter imagens fluoroscópicas, deve-se 
utilizar em torno de 80 kV, com filtração total por 
volta de 2,5 mmAl, com corrente em torno de 2 a 3 
mA, colocando a ampola a 55 cm do paciente. Nestas 
condições, a dose na pele do paciente se situa em 
torno de 30 mGy/min. Se o paciente é examinado por 
muitos minutos e se o tubo não é movimentado, o 
paciente fica submetido a doses de centenas de mGy, 
aumentando também o risco de doses altas para a 
equipe médica e técnica que possam acompanhar o 
exame inadequadamente protegidas. 
 
 
Fig.3.9. Técnica em radiologia utilizando avental 
de chumbo, protetor de tireóide e óculos plumbí-
fero. (cortesia Hospital Dona Helena - Joinville) 
Por isso, a equipe que acompanha o exame 
deve obrigatoriamente utilizar avental de chumbo 
com ampla área de proteção, inclusive nas costas, 
além de protetor de tireóide e luvas. 
 
 
Fig.3.10. Equipe preparando a sala para a realiza-
ção da angiografia. (Picker Internacional - divulgação) 
3.7 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1. O que diferencia a angiografia da fluo-
roscopia convencional? 
2. Como deve ser as instalações de uma sa-
la para angiografia? 
3. Como deve ser formada a equipa para o 
exame? 
4. Quais as doses de radiação que estão en-
volvidas no procedimento? 
5. Qual as normas de proteção radiológica 
que o técnico deve seguir?

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