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Técnicas de anestesia maxilar e técnicas de anestesia mandibular

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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 85
Karla Corrêa Barcelos
Martha Alayde Alcantara Salim
TÉCNICAS DE ANESTESIA
MAXILAR E TÉCNICAS DE
ANESTESIA MANDIBULAR
INTRODUÇÃO
O sucesso e a segurança do bloqueio anestésico local estão relacionados com a escolha e
a execução correta da técnica anestésica. Várias são as técnicas anestésicas existentes para
obtenção do bloqueio dos impulsos dolorosos das regiões da maxila e da mandíbula. A esco-
lha de uma delas vai depender da região que se deseja anestesiar e do procedimento a ser
realizado.
O bloqueio de nervo pode ser alcançado através do bloqueio do tronco nervoso, do
bloqueio de campo e da infiltração local. Cada um deles oferece certas vantagens.
O método usado dependerá da existência das circunstâncias, bem como da área a
ser anestesiada.
Os bloqueios de nervos podem ser obtidos por vias intra-orais e extra-orais. Em Odontolo-
gia, eles são empregados quase que, exclusivamente, nas vias intra-orais. O bloqueio de
campo pode ser classificado como a técnica anestésica em que os instrumentos vão ser
utilizados na periferia do local da injeção. A infiltração local ocorre quando a instrumentação
se faz no local da injeção. Estas últimas são conhecidas, também, como anestesias termi-
nais infiltrativas.
Entre as técnicas infiltrativas, a injeção supraperiostal é a mais utilizada nos consultórios
odontológicos e será descrita mais adiante neste capítulo. Existem, também, outras técnicas
de anestesia que podem auxiliar o cirurgião dentista a conseguir o bloqueio dos impulsos
nervosos.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0185
86 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
OBJETIVOS
Após a leitura deste capítulo, espera-se que o leitor possa:
ƒ classificar as principais técnicas anestésicas intra-orais;
ƒ conhecer as técnicas de anestesia maxilar;
ƒ reconhecer técnicas de anestesia mandibular;
ƒ aprofundar os conhecimentos sobre sinais, sintomas e complicações dos bloqueios
dos nervos.
ESQUEMA CONCEITUAL
Classificação das principais técnicas
anestésicas intra-orais
Técnicas de anestesia maxilar
Técnicas de anestesia mandibular
Caso clínico
Conclusão
Técnica de injeção supraperiosteal
Bloqueio do nervo alveolar superior posterior
Bloqueio do nervo alveolar superior médio
Bloqueio do nervo alveolar superior anterior
Bloqueio do nervo infra-orbitário
Bloqueio do nervo palatino maior
Bloqueio do nervo nasopalatino
Bloqueio do nervo maxilar
Bloqueio do nervo alveolar inferior
Bloqueio do nervo bucal
Bloqueio do nervo lingual
Bloqueio do nervo mentoniano
Bloqueio do nervo incisivo
Bloqueio do nervo palatino maior
Bloqueio do nervo mandibular: técnica de Gow-
Gates
Bloqueio do nervo mandibular com a boca
fechada: técnica de Akinosi
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0186
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 87
CLASSIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS
TÉCNICAS ANESTÉSICAS INTRA-ORAIS
As principais técnicas anestésicas intra-orais são classificadas em:
ƒ submucosa;
ƒ subperiosteal;
ƒ intra-septal.
SUBMUCOSA
A técnica anestésica é classificada como submucosa quando a solução anestésica é deposita-
da no tecido mole da região da intervenção, e, por difusão, por meio dos tecidos locais, ela
bloqueia os impulsos dolorosos das terminações nervosas livres.
INDICAÇÕES
A técnica submucosa é indicada para a anestesia da mucosa oral e tecidos conjuntivos subjacentes,
em cirurgias de tecido moles, como, por exemplo, papilomas, hipertrofias mucosas, etc.
SUBPERIOSTEAL
Na técnica subperiosteal, o anestésico é depositado sob o periósteo, junto ao tecido ósseo.
Consiste em se puncionar a mucosa, fazendo com que a ponta da agulha penetre até a
região submucosa, junto ao ápice dentário, com inclinação tal que sua ponta atravesse o
periósteo e atinja o osso.
INDICAÇÕES
A técnica subperiosteal pode ser utilizada para intervenções em qualquer dente da arcada
superior em adultos e crianças. Ela não deve ser empregada na anestesia de dentes inferiores
de adultos devido à compacta cortical óssea ser muito espessa e, portanto, a difusibilidade
do anestésico ser prejudicada.
INTRA-SEPTAL
A técnica intra-septal é realizada por injeção no septo ósseo de dois dentes contíguos. A
solução injetada, rapidamente, passa pela estrutura óssea esponjosa, avança pelos canalículos
e lacunas ósseas, anestesiando as terminações nervosas livres que inervam o alvéolo, atingin-
do, assim, o ligamento periodontal. Consiste em penetrar com a agulha pela papila gengival
de modo que sua ponta penetre no septo ósseo entre dois dentes contíguos.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0187
88 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
INDICAÇÕES
A técnica intra-septal é aplicada em periodontia (raspagem supra e subgengival), dentística
(colocação de matriz para restaurações), colocação de grampos para isolamento do campo
em dentística e endodontia.
TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR
A difusão da solução anestésica, que é depositada nos tecidos adjacentes à área-alvo (ápices
dos dentes maxilares), é facilitada devido à lâmina óssea externa maxilar apresentar-se com
uma estrutura porosa e muito delgada em algumas regiões.
O ramo maxilar do nervo trigêmio e suas subdivisões podem ser anestesiados por meio de
acesso intra ou extrabucal.
A escolha por um determinado tipo de técnica anestésica deve ser orientada,
principalmente, pela natureza do procedimento a ser realizado.
Existem técnicas diferentes para se obter uma anestesia de dentes e estruturas de suporte
clinicamente eficaz. As principais técnicas anestésicas realizadas por via intrabucal para o
bloqueio no nervo maxilar são:
ƒ injeção supraperiosteal;
ƒ bloqueio do nervo alveolar superior posterior;
ƒ bloqueio do nervo alveolar superior médio;
ƒ bloqueio do nervo alveolar superior anterior;
ƒ bloqueio do nervo infra-orbitário;
ƒ bloqueio do nervo palatino maior;
ƒ bloqueio do nervo nasopalatino;
ƒ bloqueio do nervo maxilar (segunda divisão do nervo trigêmio).
1. Do que depende o sucesso e a segurança do bloqueio anestésico local?
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0188
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 89
2. Complete o quadro com a classificação das principais técnicas intra-orais:
3. Em que consiste a técnica anestésica intra-septal?
4. Leia as afirmações sobre as técnicas de anestesia maxilar:
I - A difusão da solução anestésica, que é depositada nos tecidos adjacentes à área-
alvo (ápices dos dentes maxilares), é dificultada devido à lâmina óssea externa ma-
xilar apresentar-se com uma estrutura porosa e muito delgada em algumas regiões.
II - O ramo maxilar do nervo trigêmio e suas subdivisões podem ser anestesiados por
meio de acesso intra ou extrabucal.
III - A escolha por um determinado tipo de técnica anestésica deve ser orientada princi-
palmente pela natureza do procedimento a ser realizado.
IV - Existem técnicas diferentes para se obter uma anestesia de dentes e estruturas de
suporte clinicamente eficaz.
Está INCORRETA a afirmativa:
A) I.
B) II.
C) III.
D) IV.
Resposta no final do capítulo
Submucosa Subperiosteal Intra-septal
Característica
Indicação
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0189
90 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
TÉCNICA DE INJEÇÃO SUPRAPERIOSTEAL
A injeção supraperiosteal é também conhecida e descrita como técnica paraperiosteal,
supraperióstea, técnica de infiltração local ou infiltrativa. Esta última terminologia é conside-
rada pelos autores como inadequada devido ao conceito pré-estabelecido de que, pela técni-
ca de infiltração local, a ação do anestésico local será apenas de ramos terminais, sendo o
procedimento realizadono mesmo local da injeção.
A anestesia supraperiosteal, realizada aplicando-se o anestésico local acima de um ápice
dental, é considerada, didaticamente, como bloqueio de campo, pois outras estruturas adja-
centes àquela área também serão anestesiadas. A técnica de injeção supraperiosteal para os
dentes maxilares é um procedimento de simples execução, porém devendo ser indicada,
precisamente, quando se torna necessária a realização de procedimentos clínicos limitados a
um único elemento dental.
Sempre que houver a necessidade de manipulação de dois ou mais elementos dentais
e em procedimentos cirúrgicos, devemos optar por técnicas de bloqueio de campo,
ou, até mesmo, em procedimentos mais extensos, por técnicas de bloqueio do
nervo maxilar.
A realização, pelo cirurgião dentista, de técnicas supraperiosteais múltiplas para anestesia de
uma área extensa da maxila leva à realização de várias perfurações ao paciente, podendo,
freqüentemente, causar dor após o procedimento anestésico, ou, até mesmo, levar a compli-
cações locais, como, por exemplo, úlceras traumáticas ou necrose tecidual. Mais importante,
o emprego de várias injeções supraperiosteais leva à administração de um maior volume de
solução anestésica, com conseqüente aumento dos riscos de complicações sistêmicas.
A técnica de injeção supraperiosteal está indicada e é mais amplamente usada em
anestesias maxilares devido à característica de ser um osso mais poroso, possuindo
poucas indicações para a região mandibular devido à compacta cortical óssea.
A técnica de anestesia supraperiosteal deverá ser realizada em procedimentos odontológicos
limitados a uma área extremamente pequena ou como técnica complementar para
proporcionar vasoconstrição em procedimentos cirúrgicos, utilizando-se, para isso,
anestésicos com vasoconstritor, como, por exemplo, epinefrina.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0190
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 91
A injeção supraperiosteal apresenta, como vantagens, o fato de ser simples, de fácil execu-
ção e pouco traumática. Essas características positivas levam a altos índices de sucesso quan-
do a técnica realizada dentro das indicações e dos padrões corretos. As poucas causas de
insucesso relacionadas a essa técnica são devidas à posição inadequada da agulha, inferior
ou superiormente, em relação ao ápice do elemento dental a ser anestesiado, e, menos
comumente, a uma anestesia muito superficial na mucosa.
Existem variações na espessura da cortical óssea maxilar que podem
proporcionar, quando associadas aos fatores anteriormente citados, falha anestésica.
A contra-indicação para a realização da técnica de injeção supraperiosteal restringe-se a
locais da mucosa bucal onde houver presença de infecção ou inflamação aguda na área da
injeção.
Técnica
Na técnica de injeção supraperiosteal, é recomendada a agulha curta, de calibre 25, po-
dendo-se também dispor de agulha de calibre 27, por ser mais comumente encontrada.
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ afastar a bochecha e/ou lábio do paciente na área que será anestesiada;
Deve-se sempre utilizar instrumentos como espelho clínico ou afastadores
cirúrgicos específicos para retrair os tecidos durante a execução da manobra
anestésica, como forma de prevenir que acidentes perfurocortantes aconteçam
ao profissional.
ƒ secar a mucosa com gaze ou algodão e aplicar anestésico tópico;
ƒ introduzir a agulha na área da prega mucojugal acima do ápice do dente a ser
anestesiado;
ƒ voltar o bisel da agulha para a superfície óssea;
ƒ tensionar os tecidos no local da injeção;
ƒ posicionar a seringa paralela ao longo do eixo do dente, e a agulha deverá ser
introduzida lentamente a poucos milímetros de profundidade da superfície da mucosa;
ƒ injetar o anestésico lentamente (realizando refluxo ou aspiração), na quantidade de
aproximadamente 0,6mL de solução anestésica, em um tempo aproximado de 30
segundos. A injeção deverá ser bem lenta para que não se observem distensão e
tumefação dos tecidos;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar, aproximadamente, 3 minutos para o efeito anestésico.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0191
92 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
Sinais e sintomas
O paciente poderá ter dificuldades em relatar sintomas de anestesia local. A eficácia da
anestesia é aferida por meio da ausência de dor durante o tratamento.
BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR SUPERIOR POSTERIOR
O bloqueio do nervo alveolar superior posterior (ASP) é uma técnica muito utilizada em
odontologia por possuir altos índices de sucesso. Quando utilizada para anestesia pulpar, o
bloqueio do nervo ASP é eficaz para o terceiro, o segundo e o primeiro molares. Como a raiz
mésio-vestibular do primeiro molar, em muitos casos, é inervada pelo alveolar superior mé-
dio, torna-se então necessária uma segunda injeção supraperióstica, para que haja anestesia
efetiva dela.
O risco de complicação também deve ser considerado quando se realiza a técnica
ASP. A penetração da agulha muito distalmente poderá produzir a formação de
hematoma local, devendo-se considerar sempre o tamanho do paciente para se
analisar a quantidade de penetração nos tecidos moles.
Deve-se sempre realizar aspiração ou refluxo durante esta injeção anestésica, a fim de
evitar injeção intravascular inadvertida. Esta técnica também é denominada bloqueio da
tuberosidade baixa.
Nervos anestesiados
O nervo anestesiado nesta técnica de bloqueio é o nervo alveolar superior posterior e seus
ramos.
Áreas anestesiadas
O bloqueio do nervo ASP anestesia:
ƒ molares superiores, com exceção da raiz mésio-vestibular do 1º molar;
ƒ tecido periodontal;
ƒ osso;
ƒ periósteo;
ƒ tecido conjuntivo;
ƒ membrana mucosa vestibular adjacente da região.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 93
Técnica
Na técnica do bloqueio ASP, recomenda-se uma agulha curta, de calibre 25, podendo-se
também dispor de agulha de calibre 27 por ser mais comumente encontrada.
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ afastar a bochecha do paciente do lado que será anestesiado. Pode-se realizar
afastamento manual para avaliar as referências anatômicas durante a penetração
da agulha;
Bennette1 descreve o posicionamento do dedo indicador no fundo do vestíbulo maxilar
em direção posterior à área de pré-molares até atingir o processo zigomático maxilar
como orientação para a penetração da agulha durante a realização da técnica anestésica.
A identificação dos pontos anatômicos manualmente facilita a execução da técnica,
principalmente para profissionais iniciantes. Porém, é aconselhado que, após a identifica-
ção dos marcos anatômicos, o profissional posicione o instrumento adequado para afas-
tamento dos tecidos, evitando, assim, a possibilidade de o operador acidentar-se durante
a penetração da agulha. A Figura 1 A–B mostra anestesia e nervo anestesiado pelo blo-
queio do nervo alveolar superior posterior.
Para a anestesia do lado direito, o operador deverá colocar-se ao lado direito do paci-
ente em posição ergonômica de 8 horas. Para a anestesia do lado esquerdo, o opera-
dor posiciona-se ao lado direito do paciente, e o seu braço esquerdo é passado sobre a
cabeça do paciente de modo que a área possa ser palpada com o indicador esquerdo,
assumindo então uma posição de 10 horas. O paciente deverá estar posicionado de for-
ma que o plano oclusal da arcada superior forme um ângulo de 45º com o solo.
Figura 1 – A) Anestesia do nervo alveolar superior posterior e B) Anestesiado nervo alveolar superior posterior.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0193
94 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
ƒ secar a mucosa e aplicar anestésicotópico;
ƒ introduzir a agulha na área da prega mucojugal, posterior à área do pilar zigomático-
maxilar, posicionando a agulha acima do segundo molar e direcionada para a
tuberosidade maxilar;
ƒ voltar o bisel da agulha para a superfície óssea;
ƒ tensionar os tecidos no local da injeção;
ƒ introduzir a agulha avançando lentamente para cima, para dentro e para trás em um
só movimento, formando um ângulo de 45º com o plano sagital mediano.
A profundidade média da injeção da agulha é de, aproximadamente, 16mm
para adultos e de 10 a 14mm em jovens e crianças. É importante a orientação
correta quanto à profundidade de injeção, para evitar a possibilidade de formação
de hematomas devido à lesão de vasos do plexo venoso pterigóideo e até mesmo
a perfuração da artéria maxilar.
ƒ injetar o anestésico lentamente (realizando refluxo ou aspiração), na quantidade de,
aproximadamente, 0,9 a 1,8mL de solução anestésica;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Sinais e sintomas
O paciente tem dificuldades em relatar sintomas de anestesia local, e a eficácia da anestesia
é aferida pela ausência de dor durante o tratamento.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0194
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 95
5. Assinale a alternativa INCORRETA sobre a técnica de injeção supraperiosteal:
A) A injeção supraperiosteal é também conhecida e descrita como técnica paraperiosteal,
supraperióstea, técnica de infiltração local ou infiltrativa.
B) A anestesia supraperiosteal, realizada aplicando-se o anestésico local acima de um
ápice dental, é considerada didaticamente como bloqueio de campo, pois outras
estruturas adjacentes àquela área também serão anestesiadas.
C) A técnica de injeção supraperiosteal para os dentes maxilares é um procedimento de
difícil execução, devendo ser indicada precisamente quando se torna necessária a
realização de procedimentos clínicos limitados a um único elemento dental.
D) Sempre que houver a necessidade de manipulação de dois ou mais elementos den-
tais e em procedimentos cirúrgicos, deve-se optar por técnicas de bloqueio de cam-
po, ou até mesmo em procedimentos mais extensos, por técnicas de bloqueio do
nervo maxilar.
Resposta no final do capítulo
6. A realização, pelo cirurgião dentista, de técnicas supraperiosteais múltiplas para anestesia
de uma área extensa da maxila leva à realização de várias perfurações ao paciente. No
que isso pode acarretar?
7. Complete o quadro com informações acerca da injeção supraperiosteal.
Vantagens
Desvantagens
TÉCNICA DE INJEÇÃO SUPRAPERIOSTEAL
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0195
96 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
8. Qual é a contra-indicação para a realização da técnica de injeção supraperiosteal?
9. Leia as seguintes afirmativas para o bloqueio do nervo ASP:
I - É uma técnica pouco utilizada em odontologia por possuir baixos índices de sucesso.
II - Quando utilizado para anestesia pulpar, o bloqueio do nervo ASP é eficaz para o
terceiro, segundo e o primeiro molares.
III - Como a raiz mésio-vestibular do primeiro molar, em muitos casos, é inervada pelo
alveolar superior médio, torna-se então necessária uma segunda injeção
supraperióstica, para que haja anestesia efetiva.
IV - A penetração da agulha muito distalmente poderá produzir a formação de hematoma
local, devendo-se considerar sempre o tamanho do paciente para se analisar a
quantidade de penetração nos tecidos moles.
Estão corretas as afirmativas:
A) I e II.
B) II e III.
C) I e III.
D) I e IV.
Resposta no final do capítulo
10. Como é também denominado o bloqueio do nervo alveolar superior posterior?
11. Assinale a afirmativa correta, em relação à técnica de anestesia do nervo alveolar superior
posterior.
A) O conjunto seringa-agulha deve estar paralelo ao plano sagital mediano.
B) Deve-se procurar sempre tocar o arco zigomático.
C) Em uma técnica correta, é uma anestesia muito dolorosa.
D) O ponto de punção fica no fundo de saco vestibular na crista zigomático-maxilar.
Resposta no final do capítulo
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0196
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 97
BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR SUPERIOR MÉDIO
O bloqueio do nervo alveolar superior médio (ASM) é um tipo de anestesia que tem uma
utilidade clínica limitada pelo fato de o nervo alveolar superior médio estar presente em
apenas 28% da população. Essa técnica também está indicada nas situações clínicas em que
houve o bloqueio do nervo infra-orbitário e o paciente apresenta ainda sensibilidade doloro-
sa na região de pré-molares.
Nervo anestesiado
O nervo anestesiado por esta técnica de bloqueio é o alveolar superior médio e seus ramos.
Áreas anestesiadas
O bloqueio do nervo ASM anestesia:
ƒ primeiro e segundo pré-molares;
ƒ raiz mésio-vestibular do primeiro molar superior;
ƒ tecidos periodontais;
ƒ osso;
ƒ periósteo;
ƒ mucosa vestibular adjacente à região anestesiada.
Técnica
Na técnica do bloqueio do nervo ASM, recomenda-se uso de agulha curta de calibre 25
ou 27. Existem agulhas odontológicas com calibre 25, 27 e 30G e com comprimentos
que variam de 8mm a 41mm.
A norma americana ANSI/ADA1 admite variações maiores, de acordo com
o tamanho de C1 e, além disso, fixa comprimentos para os diversos tama-
nhos nominais: extracurta (8 a 14mm), curta (24 ± 4mm), longa (34 ±
4mm) e extralonga (41 ± 4mm). Nesse aspecto, essa norma é mais criteriosa
e completa, pois leva em conta a finalidade (tipo de bloqueio) à qual se
destina cada um dos tamanhos, apesar da grande variação expressa entre
os valores mínimos e máximos. Embora não faça parte da norma, a American
Dental Association faz recomendações específicas a respeito do calibre ide-
al para cada tipo de anestesia. Assim, as agulhas extracurtas (30 G) seriam
indicadas para injeções intraligamentares, intra-ósseas, intrapulpares e in-
jeções no palato, enquanto as técnicas infiltrativas deveriam ser feitas com
agulhas curtas de calibre 23, 25 ou 27 G. Já para os bloqueios regionais,
que requerem penetração mais profunda, o ideal seria utilizar agulhas lon-
gas ou extralongas, com calibres 23 ou 25 G. Para técnicas com baixa
incidência de aspiração positiva, como os bloqueios dos nervos palatino
maior, nasopalatino, incisivo e mentoniano, alguns autores, como
Malamed,12 propõem como opção o uso de agulhas curtas 27 G.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0197
98 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
A área de puntura da agulha é a prega mucojugal acima do segundo pré-molar
superior.
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ secar a mucosa e aplicar anestésico tópico;
ƒ voltar o bisel da agulha para a superfície óssea;
ƒ introduzir a agulha até que ela alcance o ápice do segundo pré-molar superior;
ƒ injetar o anestésico lentamente (realizando refluxo ou aspiração), na quantidade de,
aproximadamente, 0,9 a 1,2mL de solução anestésica;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Sinais e sintomas
A parestesia do lábio superior e A ausência de dor durante o tratamento são os sinais e os
sintomas na eficácia do bloqueio do nervo ASM.
BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR SUPERIOR ANTERIOR
O bloqueio do nervo alveolar superior anterior (ASA) é um tipo de anestesia que tem uma
utilidade clínica indicada para procedimentos que envolvam dentes anteriores maxilares (inci-
sivo central, incisivo lateral e canino). Alguns autores consideram a técnica como um blo-
queio de campo, incorretamente denominado infiltração local.
A técnica de bloqueio do nervo alveolar superior anterior, algumas vezes é descrita como
bloqueio infra-orbitário. Acredita-se que é possível a anestesia dos ramos ASAquando
depositado o anestésico na região acima do ápice do canino maxilar, visto que a inervação
desta área caminha de posterior para anterior e, principalmente, pela porosidade do osso
maxilar, que permitirá a difusão do anestésico local para todos os ramos terminais deste
nervo.
Nervo anestesiado
O nervo ASA e seus ramos é o nervo anestesiado neste tipo de bloqueio.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0198
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 99
Áreas anestesiadas
O bloqueio do nervo ASA anestesia:
ƒ incisivo central;
ƒ incisivo lateral;
ƒ canino maxilar;
ƒ tecidos periodontais;
ƒ osso;
ƒ periósteo;
ƒ mucosa vestibular adjacente à região anestesiada;
ƒ lábio superior.
Técnica
Na técnica do bloqueio do nervo ASA, recomenda-se uso de agulha curta de calibre 25 ou
27. A Figura 2 mostra a anestesia do nervo alveolar superior anterior.
A área de puntura da agulha é a prega mucojugal acima do canino superior.
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ secar a mucosa e aplicar anestésico tópico;
ƒ voltar o bisel da agulha para a superfície óssea;
ƒ introduzir a agulha até que ela alcance uma posição acima do ápice do canino superior;
ƒ injetar o anestésico lentamente (realizando refluxo ou aspiração) na quantidade de,
aproximadamente, 0,9 a 1,2mL de solução anestésica;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Figura 2 – Anestesia do nervo
alveolar superior anterior.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:0199
100 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
Sinais e sintomas
A parestesia do lábio superior e a ausência de dor durante a manipulação da região de incisivos
e caninos superiores são os sinais e os sintomas da eficácia do bloqueio do nervo ASA.
12. Quais as áreas anestesiadas pelo bloqueio do nervo ASA?
13. Ordene as etapas da técnica de bloqueio do nervo alveolar superior médio usando nú-
meros de 1 a 4:
( ) Injetar o anestésico lentamente (realizando refluxo ou aspiração) na quantidade de
aproximadamente 0,9 a 1,2mL de solução anestésica.
( ) Aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
( ) Secar a mucosa e aplicar anestésico tópico.
( ) Introduzir a agulha até que ela alcance o ápice do segundo pré-molar superior.
Resposta no final do capítulo
14. Como é descrita, algumas vezes, a técnica de bloqueio do nervo ASA?
15. Qual o nervo anestesiado pelo bloqueio do nervo ASA?
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 101
16. Marque V ou F sobre a técnica do bloqueio do nervo ASA:
A) ( ) Área de puntura da agulha na prega mucojugal acima do canino superior.
B) ( ) Secar a mucosa e aplicar anestésico tópico.
C) ( ) Bisel da agulha voltado para a superfície óssea.
D) ( ) Introduzir a agulha até que ela alcance uma posição acima do ápice do canino
superior.
Resposta no final do capítulo
BLOQUEIO DO NERVO INFRA-ORBITÁRIO
O nervo infra-orbitário é o ramo terminal do nervo maxilar superior, que avança em
direção à face, depois de percorrer o canal infra-orbitário de onde saem seus ramos
alveolares médio e anterior. O nervo infra-orbitário emerge pelo forame de mesmo
nome e dá ramos palpebral inferior, nasal lateral e labial superior.
O bloqueio do nervo infra-orbitário, apesar de menos utilizado pelos profissionais da área de
Odontologia, devido, provavelmente, à menor experiência com o mesmo, mostra-se uma
técnica extremamente segura e eficaz. Ela produz anestesia pulpar e dos tecidos moles bu-
cais, desde o incisivo central superior até os pré-molares em cerca de 72% dos pacientes.2-4
Para que ocorra o bloqueio de todos os ramos mencionados, é necessário que a
solução anestésica seja depositada na entrada do forame infra-orbitário e caminhe
para o seu inteiro, anestesiando, dessa forma, os ramos alveolares superior, anterior
e médio.
Quando a solução não penetra dentro do canal infra-orbitário, ocorre o bloqueio dos ramos
nervosos terminais do nervo infra-orbitário (palpebral inferior, nasal lateral e labial superior),
dando a sensação de anestesia dos tecidos moles locais, porém sem o bloqueio pulpar dos
incisivos e pré-molares.
Para a injeção infra-orbitária, há duas formas de abordagem: pela técnica intrabucal e pela
técnica extrabucal, sendo a última pouco utilizada em odontologia pelas desvantagens da
realização de penetração cutânea e por ser uma técnica mais dolorida e traumática para o
paciente. A técnica intrabucal é mais simples para os propósitos odontológicos e será descrita
a seguir.
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102 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
A técnica intrabucal está indicada para os casos de procedimentos odontológicos que envol-
vam os dentes e os tecidos locais, nos casos de infecções localizadas na região maxilar como
forma de um bloqueio mais distante e quando as injeções supraperiósticas locais forem ine-
ficazes devido a um osso cortical extremamente denso.
Deve-se sempre levar em consideração a possibilidade de superposição da inervação
ou dela cruzar a linha média, sendo necessário bloqueio complementar contralateral.
Nervos anestesiados
Os nervos anestesiados pelo bloqueio do nervo infra-orbitário são os nervos alveolar superior
anterior, nervo alveolar superior médio e nervo infra-orbitário (ramos palpebral superior, na-
sal lateral e labial superior).
Áreas anestesiadas
O bloqueio do nervo infra-orbitário anestesia:
ƒ incisivo central;
ƒ incisivo lateral;
ƒ 1º e 2º pré-molares;
ƒ raiz mésio-vestibular do 1º molar superior;
ƒ tecido periodontal vestibular;
ƒ periósteo;
ƒ osso alveolar da região;
ƒ pálpebra inferior;
ƒ asa do nariz;
ƒ lábio superior.
Técnica
Na técnica de bloqueio do nervo infra-orbitário, o paciente deve estar colocado na cadei-
ra de forma que seu plano oclusal forme 45º com o plano horizontal (solo). A Figura 3 A–
B mostra a anestesia do nervo infra-orbitário.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 103
Localização do forame infra-orbitário
Para a localização do forame infra-orbitário, existem algumas técnicas conhecidas. O pa-
ciente deve estar olhando para frente enquanto palpa-se a região do rebordo infra-orbitário.
Uma linha reta imaginária é traçada verticalmente, passando pelo centro pupilar, forame
infra-orbitário, pré-molares e forame mentoniano.
Quando o rebordo infra-orbitário é palpado, pode-se observar uma saliência que
corresponde à sutura maxilozigomática, deslizando o indicador, aproximadamente, 1,0cm
para baixo, comprimindo suavemente os tecidos, será observada uma depressão rasa
onde está localizado o forame infra-orbitário.
Para certificar-se da localização adequada, deve-se aplicar uma pressão local e
sentir os contornos do forame infra-orbitário. Nesse momento, o paciente terá
uma pequena sensibilidade quando o forame for palpado. Recomenda-se a
utilização de agulha longa calibre 25.
Local de penetração da agulha
Para realizar o bloqueio do nervo infra-orbitário, a agulha poderá ser introduzida na altu-
ra da prega mucojugal, acima de qualquer dente, desde o segundo pré-molar superior
até o incisivo central superior, para alcançar o forame infra-orbitário. O trajeto da intro-
dução da agulha deve ser orientado sempre em direção ao forame infra-orbitário, que
foi identificado clinicamente através da palpação.
Figura 3 – Anestesia do nervo infra-orbital.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
A B
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104 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
As vias de penetração mais utilizadas são oacesso pela área de pré-molares e o acesso
pelo incisivo central superior:
ƒ quando o acesso é realizado pelo incisivo superior, a agulha atravessará a mucosa e
deverá passar sob o ângulo do músculo quadrado do lábio superior, prosseguindo em
direção anterior até a origem do músculo canino abaixo da artéria e veia facial;
ƒ quando o acesso é realizado a partir dos pré-molares, a agulha atravessa a mucosa e
deverá passar profundamente aos tecidos e vasos, como veia facial e artéria facial,
seguindo uma direção vertical e superior.
Aconselha-se a puntura da agulha em direção ao primeiro pré-molar, visto ser
de mais fácil execução e por ser essa região a que proporciona o menor trajeto
entre a mucosa e o forame infra-orbitário.
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ secar a mucosa e aplicar anestésico tópico;
Os pontos de reparo para esta técnica são a prega mucojugal, incisura infra-
orbitário e o forame infra-orbitário.
Para o bloqueio do nervo infra-orbitário direito ou esquerdo, o profissional manidestro
deve assumir a posição 10 horas na frente do paciente ou voltado para o mesmo lado do
paciente. Palpa-se o forame infra-orbitário com o dedo indicador e afasta-se o lábio supe-
rior do paciente com o dedo polegar, tensionando-se os tecidos e expondo a prega
mucojugal.
ƒ introduzir a agulha na prega mucojugal, sobre o primeiro pré-molar superior, com o
bisel da agulha voltado para o osso;
ƒ avançar a agulha lentamente até que toque suavemente o osso, sendo o ponto de
contato a borda superior do forame infra-orbitário e a profundidade de penetração
da agulha de aproximadamente 16mm.
A agulha deverá ser mantida paralela ao longo do eixo do dente enquanto é avançada
para evitar contato prematuro com o osso. Caso ocorra tal problema, deve-se recuar a
agulha e introduzi-la na direção correta.
ƒ injetar o anestésico lentamente (realizando refluxo ou aspiração), na quantidade de,
aproximadamente, 0,9 a 1,2mL de solução anestésica;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 105
O bloqueio do nervo infra-orbitário, produzindo anestesia dos tecidos moles do lábio
superior, da pálpebra inferior e da asa do nariz é completo com a injeção do anestésico
apenas na saída do forame, porém para completar o bloqueio dos nervos alveolares supe-
riores médio e anterior, é necessário realizar as seguintes manobras:
ƒ manter pressão firme com o dedo sobre o local da injeção, de forma a aumentar a
difusão da solução anestésica para o forame infra-orbitário;
ƒ manter a pressão digital direta, sobre o local da injeção, de 1 a 2 minutos após a
aplicação do anestésico;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito analgésico.
Sinais e sintomas
O paciente relata anestesia por meio da sensação de dormência do lábio superior, pálpebra
inferior e asa do nariz assim como a anestesia dos dentes maxilares (incisivos até a raiz mésio-
vestibular do 1º molar), osso, periósteo e mucosa local do lado anestesiado.
Complicações
A possibilidade de complicações da técnica de bloqueio do nervo infra-orbitário pode ocorrer
nos casos de penetração insuficiente ou exagerada da agulha.
Quando a penetração da agulha se torna insuficiente, pode não haver a difusão da solu-
ção anestésica no interior do canal infra-orbitário e, conseqüentemente, a inadequada
anestesia pulpar dos dentes maxilares da região.
Nos casos de penetração excessiva da agulha, pode ocorrer a difusão do anestésico para o
interior da cavidade orbitário, ocorrendo, assim, a paralisia de nervos motores extrínsecos
do olho. Esse tipo de complicação, apesar de pouco freqüente e de, geralmente, não trazer
seqüelas, pode representar uma experiência bastante traumática para o paciente.
Outro tipo de complicação menos freqüente que pode ocorrer é a formação de hematoma
local por lesão vascular. Esse tipo de problema pode ser minimizado pela compressão
aplicada no momento e após a realização da técnica.
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106 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
BLOQUEIO DO NERVO PALATINO MAIOR
A anestesia da porção posterior do palato duro é necessária para procedimentos odontológicos
que envolvam a manipulação dos tecidos palatinos nas regiões posteriores ao canino,
como, por exemplo, as exodontias e os procedimentos periodontais invasivos.
Pode ser necessário o bloqueio do nervo palatino maior, também denominado bloqueio do
nervo palatino anterior, durante procedimentos não-cirúrgicos, mas que invadam os espaços
biológicos periodontal palatino, como colocação de grampos para isolamento absoluto ou
adaptação de matriz subgengival, podendo ser, nesses casos, realizado apenas o bloqueio
parcial do nervo, na área a ser manipulada (essa técnica será descrita a seguir).
As injeções na região palatina são procedimentos traumáticos para muitos pacientes e
torna-se importante que o profissional utilize técnicas para que este procedimento se torne o
menos desconfortável possível e diminua a sensibilidade dolorosa durante a anestesia do
paciente.
A anestesia tópica eficaz é o primeiro passo para uma técnica indolor e deve ser realizada
de forma que o anestésico tópico permaneça em contato com a mucosa por no mínimo 2
minutos. Outra manobra é a utilização da compressão local antes, durante e depois da
injeção da solução anestésica, que pode ser obtida com a utilização de cotonete (o mesmo
utilizado para a anestesia tópica). O cotonete deve ser pressionado firmemente, o suficiente
para produzir uma leve isquemia dos tecidos palatinos.
O apoio firme da mão, durante a injeção, leva a um melhor controle sobre a agulha,
associado, também, a uma injeção da solução anestésica lenta, que deve ser realizada
em qualquer procedimento anestésico.
Nervo anestesiado
Esta técnica de bloqueio anestesia o nervo palatino maior.
Áreas anestesiadas
A área anestesiada pelo bloqueio do nervo palatino maior é a porção posterior do palato
duro e tecidos moles sobrejacentes, limitando-se, anteriormente, à área do 1º pré-molar e,
medialmente, pela linha média.
Técnica
Na técnica do bloqueio do nervo palatino maior, recomenda-se utilização de agulha curta
calibre 27. A Figura 4 mostra o nervo palatino maior e nervo nasopalatino.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:01106
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 107
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ secar a mucosa palatina e aplicar anestésico tópico;
O ponto de reparo do bloqueio do nervo palatino maior é o forame palatino
maior e a junção do processo alveolar maxilar e osso palatino. A área de introdução
da agulha é a região do forame palatino maior.
É importante o posicionamento do paciente durante o procedimento anestésico. Deve-
se solicitar sempre que o paciente faça abertura de boca de no mínimo 35mm, estenda o
pescoço e gire a cabeça para os lados direito ou esquerdo na dependência do lado que
será anestesiado.
Durante o bloqueio do nervo palatino maior, nos casos dos profissionais destros, o operador
deve sentar-se na frente do paciente em posição 8 horas; para o lado esquerdo, o mesmo
profissional deve sentar-se à direita em uma posição de 11 horas. No caso de profissionais
não-destros, o operador posiciona-se ao lado esquerdo do paciente, sendo que para o
bloqueio do nervo palatino maior esquerdo, a posição assumida pelo operador será de 11
horas, e para o lado direito, de 8 horas.
ƒ posicionar a agulha de forma que faça um ângulo reto com a região palatina; para isso,
é importante que o corpo da seringa esteja direcionado do lado oposto ao que será
anestesiado. Um passo importante para a introdução da agulha durante esta técnica é a
localização do forame palatino maior nos sentidos ântero-posterior e lateromedial.
Segundo pesquisa de Mallamede Trieger, publicada em 1983,3 o forame palatino maior
localiza-se 39,87% na extremidade posterior ao 2º molar, e 50,63% na metade anterior ao
3º molar, ficando raramente posterior a este. Observa-se, então, que o ponto de puntura
da agulha será exatamente entre o 2º e 3º molares. Em pacientes edêntulos totais ou
parciais para a região palatina posterior, pode-se obter como referência clínica a mudança
de tonalidade do palato na região de transição entre palato mole (coloração róseo-
avermelhada) e palato duro (coloração róseo-clara). Identificada essa linha de separação, o
forame palatino maior estará localizado aproximadamente 10mm anteriormente.
Figura 4 – Nervo palatino maior e
nervo nasopalatino.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
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108 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
O forame palatino maior está localizado no sentido látero-medial, a uma meia distância
entre o rebordo gengival e a rafe palatina mediana, aproximadamente a 1,0cm da mar-
gem gengival palatina. Alterações do nível gengival ou grandes reabsorções do processo
alveolar devem ser sempre consideradas, pois poderão alterar esta referência.
Durante a localização, pode-se observar, através da palpação, que o forame se localiza
em uma área de pequena depressão no palato duro. Pode-se, também, realizar palpação
indireta através da passagem do cotonete durante a aplicação da anestesia tópica.
ƒ introduzir a agulha de 1 a 2mm anteriormente ao forame palatino maior, na profundi-
dade média de 5mm;
ƒ voltar o bisel em direção aos tecidos palatinos;
ƒ injetar a solução, lentamente, na quantidade de 0,25 a 0,5mL de anestésico. A aspira-
ção positiva nesta técnica é rara;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Sinais e sintomas
Sensação de torpor na região do palato são sinais da eficácia desta técnica de bloqueio,
porém, para a avaliação objetiva do sucesso anestésico, é necessária a manipulação local.
Complicações
A técnica do bloqueio do nervo palatino maior é bastante simples de ser executada e apre-
senta, geralmente, baixos índices de complicações. Complicações importantes associadas a
essa técnica anestésica são a isquemia e a necrose dos tecidos moles palatino, causadas,
geralmente, pelo excesso de solução anestésica injetada ou também por soluções com con-
centrações altas de vasoconstritor.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 109
17. Assinale a alternativa INCORRETA sobre o bloqueio do nervo infra-orbitário:
A) O nervo infra-orbitário é o ramo terminal do nervo maxilar superior, que avança em
direção à face, depois de percorrer o canal infra-orbitário de onde saem seus ramos
alveolares médio e anterior.
B) O bloqueio do nervo infra-orbitário é o mais utilizado pelos profissionais da área de
odontologia e mostra-se uma técnica extremamente segura e eficaz.
C) Para que ocorra o bloqueio de todos os ramos mencionados, é necessário que a
solução anestésica seja depositada na entrada do forame infra-orbitário e caminhe
para o seu inteiro, anestesiando, dessa forma, os ramos alveolares superior, anterior
e médio.
D) Quando a solução não penetra dentro do canal infra-orbitário, ocorre bloqueio apenas
dos ramos nervosos terminais do nervo infra-orbitário, dando a sensação de anestesia
dos tecidos moles locais, porém sem o bloqueio pulpar dos incisivos e pré-molares.
Resposta no final do capítulo
18. Para que procedimentos o bloqueio do nervo infra-orbitário está indicado?
19. Complete o quadro com informações sobre o bloqueio do nervo infra-orbitário:
Localização do forame
infra-orbitário
Local de penetração
da agulha
Procedimento
BLOQUEIO DO NERVO INFRA-ORBITÁRIO
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110 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
20. O bloqueio do nervo infra-orbitário, produzindo anestesia dos tecidos moles do lábio
superior, pálpebra inferior e asa do nariz, é completo com a injeção do anestésico apenas
na saída do forame, porém para completar o bloqueio dos nervos alveolares superior
médio e anterior, é necessário realizar as algumas manobras. Quais são elas?
21. Leia as afirmações sobre as complicações do bloqueio do nervo infra-orbitário:
I - A possibilidade de complicações pode ocorrer nos casos de penetração insuficiente
ou exagerada da agulha.
II - Quando a penetração da agulha se torna insuficiente, pode não haver a difusão da
solução anestésica no interior do canal infra-orbitário e, conseqüentemente, a ina-
dequada anestesia pulpar dos dentes maxilares da região.
III - Nos casos de penetração excessiva da agulha, pode ocorrer difusão do anestésico
para o interior da cavidade orbitária, ocorrendo, assim, a paralisia de nervos moto-
res extrínsecos do olho.
IV - Outro tipo de complicação menos freqüente que pode ocorrer é a formação de
hematoma local por lesão vascular. Este tipo de problema pode ser minimizado pela
compressão aplicada antes, no momento e após a realização da técnica.
Está INCORRETA a afirmativa:
A) I.
B) II.
C) III.
D) IV.
Resposta no final do capítulo
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 111
22. Assinale a alternativa INCORRETA sobre o bloqueio do nervo palatino maior:
A) As injeções na região palatina são procedimentos traumáticos para muitos pacientes
e torna-se importante que o profissional utilize técnicas para que esse procedimento
se torne o menos desconfortável possível e diminua a sensibilidade dolorosa durante
a anestesia do paciente.
B) A anestesia tópica eficaz é o primeiro passo para uma técnica indolor e deve ser
realizada de forma que o anestésico tópico permaneça em contato com a mucosa
por no máximo 2 minutos. Outra manobra é a utilização da compressão local antes,
durante e depois da injeção da solução anestésica, que pode ser obtida com a utili-
zação de cotonete.
C) Apoio firme da mão durante a injeção leva a um melhor controle sobre a agulha,
associado também a uma injeção da solução anestésica lenta, que deve ser realizada
em qualquer procedimento anestésico.
D) As áreas anestesiadas pelo bloqueio do nervo palatino maior são a porção posterior
do palato duro e os tecidos moles sobrejacentes, limitando-se anteriormente à área
do 1º pré-molar e medialmente pela linha média.
Resposta no final do capítulo
23. Quanto à anestesia palatina maior, pode-se dizer que
A) é usada para anestesiar os dentes molares .
B) a agulha precisa penetrar no forame palatino maior.
C) usa-se em geral um tubete de anestésico.
D) nenhuma das afirmativas anteriores.
Resposta no final do capítulo
24. Estão corretas as afirmativas sobre a técnica do bloqueio do nervo palatino maior, EXCETO:
A) É importante o posicionamento do paciente durante o procedimento anestésico.
B) Em algumas situações especiais, solicita-se que o paciente faça abertura de boca de
no mínimo 35mm, estenda o pescoço e gire a cabeça para os lados direito ou es-
querdo na dependência do lado que será anestesiado.
C) Durante o bloqueio do nervo palatino maior para profissionais destros, o operador
deve sentar-se na frente do paciente em posição de 8 horas; para o lado esquerdo, o
mesmo profissional deve sentar-se à direita em uma posição de 11 horas.
D) No caso de profissionais não-destros, o operador posiciona-se ao lado esquerdo do
paciente, sendo que, para o bloqueio do nervo palatino maior esquerdo, a posição
assumida pelo operador será de 11 horas, e para o lado direito, de 8 horas.
Resposta no final do capítulo
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112 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DEANESTESIA MANDIBULAR
BLOQUEIO DO NERVO NASOPALATINO
A técnica de bloqueio do nervo nasopalatino pode ser também denominada bloqueio do
nervo incisivo ou bloqueio do nervo esfenopalatino. A técnica de bloqueio do nervo
nasopalatino está indicada quando há necessidade de manipulação dos tecidos palatinos da
região anterior maxilar durante tratamentos odontológicos. Apresenta-se ainda um pouco
mais traumática para o paciente do que a técnica de bloqueio anestésico do nervo palatino
maior, devido aos tecidos moles desta região serem ainda bem menos flexíveis à distensão
provocada pelo anestésico local.
Os tecidos moles da região do forame palatino maior se acomodam mais facilmente
ao volume da solução anestésica depositada. Por isso, devemos ter cuidados
redobrados durante as manobras prévias à introdução da agulha, conforme
explicitada anteriormente.
Nervos anestesiados
Os nervos nasopalatinos bilaterais são os nervos anestesiados por esta técnica de bloqueio.
Áreas anestesiadas
A porção anterior do palato duro desde a face medial do 1º pré-molar superior esquerdo ao
1º pré-molar superior direito é a área anestesiada pela técnica do bloqueio do nervo
nasopalatino.
Técnica
Para o bloqueio do nervo nasopalatino, recomenda-se agulha curta calibre 27. Os pontos
de reparo são a papila incisiva e os incisivos centrais superiores.
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ Posicionar o paciente de forma que fique com a boca bem aberta e a cabeça ligeira-
mente inclinada para trás, para uma melhor visualização da papila incisiva.
ƒ Secar a mucosa palatina e aplicar anestésico tópico. Pode-se também, nessa técnica,
utilizar a compressão local mencionada na técnica do bloqueio do nervo palatino
maior.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 113
A área de introdução inicial é a mucosa palatina imediatamente lateral à papila
incisiva. Esta área é menos sensível que a região da papila palatina, e esta manobra
visa à promoção de uma leve isquemia na papila palatina com o objetivo de
diminuir a dor durante a inserção da agulha.
A Figura 5 mostra que a puntura inicial da agulha para a anestesia do nervo nasopalatino
deverá ser realizada lateralmente à papila incisiva.
ƒ introduzir a agulha lateralmente à papila incisiva, depositar uma pequena quantidade
de anestésico;
ƒ remover a agulha e observar a isquemia na região da papila palatina;
ƒ reintroduzir, imediatamente, a agulha, agora direcionada para a papila palatina;
A agulha deverá penetrar formando um ângulo de, aproximadamente, 45º em direção à
papila palatina (Figura 6).
Figura 5 – Puntura inicial da agu-
lha para a anestesia do nervo
nasopalatino deverá ser realizada la-
teralmente à papila incisiva.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
Figura 6 – Anestesia do nervo
nasopalatino. A agulha é, então,
introduzida na papila incisiva.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
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114 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
ƒ penetrar a agulha na profundidade de 5mm;
ƒ injetar, lentamente, uma pequena quantidade de solução anestésica;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Sinais e sintomas
Sensação de torpor no palato pelo paciente e ausência de sensibilidade dolorosa durante o
tratamento são os sinais e os sintomas da eficácia do bloqueio do nervo nasopalatino
Complicações
Na técnica do bloqueio do nervo nasopalatino, pode, também, ocorrer isquemia e necrose
dos tecidos moles da região anterior do palato, causadas pelo excesso de solução anestésica
injetada ou soluções com concentrações altas de vasoconstrictor.
BLOQUEIO DO NERVO MAXILAR
O bloqueio do nervo maxilar ou segunda divisão do trigêmio é um método eficaz para produ-
zir anestesia profunda de toda uma hemimaxila. Torna-se útil em procedimentos que envol-
vam a manipulação de todo um quadrante maxilar, nos casos de cirurgias extensas,
quando uma infecção local ou outras condições patológicas tornam inexeqüível a realização
de bloqueio dos ramos terminais maxilares ou também com finalidade de diagnóstico de
neuralgia da segunda divisão do nervo trigêmeo.
Nervos anestesiados
O nervo anestesiado por esta técnica de bloqueio é o nervo maxilar e todas as suas divisões
periféricas em relação ao local da injeção.
Áreas anestesiadas
O bloqueio do nervo maxilar anestesia:
ƒ regiões temporal anterior e zigomática;
ƒ pálpebra inferior;
ƒ asa do nariz;
ƒ lábio superior;
ƒ dentes superiores da hemimaxila;
ƒ osso alveolar e estruturas adjacentes;
ƒ palato duro e mole;
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 115
ƒ tonsila;
ƒ parte da faringe;
ƒ septo e assoalho nasal.
Técnicas
O bloqueio do nervo maxilar pode ser realizado pela via intra ou extrabucal. Na via
intrabucal, o nervo maxilar pode ser abordado através da técnica da tuberosidade alta
(acesso pelo alto da tuberosidade maxilar) ou pelo canal palatino maior. A técnica
extrabucal faz-se por via transcutânea em um ponto acima da chanfradura mandibular
e abaixo da porção mediana do arco zigomático, alcançando o nervo em sua saída do
crânio pelo forame redondo.
Técnica da tuberosidade alta
Na técnica da tuberosidade alta, recomenda-se o uso de agulha longa de calibre 25. A
área de puntura da agulha é na altura da prega mucojugal acima da face distal do segun-
do molar superior, sendo a área-alvo da anestesia o nervo maxilar no ponto onde ele
atravessa a fossa pterigopalatina.
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ voltar o bisel da agulha para o osso;
ƒ tensionar os tecidos no local da injeção;
ƒ secar a mucosa e aplicar anestésico tópico;
ƒ introduzir a agulha avançando lentamente para cima, para dentro e para trás em um
só movimento, formando um ângulo de 45º com o plano oclusal;
A profundidade da injeção da agulha é de aproximadamente 30mm (não se
deve encontrar resistência à penetração da agulha);
ƒ injetar o anestésico lentamente (realizando refluxo ou aspiração), na quantidade de,
aproximadamente, 1,8mL de solução anestésica;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Técnica pelo canal palatino maior
Na técnica pelo canal palatino maior recomenda-se utilização de agulha longa calibre 25.
A área de introdução da agulha é nos tecidos moles da região do forame palatino maior.
A área-alvo é o nervo maxilar no ponto em que atravessa a fossa pterigopalatina, sendo
que a agulha deverá atravessar o canal palatino maior para alcançar a fossa pterigopalatina
(Figura 7).
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116 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ voltar o bisel da agulha voltada para os tecidos moles palatinos;
ƒ medir o comprimento de uma agulha longa desde a ponta até o canhão (aproximada-
mente 32mm);
ƒ posicionar o paciente em decúbito dorsal, com a boca aberta e cabeça distendida
para posterior, para evidenciar adequadamente a região posterior do palato;
ƒ localizar o forame palatino maior (mesma técnica descrita para a anestesia do nervo
palatino maior);
ƒ secar a mucosa palatina e aplicar anestésico tópico;
ƒ posicionar a agulha de forma que faça um ângulo reto com a região palatina; para
isso, é importante que o corpo da seringa esteja direcionado do lado oposto ao que
será anestesiado;
ƒ introduzir a agulha lentamente, na profundidade média de 5mm e se injeta a solução
lentamente na quantidade de 0,25 a 0,5mL de anestésico para o bloqueio do nervo
palatino maior;
ƒ retirar a agulha, aguardar alguns minutos e reintroduzi-la para iniciar então o blo-
queio do nervo maxilar.A agulha deve ser mantida em ângulo de 45º para facilitar a entrada no forame palatino
maior. Após localizar o forame, avance a agulha lentamente no canal palatino maior até
uma profundidade de 30mm. Em 5 a 15% dos canais palatinos maiores, podem existir
obstruções ósseas que impeçam a passagem da agulha. Nestes casos, nunca force a
agulha contra a resistência óssea. Retire a agulha e tente introduzi-la em um ângulo
diferente.
ƒ injetar a solução lentamente (realizando aspiração ou refluxo) na quantidade de 1,8mL
de anestésico;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Figura 7 – Anestesia maxilar: técnica
do canal palatino maior.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 117
Complicações
Essa técnica possui alta taxa de sucesso (maior que 95%) e minimiza o número de perfura-
ções e o volume total da solução anestésica necessários para a realização de bloqueios isola-
dos de todos os ramos do nervo maxilar.
Pode haver riscos de hemorragia local, e o acesso pela técnica da tuberosidade
alta pode ser de difícil localização e o acesso pelo canal palatino maior pode ser
traumático.
25. A nasopalatina é uma anestesia:
A) que não necessita de refluxo.
B) de introdução profunda da agulha no forame incisivo.
C) administrada na região mediana do palato a meio centímetro dos incisivos.
D) praticamente indolor.
Resposta no final do capítulo
26. Como pode ser também denominado o bloqueio do nervo nasopalatino e em que situa-
ções está indicado?
27. Por que o bloqueio do nervo nasopalatino se apresenta ainda um pouco mais traumático
para o paciente que a técnica de bloqueio anestésico do nervo palatino maior?
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118 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
28. Sobre o bloqueio do nervo nasopalatino, é INCORRETO afirmar:
A) Recomenda-se agulha curta calibre 25.
B) Os pontos de reparo são a papila incisiva e os incisivos centrais superiores.
C) Posicionar o paciente de forma que fique com a boca bem aberta e a cabeça ligeira-
mente inclinada para trás, para uma melhor visualização da papila incisiva.
D) Secar a mucosa palatina e aplicar anestésico tópico.
Resposta no final do capítulo
29. Quais as complicações da técnica do bloqueio do nervo nasopalatino?
30. Leia as afirmações sobre o bloqueio do nervo maxilar:
I - O bloqueio do nervo maxilar ou segunda divisão do trigêmio é um método eficaz
para produzir anestesia superficial de toda uma hemimaxila.
II - Torna-se útil em procedimentos que envolvam a manipulação de todo um quadrante
maxilar, nos casos de cirurgias extensas, quando uma infecção local ou outras con-
dições patológicas tornam inexeqüível a realização de bloqueio dos ramos terminais
maxilares, ou também com finalidade de diagnóstico de neuralgia da segunda divi-
são do nervo trigêmeo.
III - O bloqueio do nervo maxilar pode ser realizado pela via intra ou extrabucal. Na via
intrabucal, o nervo maxilar pode ser abordado através da técnica da tuberosidade
alta (acesso pelo alto da tuberosidade maxilar) ou pelo canal palatino maior.
IV - A técnica extrabucal faz-se por via transcutânea em um ponto acima da chanfradura
mandibular e abaixo da porção mediana do arco zigomático, alcançando o nervo
em sua saída do crânio pelo forame redondo.
Estão corretas:
A) I e II.
B) II e III.
C) I e III.
D) I e IV.
Resposta no final do capítulo
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 119
31. Como é a técnica da tuberosidade alta?
32. Assinale a alternativa INCORRETA sobre a técnica pelo canal palatino maior:
A) A área de introdução da agulha é nos tecidos moles da região do forame palatino
maior.
B) A área-alvo é o nervo maxilar no ponto em que atravessa a fossa pterigopalatina,
sendo que a agulha não deve atravessar o canal palatino maior para alcançar a fossa
pterigopalatina.
C) A agulha deve ser mantida em ângulo de 45º para facilitar a entrada no forame
palatino maior.
D) Após localizar o forame, avançar a agulha lentamente no canal palatino maior até
uma profundidade de 30mm.
Resposta no final do capítulo
TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
A maior densidade da lâmina óssea vestibular, que impede a injeção supraperióstea, o acesso
limitado ao nervo alveolar inferior e a grande variação de anatomia entre pacientes são as
principais razões para o maior insucesso das técnicas mandibulares, sendo que o bloqueio
anestésico da mandíbula apresenta índices de sucesso menores que as técnicas anestésicas
maxilares. Um exemplo deste fato constata-se em que as taxas de sucesso para a anestesia
maxilar chegam a 95%, ao passo que as taxas de sucesso para o bloqueio do nervo alveolar
inferior estão em torno de 80%.
As principais técnicas anestésicas para todo o complexo mandibular:
ƒ bloqueio do nervo alveolar inferior;
ƒ bloqueio do nervo bucal;
ƒ bloqueio do nervo lingual;
ƒ bloqueio do nervo mentoniano;
ƒ bloqueio do nervo incisivo;
ƒ bloqueio do nervo mandibular (técnica de Gow-Gates);
ƒ bloqueio do nervo mandibular com a boca fechada (Vazirani-Akinosi).
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120 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR INFERIOR
O bloqueio do nervo alveolar inferior, ou também chamado de bloqueio mandibular, é a
técnica de injeção mais usada e, possivelmente, a mais importante em odontologia. Essa
técnica está indicada quando se deseja analgesia de uma hemiarcada inferior, em interven-
ções cirúrgicas nos dentes inferiores e tecidos moles anteriores ao 1º molar (Figura 8).
O bloqueio do nervo alveolar inferior pode ser suplementado pela anestesia do
nervo lingual e bucal quando houver necessidade de analgesia da mucosa vestibular
de 1º a 3º molar, ou tecidos moles da região lingual, respectivamente.
Nervos anestesiados
Os nervos anestesiados por esta técnica de bloqueio são o nervo alveolar inferior e seus
ramos terminais (incisivo e mentoniano), comumente o nervo lingual.
Áreas anestesiadas
O bloqueio do nervo alveolar inferior anestesia:
ƒ dentes mandibulares até a linha média;
ƒ corpo da mandíbula e porção inferior do ramo;
ƒ mucoperiósteo vestibular anterior ao 1º molar mandibular (nervo mentoniano);
ƒ dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual);
ƒ tecidos moles linguais e periósteo (nervo lingual).
Figura 8 – Anestesia do nervo
alveolar inferior.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 121
Técnica
No bloqueio do nervo alveolar inferior, recomenda-se o uso de agulha longa calibre 25
para paciente adulto.
O profissional deverá estar posicionado à frente do paciente e pelo lado direito dele para
anestesia do nervo alveolar inferior direito (posição 8 horas), e posicionado ao lado do
paciente e ligeiramente posterior (posição 10 horas) para a anestesia no nervo alveolar
inferior esquerdo.
Introdução da agulha
A área de introdução da agulha será na face medial do ramo mandibular.
Os pontos de reparo são:
ƒ incisura coronóide (maior concavidade da borda anterior do ramo);
ƒ rafe pterigomandibular;
ƒ plano oclusal dos dentes posteriores mandibulares.
Os parâmetros a serem observados durante a introdução da agulha:
ƒ altura da injeção;
ƒ posição ântero-posterior da agulha;
ƒ profundidade de penetração da agulha.
Para a introdução da agulha, deve-se observar a altura da injeção.
ƒ com o indicador ou polegar da mão esquerda, palpar a incisura coronóide;
ƒ traçar uma linha imaginária do ponto do dedo até a rafe pterigomandibular,que
determinará a altura da injeção. Na maioria dos casos, essa altura estará em torno de
6 a 10mm acima do plano oclusal;
ƒ utilizar o dedo, também, para afastar os tecidos, distendendo-os lateralmente (este
procedimento torna a introdução da agulha menos traumática).
O ponto de introdução da agulha situa-se a três quartos da distância ântero-posterior
da incisura coronóide até a rafe pterigomandibular (Figura 9).
Figura 9 – Altura da injeção na téc-
nica anestésica do nervo alveolar
inferior.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
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122 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
Local de injeção (direção ântero-posterior)
A penetração da agulha ocorre na interseção de dois pontos:
ƒ o primeiro ponto, que se situa ao longo da linha ântero-posterior descrita para indicar
a altura da injeção;
ƒ o segundo ponto, que se situa em uma linha vertical que atravessa o primeiro ponto
(cerca de três quartos da distância da borda anterior do ramo).
O corpo da seringa tipo carpule deverá estar na direção dos pré-molares do lado
oposto.
Profundidade de penetração
A penetração de agulha será em torno de 20 a 25mm, ou aproximadamente dois quartos
do comprimento da agulha odontológica longa, até que se toque levemente o osso. A
extremidade da agulha deverá estar posicionada um pouco acima do forame mandibular;
Se houver toque no osso precocemente, poderá indicar que a agulha está posicionada
muito anteriormente no ramo mandibular. Se não houver toque no osso, poderá indicar
que a agulha está posicionada muito posteriormente. Nos dois casos, retirar a agulha e
introduzi-la na direção correta (Figura 10).
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ secar a mucosa com gaze estéril e aplicar anestésico tópico;
ƒ introduzir a agulha seguindo os parâmetros anteriores até tocar o osso, então recuar
1mm a agulha para que não ocorra injeção subperióstea;
ƒ injetar lentamente a solução anestésica (realizando refluxo ou aspiração), aproxima-
damente, 1,0mL do anestésico durante no mínimo de 60 segundos;
ƒ recuar um terço da agulha e injetar mais 0,5mL para anestesia do nervo lingual;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Figura 10 – Profundidade de pene-
tração da agulha na técnica
anestésica do nervo alveolar inferior.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 123
Sinais e sintomas
Dormência do lábio inferior e borda lateral da língua do lado anestesiado e ausência de dor
durante o tratamento odontológico são sinais e sintomas da eficácia da anestesia.
Falhas na anestesia
As falhas na anestesia podem ser:
ƒ injeção do anestésico abaixo do forame mandibular;
ƒ injeção do anestésico, anterior e lateralmente ao ramo. Esta falha é diagnosticada
pela ausência de anestesia;
ƒ inervação sensitiva acessória dos dentes mandibulares.
Alguns nervos estão envolvidos na inervação sensitiva acessória dos dentes mandibula-
res, como os nervos acessórios cervicais e o nervo milo-hioídeo, sendo que pesquisas atuais
indicam ser o nervo milo-hioídeo o principal envolvido. Esses estudos baseiam-se no fato que
o bloqueio do nervo mandibular de Gow-Gates, que bloqueia rotineiramente o nervo milo-
hioídeo, não está envolvido com problemas de inervação acessória.
Complicações
Pode-se ter, como complicação da técnica do bloqueio do nervo alveolar inferior:
ƒ hematoma local;
ƒ trismo (dor muscular ou movimentos limitados);
ƒ paralisia facial transitória por injeção anestésica muito posteriormente ao ramo man-
dibular, com difusão do anestésico para o corpo da parótida;
ƒ anestesia incompleta dos incisivos centrais ou laterais.
A anestesia incompleta mais comumente ocorre por sobreposição das fibras do nervo
alveolar inferior contralateral ou, algumas vezes, por inervação sensitiva acessória do nervo
milo-hioídeo. Para corrigir essa falha, deve-se realizar infiltração do anestésico na prega
mucojugal na região abaixo do ápice do dente em questão.
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124 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
33. Leia as afirmações sobre o bloqueio do nervo alveolar inferior:
I - O bloqueio do nervo alveolar inferior, ou também chamado de bloqueio mandibu-
lar, é a técnica de injeção mais usada e, possivelmente, mais importante em Odon-
tologia.
II - Esta técnica não é indicada quando se deseja analgesia de uma hemiarcada inferior,
em intervenções cirúrgicas nos dentes inferiores e tecidos moles anteriores ao 1º
molar.
III - O bloqueio do nervo alveolar inferior pode ser suplementado pela anestesias do
nervo lingual e bucal quando houver necessidade de analgesia da mucosa vestibu-
lar de 1º a 3º molar, ou tecidos moles da região lingual, respectivamente.
IV - O nervo anestesiado pela técnica é o nervo alveolar inferior e seus ramos terminais
(incisivo e mentoniano), comumente o nervo lingual.
Está INCORRETA a afirmativa:
A) I.
B) II.
C) III.
D) IV.
Resposta no final do capítulo
34. Qual a afirmativa correta em relação à anestesia pterigomandibular para bloqueio da
mandíbula?
A) Anestesia somente dos dentes inferiores posteriores relativos àquele hemiarco.
B) Se administrada posteriormente ao ramo da mandíbula, pode anestesiar o nervo
facial.
C) Em exodontia de molar, deve ser complementada com bloqueio do nervo lingual.
D) Todas as afirmativas estão incorretas.
Resposta no final do capítulo
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 125
35. Complete o quadro com informações sobre o bloqueio do nervo alveolar inferior:
36. Quais são as possíveis falhas na anestesia do nervo alveolar inferior?
37. Quando ocorre a anestesia incompleta do bloqueio do nervo alveolar inferior?
BLOQUEIO DO NERVO BUCAL
O nervo bucal é o ramo da divisão anterior do nervo mandibular (V5) e, conseqüentemente,
não é anestesiado durante o bloqueio do nervo alveolar inferior. Outros nomes utilizados
para a denominação desta técnica é bloqueio longo do nervo bucal e bloqueio do nervo
bucinador.
O nervo bucal é responsável pela inervação sensitiva dos tecidos moles da região vestibular
dos molares mandibulares, tornando-se então necessário o bloqueio anestésico desse nervo
na realização de manipulação invasiva dos tecidos moles da região, como, por exemplo, nas
exodontias (Figura 11).
Área de introdução
da agulha
Altura da injeção
Profundidade
de penetração
BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR INFERIOR
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126 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
Nervo anestesiado
O nervo anestesiado por esta técnica de bloqueio é o nervo bucal.
Áreas anestesiadas
Os tecidos moles vestibulares na região de molares inferiores são as áreas anestesiadas pelo
bloqueio do nervo bucal.
Técnica
Na técnica do bloqueio do nervo bucal, recomenda-se o uso de agulha longa de calibre
25. Esta agulha é utilizada, via de regra, porque o bloqueio do nervo bucal é, em geral,
realizado imediatamente após o bloqueio do nervo alveolar inferior. A área de introdução
da agulha será a mucosa vestibular do dente molar mais distal do arco mandibular (geral-
mente 3º molar). Os pontos de reparo são os molares inferiores e a prega mucojugal.
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ secar a mucosa com gaze estéril e aplicar anestésico tópico;
ƒ tracionar os tecidos moles da região vestibular para melhor visualização da região e
tornar o menos traumática possível a penetração da agulha;
ƒ voltar o bisel da agulha para a superfície óssea;
ƒ introduzir a agulha no fundo de vestíbuloda região vestibular do último molar. A
profundidade de penetração deve ser de 2mm a, no máximo, 4mm;
ƒ injetar o anestésico lentamente (realizando refluxo ou aspiração), na quantidade de
aproximadamente 0,3mL de solução anestésica;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Figura 11 – Anestesia do nervo bucal.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 127
Sinais e sintomas
Geralmente o paciente não apresenta nenhum sinal e sintoma subjetivo, apenas a manipula-
ção local sem dor indicará analgesia satisfatória.
BLOQUEIO DO NERVO LINGUAL
A anestesia do nervo lingual é geralmente realizada durante a técnica de anestesia para o
nervo alveolar inferior. Nos casos em que se deseja apenas o bloqueio do nervo lingual, a
técnica é a mesma, utilizando-se os mesmos marcos anatômicos e seguindo os mesmos
parâmetros clínicos, sendo que o anestésico será depositado em um ponto a 0,5cm medial e
ventral à língua e à mandíbula.
Nervo anestesiado
O nervo anestesiado por esta técnica de bloqueio é o nervo lingual.
Áreas anestesiadas
As áreas anestesiadas pelo bloqueio do nervo lingual são:
ƒ dois terços anteriores da língua;
ƒ assoalho da boca;
ƒ mucoperiósteo da face lingual da mandíbula.
Técnica
Na técnica do bloqueio do nervo lingual, recomenda-se o uso de agulha longa calibre 25
para paciente adulto.
Os parâmetros clínicos são os utilizados para a técnica alveloar inferior (altura de inje-
ção e posição ântero-posterior da agulha), e a área de introdução da agulha será na face
medial do ramo mandibular. A profundidade de injeção em que será depositada a solu-
ção anestésica será menor pelo fato de o nervo lingual posicionar-se mais superficialmen-
te que o nervo alveolar inferior.
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ secar a mucosa com gaze estéril e aplicar anestésico tópico;
ƒ introduzir a agulha seguindo os parâmetros anteriores em uma profundidade de 5mm;
ƒ injetar lentamente a solução anestésica (realizando refluxo ou aspiração), aproxima-
damente, 0,8 a 1,0mL do anestésico, durante no mínimo de 60 segundos;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
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128 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
Caso se necessite do bloqueio parcial do nervo lingual, injeta-se 0,3 a 0,6mL de solução
anestésica sob a mucosa lingual imediatamente distal ao elemento dental a ser tratado
ou extraído. Essa manobra produzirá anestesia suficiente para qualquer procedimento
odontológico nessa área.
Sinais e sintomas
O paciente relata sinais subjetivos de dormência dos dois terços anteriores da língua. A mani-
pulação local sem dor indicará analgesia satisfatória.
38. Assinale o sintoma de uma anestesia do nervo bucal:
A) Anestesia da comissura bucal.
B) Dormência no lábio inferior do lado correspondente.
C) Anestesia do lado correspondente da língua.
D) Nenhum dos sintomas anteriores está correto.
Resposta no final do capítulo
39. Na anestesia local bucal, quais são as áreas anestesiadas?
A) Tecidos moles vestibulares na região de molares inferiores.
B) Lingual.
C) Mento.
D) Somente terceiro molar inferior.
Resposta no final do capítulo
40. Quais os sinais e sintomas da anestesia bucal?
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 129
41. Sobre o bloqueio no nervo lingual, é INCORRETO afirmar:
A) A anestesia do nervo lingual é, geralmente, realizada durante a técnica de anestesia
para o nervo alveolar inferior.
B) Áreas anestesiadas pelo bloqueio do nervo lingual: dois terços anteriores da língua,
assoalho da boca e mucoperiósteo da face lingual da mandíbula.
C) Nesta técnica, recomenda-se o uso de agulha longa calibre 27 para paciente adulto.
D) Os parâmetros clínicos são os utilizados para a técnica alveloar inferior (altura de
injeção e posição ântero-posterior da agulha), e a área de introdução da agulha será
na face medial do ramo mandibular.
Resposta no final do capítulo
42. Qual o procedimento deve ser realizado caso se necessite do bloqueio parcial do nervo
lingual?
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130 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
BLOQUEIO DO NERVO MENTONIANO
O nervo mentoniano é um ramo terminal do nervo alveolar inferior, emergindo do
forame mentoniano, próximo aos ápices dos pré-molares inferiores. Este nervo é
responsável pela inervação sensitiva dos tecidos moles da região vestibular, lábio
inferior e mento até a linha média da mandíbula.
Na maioria dos procedimentos odontológicos, há poucas indicações para o bloqueio do
nervo mentoniano, sendo utilizado, basicamente, para procedimentos nos tecidos moles
da região inervada, como sutura de feridas em tecidos moles e biópsias (Figura 12).
Nervo anestesiado
O nervo anestesiado pela técnica deste bloqueio é o nervo mentoniano.
Áreas anestesiadas
As áreas anestesiadas pelo bloqueio do nervo mentoniano são:
ƒ mucosa oral anterior ao forame mentoniano;
ƒ lábio inferior;
ƒ mento até a linha média.
Figura 12 – Anestesia do nervo
mentoniano.
Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:01130
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 131
Técnica
Na técnica do bloqueio do nervo mentoniano, recomenda-se uso de agulha curta calibre
25 ou 27.
A área de introdução da agulha na prega mucojugal na direção de pré-molares inferiores,
sendo a área-alvo o nervo mentoniano (situado entre os ápices dos pré-molares
mandibulares).
A técnica consiste nos seguintes passos:
ƒ voltar o bisel da agulha para o osso;
ƒ posicionar o paciente em decúbito dorsal ou em semidecúbito;
ƒ solicitar que o paciente feche parcialmente a boca para permitir melhor acesso ao
local de injeção;
ƒ afastar o lábio inferior e tecidos moles da boca lateralmente. Localizar o forame
mentoniano, palpando a região da prega mucojugal, e pressionar contra o corpo da
mandíbula; na área entre o primeiro e o segundo pré-molares (a área do forame
mentoniano apresenta-se irregular e ligeiramente côncava);
ƒ secar a mucosa com gaze estéril e aplicar anestésico tópico;
ƒ penetrar a agulha no local da injeção, na direção do primeiro pré-molar, orientando a
seringa para o forame mentoniano;
ƒ avançar a agulha lentamente até alcançar o forame. A profundidade de penetração
será de 5 a 6mm;
ƒ injetar, lentamente, a solução anestésica (realizando refluxo ou aspiração) aproxima-
damente 0,5 a 1,0mL do anestésico durante o mínimo de 60 segundos;
ƒ retirar a agulha cuidadosamente;
ƒ aguardar de 3 a 5 minutos para o efeito anestésico.
Sinais e sintomas
Dormência do lábio inferior e ausência de dor durante o tratamento são os sinais e os sinto-
mas da eficácia do bloqueio do nervo mentoniano.
BLOQUEIO DO NERVO INCISIVO
A técnica do bloqueio do nervo incisivo está indicada quando se deseja anestesia pulpar dos
dentes mandibulares anteriores ao forame mentoniano, quando o bloqueio do nervo alveolar
inferior não estiver indicado ou quando não se desejar o bloqueio anestésico do nervo lingual.
O nervo incisivo é um ramo direto do nervo alveolar inferior, originado como uma
continuação direta do mesmo. O nervo incisivo segue anteriormente no canal incisivo,
sendo responsável pela inervação sensitiva dos dentes mandibulares localizados
anteriormente ao forame mentoniano.
Proodonto-cirurgia_4_Tecnicas de anestesia.pmd 21/10/2008, 16:01131
132 TÉCNICAS DE ANESTESIA MAXILAR E TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR
Em literaturas mais recentes, relata-se que não é necessário que

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