Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Vamos compreender o que é e como como é estruturado o Sistema Tributário Nacional O Sistema Tributário Nacional é um conjunto de normas jurídicas visando disciplinar o regular exercício do poder de tributar atribuído pela Constituição da República aos Entes Federados – Regina Helena Costa in Curso de direito tributário: constituição e código tributário nacional, 5a. ed. “[…] por sistema tributário nacional entende-se, singelamente, o conjunto de normas constitucionais e infraconstitucionais que disciplinam a atividade tributante." O STN resulta, essencialmente, da conjugação de três planos normativos distintos: 1) Texto Constitucional 2) Lei Complementar Veiculadora de normas gerais em matéria tributária (CTN) 3) Lei Ordinária Institui tributos na maior parte dos casos (IGF é uma exceção, por exemplo) Quando falamos em Sistema Tributário Nacional - STN, estamos tratando do conjunto de todos os tributos cobrados no Brasil Qual é a principal fonte do Direito Tributário brasileiro? A Constituição da República de 1988! O legislador constituinte decidiu tratar do tema tributário de forma extensiva na CF/88 Na CF/88 vamos encontrar as normas gerais do Direito Tributário brasileiro IMPORTANTÍSSIMO!! A CF/88 NÃO CRIA TRIBUTOS!!! Ela apenas outorga a competência aos entes políticos para que estes criem os tributos! - Regina Helena Costa “A Constituição não cria os tributos, mas, induvidosamente, autoriza a sua instituição dentro de parâmetros objetivos por ela consignados.” A Constituição é o fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico pátrio, não sendo diferente quanto ao Direito Tributário! Normas tributárias devem estar de acordo com o texto da CF/88 CF/88 disciplina o Sistema Tributário Nacional no: Capítulo I do Título VI ‘Da tributação e do orçamento’ Artigos 145 a 162 IMPORTANTÍSSIMO!! As normas tributárias não se resumem às estampadas no capítulo dedicado ao Sistema Tributário Nacional! ? ? ? ? ? ? Existem diversas normas de Direito Tributário espalhadas pelo texto da Constituição Art. 5o da CF: Diversas imunidades tributárias referentes à prestação de serviços públicos, afastando a possibilidade de exigência de taxas 5o, XXXIV: “são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; c) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal; 5o, LXXXIV “o Estado prestará assistência judiciária integral e gratuita, aos que comprovarem insuficiência de recursos” Fica afastada a possibilidade de cobrança de taxa! O artigo 62 regula como será a utilização de Medida Provisória quando tratar de matéria tributária No título dedicado à Ordem Social: disciplina contribuições (tributos) destinadas ao financiamento da seguridade social (artigo 195, ‘caput' e parágrafos) Fica possível visualisar a importância da matéria tributária para a CF/88, que lhe dedica um vasto conjunto de normas espalhadas por todo o seu texto! FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO Vamos compreender o que são fontes e a sua importância. Após, analisaremos as fontes do Direito Tributário. As fontes do Direito Tributário explicam qual é o fundamento jurídico que justifica a relação entre o contribuinte e o Fisco. – Vittorio Cassone “No sentindo do Direito como norma de conduta, fonte revela- nos onde nascem ou são produzidas as leis.” O ordenamento jurídico brasileiro é escrito, com base no “civil law”, sendo a LEI a fonte do direito por excelência As fontes do Direito Tributário são dividas em FORMAISMATERIAIS FONTES MATERIAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO - Vittorio Cassone “As fontes materiais exprimem situações ou fatos tributários - tais como a renda, o patrimônio, a transmissão da propriedade, os serviços, a importação, a exportação, a circulação, a distribuição, o consumo, que por si só considerados nada representam.” São fatos da realidade! Substrato fático ao qual se atribui uma consequência jurídica (através de uma fonte formal) No Direito Tributário, vamos observar que os suportes fáticos são de ordem econômica: ser proprietário de um imóvel (IPTU) ou de um veículo automotor (IPVA), auferir renda (IR), industrializar produtos (IPI), importar (II) ou exportar (IE) etc. Porém, por si só, as fontes materiais não surtem efeito nenhum no Direito Tributário (não possuem eficácia jurídica) Logo, precisam ser introduzidas no campo do Direito Tributário através de um instrumento que lhes dê eficácia jurídica, exigindo uma FORMA O que seria essa FORMA? Essa FORMA consiste no procedimento do Poder Legislativo de elaborar uma lei tributária, com base na fonte material! - Vittorio Cassone “Significa dizer: o legislador, sabedor da existência, no mundo das situações ou dos fatos econômicos, da renda, do patrimônio, dos serviços etc., elabora lei criando o Imposto de Renda, o Imposto sobre a Propriedade Imobiliária, o Imposto sobre Serviços etc.” Mais uma vez: As fontes materiais são os fatos do mundo real sobre os quais haverá incidência tributária, conforme determinado pelo legislador! FONTES FORMAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO As fontes formais dão eficácia jurídica às fontes materiais, fatos que por si só não produzem efeito algum no mundo jurídico Ahn? Como assim? Vamos lá…… A fonte material é um fato da realidade. No caso do Direito Tributário, possui natureza econômica! Então se eu aufiro renda, ocorre um fato da realidade! Mas de nada importa para o direito um fato da realidade que não possua uma consequência jurídica, certo? A renda que eu auferir só importará ao Direito Tributário se houver alguma norma dando à esse fato da realidade uma consequência jurídica! E é aí que entram as fontes formais… Logo, uma fonte formal dá à uma fonte material uma consequência jurídica! Um fato da realidade passa produzir efeitos no mundo jurídico! Sou proprietário de um imóvel urbano Fato da realidade INEXISTE lei que exija um tributo pela propriedade do imóvel urbano Fato da realidade não produz efeito no mundo jurídico! EXISTE lei que exija um tributo pela propriedade do imóvel urbano Fato da realidade produzirá efeitos no mundo jurídico! As fontes formais são dividas em duas: 1) Fontes Formais Primárias 2) Fontes Formais Secundárias INOVAM NO SISTEMA JURÍDICO REGULAMENTAM NORMAS JÁ EXISTENTES A União possui competência para criar o IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS - IGF, mas não o criou até hoje! Caso a União resolva instituir o IGF, terá que criá-lo através de Lei Complementar. Essa norma será introduzida no ordenamento jurídico através de uma FONTE FORMAL PRIMÁRIA, apta a inovar! FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS Introduzem normas no ordenamento jurídico! Modificam o ordenamento jurídico! As fontes primárias estão contidas no artigo 59 da Constituição de 1988: Constituição da República; Emendas à Constituição; Leis Complementares; Leis Ordinárias; Leis Delegadas; Medidas Provisórias; Decretos Legislativos; Resoluções +Tratados e Convenções Internacionais 1) Constituição da República FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS É a fonte formal maior do Direito Tributário Brasileiro! Norma fundamental do nosso ordenamento jurídico Dá validade jurídica a todo o ordenamento infra-constitucional No Brasil, ao contrário do que se observa em outros países, o Sistema Tributário está delineado essencialmente na CF/88 “Vejam-se, por exemplo, as Constituições da Argentina (1853), da Espanha (1978), da França (1958) e da Itália (1947), que dedicam apenas dois ou três artigos ao trato da matéria tributária.” - Regina Helena Costa Trata de: Princípios gerais Limitações ao poder de tributar (princípios, imunidades) Competência tributária Repartição das Receitas Tributárias Por estar estampado na CF/88, verificamos que o STN só pode ser modificado na sua estrutura básica por intermédio de Emenda Constitucional (artigo 60, CF/88) Toda modificação no plano infraconstitucional deve se atentar ao texto da Lei Maior - Regina Helena Costa “Em síntese, a Constituição é a mais importante fonte do Direito Tributário e, em razão da minudente disciplina que ostenta, vincula o conteúdo das leis complementares e ordinárias.” 2) Emendas à Constituição FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS Única forma de se alterar o texto da CF/88! Devem respeitar as Cláusulas Pétreas insculpidas no artigo 62, parágrafo 4o da CF/88 3) Lei Complementar FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS Prevista nos artigos 59, II e 69 da Constituição de 1988 É o veículo legislativo destinado a complementar e a fazer operar a própria Constituição Aprovada por maioria absoluta nas duas casas do Congresso Nacional Disciplinam matérias implicitamente indicadas pelo texto constitucional Distingue-se da Lei Ordinária mediante dois critérios 1) De ordem FORMAL “quorum" qualificado para a sua aprovação 2) De ordem MATERIAL matérias especialmente indicadas para o seu âmbito Há hierarquia entre Lei Complementar e Lei Ordinária? Professora Regina Helena Costa: Não há uma hierarquia necessária, pois ambas retiram seu fundamento de validade diretamente da Constituição. Eventualmente, ela pode se verificar. Pode ocorrer da Lei Ordinária encontrar o seu fundamento de validade da Lei Complementar. Assim, extraíra o seu fundamento de validade MEDIATAMENTE da CF e IMEDIATAMENTE da Lei Complementar. Distinção entre hierarquia formal e hierarquia material A hierarquia formal dá-se quando a norma superior dita apenas os pressupostos de forma que a norma subordinada deve observar A hierarquia material ocorre sempre que a regra subordinante antecipar os conteúdos de significação da norma inferior. Artigo 59, parágrafo único, da Constituição da República Sob o prisma estritamente formal, a Lei Complementar é hierarquicamente superior à Lei Ordinária, nos termos do artigo 59, parágrafo único, da Constituição Quatro funções da Lei Complementar 1a) Veicular normas gerais de Direito Tributário, dispondo sobre conflitos de competência e regulando as limitações constitucionais ao poder de tributar 2a) Instituir os tributos em relação aos quais é expressamente exigida 3a) Conferir uniformidade ao regramento de certos impostos dos Estados e Municípios (ITCMD, ICMS e ISS) 4a) Estabelecer critérios especiais de tributação, destinados à prevenção de desequilíbrios da concorrência Artigo 146-A da CR 4) Lei Ordinária FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS Disciplina assuntos em geral Artigo 59, III, CR A Constituição disciplina a ação de exigir tributos A Lei Complementar produz normas gerais Âmbito de atuação da Lei Ordinária é residual e reduzido em matéria tributária O papel de maior relevo é a instituição de tributos, mediante a descrição de suas hipóteses de incidência, frente ao princípio da legalidade tributária Artigo 150, I, CR Leis Ordinárias também prescrevem as obrigações acessórias, infrações tributárias e penalidades, normatizar atividades de administrativas de fiscalização e arrecadação de tributos, fazendo cumprir o artigo 5o, II, CR, que assevera que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei 5) MP FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS Ato normativo de caráter extraordinário, de competência do Chefe do Poder Executivo Tem eficácia pelo prazo de 60 dias Prorrogáveis por mais 60 dias = 120 dias Artigo 62, CR Possui eficácia de lei! Não é lei! É equiparada à lei apenas no sentido material Sua edição está condicionada à observância dos pressupostos de relevância e urgência Ostenta, assim, eficácia precária Pode INSTITUIR e MAJORAR tributos? Fere o princípio da legalidade o Chefe do Executivo se manifestar quanto a exigência fiscal? STF - admite o emprego de Medida Provisória para a instituição e aumento de tributos, devendo ser observada a anterioridade da lei tributária Com a EC n. 32/2001, a redação do artigo 62, da CR, foi alterada, alterando o regime das Medidas Provisórias Poderá instituir e majorar tributos cuja disciplina não exija Lei Complementar Artigo 62, 1o, III, da CR Os impostos previstos nos artigos 153, I, II, IV, V e 154, II não observam o princípio da anterioridade da lei tributária quando majorados por Medida Provisória II, IE, IPI, IOF e IEG A Medida Provisória tem como pressuposto a URGÊNCIA Se é preciso observar a ANTERIORIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA, ter-se-á que esperar A urgência e a anterioridade são ideias antagônicas Medida Provisória não é instrumento legítimo a instituir e majorar impostos 6) Decreto Legislativo FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS Artigo 59, IV da CR Disciplinam matéria privativa do CN FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS Aprovação de tratados internacionais (art. 49, I), integrando-os à ordem interna 7) Resoluções FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS Ato normativo emanado pelo Legislativo Artigo 59, VII, CR Utilizada para regular matéria de competência do CN e de suas casas (CD e SF) Resoluções do Senado Federal são relevantes no âmbito tributário para a disciplina das alíquotas dos impostos estaduais ITCMD - alíquotas máximas Artigo 155, p. 1o, IV, CR ICMS - alíquotas aplicáveis às operações interestaduais e de exportação; às alíquotas mínimas e máximas nas operações internas Artigo 155, p. 2o, CR IPVA - alíquotas mínimas Artigo 155, p. 6o, I, CR 8) Tratados e Convenções Internacionais FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS Resultam do desempenho da atividade administrativa Possuem uma esfera limitada pelo princípio da legalidade Normas expedidas pela Administração Pública destinadas a orientar os órgãos públicos quanto à interpretação e à aplicação das leis que lhes compete executar Comandos dirigidos aos agentes da Administração Pública! São vários os atos administrativos normativos: Decretos Instruções Resoluções Portarias Ordens de Serviço Avisos Etc. Decretos FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS Decreto é a forma de que se revestem os atos emanados pelos Chefes do Poder Executivo Regulamento é a categoria de ato administrativo normativo emanado pelo Chefe do Executivo Assim, todo regulamento é veiculado via decreto Artigo 84, IV, da CR Subordinado à lei Controle: cabe ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Executivo que exorbitem o poder regulamentar Artigo 99 do Código Tributário Nacional proclama o limite do alcance dos decretos aos das leis em função das quais sejam expedidos Exemplos Fixar alíquotas de competência do Chefe do Executivo Ato discricionário, que deverá observar a oportunidade e a conveniência II, IE, IPI e IOF Artigo 153, I, II, IV, e V, CR Instruções FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS Atos administrativos normativos de competência dos auxiliares direitos dos Chefes do Poder Executivo Ministros de Estado Artigos 84, parágrafo único e 87, parágrafo único, II, da CR Secretários Estaduais e Municipais Tais autoridades traçarão orientações aos órgãos públicos acerca da interpretação e da aplicação das leis tributárias que lhes couber Jurisprudência e Doutrina Obs.: Caráter vinculante da Jurisprudência Súmulas Vinculantes FIM
Compartilhar