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Profª. Msc. Fernanda Nascimento 29 ESTRUTURAS DE MADEIRA Capítulo 06 Critérios de Dimensionamento NBR 7190/ 1997 Profª. Msc. Fernanda Nascimento 30 6.1. Considerações Básicas para Projeto de Construções em Madeira A norma brasileira NBR 7190/97 aborda alguns tópicos relacionados a durabilidade da madeira, cuidados na execução das estruturas, dimensões mínimas de elementos estruturais e dos conectores, e características do próprio projeto estrutural. 6.1.1. Durabilidade da Madeira Segundo a norma brasileira NBR 7190/97, o projeto de estruturas de madeira deve garantir a durabilidade da madeira, facilitando o escoamento das águas, prevendo a ventilação das faces vizinhas e paralelas às peças em madeira e utilizando madeira com tratamento preservativo adequado. Além disso, o projeto deve ser desenvolvido visando permitir a inspeção e os trabalhos de conservação. 6.1.2. Execução das Estruturas De acordo com NBR 7190/97, todo trabalho de carpintaria deve ser desenvolvido por profissional qualificado, capaz de executar as sambladuras, encaixes, ligações de juntas e articulações perfeitamente ajustadas em todas as superfícies. Todas as perfurações, escariações, ranhuras e fresamentos para meios de ligações devem ser feitos à máquina e perfeitamente ajustados. Por ventura, as peças que, na montagem, não se adaptarem perfeitamente às ligações ou que se tenham empenado prejudicialmente devem ser substituídas. A norma brasileira NBR 7190/97 estabelece dimensões mínimas para seções transversais dos elementos estruturais, arruelas, espessura de chapas de aço e diâmetros de pinos e cavilhas. 6.1.3. Dimensões Mínimas Nas peças principais isoladas, como vigas e barras longitudinais de treliças, a área mínima das seções transversais será de 50 cm2 e a espessura mínima de 5 cm. Nas peças secundárias esses limites reduzem-se respectivamente a 18 cm2 e 2,5 cm. Profª. Msc. Fernanda Nascimento Nas peças principais múltiplas, a área mínima da seção transversal de cada elemento componente será de 35 cm Nas peças secundárias múltiplas esses limites reduzem 18 cm2 e 1,8 cm. 6.1.3.1. Espessura mínima das chapas A espessura mínima das chapas de aço das ligações será de 9 mm nas pontes e de 6 mm em outros casos. 6.1.3.2. Dimensões mínimas das arruelas A NBR 7190/97 estabelece arruelas com diâmetro ou diâmetro do parafuso) sob a cabeça e a porca (Figura devem estar em contato total Fig. 6.1 – Dimensões transversais mínimas de peças isoladas. Fig. 6.2 – Dimensões transversais Fernanda Nascimento Nas peças principais múltiplas, a área mínima da seção transversal de cada elemento componente será de 35 cm2 e a espessura mínima de 2,5 cm. secundárias múltiplas esses limites reduzem-se respectivamente a ssura mínima das chapas A espessura mínima das chapas de aço das ligações será de 9 mm nas de 6 mm em outros casos. Dimensões mínimas das arruelas A NBR 7190/97 estabelece que na fixação dos parafusos, devem ser usadas arruelas com diâmetro ou comprimento do lado de pelo menos 3d (d é o parafuso) sob a cabeça e a porca (Figura 5.3 devem estar em contato total com as peças de madeira. Dimensões transversais mínimas de peças isoladas. Dimensões transversais mínimas de peças múltiplas. 31 Nas peças principais múltiplas, a área mínima da seção transversal de cada e a espessura mínima de 2,5 cm. se respectivamente a A espessura mínima das chapas de aço das ligações será de 9 mm nas que na fixação dos parafusos, devem ser usadas comprimento do lado de pelo menos 3d (d é o 5.3). As arruelas Dimensões transversais mínimas de peças isoladas. mínimas de peças múltiplas. Profª. Msc. Fernanda Nascimento A espessura mínima das arruelas de aço será de 9 mm nas pontes, de 6 mm em outras estruturas, não devendo em caso algum ser inferior a 1/8 do lado, no caso de arruelas quadradas, ou do diâmetro, no caso de arruelas circulares. A área útil mínima o esforço de tração admissível no compressão normal da madeira. 6.1.3.3. Diâmetros mínimos de pinos e cavilhas As cavilhas são peças roliças, lisas ou estriadas, fabricadas em madeiras duras como marfim, jatobá e ipê, disponíveis em tamanhos padronizados. Existem também cavilhas plásticas. estruturais apenas com os diâmetros de 16 mm, 18 mm e 20 mm. Os pregos estruturais devem ser feitos de aço com resistência de escoamento ��� de pelo menos de 3 mm. Recomenda-se que os parafusos estruturais tenham diâmetros que 10 mm e resistência característica 240 MPa. Fernanda Nascimento A espessura mínima das arruelas de aço será de 9 mm nas pontes, de 6 mm turas, não devendo em caso algum ser inferior a 1/8 do lado, arruelas quadradas, ou do diâmetro, no caso de arruelas circulares. A área útil mínima das arruelas deve ser tal que permita utilizar todo o esforço de tração admissível no parafuso, sem exceder a resistência à compressão normal da madeira. Diâmetros mínimos de pinos e cavilhas As cavilhas são peças roliças, lisas ou estriadas, fabricadas em madeiras marfim, jatobá e ipê, disponíveis em tamanhos padronizados. ém cavilhas plásticas. Admite-se o emprego de cavilhas os diâmetros de 16 mm, 18 mm e 20 mm. pregos estruturais devem ser feitos de aço com resistência de pelo menos 600 MPa, e devem ter diâmetro mínimo se que os parafusos estruturais tenham diâmetros que 10 mm e resistência característica de escoamento ��� de pelo menos Fig. 6.3 – Tipos de arruelas. 32 A espessura mínima das arruelas de aço será de 9 mm nas pontes, de 6 mm turas, não devendo em caso algum ser inferior a 1/8 do lado, arruelas quadradas, ou do diâmetro, no caso de arruelas das arruelas deve ser tal que permita utilizar todo em exceder a resistência à As cavilhas são peças roliças, lisas ou estriadas, fabricadas em madeiras marfim, jatobá e ipê, disponíveis em tamanhos padronizados. se o emprego de cavilhas os diâmetros de 16 mm, 18 mm e 20 mm. pregos estruturais devem ser feitos de aço com resistência característica diâmetro mínimo se que os parafusos estruturais tenham diâmetros não menores de pelo menos Profª. Msc. Fernanda Nascimento 33 6.1.4. Esbeltez Máxima Deve-se impor limitação máxima na esbeltez de barras comprimidas de seção retangular cheia ou de barras comprimidas múltiplas cujo comprimento de flambagem �� , correspondente ao comprimento máximo de 40 vezes a menor dimensão da seção transversal. Nas peças tracionadas esse limite é de 50 vezes. 6.1.5. Projeto Executivo De acordo com a NBR7190/97, o projeto de estruturas de madeira é constituído de memorial justificativo e de desenhos. Quando necessário, deve-se apresentar um plano de montagem. O memorial justificativo deve conter: a) Descrição do arranjo global tridimensional da estrutura; b) Ações e condições de carregamento admitidas, incluídos os percursos das cargas móveis; c) Esquemas adotados na análise dos elementos estruturais e identificação de suas peças; d) Análise estrutural; e) Propriedades do material; f) Dimensionamento e detalhamento esquemático das peças estruturais; g) Dimensionamentoe detalhamento esquemático das emendas, uniões e ligações. Os desenhos de projeto são constituídos pelos desenhos de conjunto, de detalhes e de montagem. Os desenhos de conjunto representam o arranjo geral da estrutura por meio de plantas, de elevações, de seções e de cortes (Figura 6.4). Eles devem ser feitos em escalas adequadas ao tamanho da obra a ser representada, para que não haja dúvidas na identificação das partes. Para obras correntes, empregam-se as escalas 1:10, 1:50 e 1:100. Profª. Msc. Fernanda Nascimento Fig. 6.4 - Desenho de conjunto com os detalhes de contraven Os desenhos de detalhes são utilizados para representar minúcias necessárias à execução e arranjo de componentes (Figura plantas, elevações, seções e cortes, recomendando 1:10, 1:20 para a sua expressão gráfica. Os desenhos de montagem indicam as operações de construção da estrutura. Incluem um esquema geral do conjunto, em escala adequada à complexidade do arranjo (Figura 6 Fig. 6.5 – Detalhes dos nós de ligação de uma tesoura Fernanda Nascimento Desenho de conjunto com os detalhes de contraventamento vertical - NBR 7190/97 Os desenhos de detalhes são utilizados para representar minúcias necessárias ranjo de componentes (Figura 6.5). Eles podem incluir seções e cortes, recomendando-se as escalas 1:1, 1:5, expressão gráfica. Os desenhos de montagem indicam as operações de construção da esquema geral do conjunto, em escala adequada à arranjo (Figura 6.6). Detalhes dos nós de ligação de uma tesoura – 34 Desenho de conjunto com os detalhes de Os desenhos de detalhes são utilizados para representar minúcias necessárias ). Eles podem incluir se as escalas 1:1, 1:5, Os desenhos de montagem indicam as operações de construção da esquema geral do conjunto, em escala adequada à – NBR 7190/97. Profª. Msc. Fernanda Nascimento 35 Os desenhos de projeto devem conter, de modo bem destacado, a identificação dos materiais a serem empregados (madeira, parafusos, pregos, arruelas, chapas metálicas) e as suas classes de resistências. As peças estruturais devem ter a mesma identificação nos desenhos e no memorial justificativo. Devem conter também o desenho de conjunto com detalhes das ligações e contraventamentos. 6.2. Verificação da Segurança – Estados Limites A verificação de segurança deverá ser feita em relação aos estados limites últimos e estados limites de utilização. Um estado limite ocorre sempre que a estrutura deixa de satisfazer um de seus objetivos, que são: a) Garantia da segurança estrutural evitando-se o colapso da estrutura; b) Garantia de um bom desempenho da estrutura evitando-se, por exemplo, a ocorrência de grandes deslocamentos, vibrações, danos localizados à estrutura e seus acessórios. Eles podem ser divididos em: estados limites últimos e estados limites de utilização. Os estados limites últimos são estados que, por sua simples ocorrência, determinam a paralisação, no todo ou em parte, do uso da construção, como por exemplo, ruptura ou deformação excessiva dos materiais, instabilidade, etc. Fig. 6.6 – Esquema geral da treliça e detalhes das emendas dos banzos superior e inferior. Profª. Msc. Fernanda Nascimento 36 A condição de segurança relativa a possíveis estados limites últimos são garantidas por condições do tipo: �� ≤ � Onde: �� – valor de cálculo da solicitação; � – valor de cálculo da resistência. Os estados limites de utilização são considerados na verificação da segurança das estruturas de madeira, e são caracterizados por deformações excessivas que podem provocar: a) Deslocamentos que afetam a utilização normal da construção ou seu aspecto estético; b) Danos a materiais não estruturais da construção e/ou que provoquem vibrações excessivas; c) Vibrações excessivas. A verificação da segurança em relação a estados limites de utilização deve ser feita por condições do tipo: ��,�� � ��çã� ≤ �� � �� Onde: �� � �� – é o valor limite fixado para o efeito estrutural que determina o aparecimento do estado limite considerado; ��,�� � ��çã� – são os valores de cálculo desses mesmos efeitos, decorrentes da aplicação das ações estabelecidas para a verificação, calculados com a hipótese de comportamento elástico linear da estrutura. Para o cálculo destes efeitos, deve ser utilizado o valor efetivo do módulo de elasticidade (���,��). 6.3. Critério de Dimensionamento para Solicitações Simples (NBR7190) 6.3.1. Compressão Quando a peça é solicitada por compressão paralela às fibras, as forças agem paralelamente à direção dos elementos anatômicos responsáveis pela resistência, o que confere uma grande resistência à madeira. Profª. Msc. Fernanda Nascimento No caso de solicitação normal às fibras, a madeira apresenta valores de resistências menores, pois a força é aplicada na direção normal ao comprimento das fibras, provocando o esmagamento. Nas solicitações inclinadas em relação às fibras da madeira, adotam valores de resistências intermediários entre a compressão paralela e a normal, calculadas pela expressão de Hankinson: � A figura 6.7 mostra os três tipos poss a) Compressão Paralela às Fibras A solicitação de compressão paralela às fibras pode ocorrer em barras de treliça, em pilares e em componentes de contraventamentos ou travamentos de conjuntos estruturais, PEÇA CURTA ( λλλλ > 40 ) Na prática, apenas na hipótese de se ter uma peça curta, de esbeltez ��� não superior a 40, o dimensionamento será feito como compressão simples. Considera-se que não ocorre perda de estabilidade e a verificação da segurança será feita relativamente à resistência às tensões normais de compressão, com a condição abaixo: Fig. 6.7 – Fernanda Nascimento No caso de solicitação normal às fibras, a madeira apresenta valores de resistências menores, pois a força é aplicada na direção normal ao comprimento das fibras, provocando o esmagamento. adas em relação às fibras da madeira, adotam valores de resistências intermediários entre a compressão paralela e a normal, calculadas pela expressão de Hankinson: �� � ��� � � ����� sin $% & � � cos $%� os três tipos possíveis de compressão na madeira. Compressão Paralela às Fibras A solicitação de compressão paralela às fibras pode ocorrer em barras de treliça, em pilares e em componentes de contraventamentos ou travamentos solicitadas apenas por compressão centrada. > 40 ) Na prática, apenas na hipótese de se ter uma peça curta, isto é, com índice não superior a 40, o dimensionamento será feito como se que não ocorre perda de estabilidade e a verificação da segurança será feita relativamente à resistência às tensões normais de compressão, com a condição abaixo: Peças sujeitas a esforços de compressão. 37 No caso de solicitação normal às fibras, a madeira apresenta valores de resistências menores, pois a força é aplicada na direção normal ao adas em relação às fibras da madeira, adotam-se valores de resistências intermediários entre a compressão paralela e a íveis de compressão na madeira. A solicitação de compressão paralela às fibras pode ocorrer em barras de treliça, em pilares e em componentes de contraventamentosou travamentos solicitadas apenas por compressão centrada. isto é, com índice não superior a 40, o dimensionamento será feito como se que não ocorre perda de estabilidade e a verificação da segurança será feita relativamente à resistência às tensões normais de sforços de compressão. Profª. Msc. Fernanda Nascimento 38 )��,� � *�+ ≤ ���,� Onde: )��,� – tensão de compressão atuante *� – esforço normal de compressão + – área da seção transversal ���,� – resistência à compressão paralela A resistência das seções mais solicitadas de peças curtas sujeitas à flexão composta reta, ou seja, ação combinada de força normal e apenas um momento fletor, ( -�, *�) é verificada no estado limite último com a seguinte expressão: .)*���,� / % & )-���,� ≤ 1,00 Onde )-� é tensão máxima de compressão devida ao momento fletor -� de projeto. As peças curtas sujeitas à flexão composta oblíqua devem ser verificadas por: .)*���,� / % & )2,���,� & 34 )�,���,� ≤ 1,00 .)*���,� / % & 34 )2,���,� & )�,���,� ≤ 1,00 Onde )2,� e )�,� são as máximas tensões de compressão devidas aos momentos fletores -2,� e -�,�. 34 � 0,5 para seções retangulares; 34 � 1,0 para outras seções. Para os outros casos �� > 40�, mesmo que a solicitação de cálculo seja apenas de compressão centrada, a verificação da estabilidade deve ser feita admitindo-se uma excentricidade acidental do esforço de compressão. Esta excentricidade é devida a imperfeições geométricas das peças, excentricidades inevitáveis dos carregamentos e acréscimos das excentricidades causadas pelo efeito de segunda ordem. Profª. Msc. Fernanda Nascimento 39 PEÇA MEDIANAMENTE ESBELTA (40 ≤ λλλλ ≤ 80) O efeito das imperfeições geométricas é considerado através de uma excentricidade acidental 8� da carga, cujo valor mínimo é dado por: 8� � �����9300 Por efeito do esforço normal de projeto *� atuando com excentricidade 8� resultará um momento fletor máximo de projeto: -� � *�8� ; *<=*<= − *�? Onde: *<= � @ %��,��A �����9% A – momento de inércia da seção no plano de flambagem ��,�� – módulo de elasticidade longitudinal efetivo. Com -� e *� calculam-se, respectivamente, as tensões )-� e )*�, e verifica-se a condição de segurança à compressão com flambagem (condição de estabilidade) pela equação: )*���,� & )-���,� ≤ 1,00 Esta condição é aplicada a cada plano de flambagem de forma independente, a menos que em um dos planos � � �BCDEF < 40, quando é dispensada a inclusão do efeito de flambagem na resistência ( H = raio de giração do plano de flambagem). No caso de peças que na condição de projeto estão sob ação de flexocompressão, esforço normal *� e momento fletor inicial - �, o momento fletor máximo de projeto (que inclui efeitos de imperfeições geométricas e efeito de 2ª ordem) é dado por: -� � *��8� & 8 � *<=�*<= − *�� Onde 8 � - �*� Profª. Msc. Fernanda Nascimento 40 Considera-se 8 com valor mínimo de I%�, sendo ℎ a altura da seção transversal referente ao plano de verificação. A condição de segurança é dada pela equação: )*���,� & )-���,� ≤ 1,00 utilizando -� calculado com a somatória 8� & 8 . PEÇA ESBELTA (λλλλ > 80) Para peças esbeltas o dimensionamento é feito tal como peças medianamente esbeltas, porém com a inclusão do efeito da fluência da madeira nos deslocamentos laterais da coluna, o qual se traduz em acréscimo do momento de projeto -�. Acrescenta-se às excentricidades acidental 8� e inicial 8H a excentricidade 8< que representa o efeito da fluência da madeira, ficando: -� � *��8� & 8 & 8<� *<=�*<= − *�� A excentricidade complementar de fluência 8<, cujo fenômeno é referente às deformações ocorridas ao longo do tempo na estrutura sob carregamento permanente ou de longa duração, é calculada pela expressão: 8< � �8 K & 8�� L8MN . O*K ∗ *<= − *K∗/ − 1Q Onde: O é o coeficiente de fluência dado na Tabela 6.1; 8 K � 4RS,TUT , excentricidade inicial oriunda do momento devido à carga permanente G; 8� � �BCDEFV�� > I%� ; ℎ = altura da seção em relação ao plano de verificação; *K∗ � *K & �WX & W%�*Y Sendo *K e *Y os valores característicos dos esforços normais oriundos, respectivamente, de carga permanente G e variável Q. WX e W% são dados na Tabela 6.3 com WX & W% ≤ 1,00 . Profª. Msc. Fernanda Nascimento 41 Tabela 6.1 – Coeficiente de Fluência O. Valores segundo a norma NBR 7190/97. Classe de Carregamento Classes de Umidade 1 2 3 4 Permanente 0,8 0,8 2,0 2,0 Longa Duração 0,8 0,8 2,0 2,0 Média Duração 0,3 0,3 1,0 1,0 Curta Duração 0,1 0,1 0,5 0,5 Combinação de Ações – segundo NBR 7190/97 Z� � ∑\]K ^ & ]YX_X & ∑ ]Y`W�`_`a (Combinações Normais) Tabela 6.2 – Coeficientes de majoração ]� das ações no estado limite de projeto. Combinação Ações permanentes Recalques diferenciais Ações variáveis Cargas permanentes Ações variáveis em geral, incluídas as cargas acidentais móveis Variação de temperatura ambiental Grande variabilidade Pequena variabilidade (*) γG γG γE γQ γQ Normal 1,4 (0,9) 1,3 (1,0) 1,2 (0) 1,4 1,2 Especial ou de Construção 1,3 (0,9) 1,2 (1,0) 1,2 (0) 1,2 1,0 Excepcional 1,2 (0,9) 1,1 (1,0) 0 (0) 1,0 0 Os valores entre parênteses correspondem a ações permanentes favoráveis à segurança. (*) Peso próprio de elementos de madeira classificada estruturalmente, cujo peso específico tenha coeficiente de variação não superior a 10%. Tabela 6.3 – Fatores de combinação ψ0 e de utilização ψ1 (freqüente) e ψ2 (quase- permanente). Descrição das Ações ψ0 ψ1 ψ2 Ações ambientais em estruturas correntes - variações uniformes de temperatura em relação à média anual local 0,6 0,5 0,3 - pressão dinâmica do vento 0,5 0,2 0 Cargas acidentais em edifícios - locais onde não há predominância de pesos de equipamentos fixos ou de elevadas concentrações de pessoas 0,4 0,3 0,2 - locais onde há predominância de pesos de equipamentos fixos ou de elevadas concentrações de pessoas 0,7 0,6 0,4 - bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6 Cargas móveis e seus efeitos dinâmicos - pontes de pedestres 0,4 0,3 0,2* - pontes rodoviárias 0,6 0,4 0,2* - pontes ferroviárias (ferrovias não especializadas) 0,8 0,6 0,4* *Admite-se ψ2 = 0 quando a ação variável de base da combinação for um sismo. Profª. Msc. Fernanda Nascimento 42 6.3.2. Tração Em peças tracionadas com esforço paralelo às fibras ou com inclinação de até 6° em relação às fibras, a condição de segurança é dada por: )b,� � *�+c ≤ �b,� Para peças com fibras inclinação d > 6° utiliza-se a fórmula de Hankinson (conforme item 6.3.1). A resistência da madeira à tração normal às fibras é considerada nula para fins de projeto estrutural. A esbeltez da peça tracionada, segundo a NBR 7190, deve ser menor do que 170. Área Líquida nas Seções de Ligação A área líquida é obtida deduzindo-se da área bruta +g da seção transversal as áreas projetadas dos furos ou entalhes executados na madeira para instalação dos elementos de ligação. a) Ligação com prego A área a sersubtraída é igual ao diâmetro do prego vezes a largura da peça. De acordo com a EUROCODE 5, no caso de pregos com diâmetro inferior a 6mm instalados sem pré-furação não há redução da área bruta; b) Ligação com parafuso A área a ser descontada é igual ao diâmetro do furo d’ vezes a largura b da peça, conforme figura 6.8. c) Ligação com conector de anel A área a ser descontada da seção é a área projetada do entalhe na madeira para instalação do anel mais a parcela não-sobreposta da área projetada do furo para o parafuso. Profª. Msc. Fernanda Nascimento Fig. 6.8 – Área Líquida ( Os furos obedecem, em geral, a uma distribuição geométrica bem definida. No caso de furos para parafusos alinhados na direção da carga, a seção útil é obtida na seção normal BB; chamando largura da peça de madeira, a área líquida será: Em algumas ligações, como no caso de peças inclinadas, é conveniente dispor os furos de forma não tracionada. Nestes casos, o número de f depende do espaçamento distância medida na direç considerados como se estivessem na mesma seção, sendo portanto deduzidos da área bruta para o cálculo da área líquida De acordo com a NBR 7190 desprezados desde que não ultrapassem 10% da seção bruta. Fernanda Nascimento Área Líquida ( +c ) de peças tracionadas com parafusos e conectores de anel. Os furos obedecem, em geral, a uma distribuição geométrica bem definida. No caso de furos para parafusos alinhados na direção da carga, a seção útil é obtida na seção normal BB; chamando-se d’ o diâmetro do fur largura da peça de madeira, a área líquida será: +c � +g − 2ijk Em algumas ligações, como no caso de peças inclinadas, é conveniente dispor os furos de forma não-alinhada com a direção das fibras da peça Nestes casos, o número de furos para parafusos a serem descontados depende do espaçamento l. Todos os furos localizados em seções com distância medida na direção das fibras menor do que 4d (l< 4d) devem ser considerados como se estivessem na mesma seção, sendo portanto área bruta para o cálculo da área líquida +c. De acordo com a NBR 7190, os furos das peças tracionadas podem ser desprezados desde que não ultrapassem 10% da seção bruta. 43 onadas com parafusos e Os furos obedecem, em geral, a uma distribuição geométrica bem definida. No caso de furos para parafusos alinhados na direção da carga, a seção útil o diâmetro do furo e b a Em algumas ligações, como no caso de peças inclinadas, é conveniente alinhada com a direção das fibras da peça uros para parafusos a serem descontados Todos os furos localizados em seções com < 4d) devem ser considerados como se estivessem na mesma seção, sendo portanto os furos das peças tracionadas podem ser Profª. Msc. Fernanda Nascimento Fig. 6.9 – Furos para parafusos alinhados e não a ) furos alinhados; ( b ) critérios da norma americana para cálculo da área líquida em caso de furos não-alinhados; ( 6.3.3. 6.3.4. Flexão Simples Reta Para uma viga sujeita à flexão em torno d tensões normais de bordo devem atender às seguintes condições: As tensões solicitantes de projeto nos bordos comprimido ( ()b,�) são calculadas pela expressão: Fernanda Nascimento Furos para parafusos alinhados e não-alinhados com a direção da carga. critérios da norma americana para cálculo da área líquida alinhados; ( c ) espaçamentos mínimos recomendados pela norma européia EUROCODE 5. Flexão Simples Reta Para uma viga sujeita à flexão em torno de um eixo principal de inércia, as tensões normais de bordo devem atender às seguintes condições: )�,� ≤ ��,� )b,� ≤ �b,� As tensões solicitantes de projeto nos bordos comprimido ()�,�) e tracionado ) são calculadas pela expressão: 44 alinhados com a direção da carga. ( critérios da norma americana para cálculo da área líquida espaçamentos mínimos recomendados pela e um eixo principal de inércia, as tensões normais de bordo devem atender às seguintes condições: ) e tracionado Profª. Msc. Fernanda Nascimento 45 )� � -�m Onde: m é o módulo de resistência à flexão do bordo considerado; -� é o momento fletor de projeto. 6.3.5. Cisalhamento Longitudinal em Vigas Em vigas submetidas à flexão com esforço cortante, o critério de segurança referente às tensões cisalhantes n é dado por: n� ≤ �o,� Onde �o,� é a tensão resistente de projeto a cisalhamento paralelo às fibras. Na ausência de dados experimentais referentes a �o , podem ser utilizadas as seguintes relações para tensões resistentes: Coníferas: �o,� � 0,12��,� Dicotiledôneas: �o,� � 0,10��,�
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