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26/08/2016 1 MATÉRIA ORGÂNICA NO SOLO "Qualidade do solo é a capacidade de um solo funcionar dentro dos limites de um ecossistema natural ou manejado, para sustentar a produtividade de plantas e animais, manter ou aumentar a qualidade do ar e da água e promover a saúde das plantas, dos animais e dos homens" (DORAN e PARKIN, 1994 citados por VEZZANI e MIELNICZUK, 2009) UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS Colegiado De Engenharia Agronomia/Engenharia Agronômica Prof. Emanuel Ernesto Fernandes Santos Introdução Interação com demais constituintes do solo; Pequena proporção nos solos. 26/08/2016 2 Introdução Representa um acervo de resíduos animais e vegetais parcialmente decompostos e também parcialmente sintetizados em contínua decomposição resultante do trabalho de microrganismos do solo. Fonte matéria orgânica no solo: Primária: Fotossíntese 6CO2 + 6H2O 6C(H2O) + 6O2 Tecidos vegetais: raízes, folhas, caules, frutos – fonte principal Tecidos animais: excrementos, corpos – fonte secundária Água 75% Mat. Seca 25% Carboidratos Proteínas (10%). Proteína Bruta Solúvel em água (1-15%) Gorduras, ceras (2%) Ligninas (25%). C, H e O (10-30%) Açúcares e amidos (15%). Hemicelulose (10-30%). Celulose (20-50%) Carbono (42%) Oxigênio (42%) Cinzas (8%) Hidrogênio (8%) Composição dos resíduos vegetais 26/08/2016 3 Composição dos resíduos vegetais Umidade: 60-90%; Matéria seca: O (42%), C (42%), H (8%); Cinzas: N, S, P, K, Ca, Mg e micronutrientes (8%) Açúcares, amidos e proteínas simples Proteínas brutas Hemicelulose Celulose Ligninas, gorduras, ceras... Decompostos rapidamente Decompostos lentamente Variável e simultânea; açúcares e proteínas solúveis rapidamente assimiláveis pelos MOOS http://slideplayer.com.br/slide/359621/ 26/08/2016 4 26/08/2016 5 Decomposição dos resíduos vegetais Decomposição dos resíduos vegetais processo de transformação dos resíduos vegetais e animais, via atividade biológica em compostos mais refinados com pouca ou nenhuma semelhança com os materiais que lhe deram origem; processo biológico na qual o C é reciclado para atmosfera (CO2), tornando disponível o N (NH4 +, NO3 -), o P, o S e micronutrientes. R – (C, 4H) + 202 CO2 + 2H2O + energia (478 kJ mol -1 C) 26/08/2016 6 h tt p :/ /w w w .i b .u sp .b r/ ~ d el it ti /p ro je to /r h av en a/ In d ex .h tm . A ce ss o e m 0 4 /0 5 /2 0 1 4 fotossíntese http://slideplayer.com.br/slide/359621/ 26/08/2016 7 Fatores que influenciam a decomposição dos resíduos vegetais Edáficos Climáticos Antrópicos EDÁFICOS Textura Estrutura Capacidade de retenção e acúmulo de água Relação C/N pH aeração Climáticos Fatores que influenciam a decomposição dos resíduos vegetais Precipitação Temperatura do solo (tropicais/temperados) Umidade relativa Insolação vento Antrópicos Manejo do solo (fogo, erosão, superpastoreio) Sistema de cultivo (SPD, convencional) Outros (relação raiz/parte aérea, biomassa cultivo) 26/08/2016 8 A p o st il a F er ti li d ad e d o S o lo P ar te 1 ; U F V .C ap it u lo I V - M at ér ia o rg ân ic a. D is p o n ív el e m w w w .a rq u iv o s. co m .b r Fatores que influenciam a decomposição dos resíduos vegetais 26/08/2016 9 IMOBILIZAÇÃO X MINERALIZAÇÃO IMOBILIZAÇÃO MINERALIZAÇÃO Transformação do N-inorgânico (NH4 +, NH3, NO3, NO2) para formas orgânicas microbianas; É transformação do nitrogênio de origem orgânica em formas inorgânicas como o NH4 + ou NH3 , processo conduzidos por MOOS heterotróficos no solo 26/08/2016 10 26/08/2016 11 Fatores que influenciam a decomposição dos resíduos vegetais Relação C/N A relação C/N pode determinar a cinética de decomposição da MO; MO principal fonte de C para os MOOS; Parte do C é perdido na forma CO2 Em termos práticos considera que 35% do C é assimilado pelos MOOS Material C:N Material C:N Esterco bovino 18/1 Crotalaria juncea 26/1 Esterco de aves 10/1 Capim colonião 27/1 Esterco de suíno 19/1 Capim jaraguá 64/1 Esterco de ovinos 15/1 Capim-limão (cidreira) 62/1 Esterco de eqüinos 18/1 Capim pé-de-galinha 41/1 Cama de aviário 14:1 Capim mimoso 79/1 Mandioca: folhas 12/1 Capim gordura 81/1 Mandioca: hastes 40/1 Banana: talos de cachos 61/1 Café: borra 25/1 Banana: folhas 19/1 Café: palha 31/1 Trigo: cascas 56/1 Café: casca 53:1 Cana-de-açúcar: bagaço 22/1 Arroz: casca e palha 39/1 Trigo: palhas 70/1 Serragem de madeira 865/1 Mandioca: folhas 12/1 Sangue seco 4/1 Mandioca: ramas 40/1 Algodão: casca de sementes 78/1 Mandioca: cascas de raízes 96/1 Milho: palha 112/1 Aveia: palhas 72/1 Milho: sabugos 101/1 Abacaxi: fibras 44/1 Feijão: palha 32/1 Eucalipto: resíduos 15/1 Grama batatais 36/1 Torta de mamona 10/1 Grama seda 31/1 Torta de cacau 11/1 Mucuna preta: sementes 14/1 Torta de coco 12/1 Feijão guandu 29/1 Torta de babaçu 14/1 Feijão-de-porco: folhas 19/1 Serrapilheira 17/1 Feijão-de-porco: vagens 49/1 Samambaia 109/1 Relações C:N de diferentes resíduos viáveis para compostagem ou cobertura do solo (valores médios). 26/08/2016 12 Relação C/N do Húmus 10:1 a 12:1; Em termos práticos considera que 35% do C é assimilado pelos MOOS. Se uma de determinado material, contendo 40% de C e 0,5% de N, for incorporado ao solo vai mineralização ou imobilização? 1000 kg de material 40% de C 400 kg de C 400 kg de C 100 % x 35% x = 140 kg de C serão assimilados. 1000 kg de material 0,05% de N 0,5 kg de N Relação C/N do composto: 280:1 Considerando a relação C/N 20:1 Seriam necessários 14 kg de N (20:1 = 140:7), para o processo de mineralização Défice de 6,5 kg de N Vai haver IMOBILIZAÇÃO. Para ocorrer MINERALIZAÇÃO faz necessário adicionar, no mínimo 6,5 kg de N. 26/08/2016 13 Relação C/N do Húmus 10:1 a 12:1; Em termos práticos considera que 35% do C é assimilado pelos MOOS. Se uma de determinado material, contendo 40% de C e 0,5% de N, for incorporado ao solo vai mineralização ou imobilização? 1000 kg de material 40% de C 400 kg de C 400 kg de C 100 % x 35% x = 140 kg de C serão assimilados. 1000 kg de material 0,5% de N 5,0 kg de N Considerando a relação C/N 20:1 Relação C/N do material: 140/5 = 28:1 Seriam necessários 7 kg de N (20:1 = 140:7), para o processo de mineralização IMOBILIZAÇÃO = MINERALIZAÇÃO Para ocorrer MINERALIZAÇÃO faz necessário adicionar, no mínimo 2,0 kg de N. 26/08/2016 14 M.O. ≈ 5% N N% x 20 = M.O. Fator de conversão: MO x nitrogênio M.O. ≈ 58% CC% x 1,72 = M.O. Fatores que FAVORECEM a decomposição da matéria orgânica no solo: Resíduos com baixo teor de lignina – tecidos jovens; Altos teores de materiais solúveis – p.e. proteínas; Relação C/N - < 20; Partículas com tamanho reduzido; Condições químicas e físicas do solo: temperatura, umidade (CC), aeração, textura, pH (≈ 6,0) Ausência de fatores que possam limitar a atividade biológica – resíduos tóxicos; Temperatura (20-30 oC) 26/08/2016 15 MATÉRIA ORGANICA x HÚMUS MATÉRIA ORGANICA : Todo tipo de material de origem orgânica reconhecível ou não HÚMUS: Substancia de natureza orgânica já em estádio avançado de alteração, não sendo possível reconhecer sua origem; Fracionamento Humina Ácido húmico Ácido fúlvico Matéria Orgânica do Solo Substancias húmicas Substancias não húmicas Fracionamento das substancias húmicas com base na sua solubilidade Insolúvel em ácido Insolúvel em base Insolúvel em ácido Solúvel em base Solúvel em ácido Solúvel em base Ácido Fúlvico Ácido Húmico Húmina Hayres e Swift (1979) citados por Silva e Resck (1977) 26/08/2016 16 Peso Molecular Ácido Fúlvico Ácido Húmico Húmina Conteúdo de Carbono Crescente Conteúdo de Oxigênio Decrescente Conteúdo de N Crescente Acidez e CTC Decrescente Semelhança com Lignina Crescente Hayres e Swift (1979) citados por Silva e Resck (1977) 26/08/2016 17 Propriedades Observação Efeito no solo Cor do solo Cor típica em muito solos é causada pela MO Pode facilitar o aquecimento Retenção de água A MO pode reter ate 20 vezes sua massa em água Previne secagem e redução do volume, aumenta a capacidade de retenção de água Combinação com minerais de argila Cimenta as partículas do solo em unidades estruturais (agregados) Troca gasosa, estabiliza estrutura, aumenta o armazenamento e a permeabilidade de água no solo Quelação Formam complexos estáveis com Zn++, Cu++ e Mn++, e outros cátions polivalentes Melhora a disponibilidade de micronutrientes para as plantas Solubilidade em água A insolubilidade decorre da usa associação com argila. Sais de cátions bivalentes e trivalentes com MO são insolúveis Pouca MO é perdida por lixivição Ação tampão MO exibe tamponamento em faixas de levemente ácidas neutras e alcalinas Ajuda a manter uma reação uniforme no solo Mineralização Decomposição: CO2, NH4, NO3 -; PO3 -4; SO4 = Fonte de nutrientes para o crescimento das plantas Troca de cátions Acidez total das frações de húmus isolada varia de 300 a 1400cmolckg -1 Pode aumentar a CTC do solo. De 20% a 70% da CTC de muitos solos é causada pela MO Combinação com moléculas orgânicas Afeta a biodiversidade, a persistência e a biodegradação de pesticidas Modifica as taxas de aplicação dos pesticidas para controle efetivo Fonte: Adaptado de Sterverson (1972) citado por Silva e Resck (1997) Propriedades gerais do húmus e efeitos associados no solo h tt p :/ /s li d e p la y er .c o m .b r/ sl id e/ 3 5 9 5 7 8 / 26/08/2016 18 Extraído de CIOTTA, et al. 2003. Fatores determinantes Efeitos no sistema solo planta 26/08/2016 19 Fazer uma revisão de literatura: Principais funções da matéria orgânica no solo (propriedades químicas e físicas) Entregar em: 19 de abril Equipes: dois discentes Fazer uma revisão de literatura sobre o processo de compostagem; Elaborar um projeto com viabilidade e implantação no DTCS. Equipe com até 05 membros; Entregar em 15 dias após essa data. Trabalho completo elimina a menor nota da unidade 26/08/2016 20 Literatura consultada: BRADY, NC.; WEIL, RR. Elementos da natureza e propriedades dos solos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. cap 11 – Matéria Orgânica do solo . p. 398-436. CIOTTA, M N; BAYER, C; FONTOURA, SMV; ERNANI, PR; ALBUQUERQUE, JA. Matéria orgânica e aumento da capacidade de troca de cátions em solo com argila de atividade baixa sob plantio direto. Ciência Rural, v. 33, n. 06, p. 1161-1164, 2003. VEZZANI, F.M e MIELNICZUK, J. Uma visão sobre qualidade do solo. Rev. Bras. Ciênc. Solo [online]. 2009, vol.33, n.4, pp. 743-755. ISSN 0100-0683.
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