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EXCELENTISSIMO SENHOR JUIZ PRESIDENTE DO EGREGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO – SÃO PAULO
Recurso de Revista
Processo nº 002364-22.2012.5.02.0202
Agravo de Petição em Embargos de Terceiro.
					LEANDRO DOMINGUES, por sua advogada, nos autos dos EMBARGOS DE TERCEIRO opostos em face de GERMANO JOSÉ DA ROCHA, vem, respeitosamente, com fundamento e nos exatos limites traçados no § 2° do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho, interpor 
RECURSO DE REVISTA
contra a V. Decisão de fls., requerendo se digne Vossa Excelência e m receber e conhecer as razões anexas, e determinar o seu processamento por afronta direta aos incisos XXII e XXXVI do artigo 5.° da Constituição Federal , com a concessão excepcional de efeito suspensivo ao presente recurso face ao permissivo contido no caput do art.899 da CLT e nos termos do art.273 do CPC, diante da eminente ameaça da ocorrência de lesão grave e de difícil' reparação ao Recorrente, até o pronunciamento final da questão, requerendo a remessa ao Colendo Tribunal Superior do Trabalho, na forma da lei.
'
Nestes termos,
P. deferimento.
São Paulo, XX,Setembro de 2016.
RECURSO DE REVISTA
RECORRENTE: LEANDRO DOMINGUES
RECORRIDO: GERMANO JOSÉ DA ROCHA
Acórdão n° 20130037616 - TRT 2°. Região
Processo de origem n° 00002364-22.2012.5.02.0202
RAZOES DE RECURSO DO RECORRENTE
COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
I- DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO
			1.	O presente recurso de revista é interposto em ação de Embargos de Terceiro opostos em sede de execução de sentença, e, dada a sua natureza extraordinária, face aos estreitos limites traçados pelo § 2°, do art. 896, da Consolidação das Leis do Trabalho, é imperioso desde logo apontar que o V. Acórdão afronta, de forma inequívoca, os incisos XXII e XXXVI do artigo 5.° da Constituição Federal, violando o direito de propriedade do Recorrente e a garantia do ato jurídico perfeito.
			2.	O direito de propriedade é tão importante que já aparece no “caput” do artigo 5° da Constituição Federal ao dispor - “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pais a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e ã propriedade, nos termos seguintes” (art.5°, “caput” da CF).
			3.	Neste ato, o Recorrente requer, diante da gravidade da questão, a imediata concessão excepcional de efeito suspensivo ao presente recurso em consonância com o permissivo contido no caput do art.899 da CLT e nos termos do art.273 do CPC, diante da eminente ameaça da ocorrência de lesão grave e de dificil reparação ao Recorrente, face aos termos do ilegal e inconstitucional provimento jurisdicional recorrido, até o pronunciamento final desse Colendo Tribunal Superior do Trabalho,
			4.	A admissibilidade do inconformismo, data venia se impõe, confiando e aguardando serenamente o recorrente, que acolhido e provido o presente apelo, essa Colenda Corte, restabeleça a autoridade do ordenamento jurídico como regulador da sociedade e no exercício precípuo de sua missão constitucional, extirpe a incerteza, a ilegalidade perpetrada contra o Recorrente e garanta o efetivo cumprimento da Constituição Federal, com a preservação dos seus direitos violados.
			5.	O Juízo de primeiro grau julgou procedente os embargos de terceiro opostos pelo ora Recorrente,'julgando insubsistente a penhora, reconhecendo que o então embargante era, como de fato é, legítimo proprietário do imóvel então constrito e, sobretudo fundamentando em suas razões de decidir, que o então embargante, ora recorrente, era, como de fato é, efetivamente, adquirente de boa-fé, tendo inclusive obtido certidões negativas da Justica do Trabalho, atestando a inexistência de distribuição de ações trabalhistas contra o vendedor do imóvel na época da aquisição, de modo que ao se resguardar, com documento fornecido pelo órgão público competente (Justiça do Trabalho), deveria ter para si o reconhecimento da boa-fé, concluindo que não existiam indícios de ilicitude no ato da venda e Compra.
			6.	O V. Acórdão de fls. reverteu a decisão de primeiro grau, em que pese reconhecer a boa-fé do comprador do imóvel, ora recorrente, entendendo que a mesma não é capaz de legitimar a alienação, esclarecendo que o “fato de ter sido expedida por esta Justiça certidão atestando a ausência de distribuição de ações trabalhistas contra o sócio/vendedor do imóvel não é razão suficiente(sic) para legitimar a alienação, como entendeu o Juizo de origem, pois o comprador deveria ter feito a busca pesquisando pelo CPF dos vendedores para saber se possuíam alguma empresa, e, esta sim, se -havia alguma ação capaz de torná-los insolventes. Após mencionar que enquanto o sócio não é incluído no pólo passivo da ação, “fraudes são preparadas" “galhofando”, sutilmente do Poder Judiciário, teses de “adquirentes de boa-fé”, são acolhidas por inúmeras decisões, inclusive pelo Tribunal Superior do Trabalho” (d.n), e culmina em decidir, que diverge, da tese, para reformando a decisão, conhecer que a alienação ocorreu em fraude à execução e deferir a penhora no imóvel do ora recorrente.” 
			7.	O V. Acórdão ora hostílizado Senhores Ministros, deferindo penhora no imóvel de propriedade do Recorrente, terceiro estranho à lide, reconhecidamente de boa-fé, além de ilegal, ê inconstitucional, pois afronta diretamente o seu direito de propriedade e ato jurídico perfeito, preceitos garantidos e insculpidos nos incisos XXII e XXXVI do artigo 5.° da Constituição Federal. 
II - SINTESE DA AÇÃO
			8.	O Recorrente que não é parte no processo trabalhista, não é nem nunca foi sócio da reclamada, é comprovadamente terceiro de boa-fé, vem lutando desesperadamente perante esta Justiça Especializada, para garantir seu direito de propriedade na aquisição regular e legitima de imóvel, consistente em um apartamento e duas vagas na garagem, seu único bem, no qual reside com sua família, desde setembro 21/09/2004, data da aquisição, que quando efetivada, não possuía nenhuma restrição ou pendência judicial como bem salientado em todas as decisões acostadas aos autos que acompanharam a ação de embargos de terceiro, inclusive decisões proferidas pelo mesmo Tribunal Regional do Trabalho da 2a. Região.
			9.	Emerge dos autos e da leitura do V. Acórdão hostilizado, que embora textualmente reconheça a condição do Recorrente como terceiro de boa-fé, o E. Juiz Desembargador Jonas Santana de Brito, DD. Relator, não aceita a tese “adquirente de boa-fé”, amplamente reconhecida e amparada na melhor doutrina pátria e na plasmada na consolidada jurisprudência dos Nossos Tribunais e em especial, adotada por inatacáveis Decisões escorreita e constitucionalmente proferidas por essa Corte Maior Trabalhista, que com inarredável acerto tem reiteradamente decidido que: não se pode atribuir a responsabilidade por fraude a execução a terceiro adquirente de boa-fé diligente em suas obrigações, sob pena de decretar a total insegurança das relações jurídicas, a violação do principio da razoabilidade, norteador do Estado Democrático de Direito sob pena de afronta ao direito de propriedade (art. 5°, XXXII, XXXV e XX)(VI da CF)
			10.	O recorrente, terceiro de boa-fé, é legítimo adquirente, repita-se, desde 21/09/2004, do imóvel objeto da discussão; age e agiu de boa-fé, por ocasião da aquisição do imóvel, tomando todas as cautelas imprescindíveis e necessárias para efetivação do negócio juridico, obtendo junto aos diversos Cartórios de Protesto, Distribuidores Civeís, Execuções Fiscais e Distribuidores Federais, as certidões negativas em nome dos vendedores, tendo inclusive, a cautela de obter em nome dos vendedores, pessoas físicas, as certidões relativas à DISTRIBUIÇÃO DE AÇÕES E EXECUÇÕES NA JUSTIÇA DO TRABALHO DA 2°. REGIÃO, PELO PRAZO DE DEZ ANOS, TODAS ELAS NEGATIVAS.
			11.	As certidões da Justiça do Trabalho da 2a. Região, obtidas
pelo Agravado à época da aquisição do imóvel, gue restaramabsolutamente negativas e certificaram que nada constava em nome dos vendedores do imóvel, pessoas fisicas, foram expedidas regularmente atraves de Consulta aos Registros informatizados de Distribuição dos Feitos e Acompanhamento Processual do Tribunal Regional do Trabalho da 2a. Região, que abrange todas as comarcas a ela pertencentes, inclusive a 2a. Vara do Trabalho de Barueri, origem da discussão.
			12.	A boa-fé do adquirente ora Recorrente é cristalina, pois ao adquirir legitimamente o imóvel, sem que sobre a pessoa dos vendedores, existissem quaisquer ações reais, pessoais, reipersecutórias, possessórias, reivindicatórias, embargos, arrestos, seqüestros, dívidas fiscais, penhoras, execuções, protestos e falências que pudessem atingir o imóvel objeto do contrato de compra e venda, e sem que sobre o imóvel, pendesse qualquer gravame, à exceção de uma hipoteca dada em garantia pelo financiamento ao Banco Bradesco S/A, divida que o Recorrente subrogou e por perseverança pessoal quitou, sendo esta uma das razões e motivos da demora no registro de imóveis, pois a entidade financeira demorou em baixar a hipoteca, só o fazendo em 25/02/2010, conforme Av.7 e R.10, quando então o Recorrente, em 24/04/2010, registrou a compra e venda, conforme atestado na certidão da matrícula do imóvel em testilha mencionado no Acórdão hostilizado.
			13.	Se o Recorrente não fosse adquirente de boa-fe Egrégio Tribunal, ele certamente não teria se esforçado, em pagar os impostos e condomínio do imóvel em dia, e muito menos em quitar um financiamento do seu único imóvel (apartamento e vagas de garagem), junto ao Banco Bradesco S/A, financiamento este que o Recorrente legalmente e regularmente subrogou, nos idos de 2004 e pagou (quitação fls.70) dando baixa na hipoteca. 
			14.	Senhores Ministros: A primitiva penhora escorreitamente desconstituída pelo Juízo de 1° Grau da 2a. Vara do Trabalho de Barueri, recebida pelo Recorrente em 28/05/2012, quase oito anos após a legitima e regular aquisição do imóvel (21/09/2004), repita-se, livre, desembaraçado e sem que existisse qualquer gravame sobre ele e muito MENOS SEM QUE EXISTISSE, repita-se qualquer AÇÃO TRABALHISTA CONTRA A PESSOA DOS VENDEDORES que pudesse macular o negócio, conforme as certidões trabalhistas expedidas pela Justiça do Trabalho da 2°. Região.
			15.	A propósito, descurou-se o Recorrida de apresentar ao Juízo executório a certidão de matrícula atualizada do imóvel, onde desde fevereiro de 2010 o registro que o Recorrente é o legítimo proprietário do imóvel desde 21/09/2004.
			16.	Neste sentido, a decretação da desconstituição da penhora
pelo Juízo de primeiro grau, foi escorreita.
			17.	Ao revés, o V. Acórdão de fls., ignorando a lei, a Constituição Federal, passando a largo do requisito objetivo previsto no item Il do art. 593 do CPC, ao declarar a ineficácia do negócio e que a alienação ocorreu em fraude a execução, afrontando não só o direito de propriedade, mas também a garantia constitucional do ato juridico perfeito, adotou a tese no sentido que:
“o fato de ter sido expedida por esta Justiça a certidão atestando a ausência de distribuição de ações trabalhistas contra o sócio/vendedor do imóvel não ê razão para legitimar a alienação, como entendeu o juizo de origem, pois o comprador deveria ter feito a busca pelo CPF dos vendedores para saber se possuíam alguma empresa, e esta sim se havia alguma ação capaz de torna-los insolventes. Se assim tivesse procedido, teria o comprador verificado que contra a empresa(sic) do sócio vendedor havia estas e outras ações.
Trata-se, data máxima vênia, não de privilegiar a boa-fé do adquirente, mas sim, de fazer da legislação trabalhista e dos principios protetores do direito do trabalho, meras garantias virtuais(sic) e não efetivas, reais.”
			18.	Adotar-se a “tese” defendida pelo E. Juiz Desembargador Relator é referendar a violação direta do direito de propriedade do @›rre_nt¿ (artigo 5.° caput, XXll da CF) violar o ato juridico perfeito (artigo 5.°,XXXVI da CF), e, atribuir a responsabilidade ao Recorrente, terceiro de boa-fé negando-lhe o direito da garantia de invocar a seu favor, a reconhecida boa-fé, como preceito plasmado na Constituição, é efetivamente decretar a total insegurança das relações jurídicas, é violar o princípio da razoabilidade, norteador do Estado Democrático de Direito, previsto na Constituição Federal em seu art.1°,lll, que consagra o princípio da dignidade da pessoa humana, gue exige tratamento digno e de boa-fé para com terceiros, pois a Carta Maior dispõe que todos são iguais perante a lei em deveres e obrigações (art.5° , caput e II da CF), e é também, e como se tudo não bastasse, vulnerar o princípio do devido processo legal, que lastreia todo o leque de garantias constitucionais voltadas para efetividade dos processos jurisdicionais, assegura que todo provimento jurisdicional seja realizado com a observância das regras procedimentais estabelecidas em lei, representando uma exigência de julgamento imparcial, no sentido de garantir a participação equânime, justa, leal, sempre imbuída pela boa-fé e pela ética dos sujeitos processuais.
			19.	A gravidade e data venia, superficialidade, do posicionamento e das razões despendidas no voto do E. Juiz Desembargador Relator, causam espanto e temor, Colendo Tribunal. Não se objetiva aqui tolher a independência do Judiciario em apreciar e julgar as demandas, ou causar celeumas a respeito da matéria, mas sim de rogar pela revisão da Decisão, porque visivelmente extrapola os limites da Lei Maior e decidir - dizendo para todos – que o julgamento ê contrário, o oposto, do previsto em Lei, ê condenar alguêm, ao arrepio da lei, ferindo o principio da legalidade estabelecido no artigo 5°, ll da CF que prevê que ninguém ê obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
			20.	No caso, a V. Decisão proferida além de violar todas as normas constitucionais elencadas nesta peça recursal, desrespeita e afronta inúmeras decisões proferidas pelo Poder Judiciario, inclusive de seus pares no TRT da 2a. Região, desrespeita a Súmula 375 do STJ norteadora da questão de fraude à execução e, sobretudo, Colendo Tribunal, desrespeita as Decisões dessa Corte Maior Trabalhista, que com sabedoria e em respeito a lei trabalhista, aos principios do direito do trabalho, e sobretudo, em respeito profundo à Carta Magna, tem reiteradamente garantido ao adquirente de boa-fé, porque essa ê a sua missão maior, a aplicação correta dos principios constitucionais da legalidade, da segurança juridica, do ato juridico perfeito, do direito de propriedade e do devido processo legal.
			21.	A decretação da existência de fraude a execução pelo D. Magistrado em uma ação de embargos de terceiro, oposta por terceiro reconhecidamente de boa-fê que busca o Judiciário para garantir seu direito de propriedade e fazer valer a garantia constitucional do ato juridico perfeito, com menosprezo, data venia, do princípio da boa-fé reconhecido como existente no caso em apreço pelo próprio Desembargador Relator, e por ele a final, mais uma vez desprezado, data venia, porque embora confirmando que o Recorrente tenha se cercado da cautela em extrair na época da aquisição do imóvel, as certidões trabalhistas em nome dos vendedores, e estas serem negativas, atestando que as pessoas dos vendedores pesquisados, não possuíam ação trabalhista em trâmite no âmbito do TRT da 2a. Região, induz que se tratam de meras “garantias virtuais”.
			22.	Não é razoável e nem legal exigir-se que o ora Recorrente adquirente de boa-fe “deveria” ter tido, data venía, percepção extra-sensorial quando da aquisição do imóvel, e, fizesse uma pesquisa com o CPF do vendedor (não disse onde?!) para saber se possuia “alguma empresa” (não disse onde? Na Junta Comercial de todos os Estados da Federação?) e assim “descobrir” que o sócio vendedor poderia ter ações trabalhistas.
			23.	O Recorrente dirigiu-se ao lugar certo: A Justiça do Trabalho do Tribunal Regional da2a. Região. Agiu certo e com lealdade. Dentro da lei. Resguardou-se. Extraiu certidões no Distribuidor de Ações Trabalhista do tribunal Regional da 23. Região, todas negativas. Confiou nas informações obtidas nas certidões negativas expedidas por seu efeito erga omnis, porque se existisse alguma demanda trabalhista ajuizada contra os devedores, ainda que eventual execução estivesse a eles dirigida, dai se constataria.
			24.	Não haviam reclamações trabalhistas contra os vendedores. As certidões foram negativas. O vendedor realizou o negócio com o recorrente, sobre o qual não pendia gravame de nenhuma natureza nem mesmo qualquer indicação da existência de reclamação trabalhista ou mesmo de execução forçada, que pudesse gravar o bem, sendo data venía, absolutamente temerãria a V. Decisão de fls., ao atribuir a responsabilidade da ação ao ora Recorrente, penalizando-o, com decretação da nulidade da alienação e determinando a penhora de seu único bem imóvel, para garantir uma divida e uma ação que não deu causa.
			25.	Vale neste ponto transcrever, com todo o respeito, a brilhante e elucidativa passagem do voto da Exma. Sra. Ministra desse Colendo Tribunal Superior do Trabalho, Dra. Maria Cristina lrigoyen Peduzzi, que analisando caso análogo (ERR 1795/2001-110-03-00.1) onde entendeu que impunha-se prevalecer um interesse maior, o direito de propriedade assegurado pela Constituição Federal, evitando-se não só a ocorrência de dano a quem agiu de boa-fé, como também o desprestigio da própria função jurisdicional, acrescentando em sua análise que à época da compra do imóvel não pendia qualquer demanda contra o sócio vendedor e a consulta aos cartórios trabalhistas teria resultado na emissão de certidão negativa, indagando, verbis. 
“Aliãs, como exercicio elucidativo, caberia a pergunta: se obtida a certidão negativa na Justiça do Trabalho e adquirido o imóvel, poderia depois este mesmo ramo especializado do Poder Judiciário surpreender os compradores com a penhora do bem e a decretação da fraude à execução?”
“A UNICA RESPOSTA É NAO, SOB PENA DE FICAR INSTAURADA A MAIS ABSOLUTA INSEGURANÇA JURIDICA”, CONCLUIU, AO NEGAR OS EMBARGOS. (d.g.n)(TST-ERR 1795/2001-110-O3-00.1, in consulta unificada/inteiro teor/aplicação5tst.jus.br)
			26.	Restou comprovado, tendo sido salientado pelo E. Desembargador Relator em seu voto, que o Recorrente adquiriu o imóvel em Questão em 21/09/2004, conforme o contrato particular de compra e venda conforme consta do Acórdão hostilizado. O bem objeto da discussão, foi entregue ao recorrente em 14/10/2004. A desconsideração da personalidade juridica da empresa reclamada e a persecução do patrimônio' dos sócios da reclamada, efetivaram-se, se ê que houve, em periodo muito posterior à aquisição do bem pelo Recorrente, tanto que a ordem ilegal de penhora do imóvel em debate data dg ano de 2012, oito anos após a aquisição e 11(onze) anos após a distribuição da reclamação da trabalhista contra a empresa reclamada. 
			27.	O recorrente, terceiro, adquirente de boa-fé, não sabia – e nem teria, pelas circunstâncias, como saber - da existência de ação contra eventual empresa do antigo proprietário do imóvel, capaz de eventualmente reduzilo à insolvência, porque tomou todas as cautelas necessárias e imprescindíveis, ao homem comum para a convalidação do negócio jurídico, e não pode ser obrigado a responder pela execução trabalhista com o bem adquirido.
			28.	Interpretação oposta, como a proferida no V. Acórdão
de fls., atenta contra o princípio da boa-fé, que norteia as relações jurídicas, e que merece especial proteção tanto quanto o eventual direito do credor reclamante/exeqüente ora recorrido.
			29.	Sabemos que ha que se reprimir a fraude. Entretanto ê primordial proteger o direito constitucional e interesses de terceiro de boa-fé, resguardando a coerência do ordenamento juridico. Como dito à saciedade, tendo o Recorrente comprovado a sua boa-fé ao adquirir o imóvel, através de certidões, inclusive as trabalhistas, todas negativas, e que ê legítimo proprietário do imóvel e terceiro na lide, ê imperiosa a reformar do V. Acórdão de fls.
III - DAIINEXISTÊNCIA FRAUDE À EXECUÇÃO – DA BOA-FE
			30.	Ao contrário da dedução apresentada no V. Acórdão de fls., não basta o trâmite de demanda judicial capaz de reduzir o devedor à insolvência, nem a sua simples citação, seja no processo cognitivo, seja no processo executório para que se caracterize a fraude a execução. A fraude não se presume, como outrora a doutrina e a jurisprudência concebiam. 
			31.	Na visão hodierna, a avaliação da boa-fé abrange precipuamente o adquirente do bem. Se o Recorrente não sabia, não tinha motivos para saber, nem a insolvência era notória, presume-se de boa-fé, pois esta, mesmo na fraude à execução, é que se denota presumida, por isso que a fraude à execução deve ser declarada com prudência, não podendo servir de instrumento para o desassossego e a insegurança juridica, nas operações de compra e venda de bens, ainda que por meio de contrato particular não registrado (Súmula 84 do STJ), desde que constatada a ausência de má-fé do recorrente.
Processual civil. Fraude à execução. Requisitos. 1 – Conforme entendimento majoritário do Superior Tribunal Justiça, nos casos em que não há penhora registrada,,conforme ocorre na espécie, somente se reconhece a existência de fraude à execução, se o credor provar que o terceiro, o adquirente do imóvel, estava também de má-fé, ou seja, que ele, ao tempo da alienação, sabia, assim como o devedor (alienante), da existência do processo de execução e da situação de insolvência. 2 - Presume-se, nesse caso, a boa-fé do terceiro (adquirente), ficando a cargo do credor o ônus de provar o contrário, vale dizer, a má-fé. 3 - Recurso especial conhecido e provido para julgar procedentes os embargos de terceiro (STJ. REsp. n. 647.176/DF. 4* Turma. DJ 13.03.2006, p. 325).
			32.	Grande parte da doutrina e a jurisprudência, em favor de se obter uma maior segurança nos negócios jurídicos, passaram a entender que para a configuração da fraude de execução não bastam mais somente os requisitos constantes da legislação e da doutrina tradicional, quais sejam a pendência de ação, a alienação do bem e a insolvência do devedor, pois se existe a boa-fé de terceiro adquirente, não estará configurada a fraude.
			33.	Tanto ê assim que em decorrência de reiteradas decisões neste sentido, tal entendimento foi sumulado pelo STJ, através da Súmula 375 que diz justamente que "O reconhecimento da fraude de execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente ".
			34.	Claro está que hoje a presunção relativa da ciência da demanda ê em beneficio do adquirente, ou do beneficiado com a oneração do bem, que somente será elidida se o credor provar que aquele tinha conhecimento ou tinha condições de ter ciência da demanda pendente contra o alienante.
			35.	É óbvio Senhores Ministros que a praxe comercial recomenda que qualquer adquirente de um imóvel obtenha certidões negativas junto aos Cartórios de Distribuidores Cíveis Estaduais e Federais, e na Distribuição de Ações na Justiça do trabalho, pelo menos na comarca em que se situa o bem alienado e onde reside o alienante.
			36.	Contudo, a melhor doutrina e esmagadora jurisprudência dos Tribunais, sejam Federais Trabalhistas, da Justiça Comum ou da Justiça Federal, inclusive dos Tribunais Superiores, entende que ê imprescindivel e necessário verificar, na análise dos autos, se aquele que adquiriu o bem imóvel estava de boa-fé, agiu com cautela e retirou as certidões, para verificar se não havia ações em nome do vendedor, assim, entendendo, de forma uníssona, gue não pode ser declarada a fraude em execução, tendo em vista o principio da boa-fé e da segurança jurídica. 
			37.	Nesta linha de entendimento, destaque-se a seguinte ementa desse Colendo Tribunal Superior do Trabalho: 
"RECURSO DE REVISTA- FRAUDE À EXECUÇÃO -REQUISITOS - ALIENAÇÃO DE BEM DE SÓCIO DA PRIMEIRAEXECUTADA OCORRIDA QUANDO AINDA NÃO PENDIA CONTRA ELE DEMANDA CAPAZ DE REDUZI-LO A
INSOLVÊNCIA VIOLAÇÃO DIRETA AO DIREITO DE PROPRIEDADE E AO ATO JURÍDICO PERFEITO. 1. A alienação do bem do sócio da primeira executada ocorreu quando não pendia contra ele demanda capaz de reduzi-lo ã insolvência. 2. A ausência do requisito objetivo previsto no inciso ll do artigo 593 do CPC, a declaração de ineficácia da alienação, por fraude à execução, afronta, não só o direito de propriedade, mas, também, a garantia constitucional de proteção ao ato juridico perfeito. Recurso de Revista conhecido parcialmente e provido. (TST, RR 51240-03.2008.5.02.0443, publicação: DEJT 30.03.2010, Ac. 8* T, Ministra Relatora Maria Cristina lrigoyen Peduzzi).
			38.	Ao contrário do entendimento apresentado na Decisão do E. Juiz Desembargador Relator Jonas Santana de Brito, não se trata de “galhofa” ou “piada”, a apresentação da defesa do jurisdicionado, e em especial do Recorrente, com base na boa-fé do adquirente. 
			39.	No entender do Recorrente, o Juiz ao interpretar o princípio da boa-fé, não deve tratar a questão como “galhofa” e nem que quem invoca o principio ã luz da Constituição Federal, esta “galhofando” do Poder Judiciário. Ao contrário. 
			40.	Na aplicação da lei, o juiz deve buscar os flns sociais e o bem comum, conforme estatui o artigo 5° da Lei de .Introdução ao Código Civil. A interpretação da norma não fica submetida ao livre arbitrio do Magistrado ou dependente de sua exclusiva bagagem ético-cultural, mas sim dos valores primordiais do ordenamento juridico. Assim, a conduta leal, proba, de cuidado, minimização dos prejuízos, informação, confiança, deve servir de parâmetro, tanto para as partes envolvidas quanto para o Magistrado na solução dos conflitos. 
			41.	A previsão da boa-fé objetiva nas normas infraconstitucionais fundamenta-se na Lei Maior. Funda-se antes de tudo no paradigma do Estado Democrático de`Direito (art. 1°, caput, da CF), o qual se embasa, sobretudo, na dignidade da pessoa humana (art. 1°, lll, da CF) e tem por objetivos: construir uma sociedade livre, justa e solidãria (art. 3°, l, CF) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3°, IV, CF). O mesmo modelo estatal rege suas relações internacionais pelos principios da igualdade entre os Estados (art.4°, V, CF), defesa da paz (art. 4°, Vl, CF), solução pacifica dos conflitos (art. 4, Vll, CF), cooperação entre os povos para o progresso da humanidade (art. 4°, IX, CF).
			42.	Tudo isso Senhores Ministros só pode ser regido pelo princípio da boa-fé objetiva. E ele quem garante a retidão de propósito nas relações intersubjetivas amparadas pelo referido paradigma de Estado, instituído pela sociedade como decisão constitucional com o intuito de orientar a convivência humana segundo os valores democráticos, assumidos desde o preâmbulo da Constituição Federal.
			43.	Assim, o princípio da boa-fé objetiva deve ser considerado princípio constitucional, cabendo ao Judiciário a função primordial de aplicá-lo aos casos concretos, na busca da efetivação dignidade da pessoa humana e demais princípios e valores inerentes à convivência em regime democrático.
			44.	Essa intervenção estatal, por meio do Poder Judiciário, não se faz em nome de uma subjetiva compreensão do que seja justo e ideal para aplicador do direito, mas baseada em critérios objetivos retirados da realidade econômica, dos dados do comércio, das práticas do mercado e dentro da equação econômica eleita pelas partes, que em princípio são livres - dentro dos limites do ordenamento juridico vigente - para dispor de seu patrimônio conforme suas conveniências, respondendo por seus atos. Percebe-se, dessa forma, a grande responsabilidade que cabe ao juiz como intérprete das relações contratuais e pessoais, tendo em mãos o instrumento constitucional da boa-fé objetiva, contribuindo para a construção da democracia, visando a solução justa e eqüitativa.
			45.	O texto constitucional ao trazer como princípio basilar a dignidade da pessoa humana, garante o direito de propriedade, preservando-lhe a possibilidade de moradia, o que no presente caso é cristalino, haja vista que a Decisão de fls., passando a largo de quaisquer considerações, determina a penhora do único bem imóvel do Recorrente, terceiro de boa-fé, que lhe serve e a sua família como moradia.
Senhores Ministros apenas para ilustrar, se esse bem objeto da presente ação, fosse moradia do verdadeiro devedor da ação, como único bem de sua propriedade, por certo não lhe seria penhorado, em visível injustiça com o que ora se faz com o recorrente, terceiro de boa-fe.
			46.	Fraudar significa burlar, enganar, lesar e a fraude à execução é tipificada como crime pelo Código Penal Brasileiro. Mantida a V. Decisão hostilizada, quem pagará pelo crime, Senhores Julgadores, sera o Recorrente, terceiro, adquirente de boa-fe, em que pese ter tomado todas as providências acautelatórias para a garantia da legalidade do negócio. 
			47.	O Recorrente é pessoa absolutamente estranha à lide principal, não é nem nunca foi sócio da empresa reclamada, não praticou conluio ou fraude, sendo na verdade, reconhecida e verdadeiramente terceiro adquirente de boa-fé, por várias decisões dessa Justiça Especializada, sendo na verdade, vítima de toda essa tormentosa situação pela qual passa, vendo-se obrigado a contratar advogado para proteger a sua única propriedade na qual reside com sua família, propriedade essa, que vinha pagando prestações do sistema financeiro e somente agora, após imensa perseverança pessoal, conseguiu a quitação de todas as parcelas do financiamento assumido junto ao Banco Bradesco quando finalmente baixou a hipoteca e registrou o seu contrato de compra e venda celebrado em 21/09/2004 junto ao 3° Cartório de Registro de Imóveis da Capital de São Paulo, para atingir o seu objetivo final, de após a suspensão das constrições ilegais que vem sofrendo, formalizar a sua legitima propriedade no Cartório competente.
			48.	O direito tem por escopo a estabilidade social e a Justiça, por função a solução dos conflitos. O primeiro não se cumpre quando ferido o principio da razoabilidade e a segunda falha, quando para resolver uma causa, deixa de tutelar a boa-fé.
			49.	Porém, se há na legislação pátria direitos fundamentais
a serem respeitados, como é o caso destes autos, devemos buscar e alcançar com o Judiciário o equilibrio e a ponderação, e impor a alguem que faça algo diferente do previsto em lei, ameaçando-lhe causar mal maior, é atitude incompatível com _o sistema democrático, indigna da nossa tradição, não se podendo abrir mão do uso de todos os recursos previstos na Constituição Federal e na legislação ordinária, que tenham por escopo coibir arbitrariedades, evitar violação a direitos e inibir abusos de quem quer que seja.
			50.	Ex positis e imperioso que seja dado provimento ao presente recurso de revista, para em se reformando o V. Acórdão de fls., assegurar ao Recorrente, terceiro, adquirente de boa-fé o reconhecimento da legalidade do ato negocial, evitando-se que arque com a odiosa injustiça de pagamento de divida de outrem, em ofensa direta ao direito à propriedade e o ato jurídico perfeito, assegurados nos parágrafos XXll e XXXVI do 5° da Constituição Federal, com a decretação da inexistência de fraude á execução e consequentemente liberação e desconstituição da penhora ilegal que recaiu sobre as vagas duplas de garagem subsolo e o imóvel(apartamento) do Recorrente, localizado na Rua Benta Pereira, 344, apto. 164, São Paulo, por questão de direito e justiça.
IV - REQUERIMENTO FINAL
			51.	Preenchidos os pressupostos de admissibilidade do presente recurso de revista, nos exatos limites impostos pelo parágrafo 2° do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho, demonstrados pois que se encontram violados pelo V. Acórdão hostilizado, de forma inequívoca, os incisos XXII e X)(XVI.do artigo 5.° da Constituição Federal,afrontando o direito legítimo de propriedade do Recorrente e a garantia constitucional do ato jurídico perfeito, o Recorrente confia no conhecimento do presente recurso, requerendo nos termos do artigo 273 do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho e nos temos do comando emanado do caput do art.899 da CLT, diante da eminente ameaça de acarretar ao Recorrente lesão grave e de difícil reparação se cumprida a decisão recorrida, seja o presente recurso recebido e
concedido efeito suspensivo à eficácia e o cumprimento da decisão recorrida até o pronunciamento final desse Colendo Tribunal Superior do Trabalho, requerendo por fim seja dado provimento ao recurso com a decretação da inexistência de fraude à execução e consequentemente liberação e desconstituição da penhora ilegal que recaiu sobre as vagas duplas de garagem(subsolo) e o imóvel(apartamento) do Recorrente, para que mais uma vez, essa Corte Maior faça a mais lidima justiça.
Nestes termos,
P. deferimento.
São Paulo, 12,Setembro de 2016.

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