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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA APLICAÇÕES DE INTEGRAIS DEFINIDAS Disciplina: Cálculo I (105131) Professor: Ricardo Nobre dos Santos Componentes: Antônio Roberto Leão da Cruz Aryane Beto Rodrigues Santos Douglas Bispo dos Santos Ívina Siqueira Perrucho Mittaraquis Kelwen Souza Lacerda do Nascimento Luíza de Jesus Meneses Turma: T3 Data: 26/07/2011 SÃO CRISTÓVÃO 2011 � Introdução ao cálculo integral No cálculo, a integral de uma função foi criada originalmente para determinar a área sob uma curva no plano cartesiano. Posteriormente começou a ser utilizada, por exemplo, em dezenas de problemas da Física, como na determinação da posição de um objeto em vários instantes, se for conhecida a sua velocidade instantânea nos mesmos. O processo de se calcular a integral de uma função é chamado de integração. Diferentemente da noção associada de derivação, existem várias definições para a integração, todas elas visando resolver alguns problemas conceituais relacionados à limites, continuidade e existência de certos processos utilizados na definição. Estas definições diferem porque existem funções que podem ser integradas segundo alguma definição, mas não podem segundo outra. A integral definida, inicialmente definida como soma de Riemann, estabelece limites de integração, ou seja, é um processo estabelecido entre dois intervalos bem definidos para uma função contínua nesses dois intervalos, daí o nome integral definida. � Aplicações Há uma infinita gama de utilizações que podemos fazer com a integração, que é uma das ferramentas de estudo algébrico e numérico mais frutíferas dentro da matemática. A integração fornece meios de calcular e avaliar diversos problemas complexos. Limitar-nos-emos a mostrar o uso das integrais definidas para o cálculo do volume de objetos sinuosos e para encontrar o valor médio de uma função. � Volume Considerando as diversas formas que encontramos na natureza, podemos verificar que muito poucas têm formas regulares, dificilmente poderíamos encontrar o volume de um corpo sólido encontrado na natureza por meio da geometria euclidiana. As curvas estão muito presentes ao nosso redor, muitas delas podem ser determinadas por equações. Porém, antes que a teoria do cálculo fosse elaborada, os volumes eram calculados por aproximações. Com a evolução da matemática, especialmente com Isaac Newton, o qual consolidou melhor o cálculo diferencial e integral, hoje, podemos encontrar precisamente o volume de corpos sinuosos, usando-se da função integrante. Figura 1 Como nota-se na figura 1, para cada x, a ≤ x ≤ b, um plano perpendicular a um eixo x corta um sólido determinando no sólido uma secção transversal de área A(x). De x = a até x = b, são determinadas as áreas de todas as secções transversais desse sólido, sendo b – a o seu “comprimento”. Então, para descobrir o volume, suponhamos que o intervalo [a,b] é subdividido em n sub-intervalos, todos de comprimento ∆� � � ��� . Se x é um ponto dessa subdivisão, determina-se o volume de uma fatia “cilíndrica”, de “base” com área A(x) e “altura” ∆�: ∆� � ��� . ∆� Uma aproximação do volume do sólido é dada pelo somatório desses vários volumes cilíndricos, � ≅ �∆� � ���� . ∆� � sendo o somatório aqui escrito sem os habituais índices i, para simplificar a notação. Quanto mais finas as fatias “cilíndricas”, mais próximo o somatório estará do volume do sólido, sendo seu volume igual a: � � lim∆�→��∆� � lim∆�→����� . ∆� � � ��� �� � � Os cientistas de áreas aplicadas costumam dizer que �� � ��� . �� é um elemento infinitesimal de volume, construído sobre um ponto x, de um “cilindro” de área da base A(x) e altura (espessura) “infinitesimal” ��. Ao somar os infinitos elementos de volume, temos � �� � �� � ��� ���� igual ao volume do sólido. Exemplo: Qual é o volume de um tronco de uma pirâmide de altura h, cuja base é um quadrado de lado a e cujo topo é um quadrado de lado b? Solução: Posicionemos um eixo x perpendicular às duas bases. Cada ponto (altura) x demarcado nesse eixo, corresponde, no tronco da pirâmide, a uma secção transversal quadrada, de tal modo que x = 0 corresponde à base quadrada de lado a, e x = h corresponde ao topo quadrado de lado b. Veja a figura 2: Figura 2 Procurando uma função afim, f (x) = mx + n, tal que f (0) = a e f (h) = b, encontramos ��� � � � ���� �. A área da secção transversal, na altura x, é dada por: ��� � �� � � �! �" ² O volume do tronco da pirâmide é então: � � � ��� �� � � �� � � �! �" ²�� � � � � Fazendo # � � � ���� �, temos �# � ���� ��. Além disso, u = a para x = 0, e u = b para x = h, e então: � � � ��� �� � !� � � #$�# � � � � � !� � . # % 3 a b � !3�� � ��% �% � !3 ��$ � �� � �$ Conforme um antigo papiro, esta fórmula já era conhecida pela antiga civilização egípcia do século 18 a.C. ∗ Volume de um sólido de revolução Quando rotacionamos uma região do plano xy em torno do eixo x ou do eixo y, realizando uma volta completa, o lugar geométrico descrito pelos pontos da região é o que chamamos um sólido de revolução. Suponhamos que um sólido de revolução é obtido rotacionando-se, em torno do eixo x, uma região plana delimitada pelas curvas y = f (x), y = g(x), e pelas retas verticais x = a e x = b, sendo f (x) ≥ g(x) para a ≤ x ≤ b. Para cada x ∈ [a,b], um plano perpendicular ao eixo x, cortando este no ponto x, determina no sólido de revolução uma secção transversal. Esta secção transversal é obtida pela revolução completa, em torno do eixo x, do segmento vertical ��(�, sendo ��= (x, g(x)) e (�= (x, f (x)). Figura 3 A área dessa secção transversal será nada mais que a área de uma região plana compreendida entre dois círculos concêntricos de centro (x,0), sendo um menor, de raio g(x), e outro maior, de raio f (x). Como a área de um círculo de raio r é )*², temos que a área A(x), da secção transversal do sólido de revolução, é dada por: ��� � ) ,��� -$ ) ,.�� -² Portanto, o volume do sólido de revolução será: � � � ��� �� � � �) ,��� -$ ),.�� -$ ���� � � Se a região plana for delimitada pelo gráfico de y = f (x), pelo eixo x, e pelas retas x = a e x = b, teremos g(x) = 0, e então: � � � ) ,��� -$ ���� Exemplo: Calcule o volume do sólido de revolução obtido girando em torno do eixo x a região limitada pelos gráficos de 4y = 13 - x² e 2y = x + 5 Solução: Os limites de integração são x = -3 e x = 1. � � )� /013 �²4 3 $ �� � 52 " $6 ��7�% � )� 8169 26�$ � �;16 � $ � 10� � 254 = 7 �% �� � )16� ,169 26�$ � �; 4��$ � 10� � 25 - 7 �% �� � )16� ,169 26�$ � �; 4�$ 40� 100- 7 �% �� � >7? � ,69 30�$ � �; 40� - ��7�% Figura 4 A região e o sólido, respectivamente. � >7? @69� − 10�% + 7A�A − 20�²B�% 7 = >7? @C69 − 10 + 7A− 20D − C−207 + 270 − $;%A − 180DB = )16 G10245 H = ?;>A #. I. � Valor médio de uma função Seja f uma função contínua no intervalo [a,b]. Em [a,b] tomemos os n + 1 pontos igualmente espaçados: �� = � < �7 < �$ < ⋯ < � �7 < � = � Isto é, tais que: �7 − �� = �$ − �7 = ⋯ = � − � �7 = ∆� = � − �L A média aritmética dos n + 1 valores f (��), f (�7) f (�$), ... , f (� ), é dada por: M = ����) + ���7) + ⋯+ ��� )L + 1 Definiremos a média da funçãof, no intervalo [a,b], como sendo: � = lim →∞ M Mostraremos que: � = � ���) �� �� � − � De fato, sendo ∆� = ��� , temos: M = ����) + ���7) + ⋯+ ��� )L + 1 = ����)L + 1 + 1∆� 0���7)∆� + ���$)∆� + ⋯+ ��� )∆�L + 1 3 = � ���)L + 1 + L� − � 0���7)∆� + ���$)∆� + ⋯+ ��� )∆�L + 1 3 = � ���)L + 1 + 1� − � . LL + 1 ����7)∆� + ���$)∆� + ⋯+ ��� )∆�) Logo, como os pontos ���= �), �7, … , � �7, � �= �)subdividem o intervalo [a,b] em n sub-intervalos, todos de comprimento ∆� = ��� . lim →∞M = lim →∞ � ���)L + 1 + 1� − � . lim →∞ LL + 1 . lim →∞ P�� ��Q)∆� QR7 S = 0 + 1� − � .1 . � ���) �� � � = 1� − � � ���) �� � � Exemplo 1: Determine o valor médio de f (x) = x², no intervalo a ≤ x ≤ b. Solução: O valor médio de f em [a,b], é dado por: � = 1� − � � �²�� = � � 1� − � �³3 a b = 1� − � ��³3 − �³3" = �� − �)��$ + �� + �$)3�� − �) = �² + �� + �²3 Exemplo 2: Um pesquisador estima que t horas depois da meia noite, em um período típico de 24 horas, a temperatura em certa cidade é dada por T �U) = 3 − $% �U − 13)², 0 ≤ t ≤ 24 ºC. Qual é a temperatura média na cidade entre 6 da manhã e 4 da tarde? Solução: Como 6 horas da manhã e 4 horas da tarde correspondem a t = 6 e t = 16, respectivamente, estamos interessados em calcular a temperatura média, T(t), no intervalo 6 ≤ t ≤ 16, o que corresponde à integral: TV = 116 − 6� G3 − 23 �U − 13)²H 7? ? �U = 110 G3U − 29 �U − 13)²H? 7? = 110 G3�16) − 29 �16 − 13)³H − 110 G3�6) − 29 �6 − 13)³H = −5,22 Assim, a temperatura média no período é -5,22 ºC. REFERÊNCIAS STEWART, J. Cálculo, volume I. 5ª edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. ISBN 85-221-0479-4. FLEMMING, D. M. e GONÇALVES, M.B. Cálculo A. 6º edição. São Paulo: Pearson, 2010. VILCHES, M. A. e CORRÊA, M. L. Cálculo: Volume I. Disponível em http://www.ime.uerj.br/~calculo/Livro/integ2.pdf - Acesso em 26/07/2011. SAMPAIO, J. C. Aplicações selecionadas da integral definida. Disponível em http://www.dm.ufscar.br/~sampaio/calculo1_aula20.pdf - Acesso em 26/07/2011. Wikipédia, a enciclopédia livre. Integral. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Integral - Acesso em 26/07/2011. Wikiversidade, a universidade livre. Introdução ao Cálculo / Aplicações das integrais. Disponível em http://pt.wikiversity.org/wiki/Introdu%C3%A7%C3%A3o_ao_C%C3%A1lculo/Aplica%C3%A 7%C3%B5es_das_integrais – Acesso em 26/07/2011.
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