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Protesto- Titulos de crédito

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................................02
1.CONCEITO .....................................................................................................................03 
2.FUNÇÃO DE PROVA .....................................................................................................04 
3.LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS PROTESTOS .............................................................04 
4.MODALIDADES DE PROTESTO ...................................................................................05 
5.BOLETOS BANCÁRIOS E PROTESTO .........................................................................07 
6.PROTESTOS ESPECIAIS ..............................................................................................08 
7.EXAME FORMAL DO TITULO .......................................................................................10 
8.PROCEDIMENTO PARA PROTESTO ...........................................................................10 
9.MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE ..............................................11 
10.OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE PROTESTO ....................................................12 
11.EFEITOS DO PROTESTO CAMBIAL ...........................................................................12 
12.PROTESTO DE DUPLICATA SIMULADA ....................................................................13 
13.SUSTAÇÃO DO PROTESTO CAMBIAL ......................................................................15 
14.CANCELAMENTO DO PROTESTO CAMBIAL ............................................................17 
15.DISPENSA DO PROTESTO .........................................................................................18 
16.PRAZO PARA TIRAR O PROTESTO ..........................................................................20 
CONCLUSÃO ....................................................................................................................22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA .....................................................................................23
INTRODUÇÃO
 O instituto do protesto teve sua origem em 1384, quando em Genova foi tirado o protesto de uma letra de câmbio proveniente de Barcelona. É que uma vez que houvesse falta de pagamento do sacado (sendo ele aceite ou não), devia o apresentante da letra promover o protestatio. Apresentante é aquele responsável por informações fornecidas pelas partes, recebendo documentos e atualizando o valor do título constantemente. Protestatio é o ato solene, breve e conta com a presença do notário e de testemunhas. 
 Com isso, era possível agir contra o sacado por meio do recambum, que é o ressaque; ou seja, é o direito do portador do título protestado de sacar novo título contra o devedor e seus coobrigados. 
 Depois de dispensada a presença do portador (pessoa que dá entrada no título), o protesto sofreu alterações, adaptando-se para o tempo atual, e é apresentada agora pelo tabelião. Em alguns casos era possível protestar mesmo com a falta deste, ou supri-la por declaração do sacado no próprio título. 
 Assim deu-se o “nascimento” do protesto, tema deste trabalho. Estudaremos seu conceito, legislação, modalidades, procedimentos para sua validação, seus efeitos, entre outros tópicos necessários para seu entendimento completo e abrangente. 
CONCEITO					
	Entende-se por protesto um ato de comprovação de inadimplência e de descumprimento de uma obrigação existente. A lei 9.492, de 10 de setembro de 1997, em seu próprio artigo 1º dá a definição de protesto: 
“Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.”
 Entretanto, esse conceito de mostra equivocado. Protesto é um ato formal, pois deve preencher requisitos específicos (por exemplo, o protesto cambial só pode ser lavrado pelo tabelião); mas não é ato solene, pois são atos de forma livre. Isto quer dizer que eles podem ser praticados independentemente de qualquer solenidade, e mais, que se provam por quaisquer dos meios de admitidos em direito. 
 Além disso, ao receber a letra para aceite (visto mais a frente), o sacado (devedor) não é obrigado a se submeter ao regime jurídico cambial. 
 A partir de então, esse conceito começou a despertar opiniões doutrinárias, tais como Fábio Ulhoa Coelho e Amador Paes de Almeida. Ulhoa diz que: 
“Na verdade, o protesto deve-se definir como ato praticado pelo credor, perante o competente cartório, para fins de incorporar ao título de crédito a prova de fato relevante para as relações cambiais.”
Amador Paes de Almeida: 
“Visando a conservação e ressalva do direito surge o protesto que pode ser conceituado como o ato formal extrajudicial, que objetiva conservar e ressalvar direitos.” 
 Quanto a sua classificação, o protesto se divide em duas espécies: o judicial e o cambial (extrajudicial). O primeiro está listado no CPC de 1973: 
“Art. 867. Todo aquele que desejar prevenir responsabilidade, prover a conservação e ressalva de seus direitos ou manifestar qualquer intenção de modo formal, poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer que do mesmo se intime a quem de direito.”
 Já o segundo é aquele que se mostra mais relevante para o estudo do Direito Cambiário, uma vez que é aplicável aos títulos de crédito de modo geral. Dentre suas finalidades, duas merecem destaque: primeiro, a interrupção do prazo prescricional, uma novidade no Código Civil de 2002 e segundo o constrangimento legal do devedor, visto que o nome constará na certidão de protesto, tornando público sua inadimplência. 
 O protesto extrajudicial pode ser obrigatório ou facultativo. Veja, é desnecessário o protesto para a cobrança do devedor principal e de seus avalistas (ação direta), não há previsão legal nesse sentido, mas a jurisprudência tem adotado que o protesto é apenas obrigatório em ação de regresso (ação indireta) contra os demais coobrigados. Já para cobrança dos demais coobrigados em um título de crédito (como sacador e endossante), o protesto é indispensável e não pode ser suprido por qualquer outro meio de prova. 
FUNÇÃO DE PROVA
 Agora que já vimos o conceito de protesto e sua classificação, devemos entender para que ele serve. Pois bem, sua principal função é de prova, já que ele é insubstituível e não há outro documento que o supra. No caso, o título deve ser apresentado previamente ao devedor, pois não é obrigatório que ele saiba com quem se encontra o título. Caso ele se recuse, o inadimplemento é presumido. Sem essa apresentação ao devedor, não há possibilidade de levar o título a juízo, pois não há assinatura do sacado. É preciso que se prove que houve a apresentação a ele (através da da certidão do protesto cambial). 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS PROTESTOS
 São muitas as leis e artigos que regulam os protestos. São eles: os artigos 882 e seguintes do CPC/73, a lei 8492/97 e a medida provisória 1681-6/98. A mais recente é a lei de 1997 é considerada por muitos como uma lei sem inovações; a novidade foi os direitos adquiridos pelo tabelionato, garantindo então uma liberdade de fixação de preços e excluindo a subordinação da fiscalização das Corregedorias. Além disso, por ser mais atual, ela trouxe a possibilidade de indicação para protesto de duplicatas com caracteristica mercantil ou de prestação de serviços por meio magnético ou eletrônico de dados. Isto gerou uma certa confusão, pois a mesma lei, em seu artigo 9º trata sobre a existência de vícios e como a existência deles não dará continuação ao processo. Ou seja, se foi aceito a indicação do protesto por meio magnético ou gravação eletrônica dos dados, dificilmente conseguirá atender ao artigo, principalmente se o título estive em poder do devedor. Não há como o tabeliãoentão verificar a irregularidade formal que poderá existir, ou seja, os vícios que podem predominar. 
	Não obstante, a lei se equivocou em permitir que o protesto seja registrado em 3 dias úteis contados a partir da protocolização do título ou documento que se equipara. O prazo que antes começava a contar a partir da intimação, agora da um enorme prejuízo ao devedor. Para consertar essa situação, ficou ditado que se a intimação for efetivada no último dia do prazo ou além dele, por um determinado motivo relevante, o protesto será tirado no primeiro dia último subsequente (artigo 13). Esta lei então é considerada omissa e extremamente confusa em muitos aspectos. 
MODALIDADES DE PROTESTO 
 Quando falamos de protesto, temos diversas modalidades do mesmo, porém o que é de extrema relevância a se saber , é que tais modalidades não alteram a característica do protesto como meio de prova .No artigo 35 da Lei Uniforme de Genebra, o protesto não tem a finalidade de provar a aprovação do aceite , mais sim fixar a data do aceite , que a partir de então passará a ser a dada do protesto . Vejamos;
“Art.35 da LUG. O vencimento de uma letra a certo termo de vista determina-se, que pela data do aceite, quer pela do protesto. Na falta de protesto, o aceite não datado entende-se, no que respeita o aceitante, como tento sido dado no último dia do prazo para a apresentação ao aceite.
 No entanto apesar do referido artigo e das várias modalidades de protesto é de suma importância que se saiba que tais modalidades não extinguem a finalidade de prova do mesmo.
 Como modalidades de protesto podemos citar, protesto por falta ou recusa de aceite, protesto por falta ou recusa de pagamento, protesto por falta de devolução e protesto por simples indicação do portador.
 4.1. PROTESTO POR FALTA OU RECUSA DE ACEITE 
 A figura do aceite está presente nas duplicatas e na letra de cambio, sendo nada mais nada menos que o ato pelo qual o sacado concorda em aceitar ou não a ordem de pagamento que lhe foi imposta. Porém independente da aceitação ou recusa do sacado o protesto será executado, ainda que o devedor dê razões porque não aceitou o título. Quando falamos de apresentação para aceite a mesma será facultativa, isto porque não caberá maiores consequências para o portador do título.
 De acordo com o disposto no Artigo nº. 28 do Decreto nº. 2.044/1.908: “A Letra que houver de ser protestada por falta de aceite ou de pagamento deve ser entregue ao Tabelião de Protesto competente, no primeiro dia útil ao que se seguir ao da recusa do aceite ou ao do vencimento e o respectivo protesto tirado dentro de 3 (três) dias úteis. (Atualmente, conforme Ofício-Circular nº. 048/2.001, da EGRÉGIA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA do Estado do Rio Grande do Sul, três (03) dias úteis a contar da efetiva intimação do devedor)” . 
 4.2. PROTESTO POR FALTA OU RECUSA DE PAGAMENTO 
 Na modalidade por falta ou recusa de pagamento, para que se estabeleça o pagamento referente ao título deve-se este ser apresentado ao sacado ou aceitante no título ou até mesmo ao obrigado principal nos demais títulos. Caso haja a ausência de pagamento ocorrerá o protesto por falta do mesmo, que se dará no primeiro dia útil seguinte ao do pagamento sob pena de o credor perder a seu direito de crédito em relação aos coobrigados. O parágrafo 2º. do artigo  nº. 21  da  Lei nº. 9.492/97 dispõe sobre tal modalidade da seguinte forma:
“Após o vencimento, o protesto sempre será efetuado por falta de pagamento, vedada a recusa da lavratura e registro do protesto por motivo não previsto na Lei Cambial”. 
Já a reserva anexo II , artigo.9º discorre sobre o protesto por prescrição ou caducidade do título  ou  documento de dívida por parte do Tabelião de Protesto de Títulos. Importante ressaltar que não poderá haver exigência de qualquer formalidade não prevista na Lei que regula a emissão e circulação das Duplicatas.
 4.3. PROTESTO POR FALTA DE DEVOLUÇÃO 
 Previsto na Lei de Duplicatas o protesto por falta de pagamento se dará quando o devedor retiver a Letra de Câmbio ou a Duplicata enviada para aceite e a mesma não fizer a devolução. Levando em consideração que uma vez que no protesto ninguém recupera o título , Willi Duarte alenca que o protesto por falta ou devolução é de uma inutilidade a toda prova , já que o título permanece nas mãos do sacador. A previsão legal da modalidade descrita está no parágrafo 3º. do artigo nº. 21 da Lei nº. 9.492/97, que assim dispõe; 
“Quando o sacado retiver a Letra de Câmbio ou a Duplicata enviada para aceite e não proceder à devolução dentro do prazo legal, o protesto poderá ser baseado na segunda via da Letra de Câmbio ou nas indicações da Duplicata, que se limitarão a conter os mesmos requisitos lançados pelo sacador ao tempo da emissão da Duplicata, vedada a exigência de qualquer formalidade não prevista na Lei que regula a emissão e circulação das Duplicatas”. 
 4.4. PROTESTO POR SIMPLES INDICAÇÕES DO PORTADOR 
 O protesto por simples indicação do portador, permite que seja efetuado o protesto por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, de forma que sacada a letra, leva-se o sacado para aceite. No caso da recusa do aceite , deve ser realizado o protesto com a finalidade de gerar todos os efeitos decorrentes da recusa do aceite. Este meio só se aplica a duplicata quando o sacado tiver enviado a duplicata para aceite e não a receber de volta dentro do prazo legal, nesse caso utiliza-se o protesto por simples indicações, mas precisa se provar que a duplicata foi enviada e não foi recebida novamente, caso a duplicata não for apresentada ,o juiz poderá decretar a apreensão da mesma, caso não possa decretar a apreensão do titulo pode decretar a prisão de quem a recebeu para efetuar pagamento.
BOLETOS BANCÁRIOS E PROTESTO 
 Nos dia atuais devido a falta de fiscalização está cada vez mais frequente entre empresas e em suas vendas para seus consumidores a falta da emissão da duplicada em casos de vendas a prazo . Sendo assim , devido a comodidade , grande parte das empresas atuais tomam iniciativa e emitem boletos para seus consumidores fornecidos pelos bancos intervenientes nessas compras . Com tudo devido a falta de emissão da duplicata o aceite se torna obrigatório de forma que o devedor só pode se recusar a aceitar se este a estiver portando.
 A emissão da duplicata nas vendas a prazo é de suma importância, afinal nos casos dos boletos bancários é impossível o protesto. Sendo assim a atitude das empresas que emitem por conta própria boletos acabam cometendo abusos e até mesmo fraude contra quem nada comprou e nada deve.
	
PROTESTOS ESPECIAIS 
 São chamados de protestos especiais os casos que são exigidos pela norma a mera comprovação da data do aceite, nos casos de títulos com o vencimento a certo termo de vista, para fins falimentares e outros .
 6.1 COMPROVAÇÃO DA DATA DO ACEITE 
 O prazo do vencimento de um determinado titulo, conta-se a partir da data do aceite pelo sacado. Vejamos um exemplo determinado título tem seu vencimento determinado para 30 dias de vista, sendo que o sacado o aceita no dia 07-09-2016, os trinta dias começará a ser contado a partir da data 07-09-2016, data esta referente a data do aceite .
 Nos casos que houver o aceite, sem data nem protesto, o praz passará a contar a partir do último dia do prazo para apresentação do aceite. É de suma importância para agilidade que a data seja colocada no título de imediato.
 Como visto, o protesto terá a finalidade de fixar data para o aceite, data esta que passará a ser contada a partir da data do referido protesto . Quando ocorrer o protesto pela falta do aceite, o vencimento será extraordinário ou antecipado.
 6.2. PROTESTO ESPECIAL DE CÓPIA DO TÍTULO 
 Neste caso o protesto tem finalidade de estabelecer que a pessoa que tenha a posso do título original, o entregue para o portador da cópia. O portador da cópia terá direito deação contra aqueles que tenham endossado ou avalizado a cópia, nos casos em que o portador do título original se recuse a entrega-lo. 
 6.3. PROTESTO ESPECIAL PARA FINS FALIMENTARES 
 Para que o credor se resguarde e receba do devedor, é essencial o protesto do título não pago, para que o pedido de falência seja liquido e certo é de suma importância que se comprove que o falido foi impontual.
 A Lei 11.101 de 2005 em seu artigo 94 inciso I ,dispõe sobre as condições para que ocorra tal protesto da seguinte forma;
“Art.94. Será decretada a falência do devedor que:
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em títulos ou títulos executivos protestados cuja soma não ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência.”
 6.4. PROTESTO ESPECIAL DO CONTRATO DE CÂMBIO 
 O protesto especial do contrato de câmbio diz respeito ao protesto necessário para que o Banco possa ajuizar uma ação de execução contra o exportador. Wille Duarte descreve tal protesto como especial pelo fato de sem ele o credor por adiantamento em contrato de câmbio para exportação não poder pedir a execução contra o devedor. 
 Tal procedimento é necessário e de suma importância, pois sem o protesto o credor ficará impossibilitado de pedir em casos de falência do devedor a restituição de importâncias adiantadas em razão do contrato de cambio.
 6.5. PROTESTO ESPECIAL DA CONTA DE PROFISSIONAL LIBERAL 
 Os profissionais liberais ou de serviço de natureza eventual não são desamparados pela lei de duplicatas, esta expresso no artigo 22 da lei da duplicada a regulamentação de cobrança da fatura ou conta de tais profissionais. No que diz respeito a conta dos mesmos , deve ser mencionado a natureza e o valor dos serviços prestados , bem como o local de pagamento e o vínculo contratual que deu origem aos serviços executados . 
EXAME FORMAL DO TITULO
 Conforme se vê em lei, uma vez que observada irregularidade pelo tabelião, esta causará equívoco no registro do protesto. Evidentemente nos casos em que o protesto for por simples indicação do portador ou por falta de devolução, deve ser apresentada e comprovada a remessa do título para aceite, para que assim fique desobrigado o oficial de protestos de examinar formalmente o título, considerando corretas as informações passadas pelo portador. No mais, demonstra-se que caberá ao apresentante comprovar que o título foi devidamente remetido para aceite, provando ainda que o mesmo não foi devolvido no prazo legal, para que assim seja defendido o direito daquele que nada deve, evitando fraudes e abusos.
PROCEDIMENTO PARA PROTESTO
 No procedimento para protesto, primeiramente o titulo deverá ser levado para o cartório de protesto de títulos, onde será protocolizado ou cartório distribuidor se na Comarca existir mais de um cartório, e tal ato pode ser feito por qualquer pessoa desde que possuidora do título, onde após exame do título o procedimento contínuo será a intimação do devedor.
 Vale lembrar que Devedor nesse caso é o emitente no caso da nota promissória, o sacado ou aceitante no caso da letra de câmbio, bem como sacador ou emitente do cheque, e comprador na duplicata, e indicados pelo apresentante como responsáveis pelo cumprimento da obrigação, e a esses é dirigida a intimação.
 Quanto a protesto, curiosamente o mesmo não se faz contra ninguém. Em doutrinas, jurisprudências e linguagem comum vê que dizem “protesto foi tirado contra alguém”. 
 O devedor é intimado por diversos meios, devendo ser comprovada a recepção por documento, sendo que nesse deverá constar: a) nome do devedor; b) endereço do devedor; c) elementos de identificação do título; d) prazo para cumprimento da obrigação; e) número do protocolo e valor a ser pago, para que assim não haja qualquer duvida para o intimado. Uma vez que não encontrado o intimado, fará intimação por edital afixado no Tabelionato de Protesto.
 Após ser feita a intimação, terá o devedor prazo de três dias úteis a ser contado da protocolização do título ou documento de dívida, para pagar ou dizer o porquê de não pagar incluindo na contagem do prazo o dia do vencimento. Caso a intimação seja feita excepcionalmente no último dia, desde que por motivo de força maior, será protestado no primeiro dia útil subsequente, e deve conter: a) data e número do protocolo; b) nome e endereço do apresentante; c) reprodução do documento ou das indicações feitas pelo apresentante; d) certidão das intimações feitas e das respostas eventualmente oferecidas; e) indicação dos intervenientes voluntários. 
 Para o devedor, o prazo para sustação do protesto é curto, tendo tempo mínimo para ajuizar ação competente quando cabível. Serão os protestos registrados em único livro contendo anotações quanto ao tipo e motivo do protesto, sendo que somente serão protestados para fins falimentares títulos oriundos de dívidas dos empresários e sociedades empresárias. 
MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE
 Revogada a Lei 9.317 de 1996 e a Lei 9.841 de 1999, a Lei Complementar 123 de 14/12/2006 fala quanto ao Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, onde certamente beneficia o microempresário ou empresário de pequeno porte, no caso de protesto assim diz o art. 73 do Estatuto: 
 “O protesto de título, quando o devedor for microempresário ou empresa de pequeno porte, é sujeito às seguintes condições: 
I - sobre os emolumentos do tabelião não incidirão quaisquer acréscimos a título de taxas, custas e contribuições para o Estado ou Distrito Federal, carteira de previdência, fundo de custeio de atos gratuitos, fundos especiais do Tribunal de Justiça, bem como de associação de classe, criados ou que venham a ser criados sob qualquer título ou denominação, ressalvada a cobrança do devedor das despesas de correio, condução e publicação de edital para realização da intimação; 
II - para o pagamento do título em cartório, não poderá ser exigido cheque de emissão de estabelecimento bancário, mas, feito o pagamento por meio de cheque, de emissão de estabelecimento bancário ou não, a quitação dada pelo tabelionato de protesto será condicionada à efetiva liquidação do cheque; 
III - o cancelamento do registro de protesto, fundado no pagamento do título, será feito independentemente de declaração de anuência do credor, salvo no caso de impossibilidade de apresentação do original protestado; 
IV - para os fins do disposto no caput e nos incisos I, II e III do caput deste artigo, o devedor deverá provar sua qualidade de microempresa ou de empresa de pequeno porte perante o tabelionato de protestos de títulos, mediante documento expedido pela Junta Comercial ou pelo Registro Civil das Pessoas Jurídicas, conforme o caso;
V - quando o pagamento do título ocorrer com cheque sem a devida provisão de fundos, serão automaticamente suspensos pelos cartórios de protesto, pelo prazo de 1 (um) ano, todos os benefícios previstos para o devedor neste artigo, independentemente da lavratura e registro do respectivo protesto.”
 No mais, o Estatuto visa proteger as empresas de porte menor, fazendo ser menos burocrático o sistema de baixa do protesto.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE PROTESTO
 Se o devedor comparece no cartório e paga a dívida ou aceita o título, dentro do prazo estabelecido em lei, o protesto não será utilizado. Logo o protesto terá valia quando o devedor não aceitar o título ou não houver pagamento do mesmo. 
 O protesto efetuado é prova oficial e insubstituível da apresentação e da falta ou recusa de aceite ou de pagamento. Ele serve como prova da apresentação do título ao obrigado principal, sendo pessoal, de forma direta (pelo obrigado principal sacado) ou indireta (por intimação das mesmas pessoas do protesto cameral). 
 Por se tratar de uma ação de regresso, o portador pode apresenta-lo em juízo, sem necessidade do aceite formal do sacado, com a certidão de protesto,pois o que interessa aqui é se houve ou não apresentação do título para aceite, em se tratando de letra de câmbio. 
EFEITOS DO PROTESTO CAMBIAL 
 O protesto cambial reflete efeitos jurídicos sobre a pessoa do devedor. Um desses efeitos é sobre o cadastro da pessoa física do individuo do qual teve seu nome protestado, pois encontrará dificuldades em conseguir um empréstimo, por exemplo, quando se tratar de pessoa física. Quando se tratar de pessoa jurídica, poderá sujeitar-se a falência.
Outro efeito é quanto a ação de regresso. O processo por falta de aceite ou pagamento, quando não tirado no prazo determinado, faz com que o portador perca o direito de regresso contra o sacador, endossante e avalistas. 
 O protesto por falta ou recusa de aceite antecipa o vencimento da letra de cambio para o dia da efetivação do protesto. O portador, nesse caso, poderá exercer o direito de regresso contra o sacador. Quando o sacador não aceitar nenhum título, não haverá efeitos, uma vez que a obrigação no título só ocorre se for assinado. 
 No que se refere ao protesto por falta de aceite das duplicatas, poderá gerar, além do vencimento antecipado, o direito de entrar com uma ação direta contra o comprador, bem como ação de regresso contra os endossantes e avalistas. 
 O protesto por falta de aceite nesse tipo de título de crédito autoriza o pedido de falência contra o comerciante devedor, devendo juntar a certidão do protesto e o comprovante da entrega e recebimento das mercadorias. Diferente do que ocorre na letra de câmbio protestada, nesse caso o sacado não tem obrigação alguma no título, se não aceitou, não podendo haver pedido de falência, nem execução contra ele. 
Já o protesto do título por falta de pagamento na duplicata só é necessário quando houver no título o sacador, o endossante ou os avalistas, devendo ser levado a protesto até 30 dias após o vencimento. 
 O não cumprimento da obrigação no vencimento já constitui, em mora, o devedor, é o que chamamos de mora “ex re”, pois o prazo de vencimento já está estipulado, independentemente do protesto cambial. 
 Outro efeito é a fixação do termo do prazo de vencimento. Se o aceite não estiver datado, nos casos de letra de câmbio com vencimento a certo termo de vista, o protesto servirá para fixar o termo inicial da data de vencimento. 
Ainda se o título for protestado pela falência do aceitante ou emitente, tal ato constituirá no vencimento antecipado do título. 
PROTESTO DE DUPLICATA SIMULADA 
 A simulação de duplicata, que também conhecida como “sem causa
debendi” ou “fria”, denomina a emissão de uma duplicata de uma compra e venda ou de prestação de serviço sem que exista qualquer relação jurídica entre as partes. 
 O ato de simular a duplicata vem atingindo as instituições bancarias que ao cumprirem seu papel emitem aviso de cobrança de duplicata, apoiando em listas de pagamentos a fazer que fossem enviadas pelo cliente, ou pela sua própria conta. Como consequência os avisos são enviados sem anteriormente seja constatado a real existência ou não da referida duplicata. Desta forma pode imaginar os conflitos e transtornos que são gerados devido a esta prática criminosa.
 Vale ressaltar que perante as instituições bancarias deve estar atento, pois defendem o seu próprio interesse e os clientes que tem sua situação de negocio consolidada não estarão em conformidade com tais intuições. Aqui cada um defenderá seus próprios interesses. Porém, a consumação deste golpe pode ocorrer quando as duplicatas simuladas forem criadas e inseridas no volume de negociações de desconto, caução e cobrança, devido à falta de uma observância firme, passando despercebida tal simulação.
 No momento em que o endossatário, no caso o banco, leva um título a protesto para que tenha a garantia do direito de regresso contra o endossante, o sacado que não está em débito, a vítima da simulação, sofre as consequências do protesto indevido. Este tipo de abuso praticado por estas instituições financeiras devem ser rejeitados para que não haja prejuízos a quem nada deve, trazendo mais justiça a sociedade. Segundo a narração de alguns dirigentes de cartório é comum o abuso de saque de duplicatas sem qualquer causa, seja por compra e venda ou prestação de serviço, também o saque indevido de letras de câmbio, cheques emitidos fraudulentamente, bem como, cobranças e demais ações do gênero mediante dados de duplicatas já pagas ou de negócios desfeitos dentre outros.
 O Código penal brasileiro, no artigo 172, rege da seguinte maneira:
 “Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.”
 Esse tipo de duplicata constitui fato ilícito, um crime, ao qual é cominada pena de detenção de um a cinco anos e multa equivalente a vinte por cento sobre o valor da duplicata. De a mesma forma quem falsificar ou adulterar a escrituração no livro Registro de Duplicatas.
 Diante desta possibilidade de protesto cambial vicioso, o recurso cabível para a vítima da simulação é comprovação mediante juízo a inexistência da dívida, num momento posterior, o protesto deverá ser sustado, sendo opção do juiz de ignorar a importância do protesto que esta sendo alegado para que garanta do direito de regresso. Porém, é essencial que na sentença a qual o juiz proferirá, se faça menção deste direito contra o causador da fraude possibilitando que o possuidor da duplicata recupere os prejuízos, se existentes, causados a ele.
 Através deste procedimento, a vítima da duplicada simulada não assumirá os efeitos danosos de uma da determinada obrigação de negócio jurídico que não participou, a qual esta envolvida num protesto. Vale salientar que em casos de ausência do protesto necessário, não será impedido a ação de regresso contra quem acusou a fraude.
SUSTAÇÃO DO PROTESTO CAMBIAL 
 A sustação do protesto cambial é uma medida tomada pelo sacado, para que seja feita uma interrupção do procedimento do protesto. O autor Wille Duarte Costa, em sua obra Títulos de Crédito, nos esclarece de forma: 
“A sustação do processo cambial é a possibilidade de ser o procedimento do protesto paralisado, evitando-se que se efetive, normalmente por relevante razão de direito, pouco importando ser ele necessário para a garantia de direito de regresso do credor contra o sacador, endossantes e respectivos avalistas”.
 Essa medida para interromper, também conhecida como “cancelamento do protesto cambial” é bastante relevante quando se trata da questão de que o Direito tem a função de solucionar conflitos que surgem na sociedade de forma justa, e se justo, deve se atentar para os abusos ou a má-fé que podem estar inseridos no protesto.
 Atualmente, existe essa possibilidade, uma vez que a historia nos remete a não possibilidade da suspensão do protesto cambial. Ao juiz, não era concedido à chance de interromper um protesto que já havia iniciado, e, além disso, se esse registro tivesse a característica de um registro público, era considerado imutável. No entanto, se caso o juiz se deparasse com um protesto de natureza ilícita, não havia amparo legal para sustação. Essa determinação fixada no direito moderno foi regulamentada pela Lei 9.492 de 1997, assegurando a existência da suspensão em casos em for necessário.
 Desde então, esse procedimento foi evoluindo conforme a necessidade social. Inicialmente, o juiz teve o amparo do artigo 4° da lei de introdução às normas do direito brasileiro que dispõe que em casos de omissão da lei, o juiz poderá usar analogia, princípios e os costumes que tome sua decisão. Porém, com o continua evolução do Direito ao reger sobre medidas de grande utilidade, adotou-se a ação especial de sustação, ação ordinária, medidas administrativas e medida cautelar. Desta forma, usando os meios permitidos pela lei, em caso em que for necessário, o juiz tem o poder de suspender o protesto.
 Seguindo as normas regidas pela lei, o juiz para conceder a suspensãodo protesto, poderá delimitar de forma facultativa se o requerente deve ou não prestar caução, seja de forma real ou fidejussória em um prazo determinado, analisando da melhor maneira o caso em questão, uma vez que o requerente, devido o valor do título, pode perder a chance de sustar o protesto se faltar as condições necessárias para prestar caução.
 Na hipótese de utilizar o rito ordinário, denominada como “ação ordinária de sustação de protesto” ao requerer a sustação do título argumentará as razões pelas quais deseja sustar o protesto. Numa outra hipótese, utiliza-se também da “ação especial de sustação”, como leciona o autor Pedro Vieira Mota, que segue o mesmo procedimento do rito ordinário, porém o requerente deve prestar caução, se faz necessária intimação do oficial de protesto e serão discutidas questões que possam impedir o protesto. No caso de ser o requerente exitoso, a ele será devolvido o valor do depósito realizado, caso contrário o depósito será concedido ao réu.
 Uma das formas mais utilizadas em se tratando de sustação de protesto é a medida cautelar. Neste procedimento é necessário destacar que a caução só será cabível em casos de medidas cautelares preparatórias, pois possível o juiz não tenha o conhecimento necessário do real interesse da parte. Tomar o caminho da medida cautelar incidente não é um erro, mas a intenção do autor deve ser diferente, assim como cita o autor Wille Duarte como exemplo disso, força que a ação tome diferentes rumos. .
 É importante ressaltar que no processo é preciso estar atento à ação principal que foi provocada pelo credor, pois em situações em que o titulo não tiver sido endossado é permitida uma ação anulatória do título, mas é preciso analisar, pois, se o título foi endossado uma ou mais vezes, se concedida anulação do título, o credor se encontrará impedido de regressar contra os demais devedores obrigados através do endosso. Analisando esta questão, pode concluir que não é viável que seja anulado o titulo, pois na relação entre o endossatário e o endossante existe plena eficácia cambiária, sendo, no entanto, a maneira mais viável a ação declaração para que possa obter declaração de inexistência de vínculos jurídicos com o devedor do endossatário.
 Entretanto, há a discussão com alegações de que o protesto não atinge os devedores anteriores, mas em casos de abuso do devedor que possui o titulo, claramente pode ver que não é justo permitir que exista prejuízo a quem nada deve. Assim, o juiz ao deferir suspensão do protesto, deve atentar para conceder direito ao endossatário de agir contra quem agiu de forma errônea.
CANCELAMENTO DO PROTESTO CAMBIAL
 O cancelamento do protesto surgiu da necessidade de eliminar informações negativas que constavam sobre o devedor. O cancelamento pode ser feito em virtude do pagamento posterior do título .A lei permite que o cancelamento seja feito por meio do pagamento do título ou ordem judicial.
 O cancelamento fundado no pagamento do título deverá ser solicitado diretamente pelo interessado no Tabelionato de Protesto de Títulos, mediante apresentação de documento protestado.
 Para a comprovação da quitação do débito, a simples apresentação do título protestado ao tabelião é o que basta, na impossibilidade de apresentar o título original, o pedido de cancelamento deverá ser acompanhado de declaração de anuência, com identificação e firma reconhecida de todos que atuaram como credores. 
 Quando o motivo do cancelamento do registro do protesto não estiver fundado no pagamento do título, caberá cancelamento por decisão judicial. O cancelamento do registro do protesto está expresso no Art. 26 da Lei 9492/1997.
Os motivos para o cancelamento do protesto podem ser:
Pagamento anterior ao protesto;
Assinatura do interessado falsificada;
Prescrição da execução;
Duplicatas frias;
Mercadorias devolvidas; 
Efetivação do protesto antes do vencimento do título;
Intimado não foi o sacado ou o obrigado principal; 
Pagamento foi feito em débito;
Obrigação cancelada por ordem judicial ou razões justificadas.
 Cumpre frisar que o protesto indevido de títulos de crédito constitui lesão à honra, já que acarreta perda de crédito na praça pelo empresário, ensejando ação por danos morais .
DISPENSA DO PROTESTO
 O legislador, em alguns casos, dispensou o protesto garantindo a ação de regresso, mas não o impediu.
 O protesto comum não é sempre necessário para cobrar dos devedores indiretos. A regra geral nos diz que o protesto comum é necessário para cobrança dos devedores indiretos. Mas existem exceções. A exceção prevêem dispensa do protesto para cobrar dos devedores indiretos. - art. 47, II da lei 7357/85. Deve ser observado que para fins de falência é necessário o protesto. A dispensa do protesto prevista no art. 47, II só servirá para a ação executória. Vejamos o que diz o referido artigo:
“Art . 47 Pode o portador promover a execução do cheque:
I - contra o emitente e seu avalista;
II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento são comprovados pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de compensação.
§ 1º Qualquer das declarações previstas neste artigo dispensa o protesto e produz os efeitos deste.
§ 2º Os signatários respondem pelos danos causados por declarações inexatas.
§ 3º O portador que não apresentar o cheque em tempo hábil, ou não comprovar a recusa de pagamento pela forma indicada neste artigo, perde o direito de execução contra o emitente, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável.
§ 4º A execução independe do protesto e das declarações previstas neste artigo, se a apresentação ou o pagamento do cheque são obstados pelo fato de o sacado ter sido submetido a intervenção, liquidação extrajudicial ou falência.”
“Títulos de crédito industrial- Em conformidade com o Decreto - Lei nº 413, de 09 de janeiro de 1969 em seu art. 52º estabelece.”
“Art. 52. Aplicam-se à cédula de crédito industrial e à nota de crédito industrial, no que forem cabíveis, as normas do direito cambial, dispensado, porém, o protesto para garantir direito de regresso contra endossantes e avalistas.”
Cédulas de crédito comercial e nota de crédito comercial - Lei 6.840 de 03 de novembro de 1980, art. 5º.
 “Art. 5º Aplicam-se à Cédula de Crédito Comercial e à Nota de Crédito Comercial as normas do Decreto-lei nº 413, de 9 de janeiro 1969, inclusive quanto aos modelos anexos àquele diploma, respeitadas, em cada caso, a respectiva denominação e as disposições desta Lei.”
 Cédulas e notas de crédito à exportação - Lei 6.313 de 16 de dezembro de 1975, art. 3º.
“Art 3º Serão aplicáveis à Cédula de Crédito à Exportação, respectivamente, os dispositivos do Decreto-lei número 413, de 9 de janeiro de 1969, referente à Cédula de Crédito Industrial e à Nota de Crédito Industrial. (Extinto pela Lei nº 8.522, de 1992)”
Cédula de crédito rural, nota de crédito rural nota promissória rural e duplicata rural. Decreto - Lei 167/1967, art. 60.
“Art 60. Aplicam-se à cédula de crédito rural, à nota promissória rural e à duplicata rural, no que forem cabíveis, as normas de direito cambial, inclusive quanto a aval, dispensado, porém o protesto para assegurar o direito de regresso contra endossantes e seus avalistas.”
*Nota promissória rural e duplicata rural - Decreto - Lei 167/1967, art. 60, inciso 1º.
“§ 1º O endossatário ou o portador de Nota Promissória Rural ou Duplicata Rural não tem direito de regresso contra o primeiro endossante e seus avalistas. (Incluído pela Lei nº 6.754, de 17.12.1979).”
 Mesmo com o protesto eles não poderão ser executados.
A dispensa não impede que o possuidor do título venha buscar protesto facultativo que é quando a ação não depende dele para serem acionados os obrigados,mesmo não sendo necessário.
PRAZO PARA TIRAR O PROTESTO
 O protesto é considerado uma ação para dirigir-se contra o devedor principal e seus avalistas que tem como base os títulos de créditos.
 O protesto facultativo por falta ou recusa parcial ou total de aceite aplica-se o n. 2ª do art. 44 da LUG, ou seja, até o vencimento.
Exceção: "a certo termo de vista", o aceite deverá ocorrer dentro de um ano da data do título, o protesto por falta de aceite deverá também ocorrer dentro do mesmo prazo. Se ocorrer aceite do sacado, mas não constar dele a data do aceite, será necessário o protesto para fixação da data do protesto que determinará o termo inicial do prazo para o vencimento do título.
 O protesto facultativo por falta de pagamento deve ocorrer antes de prescrever a ação de cobrança Letras de cambio e as notas promissórias o prazo para apresentar protesto no primeiro dia útil seguinte ao vencimento.
 Cheques - necessário o protesto ou declaração do sacado para comprovar a recusa do pagamento que devem ocorrer antes da expiração do prazo para a apresentação ao sacado (30 ou 60 dias conforme o caso), se der no último dia do prazo, podem dar-se no primeiro dia útil seguinte.
 Se for vencimento à vista, deve ser apresentada ao devedor até um ano de sua data para pagamento, não havendo pagamento e nem prova de sua apresentação anterior, o prazo vai até um ano da data de emissão do título.
 Duplicatas o prazo vai até 30 dias após o vencimento ordinário, neste caso é necessário documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria ou serviço. Sendo necessário o protesto para tornar líquida e exigível a obrigação do comprador.
CONCLUSÃO 
   Diante do exposto decorrido brevemente a respeito dos efeitos do protesto no âmbito jurídico e as possíveis formas de realiza-lo, pode concluir que o protesto cambial se caracteriza numa prova expressa de que o titulo nas mãos do portador foi apresentada ao aceite ou a quem deve pagar e as devidas obrigações não foram cumpridas. A partir deste momento, o protesto é cabível para que o devido obrigado e coobrigado assumam a sua obrigação sem causar prejuízos ao credor.  
   O ato de protestar deverá ser obsevado os requisitos previstos pela lei, pois se não forem respeitados, pode gerar danos morais a outrem por ter injustamente seu crédito negativo, como resultado do protesto. 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
João Eunápio Borges – Título de Crédito, 2 edição, RJ, Editora Forense, 1977. 
Juiz Emygdio F. Da Rosa Jr – Títulos de Crédito, 8 edição, RJ, Editora Renovar, 2012 
Fábio Ulhoa Coelho – Curso de Direito Comercia, 9 edição, SP, Editora Saraiva, 2000. 
Amador Paes de Almeida – Teoria e prática dos títulos de crédito, 29 edição, SP, Editora Saraiva, 2011. 
Victor Eduardo Rio Gonçalves – Título de Crédito e Contratos Mercantis, 22 edição, Sinopses Jurídicas . 
Costa , Wille Duarte – Títulos de Crédito , 4 edição , BH ,ed. Del Rey,2010

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