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3. Texto e textualidade coesão e coerência

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Texto e Textualidade
Texto
Texto 1:
João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Também os mísseis são caríssimos. Os mísseis são lançados no espaço. Segundo a teoria da Relatividade o espaço é curvo. A geometria Rimaniana dá conta desse fenômeno.
MARCUSCHI, Luís Antônio. A linguística do texto: o que é  e como se faz. Recife, UFPE, 1982.
 
Texto 2:
      (...)
      Lá dentro havia uma fumaça espessa que não deixava que víssemos ninguém.
     Meu colega foi à cozinha, deixando-me sozinho. Fiquei encostado na parede da sala, observando as pessoas que lá estavam. Na festa, havia pessoas de todos os tipos: ruivas, brancas, pretas, amarelas, altas, baixas etc. (...)
SAVIOLLI, Francisco Platão;FIORIN, José Luis Fiorin. Lições de texto: leitura e redação.  São Paulo, Ática, 1996.  
TEXTUALIDADE
Conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto e não apenas uma sequência de frases.
O QUE É COESÃO TEXTUAL?
Palavras comopreposições,conjunçõesepronomespossuem a função de criar um sistema de relações, referências eretomadasno interior de um texto, garantindo unidade entre as diversas partes que o compõe. Essa relação, esse entrelaçamento de elementos no texto .
EXEMPLO DE TEXTO COESO
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que o Brasil não vai atender ao governo interino de Honduras, que deu prazo de dez dias para uma definição sobre a situação do presidente deposto ManuelZelaya, abrigado na embaixada brasileira desde que retornou a Tegucigalpa, há uma semana. Caso contrário, o governo de Micheletti ameaça retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira no país, segundo informou comunicado da chancelaria hondurenha divulgado na noite de sábado, em Tegucigalpa".
(Jornal O Globo - 27/09/2009
 FATORES DE TEXTUALIDADE
Exemplo de texto com falhas de coesão
A escola possui um excelente time de futebol,masaté hoje não conseguiu vencer o campeonato.
EXEMPLO DE CONJUNÇÃO
...,porématé hoje não conseguiu vencer o campeonato.
...,contudoaté hoje não conseguiu vencer o campeonato.
...,todaviaaté hoje não conseguiu vencer o campeonato.
...,entretanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
..., no entantoaté hoje não conseguiu vencer o campeonato.
..., não obstanteaté hoje não conseguiu vencer o campeonato.
COESÃO TEXTUAL
A coesão textual ocorre quando a interpretação de um elemento no discurso é dependente da de outro. Um pressupõe o outro. 
 O filho desobedeceu à mãe e se deu mal. 
 Ela sabia que isso iria acontecer com ele.
Trata-se de uma relação semântica, realizada por meio do sistema léxico-gramatical, que dá maior legibilidade ao texto. 
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Coerência 
É o aspecto que assumem os conceitos e relações subtextuais, em um nível ideativo. A coerência é responsável pelo sentido do texto, envolvendo fatores lógico-semânticos e cognitivos.
Interpretabilidade do texto depende do conhecimento partilhado entre os interlocutores. Um texto é coerente quando compatível com o conhecimento de mundo do receptor. Constrói-se na relação emissor-receptor-mundo.
Coerência 
 Havia um menino muito magro que vendia amendoim numa esquina de uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a vida.
Coerência
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 Embora existam políticos competentes e honestos, preocupados com as legítimas causas populares, os jornais, na semana passada, noticiaram casos de corrupção comprovada, praticados por um político eleito pelo povo.
 Isso demonstra que o povo não sabe escolher seus
 governantes. 
Intencionalidade: diz respeito à intenção do produtor ao produzir um texto que cumpra a função sociocomunicativa que motivou sua criação.
Aceitabilidade: diz respeito à predisposição do receptor de colaborar no processo de produção de sentido.
Informatividade: diz respeito à medida na qual as ocorrências em um texto são esperadas ou não, conhecidas ou não, no plano conceitual ou formal (repetição e introdução de ideias), e à suficiência de dados necessários à compreensão (conhecimento de mundo do receptor, interesse pelas informações contidas no texto).
INFORMATIVIDADE
Texto extraído de uma proposta de pesquisa em Economia de Energia
Nos últimos anos, as companhias de energia elétrica iniciaram um processo de revisão de suas estratégias empresariais.Esse processoé motivado pelo movimento de reestruturação da indústria de energia elétrica,o qualgera dois tipos de impacto:de um lado, abre espaços para o aumento da participação do capital privado nesta indústria;de outro lado, impõe a necessidade de adequação do quadro regulamentar. Essa reestruturação, embora ainda não tenha sido concluída no contexto brasileiro, altera radicalmente as estratégias das empresas. A complexidade do novo contexto é ainda maior porque envolve a internacionalização das empresas elétricas. Em outras palavras, o novo ambiente econômico da indústria elétrica exige a redefinição das estratégias e da gestão das empresas em condições de incerteza e em regime competitivo. Neste contexto, os riscos econômicos associados ao negócio elétrico aparecem de forma distinta do tradicional regime em monopólio regulado pelo custo de serviço.
Fonte:http://acd.ufrj.br/~pead/tema02/informatividade.html
Situacionalidade: diz respeito à adequação do texto à situação comunicativa, pois esta é decisiva para o estabelecimento da textualidade.
O texto abaixo apresenta duas situações comunicativas:
a comunicação que o escritor (Millôr) estabelece com os leitores;
a comunicação que acontece entre as duas mulheres.
A vaguidão específica
	“As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica”. (Richard Gehman)
–– Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
–– Junto com as outras?
–– Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer alguma coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.
–– Sim senhora. Olha, o homem está aí.
–– Aquele de quando choveu?
–– Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.
–– Que é que você disse a ele?
–– Eu disse para ele continuar.
–– Ele já começou?
–– Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.
–– É bom?
–– Mais ou menos. O outro parece capaz.
–– Você trouxe tudo de cima?
–– Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera.
–– Mas traga, traga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo. É melhor senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite. 
–– Está bem vou ver como.
Millôr Fernandes
Responda:
1- Considerando o diálogo das mulheres, por que ele é incoerente para nós, leitores?
2- O autor critica, com humor, o modo de falar das mulheres. O exemplo escolhido (diálogo) é coerente com suas intenções? Explique.
Intertextualidade: diz respeito aos fatores que fazem tanto a produção quanto a recepção de um texto dependentes do conhecimento que os interlocutores têm de um outro texto.
INTERTEXTUALIDADE
MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[...]
Casimiro de Abreu
MEUS OITO ANOS
Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra!
Da rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais
[...]
Oswald de Andrade
INTERTEXTUALIDADE
RELAX...
COERÊNCIA TEXTUAL
ÁGUA DOCE CACHAÇARIA
Fui à Água Doce Cachaçaria e tomei uma cachaça da boa, mas tão boa que resolvi levar dez garrafas para casa, mas Dona Patroa me obrigou a jogar tudo fora.
Peguei a primeira garrafa, bebi um copo e joguei o resto na pia.
Peguei a segunda garrafa, bebi outro copo e joguei o resto na pia.
Peguei a terceira garrafa, bebi o resto e joguei o copo na pia.
Peguei a quarta garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo.
Peguei o quinto copo, joguei a rolha na pia e bebi a garrafa.
Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo no resto.
A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia.
Peguei no copo, bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa.
Joguei a nona pia no copo, peguei na garrafa e bebi o resto.
O décimo copo, eu peguei a garrafa no resto e me joguei na pia.
Não me lembro do que fiz com a patroa!
RELAX ... COERÊNCIA /INFORMATIVIDADE
 MECANISMOS DE COESÃO
REFERENCIAL
SUBSTITUIÇÃO
ELIPSE
LEXICAL
CONJUNÇÃO OU CONEXÃO
SEGUNDO Halliday & Hasan
REFERÊNCIA
Elementos referenciais são os que não podem ser interpretados por si próprios, mas têm que ser relacionados a outros elementos no discurso para serem compreendidos.
EXEMPLO
REFERÊNCIA
REFERÊNCIA SITUACIONAL - DÊITICOS
REFERÊNCIA SITUACIONAL - DÊITICOS
SUBSTITUIÇÃO
Colocação de um item no lugar de outro no texto, seja este outro uma palavra, seja uma oração inteira.
EXEMPLO DE SUBSTITUIÇÃO
Pedro comprou um carro e José também.
O professor acha que os alunos estão preparados, mas eu não penso assim..
O filhodesobedeceuà mãeese deu mal.
Elasabia queissoiria acontecer comele.
COMPARE
ELIPSE
substituição por : omissão de um item, de uma
palavra, um sintagma (frase).
EXEMPLO DE ELIPSE
-Pedro vai comprar o carro?
-
Cazuzaviveu intensamente. Tinha fama de rebelde, mas queria mesmo era transgredir.
Elesacordarameviajaram.
CONJUNÇÃO
Recurso coesivo quedepende das relações significativas estabelecidas entre orações, entre períodos ou entre parágrafos. Os principais elementos conjuntivos são asconjunções/locuções conjuntivas, os advérbios/locuções adverbiais, preposições/locuções prepositivas e itens continuativos.
EXEMPLO DE CONJUNÇÃO
Todos foram para a quadradepoisque terminou a aula.
Perdeu as forçasecaiu. (adição)
Perdeu as forças,maspermaneceu firme. (adversidade)
Perdeu as forças,porquenão se alimentou. (causa)
Perdeu as forças,quandosoube a verdade. (tempo)
COESÃO LEXICAL
Conecta as partes do texto e evita a repetição vocabular.
Obtida através de dois mecanismos:COLOCAÇÃO(mesmo campo semântico) de um mesmo item lexical, ouREITERAÇÃO(sinônimos, pronomes, hipônimos, heterônimos, antonomásia,epitetos).
EXEMPLO DE COESÃO LEXICAL - COLOCAÇÃO
Vi ontem ummeninode ruacorrendo pelo asfalto. Omolequeparecia assustado.
Assisti ontem a um documentário sobrepapagaios mergulhadores.Esses pássarospodem nadar a razoáveis profundidades.
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Houveum grande eventonas areias de Copacabana, no último dia 02.
O motivo dafestafoi este: o Rio sediará as olimpíadas de 2016.(Colocação)
EXEMPLO DECOESÃO LEXICAL - REITERAÇÃO
Oalunoestava nervoso.Oalunohavia sido assaltado. 
(repetição do mesmo item lexical)
Umameninadesapareceu.Agarotaestava envolvida com drogas.
(coesão resultante do uso de sinônimo)
Haviamuitasferramentasespalhadas, mas só precisava achar omartelo.
(coesão por hiperônimo: ferramentas é o gênero de quemarteloé a espécie)
Todos ouviramum barulhoatrás da porta. Abriram-na e viram umacoisaem cima da mesa.
(coesão resultante de um nome genérico)
PULO DO GATO
Santana, Mauro – Imprensa, Jornalismo e Comunicação. Ano 1. São Paulo: Feeling Editorial, 1988.
O grande perigo do jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica. É
claro que, tratando da sociedade, o jornalismo é também um pouco de sociologia _
mas a sociologia deve ir para o lugar próprio, os artigos elaborados com mais tempo, os editoriais e tópicos e, bem digerida em um texto fluido, a reportagem.
Jornalismo é razão e emoção. 
O texto apenas racional e frio, e só comunica aos que se encontrem diretamente interessados no assunto. O texto deve saber dosar emoção e razão, e é nesse equilíbrio que está o chamado “pulo do Gato”. Muitos jornalistas acreditam que o adjetivo emociona. Enganam-se. Quanto mais despida uma frase, mais cortante é o seu efeito.
“E amolou o machado, preparou um toco para servir de cepo, chamou o menino,
amarrou-lhe as mãos, fez-lhe um sinal para que ficasse calado, e rachou o seu corpo em sete pedaços. O menino P.. de cinco anos, não era seu filho e F. descobrira isso poucos minutos antes, quando discutia com a mulher.” Leads como esse são sempre possíveis na reportagem de polícia: não necessitam adjetivos. As tragédias, como os cantores famosos, dispensam apresentação.
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Agora é sua vez. Elabore um parágrafo de continuidade com os conetivos indicados.
 Muitas pessoas afirmam que há liberdade de expressão quando o Estado não intervém para controlar a informação ou quando a censura oficial não proíbe a livre circulação de opiniões e do pensamento em geral.
Mas...
Assim...
Portanto...
 
 João Carlos vivia em uma pequena casa construída no alto de uma colina árida, cuja frente dava para leste. Desde o pé da colina se espalhava em todas as direções, até o horizonte, uma planície coberta de areia. Na noite em que completava 30 anos, João, sentado nos degraus da escada à frente de sua casa, olhava o sol poente e observava como a sua sombra ia diminuindo no caminho coberto de grama. De repente, viu um cavalo que descia para a sua casa. As árvores e as folhagens não o permitiam ver distintamente; entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar de mais perto verificou que o visitante era seu filho Guilherme, que há 20 anos tinha partido para alistar-se no exército, e, em todo este tempo, não havia dado sinal de vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou imediatamente, correu até ele, lançando-se nos seus braços e começou a chorar. 
 O marceneiro Osvaldo notou que o filho estava caminhando com os pés Tortos. E resolveu investigar. Concluiu que o garoto estava com os pés apertados, ALÉM DISSO que já era hora de substituir aquele tênis surrado. Levou-o, então, à lojinha do Manoel, que ficava perto de sua casa. QUANDO lá chegou, escolheu um novo calçado para seu piá E, TAMBÉM, separou o velho para jogar fora. MAL experimentara o presente, começou a chorar. Sem entender o porquê daquele choro, o homem NÃO SÓ pensou que alguma coisa o estava machucando, COMO TAMBÉM tirou imediatamente o sapato do baixinho, que continuou a choramingar, dizendo que amava demais o companheiro para trocá-lo por outro. ASSIM, o pai pôs o antigo amigo no moleque A FIM DE voltarem para casa da mesma maneira como haviam saído.

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