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Aborto de feto anencéfalo trabalho

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Aborto de feto anencéfalo
Sobre o tema proposto, o STF no ADPF 54, capitaneada pelo Ministro do Supremo Marco Aurélio Mello, julgou procedente o aborto de fetos anencéfalos, decisão julgada com parecer final em 13 de abril de 2012, discussão que havia se iniciada em 2004, portanto vários anos em discussão. 
Segundo o próprio relator “... o feto sem cérebro, mesmo que biologicamente vivo, é juridicamente morto, não gozando de proteção jurídica e, principalmente, de proteção jurídico-penal”, ainda afirma “Nesse contexto, a interrupção da gestação de feto anencéfálico não configura crime contra a vida revela-se conduta atípica”. 
Serão feitas algumas observações e alegações, baseadas nos princípios estabelecidos na Constituição Federal de 1988, sobre o que a medicina fala a respeito de fetos com ausência de cérebro ou anencefalia, direito a vida, preceitos morais, religiosos e pessoais.
Importante menção do Ministro Marco Aurélio Mello, quando fala de amor, de fato a razão da existência do firmamento de uma relação entre um casal é a coroa de uma gestação, um filho (a), trás luz e alegria ao casal aos avós e para toda a família.
Existe toda a preparação do casal, nada mais tem importância, sua atenção esta voltada para a nova vida que esta pro vir, roupas, moveis, brinquedos, a escolha do nome, uma decisão que o pai e a mãe tomam juntos e brigam por isso, lógico uma briga saldável, afinal tanto o genitor como a genitora mas portadora e manutenedora da nova vida esperam com ansiedade.
Nada mais desolador e desesperador quando as coisas não podem ser como esperado, hoje com a medicina avançada é possível saber o sexo do feto já com alguns meses de gestação, o medico mostra na tela do computador e pode até imprimir com a roupinha.
Então pode ser que nesse momento com o ultrassom em 3D, se descubra que seu filho (a), não tem cérebro, o que fazer? Desespero, tristeza, dor desesperança só quem passa sabe o peso dessa cruz.
Mas para poder chegar a uma analise final é necessário se entender o que é a anencefalia e quais as consequências.
A medicina define anencefalia como a “má-formação fetal congênita por defeito do fechamento do tubo neural durante a gestação, de modo que o feto não apresenta os hemisférios cerebrais e o córtex, havendo apenas resíduo do tronco encefálico”[1].
“O que não se duvida é que a anencefalia é uma patologia letal; a vida extrauterina é, em 100% dos casos, fatal. Não há qualquer possibilidade de tratamento ou reversão do quadro, o que torna a morte inevitável.”
“Todavia, embora se saiba que bebês com anencefalia possuem expectativa de vida muito curta, não a como precisar o tempo de vida que terão fora do útero materno. Thomaz Gollop[5] afirma que aproximadamente 75% dos fetos anencéfalos morrem dentro do útero e que, dos 25% que chegam a nascer, todos têm sobrevida vegetativa que cessa, na maioria dos casos, em 24 horas, e os demais nas primeiras semanas de sobrevida.”
“Conclui-se que, independentemente do aspecto conceitual, psicológico ou científico, a questão unânime sobre a anencefalia é que não havendo atividade cerebral, a chance de sobrevivência deste feto, mesmo que por horas ou dias, é mínima. Mas não é nula!”
“E a razão, não se sustenta em cálculos e previsões humanas, mas em fatos”. Fatos, cuja força probatória contradiz no todo o argumento que embasa a legitimação da morte a fim de prestigiar o direito de quem já teve o direito de nascer e viver.
A menina Marcela de Jesus, é exemplo do citado[9]. Nascida em 20 de Novembro de 2006, no Município de Patrocínio Paulista, sem o córtex cerebral, apenas o tronco cerebral, responsável pela respiração e batimentos cardíacos. O caso gerou divergências, pois alguns especialistas levantaram a hipótese de que a menina sofria na realidade de uma má formação do crânio (encefalocete) associado a um desenvolvimento reduzido do cérebro (microcefalia). Outros acharam que o que ocorreu foi uma forma ¨não clássica¨ de anencefalia. Marcela faleceu em 31 de Julho de 2008, em consequência de uma pneumonia aspirativa. E segundo os médicos a sobrevivência surpreendente de Marcela mostra que o diagnóstico não é nada definitivo. Em entrevista feita quando Marcela ainda estava viva, a pediatra Marcia Beani Barcelos, profissional que mais acompanhou o caso, afirmou que a discrepância não era só em relação ao diagnóstico intrauterino, mas aos prognósticos geralmente feitos. Ela não pode ser comparada com uma criança com morte cerebral que não tem sentimentos. A Marcela não vive em estado vegetativo. “Agora como ela processa isso, é um Mistério.”
 A Constituição Brasileira tem como Clausula pétreo o direito a vida, DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida..., § 1º- As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.  § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte..., § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Acrescentado pela EC-000.045-2004), § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Não esta definida pela medicina que fetos com ausência de cérebro de fato põe em risco a vida da sua genitora, os dados acima abordados são inconcludentes nesse sentido, como também não se pode afirmar com certeza de 100%, que crianças sem o cérebro são desprovidas da certeza da vida de imediato após o nascimento.
A CF/88 determina como clausula pétrea a proteção a vida e todas as demais leis e códigos tratados que venham a fazer parte do ordenamento jurídico devem por força da norma originária estar em consonância com a lei maior, ou seja, a Constituição Brasileira. 
Causa muita estranheza e pasmem que um ministro do Supremo se coloque na posição da própria CF, cabe a esses magistrados guarnecer a constituição e não serem a constituição, o Ministro Marco Aurélio Mello ao dizer “Vale ressaltar caber à mulher, e não ao Estado, sopesar valores e sentimentos de ordem privada, para deliberar pela interrupção, ou não, da gravidez.” Acrescenta ainda “Ao Estado não é dado intrometer-se”.
Conclui-se que há uma clara violação dos preceitos Constitucionais, uma vez que apenas o poder Constituinte pode alterar a Constituição Federal, pois é originário, ilimitado, com plenos poderes para inclusive criar novo Estado, a mais ninguém cabe esse poder. 
Cabe ao STF, guarnecer a Constituição e controle de constitucionalidade, dois votos foram contrario ao ADPF 54, um dos votos foi do Ministro do STF Ricardo Levandovski, que destacou os limites objetivos do controle de constitucionalidade das leis e da interpretação das normas conforme a Constituição Federal a serem desempenhados pelo STF. 
“Afirmou o ministro que o STF só pode exercer o papel de legislador negativo, cabendo à função de extirpar do ordenamento jurídico as normas incompatíveis com a Constituição. Com isto quis o ministro deixar claro que a Corte usurpou os poderes atribuídos aos integrantes do Congresso Nacional, ou seja, jamais pode promover inovações no ordenamento jurídico brasileiro – cabe ao Congresso Nacional alterar a legislação penal para incluir, dentre os casos em que o aborto não é criminalizado, o dos fetos anencéfalos.”
Um brilhante apontamento, claro e objetivo, pois não cabe ao STF legislar não é sua função.
Contudo uma gestação que pode colocar em risco a vida da mãe deve ser acompanhada, e caso o feto esteja sem vida não estaria gozando da proteção jurídica assim justificando o aborto, se contrário for não coloca a vida da genitoraem risco e corre gestação normal então que a natureza se encarregue de fazer seu trabalho, uma vez que fetos dessa natureza nascem com vida e há uma expectativa de vida mesmo que pequena e salvo melhor juízo que nasça. 
Torna-se mais fácil o aborto nessas condições, pois assim tanto os pais como o Estado eximem-se de responsabilidade, ao abrir o precedente legal, o STF cria precedente jurídico e poderá ser aplicado para outros casos correlatos ou não. 
O Ministro Marco Aurélio Mello, ao falar de amor, não fala de amor sentimento, fala de amor escrito no papel preto e branco, não podemos aceitar facilmente que 06 (seis) pessoas sejam qual for a sua posição imponha a pena de morte ao indefeso, e os mesmos libertem assassinos confessos e notadamente provados sua culpa, mas que podem pagar um bom advogado será livre pelas diversas instancias legais do sistema judiciário.
Para tanto e salvo melhor juízo que se estabeleça um plebiscito para que esse tema seja de fato apreciado, como em um Estado democrático de direito duramente conquistado.
Embora se entenda a questão psicológica do casal envolvido, com muita cautela esse assunto deve ser tratado, assunto que não se esgota nem sua discussão ou a própria medicina descarta qualquer chances de vida.
A moral e preceitos religiosos devem ser levados em consideração, embora seja distinto da legalidade, é sabido que direito não é sinônimo de JUSTIÇA. 
Alguns conceitos foram utilizados do trabalho de doutorada das Dras. Adriane Guasque, Consuelo Guasque e da Dra. Mariantonieta Pailo Ferraz.

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