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ATPS 2 16 FAC III ANDERSON

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FACULDADE ANHANGUERA CAMPINAS UNIDADE III
RA: 8203921675	ANDERSON ROBERT DA SILVA
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA - ATPS
DIREITO PENAL III
CAMPINAS – SP
2016
FACULDADE ANHANGUERA CAMPINAS UNIDADE III
ANDERSON ROBERT DA SILVA
ATPS - Atividades Práticas Supervisionadas
Direito Civil
Trabalho destinado a obtenção de notas
Da matéria de Direito Penal da
Faculdade Anhanguera Educacional,
Direito 6° semestre.
prof. Dr. Anderson
CAMPINAS – SP
2016
SUMÁRIO
CRIMES CONTRA A VIDA
Conceito: Homicídio (do latim hominis excidium) é um crime que consiste no ato de uma pessoa tirar a vida de outra. “É a morte de um ser humano provocada por outro ser humano”. [1: Pag. 22 do livro curso de direito penal do Fernando Capez]
O objeto jurídico é o bem tutelado pelo Estado através do tipo penal. No caso em análise trata-se da vida humana extrauterina. Por sua vez, a que se considerar a vida intrauterina e esta é protegida pelos crimes de aborto (arts.124 e 126 do CP).
O objeto material é o objeto da ação. É a pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta. Desse modo, o objeto material do homicídio é a pessoa sobre quem recai a ação ou omissão. 
O Sujeito ativo deste delito é sempre uma pessoa física. É o ser humano que pratica a figura típica descrita na lei. Trata-se de crime comum, uma vez que pode ser praticado por qualquer pessoa. As pessoas jurídicas ou um objeto jamais poderão ser punidos por homicídio de acordo com a legislação brasileira. A lei não exige nenhum requisito especial.
O sujeito passivo do crime é também uma pessoa física, considerada como tal o filho de um ser humana nascido vivo. É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado.  Pode ser direto ou imediato, quando for a pessoa que sofre diretamente a agressão (sujeito passivo material), ou indireto ou mediato, pois o Estado (sujeito passivo formal) é sempre atingido em seus interesses, qualquer que seja a infração praticada, visto que a ordem pública e a paz social são violadas. O ato de matar que ocorre antes do nascimento é considerado aborto. Destaca-se que não há crime quando o feto é natimorto, por inidoneidade do objeto.
O elemento subjetivo do tipo constitui-se no animus necandi, no animus occidendi, que se traduzem na intenção de tirar a vida do ser humano. O que configura o dolo do homicida é o agir consciente na prática de ato cujo resultado será a morte de terceiro. Além disso, também é possível o dolo eventual, em que o autor age admitindo o óbito, no máximo, como possível, sem pretendê-lo diretamente. Ainda o fato típico é composto de quatro elementos: conduta dolosa ou culposa mais resultado naturalístico, mais o nexo causal e mais a tipicidade. Sem dolo ou culpa não existe fato típico, portanto, não há que se falar de crime. O código penal brasileiro só reconhece o homicídio doloso e o culposo. Casos um desses elementos não esteja presente não se pode dizer que o fato é típico. O tipo penal tem uma parte objetiva na qual é feita a subsunção da ação praticada ao dispositivo penal e a parte subjetiva inerente ao sujeito da ação prevista pelo mesmo dispositivo em dolo ou culpa. 
Momento consumativo: Ela se dá com a produção do resultado naturalístico que é a morte. O crime se consuma quando a conduta do autor resulta na morte da vítima, pois nesse caso o fato contém “... todos os elementos de sua definição legal. ” (Artigo 14, inciso I, do código Penal).
A tentativa ocorre quando, não obstante praticados os atos de execução para a ocorrência da morte, ela não advém “... por circunstâncias alheias à vontade do agente. ” (artigo 14, inciso II, do Código Penal). Um simples exemplo disso é o da vítima que sobrevive depois de alvejada por disparo de arma de fogo. O resultado naturalístico esperado, ou seja, o evento morte não ocorreu apesar dos esforços do autor na tentativa de sua obtenção.
Será simples todo homicídio que não for qualificado ou privilegiado, ou seja, que é cometido buscando o resultado morte, sem qualquer agravante no crime. Um homicídio cometido pelas costas da vítima ou com ela dormindo, por exemplo, deixa de ser simples, por não ter sido dado a ela chance de defesa. Ele é a figura descrita no caput do artigo 121 do CP. “Matar alguém”.
O Homicídio em sua forma qualificada possui pena que vai de 12 a 30 anos está descrito no CP brasileiro no parágrafo segundo do art.121. 
A seguir seguem os elementos caracterizadores do homicídio qualificado:
- Cometer o crime mediante paga ou promessa de recompensa, o chamado assassínio ou homicídio mercenário. A recompensa não precisa ser real ou financeira (corrente minoritária). Para a corrente majoritária, essa promessa de recompensa deve ter caráter econômico e, mesmo que não seja efetivada, o homicídio permanece qualificado, pois o que importa é a motivação do crime;
- Cometer o crime por motivo torpe;
- Cometer o crime por motivo fútil, que se caracteriza pelo homicídio como resposta a uma situação desproporcionalmente pequena, como por exemplo, matar alguém porque a vítima riu alto;
- Empregar veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
- Cometer homicídio à traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
- Cometer o crime para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime, o chamado homicídio por conexão;
- Feminicídio (incluído pela Lei nº 13.104, de 2015). Cometer o crime de homicídio contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, quais sejam (conforme parágrafo 2º-A):
 I - Violência doméstica e familiar; 
II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
No homicídio privilegiado está previsto no artigo 121 em seu parágrafo primeiro, como segue: “Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço”.
Para análise deste tipo penal devemos levar em consideração o relevante valor social ou moral.
O relevante valor social é aquele que alcança mais a defesa dos interesses da coletividade tem caráter ampliativo.
O relevante valor moral é aquele que toca o espírito de moralidade do autor (sua compaixão, piedade etc.), citando a doutrina como clássico exemplo a possibilidade da eutanásia, pela qual o autor encerra a vida da vítima em razão de um sofrimento interminável e incurável. É de aspecto subjetivo do autor.
Considera-se privilegiado aquele homicídio impelido por violenta emoção, seguida da injusta provocação da vítima. Esta característica compõe-se de três elementos, a saber: a provocação da vítima e a reação imediata em razão desta e a emoção violenta.
A emoção violenta para fins deste parágrafo é aquela que domina o autor, provocando-lhe um choque emocional, já que a lei fala “... sob o domínio...”.
Não será privilegiado, portanto, o homicídio decorrente de ódio antigo, ou que venha a ser cometido tempos depois da agressão da vítima, pois isto retira a suposição de que o agente estava com suas faculdades mentais diminuídas em decorrência de violenta emoção. Nada impede que um homicídio privilegiado seja também qualificado
SOBRE O INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO E AUXÍLIO AO SUICÍDIO
 Conforme art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
A destruição da vida por seu titular deve ser voluntária (não se admite consentimento da vítima). 
A participação pode ser moral (induzir e instigar: seriedade) ou material (auxiliar: atividade acessória e eficaz). Não se admite provocaçãoindireta.
A vítima deve ter mínima capacidade de resistência e discernimento.
Não é possível a tentativa da participação em suicídio.
Suicídio é a destruição deliberada da própria vida. É também chamado de autocídio ou autoquíria.
O Objeto material: é o ser humano que suporta a conduta criminosa, isto é, aquele contra quem se dirige o induzimento, a instigação ou o auxílio ao suicídio. 
O tipo penal se resume às condutas de induzir, instigar ou auxiliar o suicídio ou a tentativa dele que resultar em lesão corporal de natureza grave.
O induzimento significa incutir na mente alheia a ideia do suicídio, ou seja, de fazer surgir na mente da vítima a ideia do suicídio.
A instigação é o reforço do propósito suicida preexistente e pode ser compreendida como o estímulo a uma vontade suicida na mente da vítima.
O auxilio é fornecer a ajuda material, podendo ser também a indicação do modo como proceder para a obtenção do óbito.
Em qualquer hipótese, contudo, é indispensável a prova do nexo causal entre a ingerência do autor do fato e o suicídio (ou tentativa).
O sujeito ativo é qualquer pessoa que pode induzir, instigar ou auxiliar o suicídio. Trata-se, portanto, de crime comum.
O sujeito passivo é qualquer pessoa que possua um mínimo de capacidade de resistência e de discernimento quanto à conduta criminosa, pois, se a vítima apresentar resistência nula, o crime será de homicídio. Então, extrai-se daí que aquele sem completa aptidão mental para formular validamente algum ideal suicida, sem condições de responder por seus atos, como é o inimputável, não pode ser vítima de suicídio.
Nesse caso, haverá crime de homicídio por autoria mediata. Não possuindo consciência do que faz, a vítima será o instrumento da vontade de outro em sua própria morte. Então, aquele que “induziu”, “instigou” ou “auxiliou” o interditado será o autêntico homicida.
Conclui-se, portanto, que para se configurar o tipo do artigo 122, a vítima deve possuir alguma compreensão das consequências do ato que pretende praticar e o autor do crime incorrerá nas sanções do artigo 122 do Código Penal quando fomentar a vontade autodestrutiva daquela, praticando uma das três condutas elencadas na norma.
No elemento subjetivo temos somente o dolo, ou seja, a vontade consciente de induzir, instigar ou auxiliar o suicídio. Aqui não há previsão da modalidade culposa.
A consumação deste crime se consuma com o induzimento, a instigação ou o auxílio, do qual sobrevém o suicídio ou a lesão corporal de natureza grave, sendo estes dois últimos elementos os resultados da conduta da própria vítima.
Não é possível a tentativa da participação em suicídio, pois a lei só pune o crime se o suicídio se consuma, ou se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Cuida-se de crime condicionado, em que a punibilidade está sujeita à produção de um resultado legalmente exigido. 
SOBRE O INFANTICÍDIO
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Objeto material: É a criança, nascente ou recém-nascida, contra quem se dirige a conduta criminosa. O tipo descreve o ato de matar, sem destacar alguma forma preestabelecida para tanto. 
Exige-se, contudo que o delito ocorra durante ou logo após o parto, ainda estando autora sob a influência do estado puerperal.
Há, assim, um elemento temporal, pois o ato deve ser praticado durante o parto ou logo após. Se for praticado antes do parto, será aborto. Se for praticado muito após o parto, será homicídio. Sem ignorar, também, o estado puerperal.
Sujeito ativo: Considera-se crime próprio porque a lei impõe ao sujeito ativo uma qualidade especial. No caso, a mãe da vítima será a autora do crime de infanticídio (“Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho...”).
Como a mãe é detentora do dever legal de agir (CP, art13, §2º, a), é possível que cometa o crime por omissão.
Sujeito passivo é aquele que está nascendo ou o recém-nascido, quando possuírem vida. A prova da vida deve ocorrer através de exame pericial, pelas docimasias respiratórias e não respiratórias. Se a mãe, influenciada pelo estado puerperal e logo após o parto, mata outra criança, que acreditava ser seu filho, responde por infanticídio. É o chamado infanticídio putativo.
Elemento subjetivo: É o dolo. Por não prever a norma penal modalidade de infanticídio culposo, a autora só responderá pela prática de homicídio culposo.
Consumação: O crime se consuma com a morte da vítima, admitindo-se a tentativa quando o óbito não sobrevém por circunstâncias alheias à vontade do autor.
SOBRE O ABORTO 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aborto é interrupção da gravidez, da qual resulta a morte do produto da concepção. Para Giuseppe Maggiore, “é a interrupção violenta e ilegítima da gravidez, mediante a ocisão de um feto imaturo, dentro ou fora do útero materno”.
O aborto pode ser natural (espontâneo), acidental (provocado por traumatismos), criminoso (doloso), legal ou permitido, eugênico ou eugenésico (evitar o nascimento com deformidades), econômico ou social (para não agravar a miserabilidade familiar).
Objeto material: É o feto em todas as modalidades de aborto criminoso. Deve haver prova da gravidez. 
Sujeito ativo: É crime próprio, no qual só se considera autora do crime a gestante nas modalidades tipificadas pelo art. 124 do CP (crimes próprios), qualquer pessoa, nos demais casos (crimes comuns).
Admite-se, contudo, participação e coautoria daquele que presta auxílio a ela.
Sujeito passivo: Pode ser o zigoto, o embrião ou o feto, independentemente do estágio de desenvolvimento, também se pode considerar como sujeito passivo o Estado, pois a proteção do nascituro e da vida são seus interesses.
Elemento subjetivo: É o dolo de provocar o aborto ou consentir para que outra pessoa o faça. Pode haver dolo eventual, mas não há crime de aborto culposo.
Consumação: Dá-se com a morte do feto, resultante da interrupção dolosa da gravidez, ou seja, com a concretização do aborto, a morte do nascituro. Admitindo-se a tentativa em todas as modalidades de aborto criminoso se tal resultado não advém, apesar das manobras abortivas empregadas.
Aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Objeto material: O tipo penal quer reprimir o ato de provocar aborto sem o consentimento da gestante, não estabelecendo a forma como ele deve ser praticado. O meio empregado para abortar gestação pode ser qualquer um apto a alcançar tal resultado.
Impõe-se, para a incidência do artigo 125 do Código Penal, que tal prática não tenha anuência da gestante.
Se a conduta for praticada durante o parto ou logo após, haverá, então, homicídio.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa que provoque o aborto na gestante, sem o consentimento dela. A lei não exige uma qualificação especial do autor do crime.
Admite coautoria e participação.
Sujeito passivo: O ser em gestação e o Estado (que tem interesse na tutela do nascituro e da vida) podem ser considerados sujeitos passivos do crime, havendo divergência na doutrina quanto a este ponto.
Elemento subjetivo: O elemento volitivo do autor consiste voluntário emprego de qualquer prática abortiva, efetuada sem o consentimento da gestante.
Não há previsão penal para o ato praticado culposamente.
Consumação: O delito se consuma com a morte do nascituro e a tentativa é possível quando, apesar da ação abortiva do autor, a gestação prossegue por circunstâncias alheias à sua vontade.
Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento éobtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Objeto material: Neste tipo penal há repreensão à conduta de provocar o aborto, que recebe menos rigor daquela prevista no artigo 125 porque aqui é consentida pela gestante.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa que provoque o aborto, mediante consentimento da gestante.
Sujeito passivo: O feto e também o Estado (defesa dos interesses do nascituro e da vida), sem desconsiderar a controvérsia da doutrina sobre quem é efetivamente o sujeito passivo do crime.
Elemento subjetivo: É apenas o dolo, a vontade consciente de provocar o aborto, mediante consentimento da gestante. Não há previsão para o crime culposo nesta hipótese.
Consumação: O crime se consuma com a morte do feto e há espaço para a tentativa, quando o resultado não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do autor.
Consentimento viciado (Parágrafo único): Quando a gestante não é maior de 14 anos a lei não considera o seu consentimento, por presumir que ele é inválido, incapaz, assim, de aproveitar o terceiro que pratica o aborto. Este deve responder, nesta situação, pela modalidade mais grave, como se tivesse praticado o delito sem a anuência da gestante, na forma do artigo 125 do Código Penal.
A mesma regra incide quando demonstrada a alienação ou a debilidade mental da gestante, ou a obtenção do seu consentimento mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Formas qualificadas: Se do aborto ou do método empregado para realizá-lo resultar lesão corporal de natureza grave à autora, a pena deve ser aumentada em 1/3. Se resultar na morte da gestante, a pena deve ser duplicada.
Tanto a lesão corporal como a morte da gestante devem ser consideradas para o aumento da pena, na forma desse artigo, apenas ao terceiro que pratica as condutas do artigo 125 e 126 do Código Penal.
Configura-se aqui uma hipótese de crime preterdoloso, em que a lesão corporal de natureza grave ou a morte sobrevêm a título de culpa.
Entretanto, se a lesão corporal ou a morte eram pretendidas pelo autor, a situação configura concurso de crimes (aborto e homicídio).
O aborto no caso de gravidez resultante de estupro é denominado aborto sentimental, humanitário, ético ou piedoso e depende de três requisitos:
- Ser praticado por médico
- Consentimento válido da gestante ou de seu responsável legal, se for incapaz;e
- Gravidez resultante de estupro.
	Apenas para reforçar, a gravidez deve ser consequência de crime de estupro cometido contra a mulher (CP, art 213).
	Agora trataremos do tema da anencefalia. 
	O Conselho Federal de Medicina (CFM) considera o anencéfalo um natimorto cerebral, por não possuir os hemisférios cerebrais e o córtex cerebral. Dessa forma, grande parcela do Judiciário tem permitido a prática do aborto, exclusivamente por médico, quando provada a anencefalia.
	Sendo assim, os magistrados autorizam, por meio de alvará judicial, a interrupção da gravidez.
EMENTA 1
Apelação nº 9000001-19.2012.8.26.0030
Apelante: Valdir Aparecido de Oliveira 
Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo
Comarca: Apiaí
Voto nº 8721
Crime contra a vida Homicídio qualificado por motivo 
fútil, cruel e mediante recurso que impossibilitou a defesa 
da vítima fatal. Sentença condenatória. Pretensão voltada 
para o afastamento das qualificadoras do delito imputado. 
Anulação do julgamento. Impossibilidade. Apelo 
parcialmente provido tão somente para corrigir erro em 
uma das etapas da dosimetria.
Vistos.
Trata-se de apelação interposta contra a r. sentença de fls. 329/330 que condenou VALDIR APARECIDO DE OLIVEIRA, qualificado nos autos, a cumprir dezesseis (16) anos e quatro (04) meses de reclusão, no regime prisional inicial fechado, por infração ao artigo 121, § 2º, incisos II, III e IV, do Código Penal.
Irresignado apela o réu a esta E. Corte sustentando, na essência, que a decisão condenatória foi manifestamente contrária à prova dos autos, no tocante às qualificadoras do delito imputado e, bem por isso, objetiva a realização de novo julgamento para que reste condenado por crime de homicídio simples, aplicada sanção no mínimo legal de seis (06) anos de reclusão (fls.339vº/341vº).
O recurso foi regularmente processado e contrariado, manifestando-se a douta Procuradoria Geral de Justiça pelo seu não provimento (fls. 366/368).
É o relatório.
Consta dos autos que na madrugada de 21 de abril de 2012, na cidade de Itapirapuã Paulista, Comarca de Apiaí, o réu, agindo com manifesto ânimo homicida, utilizando-se, para tanto, de motivo fútil, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido, matou Neles Nelson Ramos Sousa com golpes de arma branca (facão), causando-lhe os ferimentos descritos no atestado médico de fls. 13/13-A e no laudo necroscópico de fls. 86/88. 
Pois bem. Diversamente daquilo sustentado pela combativa defesa, a decisão proferida pelo E. Tribunal do Júri embasou-se nas contundentes provas dos autos. E as qualificadoras do delito hediondo perpetrado foram devidamente comprovadas tanto durante o sumário da culpa como em plenário. Com efeito. O motivo fútil para a prática do delito foi devidamente demonstrado pelos coerentes depoimentos das testemunhas presenciais que afirmaram que o réu agrediu a vítima após pequeno entrevero decorrente de um banal desentendimento ocorrido durante um jogo de baralho. O meio cruel empregado pelo autor, de igual modo, foi também comprovado, tendo em mira a intensidade e o número de golpes de facão que foram por ele desferidos, causando inúmeros e graves ferimentos em diversas regiões do corpo da vítima, conforme descritos no laudo necroscópico de fls.86/88. E, por fim, no tocante ao recurso que dificultou a defesa, igualmente, todas as testemunhas foram uníssonas em afirmar que o réu atacou a vítima de surpresa. Nesse particular, a prova é induvidosa no sentido de que o réu, em um primeiro momento, saiu do local dos fatos para munir-se do facão. Ao retornar, dissimuladamente, ficou conversando normalmente, consumindo doces e refrigerantes, quando, de repente, investiu, de forma súbita, contra a vítima pelas costas sem nada dizer. Esta tentou ainda fugir, tendo sido perseguida pelo réu que, ao alcançá-la desferiu-lhe outros golpes com o facão que portava, ocasionando, então, o óbito. Diante desse contexto, pese o empenho da combativa defesa, não há como negar que o júri, ao optar por uma das duas versões reproduzidas nos autos, deliberou acertadamente pela condenação do réu por tão bárbaro delito de homicídio triplamente qualificado. 
Não se cogita, em consequência, de decisão manifestamente contrária à prova dos autos e nem sequer de qualquer nulidade decorrente dessa escolha soberana, máxime por não ser ela arbitrária ou sem apoio em prova alguma. E, ao dar mais crédito à prova da acusação, é cediço, que o júri simplesmente exercitou a sua soberania constitucional, sobretudo porque a prova haurida não contém qualquer mácula e estava apta a embasar a convicção do Conselho de Sentença. 
Assim, inviável o pedido formulado, porquanto não evidenciado, na hipótese ora em apuração, o error in judicando.
Sobre o tema, de acordo com o disposto no artigo 593, II, “d”, do Código de Processo Penal, as decisões soberanas do Tribunal do Júri somente podem ser anuladas, pela via da apelação, quando manifestamente contrárias à prova dos autos. E, no que se refere ao termo manifestamente, constante do dispositivo legal acima mencionado, interpretado à luz do princípio da soberania dos veredictos, é pacífico o entendimento de que somente são anuláveis os julgamentos do Tribunal do Júri quando a decisão do Conselho de Sentença é arbitrária, dissociando-se totalmente da prova colhida nos autos.
Logo, emque pese o desfecho final, em face do acervo probatório, o Conselho de Sentença reconheceu, acertadamente, pela condenação de VALDIR APARECIDO, repita-se, por homicídio triplamente qualificado.
Por conseguinte, fica mantida a condenação do apelante, tal como decidiram os jurados (quesitos e termo de votação de fls. 327/328), sobretudo porque incogitável a pretensão da douta defensoria.
Outrossim, a pena imposta merece reparo.
Com efeito.
Na primeira fase da dosimetria, a pena-base foi exasperada em um sexto (1/6) acima do mínimo legal, tendo em mira o emprego de meio cruel, considerado como qualificadora do homicídio e o motivo fútil como circunstância judicial desfavorável ao réu. Na etapa seguinte, houve outro acréscimo de um sexto (1/6), em razão da majorante de ter o agente cometido o crime mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, estabilizada, então, em dezesseis (16) anos e quatro (04) meses de reclusão, à míngua de outras causas modificadoras.
Pois bem. 
Não agiu com acerto o douto juízo processante ao considerar uma das qualificadoras para exasperar a pena na segunda fase da dosimetria. Isso porque uma das qualificadoras poderia ter sido considerada na primeira fase do sistema tráfico, como circunstância judicial, mas não como circunstância agravante. 
Em outras palavras, a circunstância judicial que qualifica o crime, no caso, o motivo fútil, não pode ser utilizada como agravante (CP, artigo 61). 
Diante disso, mister o afastamento dessa fração de um sexto (1/6), estabilizando a pena, nesta sede recursal, em quatorze (14) anos de reclusão.
E o regime prisional inicial mais gravoso é irretocável, pois decorrente de expressa determinação legal (artigo 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90).
Ante o exposto, DÁ-SE PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para o fim de reduzir a pena do réu para quatorze (14) anos de reclusão, mantida, no mais, a r. sentença ora hostilizada.
 			 IVO DE ALMEIDA
 Relator
ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 9000001-19.2012.8.26.0030, da Comarca de Apiaí, em que é apelante VALDIR APARECIDO DE OLIVEIRA, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DERAM PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para o fim de reduzir a pena do réu para quatorze (14) anos de reclusão, mantida, no mais, a r. sentença ora hostilizada. v.u.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MÁRCIO BARTOLI (Presidente) e PÉRICLES PIZA. São Paulo, 9 de março de 2015. 
IVO DE ALMEIDA RELATOR
Assinatura Eletrônica
RELATÓRIO 1
Trata-se crime contra a vida de homicídio qualificado por motivo fútil, portanto, crime grave. A sentença pronunciou o réu ao cumprimento de pena por dezesseis (16) anos e quatro (04) meses de reclusão, no regime prisional inicial fechado, por infração ao artigo 121(Matar alguém), § 2º, incisos II (por motivo fútil), III (com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum) e IV (à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido) , do Código Penal. 
O réu apelou alegando que as provas foram erroneamente interpretadas pois sua ação criminosa deveria ser considerada dentro do tipo de homicídio simples e não no qualificado. A alegação foi considerada totalmente descabida uma vez que o motivo fútil para a prática do delito foi devidamente demonstrado pelos coerentes depoimentos das testemunhas presenciais que afirmaram que o réu agrediu a vítima após pequeno entrevero decorrente de um banal desentendimento ocorrido durante um jogo de baralho. O meio cruel empregado pelo autor, de igual modo, foi também comprovado, tendo em mira a intensidade e o número de golpes de facão que foram por ele desferidos, causando inúmeros e graves ferimentos em diversas regiões do corpo da vítima, conforme descritos no laudo.
O recurso foi recebido, porém lhe foi negado o provimento.
EMENTA 2
Apelação nº 0009664-33.2009.8.26.0457
Apelante: Revanil Pereira Bertelli 
Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo 
Assistente do Ministério Público: Ivanise Cristina de Godoy Oliveira
Comarca: Pirassununga
Voto nº 10.132
Crime contra a vida. Homicídio culposo. Erro médico. 
Prescrição de soro antibotrópico (para tratamento de 
picadas de jararacas) para vítima mordida por cascavel. 
Negligência e imperícia. Autoria e materialidade 
demonstradas - Quadro probatório inequívoco. 
Preliminares de nulidade da sentença (não concessão do
“sursis”, cerceamento de defesa) Não acolhimento 
Mérito. Absolvição por insuficiência probatória - 
Impossibilidade - Elemento normativo do tipo penal bem
Caracterizado. Penas e regência carcerária que merecem 
abrandamento. Apelo defensivo a que se dá parcial
provimento, nos termos propostos pelo voto.
Vistos.
REVANIL PEREIRA BERTELLI, qualificado nos autos, viu-se condenado pela r. sentença de fls. 375/381, a cumprir dois (02) anos e oito (08) meses de detenção, em regime semiaberto, por infração ao artigo 121, §§3º e 4º, do Código Penal.
Inconformado, apela o réu a este E. Tribunal, buscando, preliminarmente, a nulidade do feito, porquanto não lhe foi oferecida proposta de sursis processual; nulidade da sentença em face da não concessão da suspensão condicional da pena e por ofensa ao princípio do contraditório e ampla defesa (indeferimento de pedido de produção de provas postulada pela defesa em sede de alegações finais). Quanto ao tema de fundo, persegue a expedição de um decreto absolutório em face da ausência de prova concreta acerca de sua culpabilidade no evento. Subsidiariamente, postula a minoração da pena, desconsiderada a majorante do artigo 121, §4º, do CP; a substituição da privativa da liberdade por restritiva de direitos ou a concessão da suspensão condicional da pena e, por fim, o abrandamento da regência carcerária para o regime aberto (fls. 395/426). 
O recurso foi regularmente processado, manifestando-se a douta Procuradoria Geral de Justiça pela rejeição das preliminares e, no mérito, pelo seu não provimento (fls. 453/466).
É o relatório.
Examina-se, de início, a matéria preliminar suscitada.
Pese o inconformismo defensivo, não era caso mesmo de ser oferecido ao apelante o “sursis” processual, ausente os requisitos essenciais. Aliás, o Ministério Público justificou o seu não oferecimento, consoante manifestação de fls. 294 vº, deixando assentado que ele estava sendo processado por outro crime extorsão qualificada fls. 11, repetida a fls. 17, do apenso de antecedentes).
Do mesmo modo, no tocante à nulidade da sentença (não concessão da suspensão condicional da pena), não prospera tal inconformismo. 
Isso porque, ainda que indiretamente, a sentença afastou-lhe tal benesse quando da fixação da pena (fls. 381). E mais, essa matéria será examinada quando da dosimetria da pena.
Por derradeiro, tampouco há se falar em ofensa aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Nesse particular, acena a defensoria com o fato de a douta magistrada “a quo” ter indeferido pedido de vinda de processos administrativos instaurados no Conselho Regional de Medicina. 
Com efeito. Essa questão já foi fulminada pela i. julgadora na sentença. E, aliás, não era mesmo para se deferir. A uma em face da lentidão daquele órgão para prestar as necessárias informações, como se pode constatar dos ofícios de fls. 191, 200, 219, 237, 240 e 246 e, a duas porque eventual decisão administrativa não vincularia a solução do feito ora em apuração. 
Caso a Defesa tivesse, de fato, interesse nessa prova poderia ter providenciadoela mesma essa juntada.Nessa toada, rechaça-se toda a matéria preliminar suscitada.
 No mais, a acusação acolhida pela sentença é no sentido de que no dia 07 de novembro de 2009, no interior da Santa Casa de Misericórdia de Pirassununga, o réu, no exercício da medicina, causou culposamente, nas modalidades negligência e imperícia, a morte de Italo José Mendes de Oliveira.
Consoante o apurado, nas proximidades de um pesqueiro existente na Comarca local, a vítima sofreu uma picada de cobra cascavel. 
Capturado o animal, ele foi morto e para a correta identificação do soro, deu entrada no Pronto Socorro Municipal juntamente com a vítima, que foi atendida pelo médico plantonista, ora apelante. Após avaliação médica, foi-lhe prescrito soro antibotrópico (indicado para tratamento de picadas de cobras jararacas), quando o soro correto seria o anticrotálico. Na mesma noite, o quadro clínico do ofendido agravou-se, necessitando ser internado na UTI, onde permaneceu em coma até o dia 09 do mesmo mês e ano, quando, então, veio a óbito por “falência de múltiplos órgãos, decrose sanguínea e acidente crotálico” (cf. certidão de óbito de fls. 07). 
Pois bem. A materialidade do delito restou comprovada pela prova haurida nos autos. Sua autoria é igualmente induvidosa, porquanto não contestada.
Nas duas fases da persecução, REVANIL informou ter prescrito o soro em razão dos sintomas apresentados pelo paciente. Disse “não ser especialista em picada de animal peçonhento” e também “não conhecer de cobras” (fls. 154 mídia digital de fls. 336).
Todavia, os elementos de prova amealhados nos autos anunciam, de forma inconteste, que a cascavel foi identificada desde logo (levada morta em recipiente juntamente com o paciente). 
Nesse particular, na fase inquisitorial, a testemunha Francisco Inácio de Almeida Filho, irmão da vítima, disse que viu a cobra no dia seguinte ao incidente. Tratava-se de uma cascavel com guizo de aproximadamente oito gomos (fls. 139/140). Já Laura Helena de Carli Godoy Franco (prima da mulher da vítima) afirmou que o filho da vítima, de apenas nove anos de idade, pediu para ver a cobra que matou o pai, ocasião em que no hospital, a criança conseguiu contar sete gomos no guizo do animal.
Mas, além de ter ele prescrito soro antiofídico indevido, antibotrópico no lugar do anticrotálico, não atendeu a diversos chamados da enfermagem para verificar a vítima que, após agravado o quadro clínico, reclamava de dor intensa.
Nesse norte os relatos das enfermeiras e auxiliares de enfermagem daquele pronto socorro, que inclusive, afirmaram que o paciente teve evolução progressiva de sintomas. O veneno manifestou-se intensamente, piorando o quadro clínico gradativamente: hematúria, sudorese, etc. (mídia digital de fls. 336). 
Marisa Relíquia Vale Sanches, técnica de enfermagem, foi categoria em afirmar que o réu não saiu do quarto para rever o paciente, esclarecendo, inclusive, que malgrado o fato de o hospital possuir uma especialista em tratamentos de picadas de cobras, ela não foi por ele contatada porque REVANIL dizia saber o que fazia. 
Já Joana D'Arc Ferreira Alves Silva, auxiliar de enfermagem, disse ter ido diversas vezes aos aposentos do médico para informar a piora significativa do paciente e ele não foi revê-lo. Disse, inclusive, que ele chegou a prescrever como medicação coadjuvante para a dor “Voltaren” (fls. 21), mas que ela se recusou a aplicar porque iria piorar o sangramento já ocorrente.
Nesse mesmo diapasão o depoimento das enfermeiras-padrão Elaine Cristina Bertoli e de Patrícia Maria Jocomelle.
Ora, a intensidade da negligência médica foi acentuada. As profissionais da enfermagem informaram, sob o crivo do contraditório, que sabedoras de que o medicamento “Voltaren”, por ele prescrito, causaria ainda mais hemorragia, elas “bolaram” a prescrição, vale dizer, circularam essa indicação médica e se recusaram a administrá-la. E ele não as questionou e nem tampouco foi até o paciente: continuou em seu quarto descansando.
E mais.
 Eliane Maria de Araújo, atendente da farmácia local, informou que REVANIL prescreveu o soro antiofídico e ela, diante da requisição médica por ele assinada, liberou tal solução fluida. Esclareceu, ainda, que em cada sala médica existe uma tabela indicativa dos soros indicados para o veneno de cada animal peçonhento.
Nessa toada, dúvidas não há: a morte da vítima não teria ocorrido caso tivessem sido observadas as cautelas exigidas para o atendimento a uma pessoa picada de cobra devidamente identificada, porquanto encaminhada com a vítima ao nosocômio, anotado que aliada a essa inadvertida conduta, deixou o médico de observar as regras técnicas e as precauções inerentes de seu mister.
Ora, médico habilitado, agiu com imperícia, na medida em que não aplicou o soro correto para uma cobra cascavel e não uma jararaca como afirmou em seu depoimento judicial. Logo, a despeito de ter em mãos todos os subsídios necessários, deixou de fazer o diagnóstico correto, causando, desse modo, culposamente, a morte da vítima. 
De outra parte, agiu com negligência durante todo o tempo em que a vítima esteve sob seus cuidados médicos. Isso porque, consoante os depoimentos das testemunhas, prestou o primeiro atendimento apenas duas horas e meia da chegada da vítima ao pronto socorro e ao ser instado sobre a possibilidade de contatar a médica especialista em picadas de cobras, afirmou tanto para Joana D'Arc como para Elaine Cristina que sabia o que estava fazendo, rejeitando qualquer auxílio de outro profissional.
Como assinalado, com propriedade, pela nobre julgadora “a quo” havia várias possibilidades de o acusado saber qual era o animal que picou o paciente, porque levado ao hospital, e se não sabia identificá-lo, “deveria ter ministrado soro polivalente, muito embora, desde o início, tivesse sido informado de que era uma cascavel” (fls. 379).
Confirmada a condenação, tal como exarada em primeiro grau, passa-se à análise das penas impostas.
Pois bem.
Na primeira fase da dosimetria, a i. magistrada sentenciante houve por bem dobrar a pena-base tendo em mira os fundamentos invocados. Tal proceder não se justifica. Todavia, tendo em mira “a intensidade da culpa, em duas modalidades, negligência e imprudência”, minora-se tal elevação, fixando a pena-base acima do mínimo legal em um sexto (1/6) pelas circunstâncias do caso e as consequências do ilícito.
Na etapa seguinte, considerando presente o parágrafo 4º, do artigo 121 do CP, houve por bem elevar a pena em mais um terço (1/3), porquanto resultante “de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício”.
No entender da Defensoria do apelante, mister o afastamento dessa causa de aumento, porquanto não descrita na denúncia, ocorrendo, na hipótese, o “bis in idem” o réu já teria sido denunciado pela prática do homicídio culposo nas modalidades imperícia e negligência. 
Nesse particular, importante consignar que vigora no Processo Penal o princípio “iura novit curia”, vale dizer, o princípio de livre dicção do direito, em outras palavras, o juiz conhece o direito e cuida do direito, consubstanciado na regra “narra mihi factum dabo tibi ius” (narra-me o fato e eu te darei o direito). Isso significa que o réu não se defende da capitulação dada ao crime na denúncia, mas, sim, da descrição fática dos fatos.
Logo, a despeito de essa causa de aumento não ter constado expressamente da inicial, está ela devidamente delineada, porque com seu proceder deixou o réu de observar regras técnicas da profissão. 
Sobre o tema, já decidiu o Egrégio Supremo Tribunal Federal:
 “HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO CULPOSO. 
CAUSADE AUMENTO DE PENA PREVISTA NO ART. 121, §4º, DO CÓDIGO 
PENAL. INOBSERVÂNCIA DE REGRA TÉCNICA DE PROFISSÃO, ARTE OU 
OFÍCIO. APLICABILIDADE. HABEAS CORPUS INDEFERIDO (...) Embora em 
tese, e de lege ferenda, poder-se-ia cogitar de um possível bis in idem na medida em 
que a "imperícia", consubstanciada na inobservância de regra técnica da profissão, 
arte ou ofício, já estaria incluída, como elemento subjetivo do próprio tipo penal do 
homicídio culposo (CP, art. 121, § 3º, c/c o art. 18, II), efetivamente e de lege lata, o 
legislador claramente instituiu aquele fato repita-se: a inobservância de regra técnica da profissão, arte ou ofício como causa específica de aumento de pena para a situação do homicídio culposo (CP, art. 121, § 4º), afastando, dessa forma, qualquer consideração de impropriedade na sua incidência para o caso em análise, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal” (Habeas Corpus nº 86.969-6 - 2ª Turma - Rel. Min. GILMAR MENDES j. 13/12/2005).
E no mesmo norte, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça:
HABEAS CORPUS. INDIVIDUALIZAÇÃO DE 
PENA. HOMICÍDIO CULPOSO. ART. 121, § 3.º E 4.º, DO CÓDIGO PENAL. 
NEGLIGÊNCIA. INOBSERVÂNCIA DE REGRA TÉCNICA DA PROFISSÃO. 
BIS IN IDEM. INEXISTÊNCIA. HABEAS CORPUS DENEGADO. 1. O homicídio 
culposo se caracteriza com a imprudência, negligência ou imperícia do agente, 
modalidades da culpa que não se confundem com a inobservância de regra técnica 
da profissão, que é causa especial de aumento de pena que se situa no campo da 
culpabilidade, por conta do grau de reprovabilidade da conduta concretamente 
praticada. 2. Não há bis in idem pelo aumento implementado com base no § 4.º do 
art. 121 do Código Penal, em razão de constatarem-se circunstâncias distintas, uma 
para configurar a majorante, outra para o reconhecimento do próprio tipo culposo. 3. 
No caso, as instâncias ordinárias ressaltaram que o Paciente agiu com negligência, 
pois não notou os evidentes sintomas de meningite que a vítima apresentava e 
inobservou a regra técnica da profissão de médico, porque deixou de realizar o 
exame indicado quando há probabilidade de infecção e ministrar tratamento 
específico a base de antibióticos. 4. Precedentes desta Corte Superior e do Supremo 
Tribunal Federal. 5. Ordem de habeas corpus denegada” (STJ - HC 231241 Rel. 
Ministra Laurita Vaz - Quinta Turma j. 26/08/2014).
Logo, de rigor a manutenção dessa causa de aumento.
Redimensionadas as penas, ficam estabilizadas, nesta sede recursal, em um (01) ano, seis (06) meses e vinte (20) dias de detenção.
Convém lembrar que o artigo 77, inciso III, do 
Código Penal, disciplina textualmente sobre o cabimento da suspensão condicional da pena “caso não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código”.
Nesse passo, tendo em mira o artigo 44, §2º, do Código Penal, substitui-se a pena privativa da liberdade imposta por duas restritivas de direitos, consistentes na prestação de serviços à comunidade, por idêntico período da pena corpórea, a ser disciplinada pelo Juízo da Execução, além do pagamento de prestação pecuniária de um salário-mínimo, vigente ao tempo do pagamento, a ser destinada a uma entidade social a ser definida pelo r. Juízo das Execuções Criminais.
E na hipótese de eventual conversão da pena ora substituída, fica eleito o regime prisional aberto.
Ante o exposto, afastada a matéria preliminar suscitada, DÁ-SE PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para o fim de reduzir as penas impostas ao réu para um (01) ano, seis (06) meses e vinte (20) dias de detenção, substituída por duas restritivas de direito acima especificadas, abrandando-se o regime prisional imposto para o aberto, em caso de eventual cumprimento, mantida, no mais, a r. sentença ora combatida.
 			IVO DE ALMEIDA
 Relator
Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0009664-33.2009.8.26.0457, da Comarca de Pirassununga, em que é apelante REVANIL PEREIRA BERTELLI, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
ACORDAM, em 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Afastaram a matéria preliminar suscitada, DERAM PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para o fim de reduzir as penas impostas ao réu para um (01) ano, seis (06) meses e vinte (20) dias de detenção, substituída por duas restritivas de direito acima especificadas, abrandando-se o regime prisional imposto para o aberto, em caso de eventual cumprimento, mantida, no mais, a r. sentença ora combatida. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores 
MÁRIO DEVIENNE FERRAZ (Presidente sem voto), PÉRICLES PIZA E FIGUEIREDO GONÇALVES.
São Paulo, 8 de junho de 2015.
 IVO DE ALMEIDA
RELATOR
 Assinatura Eletrônica
RELATÓRIO 2
Trata-se de apelação contra sentença que condenou o réu a cumprir dois (02) anos e oito (08) meses de detenção, em regime semiaberto, por infração ao artigo 121, §§3º (homicídio é culposo) e 4º (Aumento de pena), do código penal por crime contra a vida. O crime em estudo é, portanto, de Homicídio culposo em que ocorreu erro médico na prescrição de soro antibotrópico (para tratamento de picadas de jararacas) para vítima mordida por cascavel. Negligência e imperícia. Autoria e materialidade demonstradas. 
Foi dado parcial provimento à apelação com redução de pena imposta para (01) ano, seis (06) meses e vinte (20) dias de detenção, substituída por duas restritivas de direito, abrandando-se o regime prisional imposto para o aberto.
CRIMES CONTRA A HONRA
O capítulo do Código Penal Brasileiro que trata dos Crimes contra a honra estão definidos nos artigos 138 (calúnia), 139 (difamação) e 140 (injúria).
Honra é o conjunto de qualidades físicas, morais e intelectuais de um ser humano, que o fazem merecedor de respeito no meio social e promovem sua autoestima. É um sentimento inerente a todo homem e cuja ofensa produz uma dor psíquica. Representa o valor social do indivíduo pois está ligada à sua aceitação ou aversão dentro de um dos círculos sociais em que vive, integrando seu patrimônio.
Honra subjetiva é a visão que a sociedade tem acerca das qualidades físicas, morais e intelectuais de determinada pessoal. É a reputação de cada indivíduo no seio social em que está inserido. Os crimes de calúnia e difamação atacam a honra objetiva.
Honra subjetiva é o sentimento que cada pessoa possui acerca das suas próprias qualidades físicas, morais e intelectuais e subdivide-se em honra-dignidade e honra-decoro.
Honra dignidade é o conjunto de qualidades morais do indivíduo, enquanto honra-decoro é o conjunto de qualidades físicas e intelectuais. A injúria viola a honra subjetiva.
São crimes cometidos utilizando qualquer meio de comunicação que faça transmitir uma ofensa, entre os quais podemos citar a televisão, a internet, o telefone, a ofensa feita diretamente. Igualmente pode a agressão ser feita por palavras, gestos, barulhos (como a imitação de animais) etc.
Explicando melhor cada um dos crimes contra a honra
- Calúnia (art. 138) é acusar alguém publicamente de um crime
Para que se caracterize a calúnia, é necessário fazer uma acusação de um crime e não ter provas para sua comprovação. 
- Difamação (art. 139), é acusar alguém de um ato desonroso.
Assim como no crime de Calúnia, aqui, protege-se a honra objetiva (já descrita no crime de Calúnia) do sujeito.
Distingue-se da calúnia, pois o crime de difamação consiste em atribuir a alguém um fato desonroso, mas que não é descrito na lei como crime.
- Injúria (art. 140) é basicamente uma difamação que os outros não ouviram: é chegar e dizer para um sujeito algo que esse sujeito considere prejudicial.
É possívelcometer os 3 delitos de uma só vez.
Os Tribunais brasileiros ainda não pacificaram a questão da ofensa por omissão, como é o caso, por exemplo, do político que deixa de apertar a mão de oponente que lhe oferece gesto de boa-vontade.
Os crimes contra a honra visam proteger o sentimento de auto-estima que a pessoa tem em relação a si mesma, a chamada honra subjetiva e o conceito que a pessoa goza perante a comunidade na qual está inserida, a chamada honra objetiva.
Os efeitos podem ser sentidos apenas na vida pessoal do ofendido bem como ter reflexos em sua reputação profissional.
Existe divergência quanto à disponibilidade deste bem jurídico. No Brasil predomina a tese de que a honra é bem disponível, de modo que a consentimento do ofendido excluiria o crime.
Para a Escola Alemã todos os direitos inerentes à personalidade são indisponíveis, ressalvando, contudo, que o direito de defender a honra seria efetivamente disponível, condicionando qualquer ação penal à representação do ofendido.
Em regra, são crimes de persecução privada.
CALÚNIA
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Objeto Jurídico – Na tutela da honra objetiva da pessoa (que é o conceito dela perante terceiros) a norma penal coíbe a conduta de imputar (divulgar, tornar público, indicar, atribuir etc.) falsamente a alguém a prática de algum crime.
O delito de calúnia se caracteriza pela imputação falsa à autoria de um crime, quando se afirmar que alguém praticou uma conduta individualizada, igualmente adequável à norma penal como delito.
Logo, o autor do delito de calúnia pratica tal crime quando narra uma conduta certa, determinada e também prevista como criminosa, imputando ao caluniado sua autoria, mesmo ciente da falsidade da acusação.
Um exemplo:
- Chamar alguém de “ladrão” de modo puro e simples, sem referências ao fato que ensejou tal acusação, não configura o crime de calunia, já que não há qualquer descrição da conduta desonrosa, prevista como criminosa. Esta seria a hipótese de injúria.
Contudo, dizer que “sicrano” subtraiu um par de calçados da vítima “beltrano” acaba por caracterizar o delito, já que o caluniante narrou a prática do delito de furto, imputando falsamente à vítima (sicrano) a autoria de dito crime contra o patrimônio. Disso advém a ofensa à honra objetiva da pessoa, que provoca a incidência do artigo 138 do Código Penal.
Sujeitos Ativo e Passivo – Será autor do delito de calúnia qualquer pessoa que prolate imputação falsa de crime.
Havia norma penal específica definindo, ao menos abstratamente, sanção mais severa para calúnia praticada na atividade jornalística (pena máxima maior – artigo 20 da Lei n.º 5.250/67).
Não obstante, o texto legal que a previa não foi recepcionado pelo regime constitucional. Isso foi o que entendeu o pleno do Supremo Tribunal Federal no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n.º 130/DF julgada procedente em 30/04/2009, para fins de declarar a inconstitucionalidade da Lei de Imprensa.
Daí que, para efeito de responsabilidade criminal, os jornalistas equiparam-se a qualquer outro autor de crime de calúnia, passíveis, então das sanções do artigo 138 do Código Penal.
Atualmente é considerado crime comum, portanto.
O entendimento sobre a matéria (jornalista não mais como sujeito ativo do delito do artigo 20 da Lei de Imprensa, pela inconstitucionalidade desta) aplica-se aos demais crimes contra a honra previstos na lei de imprensa, pois esta já não tem vigência. Assim, não se cogita mais qualquer diferenciação quanto ao sujeito ativo, tanto no crime de calúnia como no de difamação e de injúria.
Quanto ao sujeito passivo, qualquer pessoa pode ser vítima do delito em questão. Inclusive pessoas jurídicas.
Podem ser sujeitos passivos, portanto, tanto as pessoas físicas como as jurídicas (estas quando falsamente apontadas autoras de crimes ambientais, pela responsabilidade penal que a Lei n.º 9.605/98 já lhes impõe).
Os inimputáveis, embora livres da responsabilidade penal, podem ser vítimas do delito de calúnia, por também possuírem a honra objetiva tutelada pela norma.
Elemento Subjetivo – Exige-se o animus caluniandi, a vontade livre e consciente de caluniar a pessoa (RT 752/532).  Consoante jurisprudência, a certeza ou a fundada suspeita da autenticidade da imputação, que ao final se mostra errônea, acaba por caracterizar o erro de tipo, afastando o dolo e, por consequência, também o crime, já que não há modalidade culposa para o crime de calúnia (RT 538/335, JTACRIM 29/317 e outros tantos).
Consumação e tentativa – Por ser um crime formal não exige a ocorrência de resultado e consuma-se no momento em que um terceiro toma conhecimento da mentira caluniosa, mesmo que não provoque o dano esperado.
Admite tentativa, no caso do meio de propagação da calúnia ter sido interceptado antes de chegar às mãos do terceiro.
 Propalação ou divulgação da calúnia – O § 1.º do artigo 138 do Código Penal estende a incidência da norma a quem, também sabendo da falsidade na imputação, contribui para sua divulgação, espalhando a outras pessoas a notícia da falsa delinquência. Contudo, exige-se o dolo, a consciência da falsidade na imputação. Novamente o erro ou a fundada suspeita da autenticidade na imputação descaracterizam o crime, posto não haver dolo nestas hipóteses.
Calúnia contra os mortos – É punível a ofensa à honra objetiva dos mortos na hipótese de calúnia. Contudo, os ofendidos serão seus herdeiros.
Exceção da verdade – Ressalvadas as hipóteses previstas nos incisos do parágrafo 3.º do artigo 138 do Código Penal, o autor pode oferecer defesa no sentido de provar a autenticidade dos fatos criminosos que imputou ao caluniado, o que se chama de exceção da verdade.
Contudo, na hipótese da imputação de crime de ação penal privada, a exceção não será admitida enquanto não condenado o caluniado, de modo irrecorrível, ou, na hipótese de ação penal pública, ele restar absolvido.
Também contra o Presidente da República ou contra chefe de Estado estrangeiro não se admite a prova da autenticidade das imputações, em qualquer hipótese.
Ação penal – De regra será privada (mediante queixa-crime), mas quando a calúnia for dirigida contra o Presidente da República ou chefe de Estado estrangeiro procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, já quando a vítima for funcionário público, em razão de suas funções, procede mediante representação.
DIFAMAÇÃO
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Objeto Jurídico: Imputar algo desonroso a outrem, mas não qualquer fato inconveniente, mas fato efetivamente ofensivo à reputação. Na tutela da honra objetiva da pessoa, considerada como o conceito que terceiros têm sobre ela, a norma penal também considera crime a mera imputação de fato desonroso, torpe, imoral etc., desde que suficientemente apto para denegrir a imagem da vítima no meio social. É necessário que o fato seja descritivo, não servindo um mero insulto ou xingamento. 
Entretanto, diferentemente da falsa imputação criminosa (conduta típica da calúnia), neste dispositivo se coíbe apenas a imputação sobre a prática de um fato desonroso contra a vítima, que macule sua imagem no meio social.
Àconfiguração do delito, pouco importa a autenticidade do fato atribuído à vítima, pois a norma não faz qualquer exigência nesse sentido. Basta que seja vexatório em seu conteúdo, sendo indiferente se ocorreu ou não.
Há exceção, contudo, admitindo-se a prova da verdade dos fatos quando o difamado é funcionário público e a imputação é relacionada ao exercício de função inerente ao seu cargo (parágrafo único do artigo 139 do Código Penal), ganhando relevo, aqui, o interesse da sociedade no esclarecimento dos eventos difamantes.
 Sujeito ativo e passivo: Atualmente trata-se de crime comum, já que a norma não impõe qualquer qualidade pessoal ao autor ou à vítima. Então, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo e passivo do crime de difamação.
Nesse aspecto, aliás, cabem aqui as mesmas observações a respeito da inconstitucionalidade da Lei de Imprensa, reconhecida na ADPF n.º 130/DF. Situação jurídica ora a sujeitar jornalistas apenas aos tipos previstos no Código Penal, no que toca aos crimes contra a honra.
E pessoas jurídicas também podem ser vítimas do delito, tais como podem ser sujeitos passivos do artigo 138 do Código Penal. Neste aspecto, o mesmo raciocínio do artigo anterior se aplica à hipótese, justamente pelas razões expostas no item “1” dos comentários daquele, em relação aos quais é sugerida a leitura.
Elemento subjetivo: Constitui-se no dolo, que no caso é materializado pelo animus diffamandi, em evidência quando a conduta do autor tem o objetivo de ofender a honra da vítima.
O delito não se configura quando verificada apenas a culpa na prática do ato, justamente por não haver previsão legal à repressão de difamação culposa.
Consumação e tentativa: Fica consumado o delito quando a imputação desonrosa contra a vítima, articulada por qualquer meio (p. ex. diálogo, carta, gravação, mensagens etc.), chega ao conhecimento de terceiros.
A doutrina cogita possível a tentativa quando a imputação (v.g. mensagem escrita, gravação etc.) não chega a conhecimento de terceiros por circunstâncias alheias à vontade do autor.
Exceção da verdade: Como já referido, só a difamaçãopropter officium tolera a prova da autenticidade do fato desonroso, verificando-se nos casos em que atinge funcionário público no exercício de suas funções. Justamente pelo interesse público na apuração da lisura da conduta do servidor difamado. Nos termos do parágrafo único do artigo 139 do Código Penal.
Ação Penal: Como regra geral a ação penal será privada, por meio de queixa crime.
Não obstante, será pública, condicionada à representação do ofendido, quando a vítima for funcionário público no exercício de suas funções. A ação penal pela difamação praticada contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro dependerá de requisição do Ministro da Justiça.
INJÚRIA
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
Objeto: A tutela da honra da pessoa sob seu aspecto subjetivo (o prestígio que ela tem de si mesma) é o que a norma pretende assegurar quando tipifica a conduta da injúria, repreendendo o ato que resulta na simples ofensa contra a dignidade ou o decoro.
A ofensa pode ser a atributos, morais (dignidade) ou correção moral (decoro).
Daí que a tipificação do delito prescinde a imputação da autoria de fato criminoso (calúnia) ou de evento degradante, imoral (difamação), contentando-se com uma mera ofensa, desvinculada a qualquer circunstância fática infamante. Apenas uma opinião ofensiva sobre a pessoa.
Para a configuração do delito basta que o autor impute à vítima algum atributo pejorativo, humilhante etc.
2 – Sujeito ativo e passivo: Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de injúria, pois a norma não exige uma qualidade especial do seu autor.
Contudo, há considerações importantes quanto ao sujeito passivo, pois o delito não ocorre quando dirigido a incapazes de compreender o caráter injuriante da ofensa. Parte-se da premissa de que a lesão à honra subjetiva pressupõe compreensão pela vítima do real sentido das palavras que lhe são opostas. Caso falte capacidade para tanto (para compreender o conteúdo imoral da ofensa), então não há lesão ao bem jurídico, sendo atípica a conduta.
Pessoas jurídicas, porque também não possuem consciência e capacidade para se sentirem ofendidas, não podem ser consideradas sujeitos passivos do delito em questão.
Elemento subjetivo: É a intenção de ofender a dignidade ou o decoro da vítima. O animus injuriandi configura-se quando o autor manifesta opinião ofensiva contra a vítima, em evidente intenção de macular sua honra.
Consumação e tentativa: A consumação do delito ocorre quando o ofendido toma conhecimento da injúria que lhe foi dirigida, cogitando-se possível a tentativa nos casos em que frustrado o conhecimento da ofensa por aquele, em razão de circunstâncias alheias à vontade do autor.
Perdão Judicial: O § 1.º do artigo 140 do Código Penal trata do perdão judicial, quando faculta ao Juízo deixar de aplicar a pena se demonstrado que a injúria adveio de provocação da vítima (inciso I) ou de que ela foi seguida de retorção imediata, consistente noutra injúria proferida pela vítima, em razão da primeira pronunciada pelo autor (inciso II).
O Direito Penal não cogita a possibilidade de compensação de culpas. Não obstante, por razões de política criminal e considerando a menor lesividade da ofensa em si, entendeu-se por admitir possível a dispensa na imposição de pena nas situações dos incisos do § 1.º do artigo 140 do Código Penal.
Trata-se de hipótese de extinção da punibilidade (artigo 107, inciso IX, do Código Penal).
Injúria real: O § 2.º do artigo 140 do Código Penal prevê sanção mais severa porque as consequências do delito são mais graves neste caso, com implicações em violência ou vias de fato, se consideradas a natureza do ato ou o meio empregado.
Quando se trata de injúria real consistente em violência, cogita-se possível seu concurso com crimes de lesão corporal, em razão da parte final do § 2.º do artigo 140 do Código Penal.
Entretanto, a ofensa consistente em vias de fato resulta na absorção do da contravenção do artigo 21 Decreto-Lei n.º 3.668/41.
Ação penal: De regra, a ação penal é iniciada por queixa crime, sendo privada, portanto (caput do artigo 145 do Código Penal).
Contudo, na injúria real, a que resulta em lesões corporais ou vias de fato, a ação penal será pública incondicionada, por não se perceber expressa exigência de representação nesse caso, ainda que atualmente, em face do crime de lesões corporais, a ação penal dependa de representação do ofendido (parte final do caput do artigo 145 do Código Penal).
Também deverá ser pública condicionada à representação do ofendido, quando a injúria for dirigida contra funcionário público, no exercício de suas funções e também nas hipóteses do § 3.º do artigo 140 do Código Penal (injúria com elementos de raça, cor etnia, religião ou origem, assim como as que contam elementos referentes à condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência).
Contra o Presidente da República ou chefe de Governo estrangeiro a ação penal dependerá de requisição do Ministro da Justiça.
EMENTA 1
ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
7a Câmara Cível 
Apelação nº 0205357-52.2012.8.19.00013ª Vara Cível da Comarca da Capital 
 
Apelante: LILIA CARINA BEZERRA 
Apelante: MARLUCE COUTINHO GIUGNI SANTOS 
Apelado: SOCIEDADE TEATRAL CASAGRANDE MERCADINHO 
CULTURAL S C LTDA 
Relator: Des. RICARDO COUTO DE CASTRO
INDENIZAÇÃO MORAL – OFENSA À HONRA - DIFAMAÇÃO E INJÚRIA – DANO MORAL NÃO CONFIGURADO - IMPROCEDÊNCIA QUE SE MANTÉM – 
I – Ação indenizatória tendo por fundamento a ocorrência de danos morais advindos de supostos atos difamatórios praticados por prepostos do apelado. 
II- Não demonstrado nos autos a presença dos elementos da responsabilidade civil, sobretudo porque não comprovadas as ofensas ou agressões verbais à honra e à dignidade das autoras. 
III- A Transação Penal não tem o condão lógico de levar à condenação civil, uma vez que não produz os normais efeitos de uma sentença de mérito, resultante de um processo ordinário, no qual são observados todos os princípios norteadores deste ramo do direito público. 
IV- Não caracterizada a injúria ou a difamação, a causar dano passível de indenização, inviável a condenação.
Trata-se de ação indenizatória movida por LILIA CARINA BEZERRA e MARLUCE COUTINHO GIUGNI SANTOS em face de SOCIEDADE TEATRAL CASAGRANDE MERCADINHO CULTURAL S C LTDA, objetivando indenização moral por suposta ofensa à honra sofrida nas dependências do réu. 
 	Como causa de pedir, alegam que experimentaram o dissabor de escutar de prepostos do réu que se tratavam de mentirosas, desonestas, cambistas e trambiqueiras, na presença de terceiros alheios ao caso, causando enorme constrangimento. 
Aduzem terem ganhado oito convites para assistirem a peça teatral “Hair”, no estabelecimento do réu, e que após enfrentarem dificuldades para trocar os convites por ingressos, acabaram sendo ofendidas, conforme narrado acima. 
 
A sentença julgou improcedente o pedido contido na inicial. 
Inconformadas, apelaram as autoras, argumentando a ocorrência de cerceamento de defesa, porque não observadas atentamente as provas colacionadas aos autos. 
É o relatório. 
O recurso interposto é tempestivo, e guarda os demais requisitos de admissibilidade, de forma a trazer o seu conhecimento. 
Passado este ponto, entra-se na sua análise. 
Primeiramente, não há o alegado cerceamento de defesa. 
Analisado os autos, verifica-se que as apelantes não trouxeram elementos, para que se pudesse inferir o contexto fático ou as indigitadas ofensas.
Observe-se que não só após a contestação (fls. 74), mas também às fls. 79, foi requerido pelas autoras o julgamento antecipado da lide. 
 Neste sentido, não podem, agora, alegar cerceamento de defesa pela ausência de portunidade de provar o que alegam. 
 Há cerceamento de defesa quando ocorre o julgamento antecipado da lide sem que seja dada às partes a oportunidade de se manifestar. 
No caso, onde as apelantes deixaram para trás o momento para requerer e demonstrar suas alegações, a fim de evitar o perecimento de sua pretensão, não há qualquer violação. 
No que tange ao mérito, depreende-se dos autos que a ação tem por fundamento a ocorrência de danos morais advindos de supostos atos difamatórios praticados por prepostos do apelado. 
 De fato, o ordenamento jurídico vigente prevê a possibilidade de indenização por dano moral em casos de ofensa à honra. 
 Entretanto, no caso específico dos autos, as ofensas supostamente sofridas pelas apelantes não restaram evidenciadas. 
 Conforme reiterada jurisprudência sobre o assunto, não havendo comprovação satisfatória e suficiente da alegada ofensa verbal que teria sido dirigida contra à honra e à dignidade da suposta vítima, não há que se falar em indenização por danos morais. 
Veja-se que o procedimento instaurado perante o JECRIM também não descreve o contexto fático, nem revela as mencionadas ofensas, apenas que os réus acabaram por aceitar a transação penal proposta pelo Ministério Público. 
 Ressalte-se que a transação penal não tem o condão lógico de levar à condenação civil, uma vez que não produz os normais efeitos de uma sentença de mérito, resultante de um processo ordinário, no qual são observados todos os princípios norteadores deste ramo do direito público. 
 Embora de todo censurável a conduta narrada na inicial, a merecer exemplar punição, certo é que não caracterizada a injúria ou a difamação, a causar dano passível de indenização, o que inviabiliza a condenação. 
Correta, pois, a sentença. 
Pelo exposto, nega-se seguimento ao recurso, nos moldes do art. 557, caput, do CPC, mantendo-se na íntegra a sentença. 
 
 Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2013. 
 
 
RICARDO COUTO DE CASTRO 
 DESEMBARGADOR 
 RELATOR 
RELATÓRIO 1
Trata-se de ação objetivando indenização moral por suposta ofensa à honra sofrida nas dependências do réu, na presença de terceiros alheios ao caso, causando enorme constrangimento.
	A sentença julgou improcedente o pedido contido na inicial. 
	No que tange ao mérito, depreende-se dos autos que a ação tem por fundamento a ocorrência de danos morais advindos de supostos atos difamatórios praticados por prepostos do apelado.
	Conforme reiterada jurisprudência sobre o assunto, não havendo comprovação satisfatória e suficiente da alegada ofensa verbal que teria sido dirigida contra à honra e à dignidade da suposta vítima, não há que se falar em indenização por danos morais.
EMENTA 2
TJ-PE
Crimes de Calúnia, Injúria e Difamação de Competência do Juiz Singular: 3793375 PE
Processo: 3793375 
PE Relator (a): Bartolomeu Bueno
Julgamento: 18/01/2016
Órgão Julgador: Corte Especial
Publicação: 16/02/2016
Ementa
AÇÃO PENAL PRIVADA. CRIMES CONTRA A HONRA. DIFAMAÇÃO. INJÚRIA. DESPACHO EM EXECEÇÃO DE SUSPEIÇÃO COM SUPOSTAS OFENSAS A HONRA DO QUERELANTE. AUSÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO. CAUSA EXCLUDENTE DE ANTIJURIDICIDADE. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA O EXERCÍCIO DA AÇÃO PENAL. QUEIXA-CRIME REJEITADA E ARQUIVADA.
I- Para uma conduta ser classificada como crime contra honra, além da sua prática ser dolosa, é necessário que seja orientada por um especial fim de agir, consistente na intenção de macular a honra alheia. No caso sob análise, o animus diffamandi vel injuriandi do magistrado não ficou comprovado. E não havendo demonstração do dolo específico, a conduta não é punível, ante a inexistência de crimes contra a honra em modalidade culposa.
II- O pronunciamento do magistrado querelado indicado como ofensivo se materializou em sede de Exceção de Suspeição, procedimento no qual o juiz ocupa processualmente o papel de parte, retirando-se, portanto, da posição de equidistância que o exercício da função jurisdicional exige. Incidência da causa de excludente de ilicitude prevista no art. 142, I, do CP.
III- Ausência de justa causa, consistente no lastro probatório mínimo exigido para a deflagração da ação penal.
IV- QUEIXA-CRIME REJEITADA E ARQUIVADA A TEOR DO ART. 395, III, DO CPP.
Acórdão
CORTE ESPECIAL CCIDCJS nº 0379337-5 (Queixa-Crime) NPU 0003109-52.2015.8.17.0000 
Querelante: Célio Avelino de Andrade 
Querelado: Joaquim Pereira Lafayette Neto – 
Juiz de Direito da 5ª Vara Criminal da Capital Relator: Desembargador Bartolomeu Bueno 
EMENTA E ACÓRDÃO EMENTA: AÇÃO PENAL PRIVADA. CRIMES CONTRA A HONRA. DIFAMAÇÃO. INJÚRIA. DESPACHO EM EXECEÇÃO DE SUSPEIÇÃO COM SUPOSTAS OFENSAS A HONRA DO QUERELANTE. AUSÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO. CAUSA EXCLUDENTE DE ANTIJURIDICIDADE. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA O EXERCÍCIO DA AÇÃO PENAL. QUEIXA-CRIME REJEITADA E ARQUIVADA. 
Para uma conduta ser classificada como crime contra honra, além da sua prática ser dolosa, é necessário que seja orientada por um especial fim de agir, consistente na intenção de macular a honra alheia. No casosob análise, o animus diffamandi vel injuriandi do magistrado não ficou comprovado. E não havendo demonstração do dolo específico, a conduta não é punível, ante a inexistência de crimes contra a honra em modalidade culposa. 
O pronunciamento do magistrado querelado indicado como ofensivo se materializou em sede de Exceção de Suspeição, procedimento no qual o juiz ocupa processualmente o papel de parte, retirando-se, portanto, da posição de equidistância que o exercício da função jurisdicional exige. Incidência da causa de excludente de ilicitude prevista no art. 142, I, do CP. 
Ausência de justa causa, consistente no lastro probatório mínimo exigido para a deflagração da ação penal. 
QUEIXA-CRIME REJEITADA E ARQUIVADA A TEOR DO ART. 395, III, DO CPP. ACÓRDÃO: Vistos e relatados os autos, acordam os Desembargadores da Corte Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, por unanimidade, em REJEITAR A QUEIXA-CRIME, determinando o seu respectivo ARQUIVAMENTO, ante ausência de justa causa para a ação penal, nos termos do relatório e voto do relator, que passam a integrar o presente julgado. Recife, 18/01/2016 Des. Bartolomeu Bueno Relator Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco Gabinete do Des. Bartolomeu Bueno Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco Gabinete do Des. Bartolomeu Bueno Página 1 de 5
RELATÓRIO 2
	Ação penal privada 
	Para uma conduta ser classificada como crime contra honra, além da sua prática ser dolosa, é necessário que seja orientada por um especial fim de agir, consistente na intenção de macular a honra alheia. No caso sob análise, o animus diffamandi vel injuriandi do magistrado não ficou comprovado. E não havendo demonstração do dolo específico, a conduta não é punível, ante a inexistência de crimes contra a honra em modalidade culposa.
	A análise final demonstra que há uma grande dificuldade em se demonstrar os crimes contra a honra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
MASSON, Cleber. Direito Penal – Vol. 2 - Parte Especial. São Paulo: Método, 2012.
 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Geral. 11.ed. São Paulo: Saraiva, 2007, vol1. 
Lenza. – 3. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014. – (Coleção esquematizado®) Bibliografia.
https://pt.wikipedia.org/wiki/San%C3%A7%C3%A3o_penal
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 2ª ed. São Paulo: Editor Revista do Tribunais, 2006.
http://jus.com.br/revista/texto/9433
http://jus.com.br/revista/texto/22090/crime-de-aborto-e-os-direitos-humanos-no-codigo-penal-e-nas-cartas-magnas-do-brasil

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