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Bioestatística Comparando Dois Grupos Emília M. do Nascimento 9 Hipótese nula Exemplo: H0: não há diferença entre tratamentos ¾ Teste de hipóteses 9 Hipótese alternativa Exemplo: H1: há diferença entre tratamentos 9 Critério de decisão estatística de teste ¾ Teste de hipóteses 9 Estatística de teste mede a discrepância entre os valores amostrais observados e os esperados caso H0 fosse verdadeira. 9 Uma grande distância medida pela distribuição de probabilidade indica que H0 não é verdadeira, devendo ser rejeitada. 9 Exemplo: Eficácia do AZT ¾ Teste de hipóteses 9 H0: Não há diferença entre AZT e placebo Proporção de sobreviventes tratados com AZT: 144/145 = 0,993 Proporção de sobreviventes no grupo controle: 121/137 = 0,883 Vivo Morto AZT 144 1 145 Placebo 121 16 137 Total 265 17 282 SituaçãoGrupo Total O resultado ocorreu por mero acaso ou o AZT é uma droga efetiva? 9 Erro do tipo I Rejeitar H0 quando H0 é verdadeira ¾ Teste de hipóteses 9 Probabilidade de se cometer o erro tipo I Nível de significância do teste (α) 9 Ex: Eficácia do AZT Erro tipo I Rejeitar a hipótese de igualdade entre o AZT e o placebo, mesmo que sejam iguais. ¾ Teste de hipóteses 9 Erro do tipo II Não rejeitar H0 quando H0 é falsa 9 Ex: Eficácia do AZT Erro tipo II Implica na não liberação do novo tratamento 9 Prob. de se cometer o erro tipo II β 9 Poder do teste capacidade de um teste identificar diferenças que realmente existem, i.é, rejeitar H0 quando H0 é falsa 1 - β ¾ Teste de hipóteses H0 verdadeira H0 falsa Não rejeitar H0 decisão correta erro tipo II Rejeitar H0 erro tipo I decisão correta Conclusão do teste Situação real ¾ Teste de hipóteses 9 Valor-p 9 Menor nível de significância para o qual H0 pode ser rejeitada 9 Quando menor o valor-p, maior a evidência para se rejeitar H0 9 Em geral, na área médica, um valor-p ≤ 0,05 indica que há diferenças significativas entre os grupos. ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes 9 Teste qui-quadrado χ2 Sim Não I a b a + b = n1 II c d c + d = n2 Total m1 = a + c m2 = b + d n1 + n2 = N Grupo Ocorrência do evento Total ( )∑ = −= 4 1 2 2 i i ii E EO X9 Estatística de teste: Valores esperados (Ei): m1 * n1 m2 * n1 m1 * n2 m2 * n2 N N N N a = b = c = d = Distribuição do χ2 Ex: Para 1 grau de liberdade P(X ≥ 3,841) = 0,05 9 Exemplo: Eficácia do AZT (cont) ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes Valores observados (Oi) Valores esperados (Ei) Vivo Morto AZT 144 1 145 Placebo 121 16 137 Total 265 17 282 SituaçãoGrupo Total Vivo Morto AZT 136.26 8.74 145 Placebo 128.74 8.26 137 Total 265 17 282 Grupo Situação Total 9 Exemplo: Eficácia do AZT (cont) ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes ( ) 01,154 1 2 2 =−=∑ =i i ii E EOX P(X ≥ 3,841) = 0,05 Estatística de teste: χ2: Decisão: Como 15,01 > 3,841 ⇒ rejeita-se H0 9Conclui-se com 95% de certeza que há evidência do efeito do AZT na sobrevida dos pacientes com AIDS ⇒ valor-p = 0,0001 i Oi Ei Oi - Ei (Oi - Ei) 2 (Oi - Ei) 2/Ei 1 144 136.26 7.74 59.91 0.44 2 121 128.74 -7.74 59.91 0.47 3 1 8.74 -7.74 59.91 6.85 4 16 8.26 7.74 59.91 7.25 Total 282 282 0 15.01 ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes 9 Teste χ2 com correção de Yates 9 Justificativa: a distribuição de frequencias observadas (discreta), está sendo aproximada por uma distribuição χ2 (contínua). 2121 2 2 2 nnmm NbcadN c ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −− =χ 9 Ex: Contraceptivos orais e infarto do miocárdio ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes Sim Não Casos 9 12 21 Controle 33 390 423 Total 42 402 444 Grupo Uso recente Total 9 H0: Não há associação entre uso de contraceptivos orais e infarto do miocárdio Proporção de pessoas que tiveram infarto e usaram contraceptivos (grupo caso): 9/21 = 0,43 O resultado ocorreu por mero acaso? Proporção de pessoas que não tiveram infarto e usaram contraceptivos (grupo controle): 33/423 =0,08 2121 2 2 2 nnmm NbcadN c ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −− =χ 9 Ex: Contraceptivos orais e infarto do miocárdio ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes 423*21*403*42 2 44433*12390*9444 2 2 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −− =cχ⇒ Estatística de teste: ⇒ 76,242 =cχ ⇒ p-valor < 0,001 9Conclui-se com alto grau de certeza que existe associação entre o uso de contraceptivos orais e infarto do miocárdio para os pacientes em estudo ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes 9 Teste Z para comparação de proporções 9 Alternativa para o teste χ2 9 Teste aproximado e requer amostras grandes 9 Exigências: 5ˆ11 >pn 5ˆ 22 >pn 1pˆ 2pˆ onde é a proporção de sucessos na amostra 1 é a proporção de sucessos na amostra 2 ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes 9 Teste Z para comparação de proporções 9 Estatística de teste: ( ) ( ) 2 22 1 11 21 ˆ1ˆˆ1ˆ ˆˆ n pp n pp pp Z −+− −= ( ) ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ +− −= 21 21* 11ˆ1ˆ ˆˆ nn pp pp Zou pˆ é a prob. estimada de sucesso nas duas amostras combinadas 21 21ˆ nn mmp + += n1 e n2 é o tamanho de cada amostra m1 e m2 é o nº de sucessos em cada amostra 9 Ex: Comparação de drogas contra náusea ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes grupo 1 n1 = 200 marinheiros pílula A grupo 2 n2 = 200 marinheiros pílula B grupo 1 m1 = 152 marinheiros não enjoaram grupo 2 m2 = 132 marinheiros não enjoaram 9 H0: Não há diferença entre as pílulas A e B A eficácia das pílulas A e B é a mesma? 9 Ex: Comparação de drogas contra náusea ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes 1ª Estatística de teste: Proporções estimadas: 76,0 200 152ˆ 1 ==p 66,0 200 132ˆ 2 ==p 71,0 200200 132152ˆ =+ +=p ( ) ( ) ( ) ( ) 22,2 200 66,0166,0 200 76,0176,0 66,076,0 ˆ1ˆˆ1ˆ ˆˆ 2 22 1 11 21 =−+− −=−+− −= n pp n pp ppZ Valor-p = P(Z ≤ 2,22) + P(Z > 2,22) = 0,0132 + 0,0132 = 0,0264 9 Ex: Comparação de drogas contra náusea ¾ Respostas dicotômicas: amostras independentes 2ª Estatística de teste: ( ) ( ) 20,2 200 1 200 171,0171,0 66,076,0 11ˆ1ˆ ˆˆ 21 21* = ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +− −= ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ +− −= nn pp ppZ Proporções estimadas: 76,0 200 152ˆ 1 ==p 66,0 200 132ˆ 2 ==p 71,0 200200 132152ˆ =+ +=p Valor-p = P(Z ≤ 2,20) + P(Z > 2,20) = 0,0139 + 0,0139 = 0,0278 9 Rejeita-se H0 a um nível de significância de 5% e conclui-se que as pílulas A e B possuem eficácias diferentes ¾ Respostas dicotômicas: amostras pareadas 9 Teste de McNemar Sucesso Fracasso Sucesso k r n1 Fracasso s l n2 Total m1 m2 N Controle Tratamento Total H0: p1 = p2 H1: p1 ≠ p2 p1 e p2 são as probabilidades de sucesso 9 Ex: Investigar se dois especialistas diferem no seus critérios de decisão ¾ Respostas dicotômicas: amostras pareadas 9 Teste de McNemar Rejeita-se H0 quando: ( ) 2 1,1 2 2 1 αχ −>+ −−= sr sr XMcN ¾ Respostas dicotômicas: amostras pareadas 9 Ex: Amigdalectomia e doença de Hodgkin (tipo de câncer no tecido linfóide) Operados Não operados Operados k = 26 r = 15 41 Não operados s = 7 l = 37 44 Total 33 52 85 Controle TotalDoença de Hodgkin 9 H0: a remoção das amígdalas não aumenta a suscetibilidade à doença de Hodgkin ¾ Respostas dicotômicas: amostras pareadas 9 Ex: Amigdalectomia e doença de Hodgkin ( ) ( ) 23,2 715 17151 222 =+ −−=+ −−= sr sr XMcN Estatística de teste: P(X ≥ 3,841) = 0,05χ2: Decisão: Como 2,23< 3,841 ⇒ Não rejeitar H0 9Conclui-se com uma confiança de 95% que não há associação entre Amigdalectomia e doença de Hodgkin ¾ Respostas contínuas: amostras independentes 9 Teste t 9 Situações em que as respostas a dois tratamentos são variáveis quantitativas com distribuição gaussiana de parâmetros (μ1, σ) e (μ2, σ) 9 Suposição: as variáveis têm distribuições gaussianas com o mesmo desvio-padrão. ¾ Respostas contínuas: amostras independentes 9 Teste t 9 Decisão: Rejeitar H0 em favor de H1, ao nível α de significância, se 2 1;2 21 2 21 2111 α−−+ > ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ + − nn p t nn s xx onde ( ) ( ) 2 11 21 2 22 2 112 −+ −+−= nn snsn s p 2 1;221 α−−+nn t é o percentil de ordem (1 - α/2) da distribuição t com (n1 + n2 – 2) graus de liberdade Distribuição t de Student Ex: Para 10 graus de liberdade P(X≤-2,228)+P(X≥2,228) = 0,05 ⇒ P(X≥2,228) = 0,025 ¾ Respostas contínuas: amostras independentes 9 Teste t 9 Ex: Comparação da tianeptina (fármaco antidepressivo) com placebo 9 Quantificar a depressão através da escala de MADRS maiores valores indicam maior gravidade 9 H0: Não há diferença entre os grupos caso e controle ¾ Respostas contínuas: amostras independentes 9 Ex: Comparação da tianeptina com placebo Grupo Placebo 6 33 21 26 10 29 33 29 37 15 2 21 7 26 13 Tianeptina 10 8 17 4 17 14 9 4 21 3 7 10 29 13 14 2 Escores n1 = 15 n2 = 16 s1 = 111,09 s2 = 7,26 53,201 =x 37,112 =x ¾ Respostas contínuas: amostras independentes 9 Ex: Comparação da tianeptina com placebo n1 = 15 n2 = 16 s1 = 111,09 s2 = 7,26 53,201 =x 37,112 =x ( ) ( ) ( ) ( ) ( )222 21 2 22 2 112 31,9 21615 26,71509,1114 2 11 =−+ +=−+ −+−= nn snsnsp 74,2 16 1 15 131,9 37,1153,20 11 21 2 21 = ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + −= ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ + −= nn s xxT p 045,2975,0,29 2 1;221 == −−+ tt nn α ⇒valor-p =0,0104 9 Rejeita-se H0 e conclui-se que não há igualdade entre os grupos a um nível de significância de 5% ¾ Respostas contínuas: amostras independentes 9 Ex: Fatores de risco para AVC em homens 9 Possíveis fatores de risco a um nível de 5% Valores médios e valor-p obtido através do teste t Sim Não Fumo 2,9 2,6 0,16 Pressão sistólica 151,9 143,2 0,004 Pressão diastólica 96,8 90,1 0,0001 Índice de massa corporal 25,7 24,9 0,08 Medida do quadril 94,8 93,6 0,23 Índice de obesidade abdominal 0,95 0,93 0,0004 Colesterol 275 269 0,40 Glicose 64,8 67,9 0,60 Fibrinogênio 3,6 3,3 0,01 Hemoglobina 14,9 14,8 0,40 Hematócrito 44,3 44,0 0,46 Capacidade vital 4,3 4,5 0,03 Fator AVC Valor-p ¾ Teste Z para comparação de médias 9 Amostras grandes n1 e n2 ≥ 30 9 As variâncias podem ser iguais ou diferentes 9 H0: μ1 = μ2 9 Estatística de teste: 9 Z ~ N(0, 1) 9 Rejeita-se H0 se |Z| > z1-α/2 2 2 2 1 2 1 21 n s n s XXZ + −= ¾ Teste Z para comparação de médias 9 Ex: Efeito do halotano em cirurgias cardíacas Estatística de teste: Halotano Morfina Média 66,9 73,2 Desvio-padrão 12,2 14,4 n 61 61 Pressão sanguínea Anestesia ⇒ valor-p = 0,0045 9 Rejeita-se H0 e conclui-se que os anestésicos não são equivalentes a um nível de significância de 5% 61,2 61 4,14 61 2,12 2,739,66 22 2 2 2 1 2 1 21 = + −= + −= n s n s XXZ Valor-p = P(Z ≤ 2,61) + P(Z > 2,61) = 0,0045 + 0,0045 = 0,009 ¾ Resposta contínua: amostras pareadas 9 Estatística de teste: n s dT d p = 9 H0: μ1 = μ2 versus H1: μ1 ≠ μ2 onde di = x1i – x2i i.é, d1 = x11 – x21 , d2 = x12 – x22 , ..., dn = x1n – x2n n d d n i i∑== 1 ( ) 1 1 2 − −= ∑ = n dd s n i i d ¾ Resposta contínua: amostras pareadas 9 Rejeita-se H0 se |Tp| ≥ tn-1, 1-α/2 9 onde tn-1, 1-α/2 é o percentil de ordem ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ − 2 1 α da distribuição t de Student com (n - 1) graus de liberdade ¾ Resposta contínua: amostras pareadas 9 Ex: Programa para redução do nível de colesterol 9 Objetivo: Avaliar a efetividade de uma dieta combinada com um programa de exercícios físicos na redução do nível de colesterol ¾ Resposta contínua: amostras pareadas 9 Ex: Programa para redução do nível de colesterol Diferença Desvio Início (x1) Final (x2) d = x1 - x2 201 200 1 -19.17 367.36 231 236 -5 -25.17 633.36 221 216 5 -15.17 230.03 260 233 27 6.83 46.69 228 224 4 -16.17 261.36 237 216 21 0.83 0.69 326 296 30 9.83 96.69 235 195 40 19.83 393.36 240 207 33 12.83 164.69 267 247 20 -0.17 0.03 284 210 74 53.83 2898.03 201 209 -8 -28.17 793.36 Total 5885.67 Programa dd − ( )2dd − ( ) 13,23 112 67,5885 1 1 2 =−=− −= ∑ = n dd s n i i d ¾ Resposta contínua: amostras pareadas 9 Ex: Programa para redução do nível de colesterol 02,3 12 13,23 17,20 === n s dT d p Estatística de teste: ⇒ valor-p = 0,012 9 Rejeita-se H0 e conclui-se que, a um nível de significância de 5%, há evidência de que, em média, o programa altera o nível de colesterol Referência Soares, J. F., Siqueira, A. L. Introdução à Estatística Médica, UFMG, 1999.
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