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Mamãe porque não nasci da sua barriga

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Ma Salete Rodrigues Domingos 
Mamãe: por que 
não nasci de 
sua barriga? 
Capa e ilustrações de Alessandro Rodrigues Domingos 
Revisão de José Francisco Vaz Sepetiba 
PREFÁCIO 
Fevereiro de 1987. Eu, mãe de três filhos biológicos, recebo a notícia de que um bebê havia me 
escolhido para ser sua mãe. 
A sua vinda para a nossa família foi motivo de grande alegria para todos nós, mas, apesar de toda 
essa felicidade, desde o início eu sentia uma grande preocupação: "Como dizer ao meu filho que ele não 
havia nascido do meu ventre sem chocá-lo?" 
Quando era ainda bebê, eu lhe dizia que era "o meu filhinho do coração", mas ele me pediria 
maiores _explicações quando crescesse. 
Conversei com mães adotivas, procurei livros tentando colher informações, mas nada me satisfazia. 
Com meu filho teria de ser diferente. · 
_ Em 1990, quando ele já estava com três anos, me fez a tão temida pergunta: "- MAMÃE, POR QUE 
NAO NASCI DE SUA BARRIGA?". 
Foi nesse exato momento que surgiu a minha história ditada com certeza pelo meu· "Anjo da 
Guarda", compadecido de minha angústia e sensibilizado pelo meu imenso amor. 
Naquele dia meu filho ficou sabendo que não havia nascido "De mim" mas "Para mim". 
A partir daí os contos de fadas passaram para segundo plano, pois agora ele sabia de uma história na 
qual "ele" era o personagem principal. 
Em 1992, ao participar de uma reunião de um grupo de apoio à adoção, tornei pública a minha 
história onde o palestrante Dr. Fernando Freire sugeriu que fosse transformada em livro. 
Aqui está ele, baseado numa experiência que deu certo, com o objetivo de compartilhá-la com todas 
as pessoas que foram ou estão para ser "ADOTADAS". 
Mª Salete Rodrigues Domingos [Fone: (048) 222-54-27] 
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I i'cl, 
(A mamãe vai lhe contar uma história, 
meu filho querido, para que você entenda 
como veio parar aqui na nossa família). 
Há um lugar bem distante, 
lá no céu, 
perto das estrelas. 
É lindo: 
flores perfumadas, 
animais diferentes, 
árvores com passarinhos. 
Rios com águas cristalinas, 
muitos peixes coloridos. 
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Nesse lugar você morava 
com outras crianças, meninos e meninas. 
Você e seus amigos eram muito felizes. 
Estudavam, faziam suas tarefas, 
corriam, brincavam, e 
faziam longos passeios. 
Sabe qual era um de seus divertimentos preferidos ? 
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Ficar deitado s~uvens 
e olhar aqui para baixo, 
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para o nosso planeta TERRA. 
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Viam coisas muito interessantes, 
observavam tudo, 
principalmente as pessoas, dentro de suas casas. 
Em alguns lares vocês viam somente duas pessoas: 
um homem e uma mulher. 
Em outros, somente mulher, 
ou somente homem. 
Em outras casas, ainda, viam famílias grandes: 
com muitos filhos. 
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Você, as outras criancinhas, 
e os anjinhos, 
conversavam muito sobre essas pessoas. 
Sentiam vontade de conhecê-Ias melhor, 
e até ajudá-Ias. 
Assim, todos passavam muitas horas sobre as nuvens, 
nos observando lá de cima. 
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Depois de algurn tempo, quase sem perceber, 
essas pessoas passaram a ser muito importantes para você~ 
Sentiam alegria quando sorríamos, ou 
ficavam tristes quando chorávamos. 
Você, quando percebia que estávamos 
com problemas, 
sempre nos ajudava. 
Você foi lá no céu, 
e continua sendo aqui na Terra, 
o nosso querido "Anjo da Guarda". 
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\'..• 
Um dia, 
algumas crianças, como você, perceberam 
o motivo da tristeza de muitas pessoas 
da Terra ... 
Elas não tinham filhos ... 
Elas queriam um filhinho, sentiam 
a falta de crianças que viessem alegrar 
a casa em que moravam. 
Essas pessoas queriam 
alguém como você! 
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E, você e muitos de seus amiguinhos, 
sentiram vontade de ser essa criança. 
Você sentiu vontade de vir para a 
Terra, alegrar a nossa família. 
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Os anjinhos ficaram sabendo de seu desejo. 
Então disseram: 
--Muito bem. Quem quiser ir à Terra, 
• quem quiser nascer, 
pode escolher seus pais. 
Aos poucos, 
cada um de vocês foi escolhendo as pessoas, 
ou a pessoa, 
com as quais queriam morar neste planeta azul. 
E você nos escolheu, você nos adotou lá de cima. 
Houve reuniões entre vocês. 
Um anjinho disse: 
Há mulheres que podem ter filhos na barriga, 
mas tem outras que não podem. 
Foi aí que surgiu o grande problema! 
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Algumas crianças haviam escolhido ou adotado 
..., para ser suas mamaes, 
mulheres que não podiam ter filhos na barriga. 
E agora? 
Adotar outra mãe? 
NUNCA!!! 
Você queria aquela família que havia escolhido 
com muito cuidado, aquela mamãe, aquele papai, 
aquela família, que você já amava lá de cima. 
Todos ficaram muito preocupados. 
As crianças se reuniram de novo. 
Falaram e discutiram. 
Alguém (eu digo que foi você) encontrou a solução. 
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Essas crianças que haviam escolhido 
mamães com problemas, 
deveriam vir para a Terra, na barriga de uma outra mulher. 
Mas, logo que nascessem, 
seriam entregues às mamães, que foram adotadas 
lá no céu. 
Assim, as mulheres que não podem ter filhos da sua barriga, 
ou que já tiveram alguns, mas querem outro, 
não ficarão mais tristes. 
E, como eu era uma das mamães que não 
poderia ter filhos na barriga, 
você foi plantado como uma sementinha, 
na barriga de outra mulher. 
Lá dentro foi crescendo, 
crescendo, até ficar 
prontinho para nascer. 
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Quando você nasceu, 
lá estava eu, sua mamãe, 
. 
com o papai, 
para recebê-lo. 
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E que história linda começou então! 
Uma história de amor. 
Quando peguei você em meu colo, 
quando eu o abracei bem perto do meu coração, 
chorei de alegria! 
Papai também chorou de alegria. 
Pegou você, e embalou. 
D(O 
~ 
Você estava conosco, para nos dar e receber todo o nosso amor. 
E foi tão grande o amor que sentimos por você, que também nós 
o adotamos. Nós o aceitamos como filho. 
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VERSO 
Naquele dia, você não chorou: 
abriu os olhos, 
e tivemos a certeza de que estava feliz, 
porque havia chegado até nós. 
Você já nos havia escolhido lá no céu! 
Em seguida fomos para casa, 
onde tanta gente esperava para conhecê-lo. 
E o papai, a mamãe, o vovô, a vovó, 
os tios e primos, os vizinhos e amigos, ficaram muito felizes. 
Todos ficaram contentes, por você ter vindo para a nossa família! 
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Cara Mamãe 
Gostaria imensamente de receber uma carta contando-me 
sua experiência com seu filho. 
A forma como ele chegou até você, a reação dos familiares 
e, principalmente, as perguntas feitas por ele antes e depois 
de contada a minha história. 
Mª Salete Rodrigues Domingos 
Rua Almirante Lamego, 870 - Apart. 408 
Florianópolis - SC 
88015-600 - Fone (048) 222-5427

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