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LEI DAS LICITAÇÕES 
COMENTADA
 
 
 
 
 
 
 
www.ResumosConcursos.hpg.com.br 
Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
Resumo de Direito Administrativo 
 
 
 
Assunto: 
 
 
LEI DAS LICITAÇÕES 
COMENTADA 
 
 
 
 
 
Autor: 
 
DESCONHECIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2
 
www.ResumosConcursos.hpg.com.br 
Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
 
LICITAÇÃO - Lei 8666/93 
 
1. ASPECTOS GERAIS 
 
1.1. Conceito 
A licitação é o antecedente necessário do contrato administrativo. É, nas palavras de 
Hely Lopes Meirelles, o procedimento administrativo mediante o qual a Administração 
Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como 
procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes 
para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os 
interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. 
 
Segundo Diogenes Gasparini, a licitação pode ser conceituada como o procedimento 
administrativo através do qual a pessoa a isso juridicamente obrigada seleciona, em razão 
de critérios objetivos previamente estabelecidos, de interessados que tenham atendido à 
sua convocação, a proposta mais vantajosa para o contrato ou ato de seu interesse. 
 
 
1.2. Competência legislativa e Direito Positivo 
Cada entidade política (União, Estado-membro, Distrito Federal e Município) tem 
competência para legislar sobre licitação, visto tratar-se de matéria do Direito 
Administrativo. Apesar disso, cabe à União fixar as normas gerais sobre essa matéria, 
consoante estabelece o inciso XXVII do art. 22 da Constituição Federal. 
 
A sistemática da licitação sofreu fundamental modificação no Direito brasileiro, desde o 
seu incipiente tratamento no Código da Contabilidade Pública da União, de 1922, até o 
Decreto-lei 200/67, Lei 5.456/68, Lei 6.946/81 e Decreto-lei 2.300/86, ora revogados e 
substituídos pela Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, que, embora diga regulamentar o art. 
37, XXI da CF, na verdade estabelece as normas gerais sobre licitações e contratos. 
 
Por normas gerais devem entender-se todas as disposições da lei aplicáveis 
indistintamente às licitações e contratos da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, 
bem como de seus desmembramentos (descentralização). Continua com os Estados, 
Municípios e Distrito Federal a faculdade de editar normas peculiares para suas licitações 
e contratos administrativos de obras, serviços, compras e alienações. 
 
A par dessa legislação, as sociedades de economia mista e as empresas públicas 
poderão, por força do art. 22, XXVII, combinado com o disposto no art. 173, III, ambos da 
Constituição Federal, ter seus próprios regulamentos. 
 
 
1.3. Sujeitos 
 3
Estão obrigadas a licitar as entidades da Administração Pública direta (União, Estados-
membros, Distrito Federal e Municípios) e as da Administração Pública indireta 
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações). Também 
estão obrigadas a licitar as corporações legislativas (Câmaras de Vereadores, 
Assembléias Legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal), bem como o Poder 
Judiciário e os Tribunais de Contas, sempre que precisarem realizar um negócios de seus 
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Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
respectivos interesses. A própria Lei 8666/93, em seu artigo 117, submete esses entes, 
no que couber, ao regime licitatório por ela instituído. Também estão obrigadas a licitar as 
subsidiárias das empresas públicas e das sociedades de economia mista, os fundos 
especiais e as entidades controladas indiretamente pela União, Estados-membros, Distrito 
Federal e Municípios. Ainda estão obrigadas a licitar as entidades indicadas em leis 
especiais, a exemplo das sindicais, conforme prevê o § 6º do artigo 549 da CLT, e o 
SEBRAE. 
 
As pessoas físicas e jurídicas que concorrem no procedimento licitatório são 
denominados licitantes. 
 
 
1.4. Objeto 
Tudo o que as pessoas obrigadas a licitar puderem obter de mais de um ofertante, ou 
que, se por elas oferecido, interessar a mais de um dos administrados, há de ser, pelo 
menos em tese, por proposta escolhida em processo licitatório como a mais vantajosa. 
Sendo assim, há de se considerar que a relação dos objetos mencionados no artigo 1º do 
Estatuto licitatório – obras, serviços (inclusive de publicidade), compras, alienações e 
locações – é meramente exemplificativa, pois outros tantos negócios desejados pela 
entidade obrigada a licitar também devem ser objeto de licitação, como é o caso do 
arrendamento, do empréstimo e da permissão. 
 
São licitáveis unicamente objetos que possam ser fornecidos por mais de uma pessoa, 
uma vez que a licitação supõe disputa, concorrência, ao menos potencial, entre 
ofertantes. Segue-se que há inviabilidade lógica desse certame, por falta de pressupostos 
lógicos, em duas hipóteses: 
 
a) quando o objeto pretendido é singular, sem equivalente perfeito. Neste caso, 
por ausência de outros objetos que atendam à pretensão administrativa, 
resultará unidade de ofertantes, pois, como é óbvio, só quem dispõe dele 
poderá oferecê-lo; 
b) quando só há um ofertante, embora existam vários objetos de perfeita 
equivalência, todos, entretanto, disponíveis por um único sujeito. Esta última 
hipótese corresponde ao que, em nossa legislação, se denomina produtor ou 
fornecedor exclusivo. 
 
Só se licitam bens homogêneos, equivalentes. Não se licitam coisas desiguais. Cumpre 
que sejam confrontáveis as características do que se pretende e que quaisquer dos 
objetos em certame possam atender ao que a Administração almeja. 
 
 4
O objeto da licitação, que se confunde com o objeto do contrato deve ser descrito no 
edital ou carta-convite de modo sucinto e claro (art. 40, I). Quando se tratar de compra, o 
objeto deve, nos termos do art. 14, ser adequadamente caracterizado e, se se tratar de 
obra ou serviço, deve estar calcado em projeto básico aprovado pela autoridade 
competente (art. 7º, § 2º, I). Essa descrição sucinta e clara do objeto é condição de 
legalidade do edital e, por via de conseqüência, da licitação e do contrato. A descrição só 
é dispensável quanto aos objetos padronizados por normas técnicas, para os quais basta 
sua indicação oficial, porque nela se compreendem todas as características definidoras 
(ex. equipamentos caracterizados pela ABNT). 
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Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
A regra vigente é a da divisão do objeto, desde que fisicamente possível e previsto tal 
procedimento no edital. É o que ocorre, por exemplo, quando se deseja adquirir vários 
objetos (lápis, caderno, caneta). Nesse caso, o edital prevê, e o proponente, em sua 
proposta, oferece todos, alguns ou apenas um dos bens licitados. É o que comumente se 
chama de licitação por item, em oposição à licitação global. O que não se permite é a 
divisão do objeto com a finalidade de realizar várias licitações em modalidade mais 
simples, ao invés de se realizar uma única licitação em modalidade mais complexa. 
 
 
1.5. Finalidade 
Duas são as finalidades da licitação. Ela visa proporcionar, em primeiro lugar, às pessoas 
a ela submetidas, a obtenção da proposta mais vantajosa (a que melhor atende, em 
termos financeiros, aos interesses da entidade licitante), e, em segundo lugar, dar igual 
oportunidade aos que desejam contratar com essas pessoas. 
 
Essa dupla finalidade é preocupação que vem desde a Idade Média e leva os Estados 
modernos a aprimorarem cada vez mais o procedimento licitatório, hoje sujeito a 
determinados princípios, cujo descumprimento descaracteriza o instituto e invalida seu 
resultado seletivo.1.6. Princípios da licitação 
Nos termos do artigo 3º da Lei 8666/93, são princípios da licitação: 
 
1. Igualdade – A igualdade entre os licitantes é princípio impeditivo da discriminação 
entre os participantes do certame, quer através de cláusulas que, no edital ou convite, 
favoreçam uns em detrimento de outros, quer mediante julgamento parcial. O 
desatendimento a esse princípio constitui desvio de poder. 
Todavia, não configura atentado ao princípio da igualdade o estabelecimento de requisitos 
mínimos de participação, porque a Administração pode e deve fixá-los sempre que 
necessários à garantia da execução do contrato, à segurança e perfeição da obra ou 
serviço, à regularidade do fornecimento ou ao atendimento de qualquer outro interesse 
público. 
 
2 – Legalidade – A licitação é um procedimento inteiramente vinculado à lei; todas as 
suas fases estão rigorosamente disciplinadas na Lei nº 8.666/93, cujo artigo 4º estabelece 
que todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se 
refere o artigo 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente 
procedimento estabelecido na lei. 
 5
Tratando-se de direito público subjetivo, o licitante que se sinta lesado pela inobservância 
da norma pode impugnar judicialmente o procedimento. Além disso, mais do que direito 
público subjetivo, a observância da legalidade foi erigida em interesse difuso, passível de 
ser protegido por iniciativa do próprio cidadão. A Lei 8.666/93 prevê várias formas de 
participação popular no controle da legalidade da licitação (arts. 4º, 41,§1º, 101 e 113,§ 
1º), ampliou as formas de controle interno e definiu como crime vários tipos de atividades 
e comportamentos que anteriormente constituíam, em regra, apenas infração 
administrativa (arts. 89 a 99) ou estavam absorvidos no conceito de determinados tipos de 
crimes contra a Administração (Código Penal) ou de atos de improbidade, definidos pela 
Lei nº 8.429/92. 
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Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
3 – Impessoalidade – O princípio da impessoalidade aparece, na licitação, intimamente 
ligado aos princípios da isonomia e do julgamento objetivo: todos os licitantes devem ser 
tratados igualmente, em termos de direitos e obrigações, devendo a Administração, em 
suas decisões, pautar-se por critérios objetivos, sem levar em consideração as condições 
pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo as expressamente 
previstas na lei ou no instrumento convocatório. 
 
4 – Moralidade e probidade administrativa – O princípio da moralidade exige da 
Administração comportamento não apenas lícito, mas também consoante com a moral, os 
bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de eqüidade, a 
idéia comum de honestidade. A Lei nº 8.666/93 faz referência à moralidade e à probidade, 
provavelmente porque a primeira, embora prevista na Constituição, ainda constitui um 
conceito vago, indeterminado, que abrange uma esfera de comportamentos ainda não 
absorvidos pelo Direito, enquanto a probidade, ou, melhor dizendo, a improbidade 
administrativa já tem contornos bem mais definidos no Direito Positivo, tendo em vista que 
a Constituição estabelece sanções para punir os servidores que nela incidem (art. 37, § 
4º). O ato de improbidade administrativa está definido na Lei nº 8.429/92. No que se 
refere à licitação, não há dúvida de que, sem usar a expressão improbidade 
administrativa, a Lei nº 8.666/93, nos artigos 89 a 99, está punindo, em vários 
dispositivos, esse tipo de infração. 
 
5 – Publicidade – O princípio da publicidade diz respeito não apenas à divulgação do 
procedimento para conhecimento de todos os interessados, mas também aos atos da 
Administração praticados em suas várias fases, os quais podem e devem ser abertos aos 
interessados, para assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar sua legalidade. 
Existem na Lei nº 8.666/93 vários dispositivos que constituem aplicação do princípio da 
publicidade, entre os quais os seguintes: o artigo 3º, § 3º estabelece que a licitação não 
será sigilosa, sendo públicos e acessíveis aos interessados os atos de seu procedimento, 
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. O artigo 4º, na parte 
final, permite que qualquer cidadão acompanhe o desenvolvimento da licitação, desde 
que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. O artigo 15, § 
2º exige que os preços registrados sejam publicados trimestralmente para orientação da 
Administração, na imprensa oficial. O artigo 16 exige que seja publicada a relação de 
todas as compras feitas pela Administração direta ou indireta. O artigo 43, § 1º exige que 
a abertura dos envelopes com a documentação e as propostas seja feita em ato público 
previamente designado. 
Ressalte-se, entretanto, que o julgamento pode ser realizado em recinto fechado e sem a 
presença dos interessados, para que os julgadores tenham a necessárias tranqüilidade na 
apreciação dos elementos em exame e possam discutir livremente as questões a decidir. 
O essencial é a divulgação do resultado do julgamento, de modo a propiciar aos 
interessados os recursos administrativos e as vias judiciais cabíveis. 
 
 6
6 – Vinculação ao instrumento convocatório – A vinculação ao edital é princípio básico 
de toda licitação. O edital é a lei interna da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos 
tanto os licitantes como a Administração que o expediu. Assim, estabelecidas as regras 
do certame, tornam-se inalteráveis para aquela licitação, durante todo o procedimento. Se 
no decorrer da licitação a Administração verificar sua inviabilidade, deverá invalidá-la e 
reabri-la em novos moldes, mas, enquanto vigente o edital ou convite, não poderá 
desviar-se de suas prescrições, quer quanto à tramitação, quer quanto ao julgamento. 
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Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
Por outro lado, revelando-se falho ou inadequado ao interesse público, o edital ou convite 
poderá ser corrigido a qualquer tempo, por meio do procedimento de re-ratificação, 
reabrindo-se, por inteiro, o prazo de entrega dos envelopes. O ato que re-ratifica o 
instrumento convocatório precisa ser publicado na imprensa oficial, salvo em relação à 
carta-convite, que observa outro processo de divulgação oficial. 
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório está no artigo 41 da Lei nº 
8.666/93. 
 
7 – Julgamento objetivo – Impõe-se que o julgamento das propostas se faça com base 
no critério indicado no ato convocatório e nos termos específicos das propostas. O 
princípio do julgamento objetivo, previsto no artigo 3º da Lei nº 8.666/93, está reafirmado 
nos artigos 44 e 45. 
Critério objetivo é o que permite saber qual é a proposta vencedora mediante simples 
comparação entre elas, quando o tipo de julgamento é o de menor preço. Nas licitações 
de melhor técnica e técnica e preço a subjetividade do julgamento da proposta técnica 
deve ser eliminada ao máximo com a adoção de fórmulas aritméticas. 
Na ausência de critérios, presume-se que a licitação é a de menor preço. 
 
A doutrina aponta outros princípios, não explícitos no artigo 3º: 
8 – Fiscalização da licitação – Esse princípio é extraído de vários dispositivos da Lei nº 
8.666/93. Nos termos do artigo 4º, qualquer cidadão pode acompanhar o desenvolvimento 
da licitação. O artigo 8º dispõe que qualquer cidadão pode requerer à Administração 
Pública os quantitativos das obras e preços unitários. Também os artigos 63 e 113, § 1º. 
Este último artigo dispõe que qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica 
poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de 
controle interno contra irregularidades na aplicação da lei de licitações. O mecanismo 
recursal está previstono artigo 109. 
 
9 – Competitividade – A lei proíbe a existência de cláusulas que comprometam, 
restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da licitação ou que estabeleçam preferências 
ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos proponentes ou de 
qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante ao objeto do contrato (art. 3º, § 1, 
I). 
Entretanto, não há afronta ao princípio da competitividade quando só um interessado 
atende ao chamamento da entidade licitante ou quando, ao final da fase de classificação, 
só restar um concorrente, se para essas ocorrências ninguém agiu irregular ou 
fraudulentamente. 
 
10 – Padronização – O artigo 15, I da Lei 8.666/93 estabelece que as compras 
efetuadas pela Administração Pública devem atender ao princípio da padronização. 
Padronizar significa igualar, uniformizar, estandardizar. Deve a entidade compradora, em 
todos os negócios para a aquisição de bens, observar as regras básicas que levam à 
adoção de um modelo, um padrão, que possa satisfazer com vantagens as necessidades 
das atividades que estão a seu cargo. 
 7
Sempre que possível deve ser adotada a padronização, cabendo à Administração defini-la 
dentre os vários bens similares encontráveis no mercado ou criar o seu próprio padrão. 
Na primeira hipótese, a escolha recairá, conforme a natureza do bem, sobre uma marca 
(bens móveis), uma raça (animais) ou um tipo (alimento), por exemplo; na segunda, criará 
o próprio bem e este será o padrão. 
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Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
A eleição da marca ou a adoção de padrão próprio somente pode acontecer mediante 
prévia e devida justificativa, lastreada em estudos, laudos, perícias e pareceres técnicos, 
em que as vantagens para o interesse público fiquem claramente demonstradas, sob 
pena de caracterizar fraude ao princípio da licitação. Por isso, a padronização deve ser 
objeto de processo administrativo, aberto e instruído com toda a transparência possível e 
conduzido por uma comissão de alto nível, chamada de comissão de padronização. 
Embora o processo de padronização não seja contencioso, os produtores de bens 
similares que não concordem com o padrão adotado, por entenderem ser ilegal ou 
injustificada a escolha, podem contestar o processo em outro processo, administrativo ou 
judicial. 
Sempre que a padronização seja possível e vantajosa para a Administração Pública, 
qualquer bem pode ser padronizado. A impossibilidade de padronização pode ocorrer por 
uma circunstância material (ex. uma produção artística) ou jurídica (ex. se a lei vedar a 
padronização). 
 
11 – Procedimento formal – O princípio do procedimento formal impõe a vinculação da 
licitação às prescrições legais que a regem em todos os seus atos e fases. Essas 
prescrições decorrem não só da lei, mas também do regulamento, do caderno de 
obrigações e até do próprio edital ou convite. A Lei 8.666/93, em seu artigo 4º, estabelece 
que todos quantos participem da licitação têm direito público subjetivo à fiel observância 
do pertinente procedimento, que caracteriza ato administrativo formal. 
 
12 – Adjudicação compulsória – Por esse princípio, a Administração, uma vez concluído 
o procedimento licitatório, só pode atribuir o seu objeto ao legítimo vencedor. É o que 
prevê o artigo 50 da Lei 8.666/93, ao dispor que a Administração não poderá celebrar o 
contrato com preterição da ordem de classificação das propostas, nem com terceiros 
estranhos ao procedimento, sob pena de nulidade. 
A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir expressamente do contrato 
ou não o firmar no prazo prefixado, a menos que comprove justo motivo. A 
compulsoriedade veda também que se abra nova licitação enquanto válida a adjudicação 
anterior. 
Observe-se, porém, que o direito do vencedor limita-se à adjudicação, ou seja, à 
atribuição a ele do objeto da licitação. Não tem ele direito ao contrato imediato, já que a 
Administração pode, licitamente, revogar ou anular ou procedimento, ou, ainda, adiar o 
contrato, quando haja motivos para tais condutas. O que não se permite é que a 
Administração contrate com outrem enquanto válida a adjudicação, ou que, sem justa 
causa, revogue o procedimento ou adie indefinidamente a adjudicação ou a assinatura do 
contrato. Agindo com abuso de poder na invalidação ou no adiamento, a Administração 
fica sujeita a correção judicial de seu ato ou omissão e a reparação dos prejuízos 
causados ao vencedor lesado em seus direitos, quando cabível. 
O que existe é um direito de preferência na adjudicação, e não um direito à adjudicação 
ou ao contrato. Daí porque Maria Sylvia Zanella di Pietro diz ser equívoca a expressão 
adjudicação compulsória. 
 
13 – Ampla defesa – Sendo a licitação um procedimento administrativo, é a ela aplicável 
o princípio constitucional da ampla defesa. A Lei nº 8.666/93, em seu artigo 87, § 2º, 
menciona expressamente o direito de defesa prévia do interessado, no caso de aplicação 
de sanções. 
 8
 
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Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
2. EXCLUSÃO DA OBRIGAÇÃO DE LICITAR 
 
O artigo 37, XXI da Constituição, ao exigir licitação para os contratos ali mencionados, 
ressalva “os casos especificados na legislação”, ou seja, deixa em aberto a possibilidade 
de serem fixadas, por lei ordinária, hipóteses em que a licitação deixa de ser obrigatória. 
 
Note-se que a mesma ressalva não se contém no artigo 175 da Constituição, que, ao 
facultar a execução de serviço público por concessão ou permissão, exige que ela se faça 
“sempre através de licitação”. 
 
A Lei nº 8.666/93 prevê três situações de exclusão do procedimento licitatório: a licitação 
dispensada (art. 17), a licitação dispensável (art. 24) e a licitação inexigível (art. 25). A 
diferença básica entre dispensa e inexigibilidade está em que na dispensa há 
possibilidade de competição, enquanto na inexigibilidade tal possibilidade não existe, 
porque só há um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração. 
 
 
2.1. Licitação dispensada (art. 17) 
Embora a dispensa de licitação seja uma faculdade da Administração, há casos já 
determinados por lei, que escapam à discricionariedade administrativa. É o que se 
denomina licitação dispensada. 
 
Essa espécie de exclusão aplica-se à alienação de bens. Sendo dispensada a licitação, a 
Administração não precisa praticar nenhum ato para formalizar a inexistência do 
procedimento licitatório. A desnecessidade de qualquer ato da Administração Pública para 
liberar-se da obrigatoriedade de licitar, nos casos de licitação dispensada, distingue-a da 
licitação dispensável e da licitação inexigível, já que nessas duas últimas hipóteses há 
necessidade de autorização, nos termos do § 2º do art. 54. 
 
Em regra, sendo a licitação dispensada, não há necessidade de justificativa, a não ser 
para a concessão de direito real de uso de bens imóveis ou para a doação com encargo 
(art. 17, §§ 2º e 4º), por força do disposto no artigo 26. 
 
A alienação de bens da Administração Pública depende da existência de interesse 
público, de avaliação e de licitação. Quando a alienação recair sobre imóvel pertencente à 
Administração direta ou a entidades autárquicas e fundacionais, dependerá, ainda, de 
autorização legislativa, sendo que a licitação deverá ser na modalidade de concorrência. 
Em se tratando de imóvel pertencente a empresa pública ou sociedade de economia 
mista, deve haver avaliação e concorrência. Neste último caso, a alienação pode 
depender, também, do atendimento de exigências impostas por leis especiais, como é o 
caso de autorização da assembléia geral para a alienação de bem imóvel pertencente a 
uma sociedade de economia mista. 
 
O elenco de hipóteses de licitação dispensada, do artigo 17, é taxativo, não sendo 
permitidoà Administração criar outras hipóteses não previstas na lei. Também os Estados 
e Municípios não podem ampliar esse rol. 
 
 
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Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
2.1.1. Hipóteses de dispensa para alienações imobiliárias 
 
a) Dação em pagamento 
Cabe à Administração demonstrar que a dação de um imóvel em pagamento é mais 
vantajosa que a venda do bem. 
 
b) Doação 
Segundo a lei, é permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração 
Pública, de qualquer esfera de governo. Entretanto, tal restrição foi suspensa, 
liminarmente, pelo STF, em ADIN. 
Nos termos da lei (art. 17, § 1º), trata-se de doação condicionada, pois, após cessadas as 
razões que justificaram a doação, o imóvel deve reverter ao patrimônio da pessoa jurídica 
doadora, sendo vedada a sua alienação pelo beneficiário. Essa restrição, igualmente, foi 
suspensa pelo STF na mesma ADIN. 
Em se tratando de doação com encargo, há necessidade de licitação, a não ser que o 
interesse público seja devidamente justificado (§ 4º). 
 
c) Permuta 
Permitida a permuta por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do 
artigo 24, ou seja, que seja necessário ao atendimento das finalidades precípuas da 
Administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua 
escolha. 
Não pode haver permuta de bem imóvel por bem móvel. 
 
d) Investidura 
A investidura ocorre em duas situações (§ 3º): 
I – alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou 
resultante de obra pública, inaproveitável isoladamente, desde que o valor não 
ultrapasse a R$ 40.000,00; 
II – alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, 
de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas 
hidrelétricas. 
 
e) Venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública 
O órgão ou entidade pública tanto pode ser da mesma esfera de governo como de outra. 
 
f) Alienação de imóveis para atender a programas habitacionais de interesse social 
Essa alienação se faz por venda ou doação. Também é dispensada a licitação para a 
concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de tais imóveis. Os órgãos 
ou entidades públicas que podem efetuar essas operações imobiliárias sem licitação 
devem ser criados especificamente para esse fim. 
 
 
2.1.2. . Hipóteses de dispensa para alienações mobiliárias 
 
a) Doação 
 10
Permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua 
oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de 
alienação. 
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Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
b) Permuta 
Permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública. Essa 
restrição também foi suspensa pelo STF. 
 
c) Venda de ações em bolsa 
Como a alienação não é feita por servidor da Administração, mas por meio de corretoras, 
entende-se que é necessário licitação para escolha da corretora. 
 
d) Venda de título, na forma da legislação pertinente 
Trata-se aqui de títulos não negociáveis na Bolsa de Valores. 
 
e) Venda de bens produzidos ou comercializados por órgão ou entidade da 
Administração Pública, em virtude de suas finalidades 
Assim, não cabe exigir licitação para a PETROBRÁS vender os bens que produz, pois 
essa é a sua finalidade. 
 
f) Venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da 
Administração Pública, sem utilização previsível por quem os vende 
Justifica-se a venda como meio de aproveitamento do patrimônio que se deteriora ao 
longo do tempo, devido à falta de uso. Não cabe doação ou permuta. 
 
 
2.2. Licitação dispensável (art. 24) 
Diferentemente das hipóteses do artigo 17, aqui a dispensa não se opera 
automaticamente. Cabe à Administração ajuizar, a cada caso, da conveniência e 
oportunidade da dispensa. Se for possível a licitação e esta for realizada, não há, em 
princípio, qualquer vício, a menos que haja dispêndio injustificável de recursos públicos 
para realização de procedimento licitatório que seria de todo desnecessário. 
 
O elenco consignado no artigo 24 é taxativo, não podendo ser ampliado pela 
Administração, na execução de suas atividades, e tampouco pelos Estados e Municípios, 
no caso de legislarem sobre a matéria. 
 
Apontam-se impropriedades no rol do artigo 24, uma vez que a hipótese do inciso XV 
(restauração de obras de arte e objetos históricos) seria caso de inexigibilidade, enquanto 
a do inciso IX (comprometimento da segurança nacional) seria caso de proibição de 
licitação. 
 
Somente será válida a liberação da obrigação de licitar se precedida da competente 
justificativa, com exceção das hipóteses de dispensa por se tratar de obra, serviço ou 
compra de pequeno valor (incisos I e II). O ato de liberação da obrigação de licitar deve 
indicar todas as condições e termos em que o contrato será celebrado. Somente será 
possível a contratação depois da publicação na imprensa oficial do ato de ratificação da 
dispensa de licitação, acompanhado de sua justificativa. 
 
 11
A dispensabilidade da licitação, quando autorizada, só libera a Administração Pública da 
promoção do procedimento de escolha da melhor proposta, devendo tudo o mais ser 
observado: verificação da personalidade jurídica, capacidade técnica, idoneidade 
financeira, regularidade fiscal, empenho prévio, celebração do contrato, publicação. 
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Resumo: Lei das Licitações Comentada – por Desconhecido 
2.2.1. Hipóteses em que a licitação é dispensável 
As hipóteses de dispensa podem ser divididas em quatro categorias: 
 
a) em razão do pequeno valor (incisos I e II) 
 
1. Obras e serviços de engenharia 
É dispensável a licitação para a contratação de obras e serviços de engenharia de até R$ 
15.000,00, correspondente a, no máximo, 10% do valor consignado na alínea “a” do inciso 
I do art. 23. Esse percentual será de 20% para obras e serviços contratados por 
sociedades de economia mista, empresas públicas e Agências Executivas. 
 
A entidade obrigada a licitar não pode, sob pena de fraudar a exigência da licitação, dividir 
o seu objeto em duas ou mais partes, para que os respectivos valores se enquadrem nas 
condições e limites da dispensabilidade. Está também proibida a dispensa de licitação 
quando se tratar de obras e serviços da mesma natureza executados no mesmo local, 
desde que possam ser realizados conjunta e concomitantemente, ainda que fossem, 
separadamente, em termos de valor, enquadráveis na hipótese de dispensa. Para essas 
obras e serviços pode-se realizar uma só licitação ou duas. Na primeira hipótese tem-se 
execução conjunta, na segunda diz-se realização concomitante. Mesmo local é o 
Município, dado ser essa a única unidade territorial definida objetivamente. 
 
2. Serviços, menos os de engenharia, compras de pequeno valor e alienações 
Serviços e compras até R$ 8.000,00, correspondentes a 10% do valor atribuído à alínea 
“a” do inciso II do artigo 23, podem ser contratados diretamente. Esse percentual será de 
20% para obras e serviços contratados por sociedades de economia mista, empresas 
públicas e Agências Executivas. 
 
A faculdade de dispensa é estendida às alienações enquadráveis, em termos de valor, no 
limite indicado. Para as alienações com valores acima do limite devem ser observadas as 
hipóteses de dispensa do art. 17. 
 
Está proibida a dispensa de licitação quando se tratar de parcelas de um mesmo serviço, 
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez. 
 
O valor instituído como teto pode ser revisto pelo Poder Executivo federal, nos termos do 
artigo 120 da Lei 8.666/93. Estados e Municípios podem fixar limites menores. 
 
b) em razão desituações excepcionais (incisos III, IV, V, VI, VII, IX, XI, XIV e XVII) 
 
1. Guerra e grave perturbação da ordem 
 
2. Emergência ou calamidade pública 
 12
Desde que caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar 
prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e 
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao 
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e 
serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias consecutivos e 
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a 
prorrogação dos respectivos contratos. 
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3. Quando não acudirem interessados à licitação 
É a chamada licitação deserta, assim caracterizada no momento da apresentação das 
propostas. 
 
Se a licitação anterior não pôde ser realizada por falta de interessados e uma nova 
licitação não puder ser feita sem prejuízo para a Administração, a contratação pode ser 
feita sem licitação. Entretanto, a contratação deverá ser feita com observância das 
mesmas condições da licitação havida como deserta (ex. prazo de início, de conclusão, 
de entrega, condições de execução e de pagamento). 
 
 
4. Intervenção, pela União, no domínio econômico 
A condição é que a União intervenha no domínio econômico para regular preços ou 
normalizar o abastecimento. Assim, contrata-se sem licitação a aquisição de certo produto 
para pô-lo no mercado e, desse modo, forçar a queda ou a regularização do preço, ou 
para obrigar os particulares a desovar seus estoques e normalizar o abastecimento. 
Entende-se que somente a União pode realizar tal intervenção, de modo que a 
Administração Pública dos Estados e dos Municípios não se valem dessa hipótese de 
dispensa de licitação. 
 
 
5. Propostas com preços manifestamente superiores aos do mercado 
A licitação é dispensável se as propostas apresentarem preços manifestamente 
superiores aos praticados no mercado nacional ou forem incompatíveis com os fixados 
pelos órgãos oficiais competentes. 
 
Assim, pode a entidade competente contratar sem licitação sempre que todas as 
propostas apresentadas forem desclassificadas por conterem preços excessivos e os 
licitantes não apresentarem outras, no prazo de 8 dias úteis. A contratação, nesses casos, 
há de ser feita por preços não superiores aos consignados no registro de preços. A falta 
de registro de preços impede a dispensa, e a licitação deve ser repetida. 
 
6. Comprometimento da segurança nacional 
Os casos devem estar estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o 
Conselho de Defesa Nacional. Trata-se, na realidade, de licitação proibida. 
O Decreto federal 2.295/97 estabelece que ficam dispensadas de licitação as compras e 
contratações de obras e serviços quando a revelação de sua localização, necessidade, 
características do seu objeto, especificação ou quantidade coloque em risco objetivos da 
segurança nacional (recursos bélicos, equipamentos para a área de inteligência, etc). 
Só é utilizável pela União, na medida em que lhe compete assegurar a defesa nacional. 
Eventualmente poderiam o Estado-membro e o Distrito Federal valer-se desse dispositivo 
para a celebração de contratos de interesse das respectivas Polícias Militares. Ao 
Município não se vislumbra qualquer hipótese de sua utilização. 
 
 
7. Contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento 
 13
Em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da 
licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, 
inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido. 
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8. Aquisição de bens e serviços por intermédio de organização internacional 
Aquisição nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso 
Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder 
Público. É específico, por exemplo, o tratado que permite a aquisição de certo 
equipamento médico por entidade brasileira voltada ao estudo de doenças tropicais. A 
manifesta vantagem da oferta deve estar relacionada com o preço e as condições de 
pagamento. 
 
9. Compras e serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades 
aéreas ou tropas em seus meios de deslocamento 
Quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades 
diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, 
quando a exigibilidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os 
propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea 
“a” do inciso II do art. 23 (R$ 80.000,00). 
 
É dispositivo que prestigia as Forças Armadas, podendo ser aplicado também para as 
Polícias Militares estaduais. 
 
 
c) em razão do objeto (incisos X, XII, XV, XVII, XIX e XXI) 
 
1. Compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades 
precípuas da Administração 
No caso de as necessidades de instalação e localização condicionarem a escolha, desde 
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia. 
 
2. Compra de hortifrutigranjeiros, pão e gêneros perecíveis 
A licitação é dispensável se a compra for feita no tempo necessário para a realização dos 
processos licitatórios correspondentes. As aquisições devem ser realizadas diretamente, 
com base no preço do dia (indicado pelos entrepostos oficiais – ex. CEAGESP – ou em 
seções especializadas dos jornais). 
 
3. Aquisição e restauração de obras de arte e objetos históricos 
É dispensável a licitação se as obras de arte e os objetos históricos tiverem autenticidade 
certificada e desde que a aquisição ou restauração seja compatível ou inerente às 
finalidades do órgão ou entidade. 
 
A aquisição só é legítima quando contratada por órgãos ou entidades que cumpram 
programa voltado à arte ou à história: museus, escolas de belas-artes, fundações culturais 
ou artísticas. O bem desejado não precisa ser único ou singular. 
No caso de restauração, é cabível a declaração de inexigibilidade de licitação, desde que 
se trate de serviço de natureza singular, com profissional ou empresa de notória 
especialização. 
 
 14
As demais entidades ou órgãos sem qualquer finalidade ligada às artes ou à história 
podem adquirir objetos de arte ou históricos como elemento de decoração, desde que 
mediante licitação. 
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4. Aquisição de componentes ou peças originais 
Os componentes ou peças podem ser de origem nacional ou estrangeira, desde que 
necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica. A 
aquisição deve ser feita junto ao fornecedor original do equipamento, quando tal condição 
de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia. 
 
Terminada a garantia, a aquisição dos componentes e peças dar-se-á mediante licitação. 
Assim também será se nenhuma exclusividade for exigida para a manutenção da 
garantia. 
 
5. Compra de material pelas Forças Armadas para manter a padronização exigida 
pelo apoio logístico 
Não é dispensável a licitação se o material é para uso pessoal (uniforme) ou 
administrativo (material de escritório). Necessário parecer de comissão instituída por 
decreto. 
 
6. Aquisição de bens destinados a pesquisa científica e tecnológica 
Desde que a aquisição seja feita com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou 
outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim 
específico. 
 
 
d) em razão da pessoa (incisos VIII, XIII, XVI, XX, XXII, XXIII e XXIV) 
 
1. Operação entre pessoapública e órgão ou entidade que a integre 
Aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços 
prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido 
criado para esse fim específico em data anterior à vigência da Lei 8.666/93, desde que o 
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. 
 
Desse modo, a União, por exemplo, necessita de licitação para contratar os serviços de 
informática, quando a empresa governamental por ela criada também for prestadora 
desses serviços para terceiros, dado que não foi criada especificamente para lhe prestar 
dito serviço, mas para prestá-lo a quem por ele se interessar. 
 
2. Contratação de instituição brasileira voltada à pesquisa, ao ensino e ao 
desenvolvimento nacional ou de instituição dedicada à recuperação social do preso 
Desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha 
fins lucrativos. 
 
Atendem a essas condições, no que tange à pesquisa e ao ensino, as Universidades 
federais e estaduais e os Institutos de Pesquisas (ex. IPT). Evidentemente, as 
contratações devem ser feitas por preços compatíveis com os praticados no mercado, 
embora a lei não mencione essa exigência. 
 
3. Impressão de diário oficial, formulários padronizados, edições técnicas oficiais e 
prestação de serviços de informática 
 15
Desde que o serviço seja prestado a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos 
ou entidades que integrem a Administração Pública criados para esse fim específico. 
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4. Contratação de associação de portadores de deficiência física 
Desde que a associação não tenha fins lucrativos e seja de comprovada idoneidade. A 
contratação deve ser para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, 
sendo o preço compatível com o praticado no mercado. 
 
A doutrina entende ser estranhável a inclusão, no dispositivo, de contratos de 
fornecimento de mão-de-obra, uma vez que toda contratação de mão-de-obra, na 
Administração direta ou indireta, está sujeita a concurso público, ressalvada a hipótese de 
contratação temporária prevista no inciso IX do artigo 37 da CF. 
 
5. Fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural 
Pelo fornecimento, a Administração abastece-se da necessidade que tem de certo bem, 
no caso a energia elétrica e o gás natural. Pelo suprimento, completa-se a necessidade 
quando o fornecimento restar insuficiente à satisfação do interesse público. 
 
A legislação específica, aplicável aos concessionários, permissionários ou autorizados, é 
a lei federal nº 9.427/96, que criou a ANEEL. 
 
6. Contratações entre empresas governamentais e suas subsidiárias 
Para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o 
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. 
 
A regra só prestigia a contratação das subsidiárias pelas respectivas empresas públicas e 
sociedades de economia mista, não cabendo sua aplicação nas contratações entre 
empresas estatais ou entre subsidiárias. Também não se aplica nos ajustes da 
Administração Pública com as empresas governamentais ou com suas subsidiárias. 
 
7. Contratação de serviços com organizações sociais 
A licitação é dispensável para a celebração de contratos de prestação de serviços com as 
organizações sociais qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para as 
atividades contempladas no contrato de gestão. 
 
 
2.3. Licitação inexigível (art. 25) 
A inexigibilidade ocorre quando a circunstância de fato encontrada na pessoa com quem 
se quer contratar impede o certame, a concorrência. Há inviabilidade fática de 
competição, de modo que, ainda que a Administração desejasse a licitação, esta seria 
inviável, ante a absoluta ausência de concorrentes. 
 
Enquanto na licitação dispensada a Administração Pública não pode promover a licitação 
por determinação legal, na inexigibilidade a Administração não pode realizá-la por razão 
de fato. 
 
As hipóteses de inexigibilidade elencadas no artigo 25 não são taxativas. 
 
 16
A contratação com base nos casos de inexigibilidade necessita de justificativa, que é o 
arrazoado preparado e assinado pelo agente responsável pela análise da viabilidade ou 
não da licitação. Se esta restar inviável, o processo assim instruído deverá ser levado à 
autoridade superior para, se for o caso, ratificar e publicar a justificativa acompanhada do 
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ato de ratificação. Esses atos devem ser praticados nos prazos legais. A partir do 
recebimento do processo o agente tem 3 dias para promovê-la, preparar o ato 
declaratório da inexigibilidade com a devida justificativa, as condições da contratação, as 
sanções cabíveis em caso de descumprimento do contrato e demais cláusulas peculiares 
e remeter o expediente à autoridade superior, que, concordando com o arrazoado e as 
condições propostas para a contratação, promoverá, em 5 dias, contados do recebimento 
do processo, sua ratificação e publicação (art. 26). A publicação será na imprensa oficial. 
 
A inexigibilidade do procedimento licitatório não libera a Administração das demais 
exigências: comprovação da capacidade jurídica, técnica, econômico-financeira e 
regularidade fiscal. Deve ainda preocupar-se com a emissão da nota de empenho, a 
celebração do contrato, a publicação e outras exigências legais. 
 
 
2.3.1. Hipóteses de inexigibilidade 
 
1. Aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos 
por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo 
É vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita 
através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se 
realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação 
Patronal,ou, ainda, pelas entidades equivalentes. 
 
A exclusividade pode ser absoluta ou relativa. É absoluta quando no país só há um 
fornecedor ou um único agente para prover os interesses da Administração. É relativa 
quando no país há mais de um fornecedor, empresa ou representante comercial, mas na 
praça considerada há apenas um. 
 
A exclusividade absoluta torna, de pronto, inexigível a licitação. No caso de exclusividade 
relativa, a inexigibilidade vai depender da modalidade de licitação que seria aplicável, 
dependendo do valor do contrato. Assim, se o montante do ajuste determinar o convite, a 
exclusividade é aferida na praça em que se realiza a licitação; se o valor do contrato 
indicar a tomada de preços, a exclusividade é no registro cadastral; se for o caso de 
concorrência, a exclusividade é no país. 
 
Se se tratar da obtenção de serviços prestados por um único empresário, a inexigibilidade 
existirá com base no caput do artigo 25. 
 
2. Contratação de serviços técnicos profissionais especializados 
Serviços enumerados no artigo 13 (elenco taxativo): I – estudos técnicos, planejamentos e 
projetos básicos ou executivos; II – pareceres, perícias e avaliações em geral; III – 
assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; IV – 
fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V – patrocínio ou defesa 
de causas judiciais ou administrativas; VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII 
– restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
 
 17
Os serviços devem ser de natureza singular e os profissionais e empresas contratadas 
devem ser de notória especialização (requisitos cumulativos). Por natureza singular 
entende-se o serviço com uma complexidade tal que o individualiza, tornando-o diferente 
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Resumo: Lei das Licitações Comentada– por Desconhecido 
dos da mesma espécie e exigindo, para a sua execução, um profissional ou empresa de 
especial qualificação. O conceito de profissional de notória especialização está no §1º do 
artigo 25, que exige os critérios de essencialidade e indiscutibilidade. 
 
O contrato firmado com base nesta hipótese de inexigibilidade é de execução 
personalíssima. 
 
É vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação. 
 
3. Contratação de artistas 
Profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, 
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 
 
Se o contrato estiver dentro do limite do convite, é suficiente a crítica especializada ou a 
opinião pública local; se estiver dentro do limite da tomada de preços, é suficiente a 
regional; se estiver dentro do limite da concorrência, é necessária a nacional. 
 
 
2.4. Sanção 
O §2º do artigo 25 estabelece que, se comprovado superfaturamento nos casos de 
dispensa e inexigibilidade, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda 
Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável. Para o 
agente há ainda a responsabilidade administrativa, e, para ambos, a responsabilidade 
criminal (art. 90). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
 
A Lei nº 8.666/93 prevê cinco modalidades de licitação, no artigo 22: concorrência, 
tomada de preços, convite, concurso e leilão. Pela Medida Provisória nº 2.026/2000, 
transformada na Lei nº 10.520/2002, foi criado o pregão como nova modalidade de 
licitação. No artigo 23 são indicados os critérios de aplicação de uma ou outra dentre as 
modalidades de concorrência, tomada de preços e convite. 
 
O grupo composto pela concorrência, pela tomada de preços e pelo convite é o grupo das 
modalidades sem finalidade específica, já que qualquer delas pode levar à contratação de 
uma obra, um serviço, um fornecimento ou uma alienação. O segundo grupo, formado 
pelo concurso e pelo leilão, é o grupo das modalidades com finalidades específicas, pois 
somente se prestam: o concurso, para a escolha de trabalho técnico, científico ou 
artístico, e o leilão, para alienações. No primeiro grupo, a concorrência é a modalidade 
mais solene, enquanto o convite é a menos formal. 
 
Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, 
em qualquer caso, a concorrência. Entretanto, há de ser observado pela Administração o 
princípio da economicidade. 
 
A Lei 8.666/93 veda a criação de outras modalidades de licitação. Só a União pode criar 
novas modalidades, dado que lhe compete estabelecer as normas gerais. 
 
As modalidades licitatórias não se confundem com os tipos de licitação arrolados no § 1º 
do art. 45, ou seja: 
 
a) licitação de menor preço; 
b) licitação de melhor técnica; 
c) licitação de técnica e preço; 
d) licitação de maior lance ou oferta. 
 
As modalidades de licitação relacionam-se com o valor estimado do contrato, enquanto os 
tipos relacionam-se com o julgamento. 
 
Com a preocupação de evitar fraude na escolha da modalidade de procedimento, o § 5º 
do artigo 23 proíbe a utilização de convite ou tomada de preços, conforme o caso, para 
parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras ou serviços da mesma 
natureza e no mesmo local que possam ser realizados conjunta e concomitantemente, 
sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de tomada de preços ou 
concorrência, respectivamente, exceto para as parcelas de natureza específica que 
possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do 
executor da obra ou serviço. 
 
Esse parágrafo tem que ser combinado com o § 2º do mesmo dispositivo, que admite a 
execução parcelada de obras, serviços e compras, mas a cada etapa ou conjunto de 
etapas deverá ser realizada licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a 
execução do objeto em licitação. 
 
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3.1. Concorrência 
 
Concorrência é a modalidade de licitação que se realiza com ampla publicidade para 
assegurar a participação de quaisquer interessados que preencham os requisitos 
previstos no edital (art. 22, § 1º). 
 
Do conceito decorrem suas características básicas, que são: 
 
a) ampla publicidade 
b) universalidade 
c) habilitação preliminar 
d) julgamento por comissão 
 
A PUBLICIDADE, nos termos do artigo 21, é assegurada pela publicação do aviso do 
edital, no mínimo uma vez, com indicação do local em que os interessados poderão ler e 
obter o texto integral e todas as informações sobre a licitação; a publicação deve ser feita 
no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da 
Administração Pública federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou 
totalmente com recursos federais ou garantidos por instituições federais; no Diário Oficial 
do Estado ou do Distrito Federal, quando se tratar respectivamente de licitação de órgãos 
da Administração Estadual ou Municipal ou do Distrito Federal; e em jornal diário de 
grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação na região ou 
no Município onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou 
alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se 
de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. 
 
A publicação, no caso da concorrência, deve ser feita com no mínimo 30 dias de 
antecedência, salvo quando se tratar de licitação do tipo “melhor técnica” ou “técnica e 
preço”, ou quando o contrato a ser celebrado contemplar a modalidade de empreitada 
integral, em que o prazo passa a ser de 45 dias (art. 21, § 2º, I, b). Esse prazo será 
contado a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou 
ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, 
prevalecendo a data que ocorrer mais tarde (art. 21, § 3º). 
 
UNIVERSALIDADE significa a possibilidade de participação de quaisquer interessados 
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de 
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto (art. 22, § 1º). Desse modo, é 
ilegal a exigência de requisitos que vão além dos necessários à verificação da habilitação 
jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e à regularidade fiscal do 
licitante. 
 
Se, apesar disso e da grande publicidade, ninguém atender ao chamamento, a entidade 
interessada poderá contratar com quem se interesse, desde que observe as condições da 
chamada licitação deserta e que a renovação do procedimento lhe traga prejuízo de 
ordem financeira (aumento do preço) ou administrativa (atraso no início do serviço). 
 
 20
A HABILITAÇÃO PRELIMINAR corresponde à fase de apresentação de informações e 
documentos ligados à comprovação da habilitação jurídica, da qualificação técnica, da 
qualificação econômico-financeira e da regularidade fiscal dos ofertantes. Constitui, na 
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concorrência, a fase inicial do procedimento, realizada após sua abertura, enquanto na 
tomada de preços e no convite é anterior. Não se confunde com a pré-qualificação, 
prevista no artigo 114, que pode ser exigida pela Administração sempre que o objeto da 
licitação recomendar análise mais detida da qualificação técnica dos interessados. 
 
O JULGAMENTO POR COMISSÃO é exigência da lei. A comissão de julgamento é 
necessária em qualquer tipo de concorrência,devendo ser formada, no mínimo, por três 
membros, sendo ao menos dois servidores qualificados da entidade licitante, podendo o 
terceiro ser estranho à Administração. Pode ser permanente, para o julgamento de todas 
as concorrências, ou especial para cada caso. O membro da comissão responde 
solidariamente por todos os atos praticados pela mesma, salvo se fez constar de ata sua 
posição divergente, devidamente fundamentada (art. 51, § 3º). O mandato da comissão 
de licitação é de até um ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a 
mesma comissão, no período subseqüente (art. 51, § 4º). 
 
Obrigatoriedade: A concorrência é obrigatória para: 
 
a) obras e serviços de engenharia de valor superior a R$ 1.500.000,00; 
b) compras e serviços que não sejam de engenharia, de valor superior a R$ 
650.000,00; 
c) compra e alienação de bens imóveis, qualquer que seja o seu valor, ressalvado o 
disposto no artigo 19, que admite concorrência ou leilão para alienação de bens 
adquiridos em procedimentos judiciais ou mediante dação em pagamento (§3º do 
artigo 23); 
d) concessões de direito real de uso (§3º do artigo 23); 
e) licitações internacionais, com a ressalva para a tomada de preços e para o convite, 
na hipótese do §3º do artigo 23; 
f) alienação de bens móveis de valor superior ao previsto no art. 23, II, b – R$ 
650.000,00 (art. 17, § 6º); 
g) para o registro de preços (art. 15, § 3º, 1), ressalvada a possibilidade de utilização 
do pregão, conforme artigos 11 e 12 da Lei nº 10.520/2002. 
 
Pode ser realizada nos casos em que couber convite ou tomada de preços. 
 
Concorrência internacional: É aquela em que se permite a participação de firmas 
nacionais e estrangeiras, isoladamente ou em consórcio com empresas nacionais. O seu 
procedimento é o mesmo de qualquer concorrência, apenas com sujeição às diretrizes 
estabelecidas pelos órgãos federais responsáveis pela política monetária e de comércio 
exterior, ou seja, às normas expedidas pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda. 
Nas concorrências internacionais cujo objeto será pago com recursos provenientes de 
financiamento ou doação de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo 
financeiro multilateral, poderão ser admitidas as condições decorrentes de tratados 
internacionais, afastando-se momentaneamente os preceitos da Lei 8.666/93. 
 
 21
Consórcios de empresas: É a associação de dois ou mais interessados na 
concorrência, de modo que, somando técnica, capital e trabalho, possam executar um 
empreendimento que, isoladamente, não teriam condições de realizar. Não é, portanto, 
uma pessoa jurídica, mas uma simples reunião operativa de firmas, contratualmente 
comprometidas a colaborar no empreendimento, mas mantendo cada qual sua 
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personalidade própria, sob a liderança de uma delas. 
 
A firma-líder apenas representa o consórcio no trato com o Poder Público, 
responsabilizando-se pelas demais sob o tríplice aspecto técnico, econômico e 
administrativo, inclusive quanto a multas e eventuais indenizações, exigindo a legislação 
atual (art. 33, V) a responsabilidade solidária das consorciadas. 
 
É vedada a participação da empresa ou profissional, na mesma licitação, em mais de um 
consórcio, ou isoladamente (art. 33, IV). 
 
 
3.2. Tomada de preços 
 
Tomada de preços é a modalidade de licitação realizada entre interessados previamente 
cadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro dia 
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (art. 
22, § 2º). A “qualificação”, aí referida, é a de que trata o artigo 36. 
 
A publicidade deve ser observada na tomada de preços, com obediência às mesmas 
normas já referidas para a concorrência (publicação de edital), porém com a diferença de 
que o artigo 21, § 2º, III exige que a publicação se faça com 15 dias de antecedência 
apenas, salvo para os contratos sob regime de empreitada integral ou para as licitações 
de melhor técnica ou técnica e preço, quando o prazo passa para 30 dias. A contagem do 
prazo observa a norma do § 3º do mesmo dispositivo. 
 
Obrigatoriedade: A tomada de preços é obrigatória nos seguintes casos: 
 
a) obras e serviços de engenharia de valor estimado superior a R$ 150.000,00; 
b) compras e outros serviços de valor superior a R$ 80.000,00. 
 
Pode ser realizada nos casos em que couber convite. Há, ainda, a possibilidade, prevista 
no § 3º, de ser adotada tomada de preços, nas licitações internacionais, desde que o 
órgão ou entidade disponha de cadastro internacional de fornecedores e sejam 
observados os limites do artigo 23, estabelecidos para essa modalidade de licitação. 
 
Registro cadastral: Deve ser mantido pelos órgãos e entidades que realizem freqüentes 
licitações, devendo ser atualizados anualmente (art. 34); é facultada, contudo, a utilização 
de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública (art. 34, § 
2º), o que abrange a Administração Direta e Indireta da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, inclusive as entidades com personalidade de direito privado sob 
controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas (art. 6º, XI). 
 
 22
A pessoa cadastrada recebe um “certificado de registro cadastral”, com validade de um 
ano, no máximo, e do qual consta a categoria em que se inclui, tendo em vista sua 
especialização, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos 
constantes da documentação relacionada nos artigos 30 (qualificação técnica) e 31 
(qualificação econômico-financeira). Para os participantes que apresentem esse 
certificado na tomada de preços, a habilitação é prévia, porque feita no momento da 
inscrição no registro cadastral, perante comissão permanente ou especial de, no mínimo, 
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3 (três) membros; no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos, a comissão 
para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou 
cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados (art. 51, § 2º). 
 
O certificado pode ser aceito em qualquer modalidade de licitação, mesmo na 
concorrência. 
 
Comissão: A direção e o procedimento da tomada de preços até o julgamento das 
propostas são de inteira responsabilidade da comissão de licitação, composta de, no 
mínimo, três membros, conforme exigência do art. 51, tal como ocorre na concorrência. 
 
 
3.3. Convite 
Convite é a modalidade de licitação entre, no mínimo, três interessados do ramo 
pertinente a seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela unidade 
administrativa, e da qual podem participar também aqueles que, não sendo convidados, 
estiverem cadastrados na correspondente especialidade e manifestarem seu interesse 
com antecedência de 24 horas da apresentação das propostas (art. 22, § 3º). 
 
Publicidade: É a única modalidade de licitação em que a lei não exige publicação de 
edital, já que a convocação se faz por escrito, com antecedência de 5 dias úteis (art. 21, § 
2º, V), por meio da chamada carta-convite. No entanto, a Lei nº 8.666/93 inovou ao 
permitir que participem da licitação outros interessados, desde que cadastrados e 
manifestem seu interesse com a antecedência de até 24 horas da apresentação das 
propostas. A medida contribui para aumentar o rol de licitantes, mas torna mais complexo 
um procedimento que se caracteriza e se justifica exatamente por sua maior simplicidade, 
decorrente do fato de que essa modalidade de licitação é cabível para os contratos de 
pequeno valor. Para permitir essa participação, o artigo 22, § 3º, exige que a unidade 
administrativa afixe, em lugar apropriado, cópiado instrumento convocatório. 
 
Habilitação: A habilitação dos licitantes só é obrigatória para aqueles que se 
apresentarem sem terem sido convidados pela Administração, porque têm que estar 
cadastrados; para os demais, é facultativa (art. 32, § 1º). A diversidade de tratamento fere 
o princípio da isonomia. A exigência de certificado para os não-convidados somente se 
justificaria nos casos em que a Administração exige habilitação dos licitantes convidados. 
Do modo como está na lei, a norma levará ao absurdo de permitir a inabilitação de um 
licitante que não tenha o certificado de registro cadastral em ordem, quando, para os 
convidados, nenhuma documentação foi exigida. 
 
Obrigatoriedade: O convite é obrigatório para: 
 
a) obras e serviços de engenharia de valor estimado superior a R$ 15.000,00; 
b) compras e outros serviços de valor superior a R$ 8.000,00. 
 
Nas licitações internacionais ou o convite, quando não houver fornecedor de bem ou 
serviço no país. 
 
 
 23
 
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Procedimento a ser observado na próxima licitação: Com o objetivo de evitar que o 
convite seja dirigido sempre aos mesmos licitantes, com possibilidade de ocasionar burla 
aos princípios da licitação, em especial da isonomia, o § 6º do artigo 22 exige que, 
existindo na praça mais do que três interessados, a cada novo convite, realizado para 
objeto idêntico ou assemelhado, seja a carta-convite dirigida a pelo menos mais um 
interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. 
 
Participação de menos de 3 interessados: O simples fato de se apresentarem menos 
do que três interessados não é suficiente, por si só, para determinar a repetição do 
convite. Pelo contrário, será possível prosseguir-se na licitação se ficar demonstrado o 
manifesto desinteresse dos licitantes convidados (o que não é passível de justificação, 
porque decorre de própria omissão dos licitantes) ou as “limitações do mercado”. Nesse 
caso, a limitação pode decorrer, por exemplo, da inexistência de outros possíveis 
interessados ou de empresas que, por alguma razão, não atendam às exigências da 
Administração. Se houver outros possíveis interessados em condição de atender ao 
convite, este deve ser repetido, agora com observância do § 6º do artigo 22. 
 
Julgamento: O convite deve ser julgado pela Comissão de Julgamento, mas é admissível 
a sua substituição por servidor formalmente designado para esse fim (art. 51, § 1º). 
 
 
3.4. Concurso 
Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de 
trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmio ou remuneração 
aos vencedores (art. 22, § 4º). Nos termos do § 1º do artigo 13, os serviços técnicos 
profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a 
realização de concurso. 
 
A publicidade é assegurada por meio de publicação do edital, consoante estabelece o 
mesmo artigo 22, § 4º, com, pelo menos, 45 dias de antecedência; esse prazo é previsto 
também no artigo 21, § 2º, I, a. 
 
De acordo com o artigo 52, § 2º, em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a 
Administração a executá-lo quando julgar conveniente. Ademais, o fato de vencer o 
concurso não dá ao ganhador o direito de contratar com a Administração a execução do 
projeto escolhido. 
 
 
 
3.5. Leilão 
Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados, independentemente de 
habilitação, para: 
 
a) venda de bens móveis inservíveis para a Administração; 
b) venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados; 
c) alienação de bens imóveis adquiridos em procedimentos judiciais ou recebidos em 
dação em pagamento; 
d) venda de bens móveis em valor inferior a R$ 650.000,00. 
 24
 
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A Lei 8.666/93 nada diz sobre semoventes, podendo ser aplicada a mesma regra que se 
refere aos bens móveis, já que os semoventes são, em regra, considerados uma espécie 
de bem móvel dotado de movimento próprio (como os animais). 
 
A Administração poderá valer-se de dois tipos de leilão: 
 
I) o comum, privativo de leiloeiro oficial, onde houver; 
II) o administrativo, instituído para a venda de mercadorias apreendidas 
 
Sendo o leilão um ato negocial instantâneo, não se presta às alienações que dependam 
de contrato formal. No leilão o bem é apregoado, os lances são verbais, a venda é feita à 
vista ou a curto prazo e a entrega se processa de imediato. 
 
No leilão não se torna necessária qualquer habilitação prévia do licitante. O essencial é 
que os bens a serem leiloados sejam previamente avaliados e postos à disposição dos 
interessados para exame e que o leilão seja procedido de ampla publicidade, mediante 
edital, a ser publicado com 15 dias de antecedência. 
 
O Programa Nacional de Desestatização, aprovado inicialmente pela Lei 8.031/90 e reformulado 
pela Lei 9.491/97, passou a admitir o leilão como forma de licitação em várias modalidades 
operacionais de privatização. Os leilões ocorridos dentro do referido Programa têm sido realizados 
nas Bolsas de Valores, com habilitação prévia dos interessados e garantia da proposta. 
 
 
3.6. Pregão 
O pregão é cabível para aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor 
estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de 
propostas e lances em sessão pública. São considerados bens e serviços comuns, pelo 
artigo 1º, § 1º, da Lei nº 10.520/2002, “aqueles cujos padrões de desempenho e 
qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de 
especificações usuais no mercado”. Também é possível o pregão quando as compras 
e serviços comuns forem efetuados pelo sistema de registro de preços (art.11 da Lei nº 
10.520/2002). 
 
O § 1º do artigo 22 da Lei nº 10.520/2002 permite que o pregão seja realizado por meio da 
utilização de recursos de tecnologia de informação, nos termos de regulamentação 
específica. Essa regulamentação foi feita pelo Decreto nº 3.697/2000. 
 
A Medida Provisória nº 2.182/2001 havia instituído o pregão apenas para a União. Essa 
restrição estava sendo considerada inconstitucional pela quase totalidade da doutrina que 
tratou do assunto tendo em vista que, em se tratando de norma geral, tinha que ter 
aplicação para todos os entes federativos. 
 
A questão ficou superada quando a medida provisória converteu-se na Lei nº 
10.520/2002, que não mais restringiu à União o âmbito da nova modalidade de licitação. 
Conforme artigo 1º, parágrafo único, do Decreto nº 3.555/00, o pregão aplica-se aos 
fundos especiais, às autarquias, às fundações, às empresas públicas, às sociedades de 
economia mista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União. 
 25
A fase externa do pregão inicia-se com a convocação dos interessados, por meio de aviso 
na imprensa oficial e, facultativamente, por meios eletrônicos, publicado com no mínimo 8 
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dias úteis de antecedência. 
 
A seleção da melhor proposta é feita pelo critério do menor preço, considerando-se as 
propostas escritas e os lances verbais. Entregues as propostas, procede-se à sua 
imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos 
estabelecidos no instrumento convocatório. Aquelas que não preencherem essa condição 
são automaticamente desclassificadas. Em seguida o pregoeiro classifica as demais 
propostas em ordem crescente do preço ofertado. No curso da sessão o autor da oferta 
de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% superiores àquela poderão fazer 
novos lances verbais.26
 
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4. FASES DA LICITAÇÃO 
 
A licitação possui uma fase interna e uma externa. A interna é destinada a firmar a 
intenção da entidade licitante e a obter certas informações necessárias à consolidação da 
licitação. A externa é a fase da licitação propriamente dita, destinada a selecionar a 
melhor proposta à celebração do ato ou contrato desejado pela Administração. 
 
Na fase interna determina-se o objeto da licitação, estabelecem-se as suas condições, 
estima-se a eventual despesa e decide-se pela modalidade adequada, verifica-se a 
existência de recursos orçamentários e obtém-se a autorização de abertura e a aprovação 
do instrumento convocatório. 
 
A fase externa, especialmente na concorrência, é dividida em: 
 
• a) abertura, 
• b) habilitação, 
• c) classificação, 
• d) julgamento. 
 
Observe-se que uma ou outra dessas fases não existe em todas as modalidades. No 
convite e no leilão não há a fase de habilitação e, se exigida no leilão, é muito simples. 
Ademais, nem sempre acontecem nessa ordem, pois na tomada de preços a habilitação é 
prévia. 
 
 
 4.1. Fase da abertura 
Efetiva-se com o conhecimento público do instrumento convocatório: carta-convite 
(convite) ou edital (concorrência, tomada de preços, leilão e concurso). O edital é o 
instrumento através do qual a pessoa licitante noticia abertura da licitação em uma das 
modalidades, fixa as condições de sua realização e do contrato e convoca os 
interessados para a apresentação das propostas para o negócio de seu interesse. 
 
Formalmente, o edital é composto por preâmbulo, texto e fecho. O preâmbulo deve 
conter: as disposições relativas à apresentação da licitação e do órgão ou entidade que a 
promove, número de ordem em série anual, modalidade, regime de execução, legislação, 
dia, hora e local para o recebimento da documentação e propostas, bem como a data, a 
hora e o local da sessão pública de abertura dos envelopes. 
 
No texto do edital devem constar (art. 40): 
 
• as condições relacionadas à apresentação das propostas e à participação dos 
licitantes; 
• os critérios de julgamento das propostas; 
• a descrição resumida, mas precisa, do objeto da licitação; 
• o prazo de execução; 
• as garantias; 
• os recursos admissíveis; 
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• os critérios de desempate; 
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• o prazo e condições para assinatura do contrato; 
• as sanções para o caso de inadimplência; 
• as condições de pagamento; 
• as condições de recebimento do objeto da licitação; 
• os critérios de reajustamento. 
 
O fecho deve conter disposições quanto à divulgação, a data e a assinatura da autoridade 
competente. 
 
As cláusulas ou disposições do edital e da carta-convite não podem comprometer o 
caráter competitivo da licitação, nem estabelecer preferências ou distinções em razão da 
naturalidade, da sede ou do domicílio dos proponentes. Havendo vício, qualquer cidadão 
poderá impugnar o edital (art. 41, § 1º), desde que o faça até cinco dias úteis antes da 
data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação. Esse direito também pode ser 
exercido pelo licitante até o segundo dia que antecede a abertura dos envelopes de 
habilitação, sob pena de decadência. Não cabendo mais a impugnação administrativa, 
resta a judicial (mandado de segurança ou ação ordinária de anulação do ato jurídico). 
 
A minuta do edital deve ser examinada e aprovada por assessoria jurídica da 
Administração Pública (art. 38, parágrafo único). O que se publica não é o edital e seus 
anexos, mas tão-só o seu resumo, chamado de aviso. O aviso deve conter informações 
gerais sobre a entidade licitante, a notícia da abertura da licitação e o local em que os 
interessados poderão obter o edital. Se houver interesse, a publicação do edital pode ser 
feita na íntegra. 
 
A fase da abertura encerra-se, em tese, com o decurso do prazo destinado à 
apresentação dos envelopes contendo a documentação (comprovantes e informações 
relativas à habilitação jurídica, à qualificação técnica, à qualificação econômico-financeira 
e à regularidade fiscal) e a proposta. Os prazos para entrega dos envelopes são contados 
a partir da última publicação do edital (art. 21, § 3º). 
 
O § 2º do art. 40 da Lei 8666/93 elenca os anexos do edital: I – projeto básico e/ou 
executivo; II – orçamento; III – minuta do contrato; IV – normas de execução. 
 
 
4.2. Fase da habilitação 
Nessa fase, em local, dia e hora designados no edital, a comissão de licitação, em ato 
público e na presença dos interessados, pede aos presentes que examinem os 
envelopes-propostas recebidos e os rubriquem, pois serão mantidos sob sua guarda e 
responsabilidade para serem oportunamente abertos. Após, inicia-se a abertura dos 
envelopes-documentação, cujos conteúdos são examinados e rubricados pelos membros 
da comissão de licitação e pelos proponentes presentes. 
 
O comportamento da comissão de licitação é vinculado, de modo que é nula a habilitação 
de proponente que não atendeu ao edital, tanto quanto é nula a inabilitação de licitante 
que o observou em todos os seus termos e condições. 
 
 28
Os habilitados tornam-se iguais e têm o direito subjetivo público de ver abertos os 
envelopes contendo as propostas e, conforme o caso, de ver ou não classificadas as 
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propostas apresentadas. Portanto, a habilitação é o ato administrativo vinculado mediante 
o qual a comissão de licitação confirma no procedimento da licitação os licitantes aptos, 
nos termos do edital. Contra o ato de habilitação cabe recurso hierárquico, com efeito 
suspensivo, no prazo de cinco dias úteis, contados da lavratura da ata, para os 
proponentes presentes, e da publicação na imprensa oficial, para os licitantes ausentes 
(art. 109, I, a). 
 
São condições para a habilitação: 
 
a) habilitação jurídica; 
b) qualificação técnica; 
c) qualificação econômico-financeira; 
d) regularidade fiscal; 
e) não empregar menores de 18 anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre, ou 
menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos (art. 7º, 
XXXIII CF). 
 
A documentação para habilitação pode ser substituída pelo Certificado de Registro 
Cadastral - CRC, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em atenção ao 
art. 32, § 3º da Lei 8666/93. 
 
Concluído o procedimento de habilitação, é vedada a inclusão ou exclusão de proponente 
na licitação (preclusão), salvo em razão de motivo superveniente (ex. concordata, 
falência) ou que só venha a ser conhecido pela comissão após o encerramento dessa 
fase (art. 43, § 5º). 
 
Se apenas um proponente atender aos requisitos de habilitação, só ele será confirmado e 
passará para a fase seguinte. Se nenhum satisfizer, encerra-se o procedimento e 
promove-se nova licitação ou, como permitido pelo § 3º do art. 48, pode a Administração, 
ordenar à comissão que fixe o prazo de oito dias úteis ou de três dias úteis, no caso de 
convite, para a apresentação da documentação havida como viciada ou faltante. Se a 
situação se repetir, a licitação se diz fracassada e outra deve ser aberta mediante prévia 
autorização da autoridade competente, a menos que se caracterize situação de dispensa 
de licitação. 
 
Pode ocorrer outra situação: ninguém demonstra interesse. É o que a doutrina chama de 
licitação deserta. Nesse caso, havendo prejuízo, a Administração vale-se da faculdade 
outorgada pelo inciso V do artigo 24 e contrata com quem se interesse, observados os 
termos e as condições da licitação deserta. 
 
Os interessados inabilitados recebem intactos os envelopes da proposta e as cauções 
eventualmente

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