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Universidade Estadual de Londrina Centro de Ciências Exatas Departamento de Física ___________________________________________________________ Determinação da razão carga-massa do elétron e carga de uma gota de óleo Débora Rodrigues Rocha Disciplina: 2FIS022 – Laboratório de Física Moderna Docente: Américo Tsuneo Fujii Londrina, 16 de julho de 2015 INTRODUÇÃO A razão carga-massa do elétron é uma quantidade física amplamente utilizada em eletrodinâmica de partículas carregadas. O primeiro a determiná-la foi Joseph John Thomson em 1897, um físico inglês que anteriormente já havia descoberto que o elétron era uma partícula com massa e carga muito bem definidas. Philipp Lenard, em 1902, também realizou experimentos para a determinação da quantidade (e/m). Anos depois (por volta de 1907) a carga do elétron seria novamente estudada por Robert Andrews Millikan, estadunidense, o qual aperfeiçoaria o experimento realizado por Thomson utilizando-se de uma nova metodologia investigativa. RESUMO Foram utilizadas duas metodologias diferentes para a determinação de (e/m) e uma para encontrar a carga do elétron através de uma gota de óleo em simulações computacionais. A primeira foi proposta pelo físico inglês J. J. Thomson, que determinou a razão (e/m) através do tubo de raios catódicos. A segunda metodologia foi idealizada pelo alemão P. Lenard, que também determinou (e/m), mas utilizando-se da análise de forças (centrípeta e magnética). A terceira foi realizada por R. A. Millikan, com o intuito de determinar mais claramente o valor da carga do elétron que já fora encontrada por Thomson. OBJETIVO Determinar a razão carga massa do elétron (e/m) com os métodos de J. J. Thomson e P. Lenard, e encontrar a carga do elétron com o método de R. A. Millikan utilizando simulações computacionais para coletar os dados e posteriormente analisá-los através de tabelas, gráficos e cálculos. METODOLOGIA J. J. THOMSON Tendo demonstrado a existência do elétron anteriormente, neste experimento J. J. Thomson buscou determinar a quantidade e/m através de um feixe de raios catódicos. Para tanto ele faria uma análise da deflexão que o feixe sofria quando era exposto à ação de um campo magnético ou elétrico externo. A montagem feita por Thomson foi semelhante a que é mostrada na Figura 1:[1: Raios catódicos são feixes de elétrons, produzidos quando uma diferença de potencial elevada é estabelecida entre dois eletrodos localizados no interior de um recipiente fechado contendo gás rarefeito[1].] Figura 1. Tubo de raios catódicos similar ao usado por Thomson na determinação da razão e/m [2]. A extremidade do tubo era revestida com um material fluorescente, de modo que o feixe produzisse um ponto de incandescência no local atingido. Foi colocada uma régua para que Thomson pudesse medir o ângulo de deflexão e realizar os cálculos. Para que houvesse essa deflexão seria necessário “perturbar” o feixe, e assim foram associadas à montagem duas placas paralelas (capacitor) para gerar campo elétrico e bobinas para gerar campo magnético. Quando o feixe passasse através destes campos sofreria uma força e assim seria possível medir o ângulo de deflexão. Alternando a intensidade dos campos seria possível determinar, enfim, qual seria a razão (e/m). Hipótese (I): Figura 2.: Campo elétrico E e campo magnético B através dos quais o feixe de elétrons deve passar e sofrer interações. As forças que atuam no feixe de elétrons são: Considerando a hipótese (I), na qual o feixe não sofre deflexão, temos: Hipótese (II): Nesta hipótese o feixe sofre deflexão, pois interage com o campo elétrico. O tempo t para que um elétron passe pela largura L da placa geradora deste campo é: E a velocidade em y que o mesmo tem é de (a velocidade em x é constante): A força que atua no feixe de elétrons é apenas a força elétrica na direção de y, logo basta igualar a segunda lei de Newton com a força elétrica: Lembrando que para o movimento estudado. 4.2. P. LENARD Na construção de Lenard temos um tubo com um filamento através do qual elétrons são acelerados por uma diferença de potencial V. Devido a isso alguns conseguem “escapar”, entram no campo magnético B gerado por uma bobina de Helmholtz e são desviados num movimento circular de raio r, como mostrado na Figura 3 abaixo: Figura 3.: Trajetória percorrida pelo elétron que sofre a ação do campo magnético. Retirado do simulador do experimento [3]. A força magnética será igual à força centrípeta: Mas então . Logo: Elevando ambos os lados ao quadrado temos: O campo magnético produzido pela bobina de Helmholtz pode ser descrito como: Onde Tesla m /A, e . Podemos reescrever a relação (3) como: ou Com a relação (4) é fácil notar que razão e/m será encontrada através do gráfico B x , onde com b sendo o parâmetro da equação . 4.3. R. A. MILLIKAN Millikan fez várias tentativas e aprimoramentos até chegar ao método que consta neste relatório. Em suma, ele e seu estudante Begeman iniciaram a repetição do experimento desenvolvido por Thomson na determinação da carga do elétron e após três etapas de trabalho na criação de uma metodologia eficiente, chegaram ao da gota de óleo[4]. As outras metodologias consistiram em: (i) simplesmente reproduzir o método de Wilson (estudante de Thomson) da câmara de bolhas com campo elétrico e (ii) gota d’água isolada com alto campo elétrico. A metodologia (i) não funcionou porque era difícil levar em consideração o efeito da evaporação das gotículas de água, o que levava a valores superestimados de gotículas e consequentemente para a carga do elétron. O problema aqui era reduzir o efeito de evaporação. A ideia de Millikan resultou na metodologia (ii), na qual um forte campo elétrico (obtido com uma tensão da ordem de 10kV) imobilizaria a camada superior da nuvem de gotículas ionizadas, e assim seria possível acompanhar o processo de evaporação. Porém, ao ligar o campo elétrico, a água evaporava. Somente após muitas observações foi constatado que ainda restavam minúsculas gotas de água e, sendo assim, a ideia de Millikan não se mostrou completamente frustrada. Todavia, o problema da evaporação ainda existia. Foi então que, aos poucos, nasceu a ideia da gota de óleo. Durante a pulverização do óleo, algumas gotículas ionizam-se por atrito negativa e positivamente. Quando atravessam o capacitor, que é uma fonte de campo elétrico, interagem com o mesmo. Ligando e desligando a bateria, na frequência correta, é possível selecionar alguma gotícula que está negativamente carregada e realizar medidas do tempo que ela leva para atravessar uma distância fixa observada do microscópio. Tudo foi feito primeiro por Fletcher, com equipamento rústico, depois Millikan aperfeiçoou-o e obteve resultados muito satisfatórios para a carga do elétron. O procedimento matemático desta metodologia é visto abaixo, com o auxílio da Figura 4. Figura 4.: O lado esquerdo representa as forças atuantes sobre a gota de óleo em queda livre, enquanto o lado direito da figura mostra as forças quando o campo elétrico é acionado. Fdrag é a força de arrasto. Retirada da seção “Investigation” do simulador utilizado[3]. Na descida a gota de óleo sofre apenas a força gravitacional e a resitência do ar, que na velocidade terminal é igual à força gravitacional, portanto: Onde é a velocidade terminal com a qual a gota cai (fall). Aplicando-se o campo elétrico a gota sofre uma terceira força, . Assim Onde é a velocidade com a qual a gota sobe (rise). Combinando as equações (5) e (6), temos: Para determinar a massa da gotícula assumimos que ela é esférica. Então, pela densidade, temos: Onde r é o raio da gota e é a densidade do óleo. A constante K é definida pela lei de Stokes, onde é a viscosidade do ar: Combinando-se as equações (5), (8) e (9) para encontrar o raio da gota, temos: As constantes são: ; ; e a distância entre as linhas do microscópio é de 0,6 mm = (para calcularas velocidades de subida e descida). 5. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 5.1. J. J. THOMSON Na simulação do experimento de Thomson temos o esquema representado na Figura 5. A princípio a ideia foi aplicar um campo elétrico e um campo magnético, em variadas combinações, a fim de analisar as hipóteses (I) e (II) descritas na metodologia. Para que a hipótese (I) fosse investigada, foi feito o seguinte procedimento para colhimento de dados: ajustou-se a voltage (tensão) em 20V, o feixe de elétrons defletiu para baixo, alterou-se a current (corrente) até que o feixe retornasse a 0º. Repetiu-se a operação até 180V, de 10 em 10V. O mesmo foi feito para valores negativos de voltage, indo de -20 a -180V, só que desta vez o feixe era defletido para cima em função da mudança de sentido do campo elétrico. Na investigação da hipótese (II) foi alterado o valor da tensão de 10 em 10V novamente, variando do 25 ao 185V. Porém, não foi feita a alteração da corrente para que o feixe defletido voltasse ao 0º. Foram colhidos dados com a tensão negativa também, variando do -25 ao -185V. Figura 5.: Esquema de montagem do experimento de Thomson. Retirada da simulação on-line[3] e adaptado com indicações do nome de cada elemento. 5.2. P. LENARD A Figura 6 mostra a montagem experimental utilizada pelo simulador: Figura 6.: Esquema de montagem do experimento de P. Lenard, no qual um elétron acelerado por uma diferença de potencial V no “filament” é desviado num movimento circular de raio r através do campo magnético B gerado pela bobina (“coils”). Retirada da seção “Lesson” no simulador utilizado [3]. Primeiro foi selecionada a voltage em 20V, ajustou-se a current para que o feixe atingisse cada um dos cinco pontos verdes dentro do tubo e foram coletados os dados. O procedimento foi repetido para os valores de tensão: 20V, 25V, 30V, 35V e 40V. 5.3. R. A. MILLIKAN Ao abrir o simulador do experimento de Millikan, temos a seguinte imagem retratada na Figura 7: Figura 7.: Montagem experimental da simulação para determinação carga/massa do elétron segundo Millikan . Retirada da própria simulação [3] e adaptado com o nome de cada elemento. Clicando em Reticle View foi aberta uma nova janela de visualização no “modo microscópio”, na qual a coleta de dados foi feita. Figura 8.: Visão do microscópio no simulador [3]. Os números em vermelho abaixo do grande círculo é o timer. Em options a plate voltage foi ajustada para 500V. Acionou-se o botão inject para que as gotículas de óleo fossem pulverizas e foi verificado se subiam e desciam com aproximadamente a mesma velocidade. Para o início do experimento bastou clicar em inject novamente, assim as gotículas de óleo foram pulverizadas. Com o cursor do mouse foi selecionada uma gotícula em movimento (que mudou de cor para laranja), a qual serviu para a coleta de dados. Toda vez que a gotícula ultrapassasse uma das linhas deveria ser ativado e desativado o botão timer, assim seria coletado o tempo de subida e descida da mesma. Para facilitar o procedimento, substituiu-se o mouse pelo teclado, da seguinte forma: inject tecla i; timer tecla m; voltage tecla v. A tomada de dados foi feita na seguinte ordem: a gotícula escolhida sai do pulverizador e desce pela força gravitacional , ao ultrapassar a primeira linha (a de cima) o timer é ativado, ao ultrapassar a segunda linha o timer é desativado, espera-se até que ela tome certa distância da linha, aciona-se o botão voltage e a gotícula volta a subir pela força elétrica , assim que ultrapassa a linha de baixo novamente o timer é acionado e quando cruza a linha de cima o timer é desativado. Espera-se que a gotícula tome certa distância e então a voltage é desativada. A gotícula volta a cair pela força gravitacional. O processo foi repetido a fim de que se coletassem 10 tempos de subida e descida () para posteriormente serem calculadas as velocidades, tendo em mente que a distância entre as linhas era conhecida. ANÁLISE DE DADOS J. J. THOMSON Os dados colhidos estão organizados nas tabelas Tabela 1, 2, 3 e 4. As mesmas foram geradas a partir dos simuladores e manipuladas através do Excel: Trial I (mA) V (V) |B| (mT) |E| (kV/m) Θ (degrees) | B | (T) | E | (V/m) 1 -5,40 20 4,90E-02 1,33E+00 0,0 4,90E-05 1,33E+03 2 -8,10 30 7,30E-02 2,00E+00 0,0 7,30E-05 2,00E+03 3 -11,20 40 1,01E-01 2,67E+00 0,0 1,01E-04 2,67E+03 4 -14,00 50 1,26E-01 3,33E+00 0,0 1,26E-04 3,33E+03 5 -17,00 60 1,53E-01 4,00E+00 0,1 1,53E-04 4,00E+03 6 -20,20 70 1,82E-01 4,67E+00 0,2 1,82E-04 4,67E+03 7 -22,20 80 2,00E-01 5,33E+00 0,0 2,00E-04 5,33E+03 8 -25,40 90 2,28E-01 6,00E+00 0,1 2,28E-04 6,00E+03 9 -27,40 100 2,46E-01 6,67E+00 0,0 2,46E-04 6,67E+03 10 -30,40 110 2,73E-01 7,33E+00 0,0 2,73E-04 7,33E+03 11 -33,60 120 3,02E-01 8,00E+00 0,1 3,02E-04 8,00E+03 12 -36,60 130 3,29E-01 8,67E+00 0,1 3,29E-04 8,67E+03 13 -37,60 140 3,38E-01 9,33E+00 0,0 3,38E-04 9,33E+03 14 -40,80 150 3,67E-01 1,00E+01 0,2 3,67E-04 1,00E+04 15 -44,80 160 4,03E-01 1,07E+01 0,3 4,03E-04 1,07E+04 16 -47,00 170 4,23E-01 1,13E+01 0,1 4,23E-04 1,13E+04 17 -50,00 180 4,50E-01 1,20E+01 0,1 4,50E-04 1,20E+04 Tabela 1.: Dados referentes à variação de tensão 20V a 180V e retorno do feixe ao 0º. As duas últimas colunas referem-se à conversão dos campos B e E para as unidades do SI. Trial I (mA) V (V) | B | (mT) | E | (kV/m) Θ (degrees) B (T) E (V/m) 1 5,20 -20 4,70E-02 1,33E+00 0,0 4,70E-05 1,33E+03 2 8,20 -30 7,40E-02 2,00E+00 0,0 7,40E-05 2,00E+03 3 11,40 -40 1,03E-01 2,67E+00 0,1 1,03E-04 2,67E+03 4 13,40 -50 1,20E-01 3,33E+00 0,1 1,20E-04 3,33E+03 5 16,40 -60 1,47E-01 4,00E+00 0,0 1,47E-04 4,00E+03 7 19,60 -70 1,76E-01 4,67E+00 0,1 1,76E-04 4,67E+03 8 21,60 -80 1,94E-01 5,33E+00 0,1 1,94E-04 5,33E+03 9 24,80 -90 2,23E-01 6,00E+00 0,0 2,23E-04 6,00E+03 10 27,80 -100 2,50E-01 6,67E+00 0,1 2,50E-04 6,67E+03 11 29,80 -110 2,68E-01 7,33E+00 0,0 2,68E-04 7,33E+03 12 33,00 -120 2,97E-01 8,00E+00 0,0 2,97E-04 8,00E+03 13 36,00 -130 3,24E-01 8,67E+00 0,0 3,24E-04 8,67E+03 16 39,20 -140 3,52E-01 9,33E+00 0,2 3,52E-04 9,33E+03 17 41,20 -150 3,70E-01 1,00E+01 0,0 3,70E-04 1,00E+04 18 44,40 -160 3,99E-01 1,07E+01 0,2 3,99E-04 1,07E+04 19 46,40 -170 4,17E-01 1,13E+01 0,1 4,17E-04 1,13E+04 20 49,40 -180 4,44E-01 1,20E+01 0,1 4,44E-04 1,20E+04 Tabela 2.: Dados referentes à variação de tensão -20V a -180V e retorno do feixe ao 0º. As duas últimas colunas referem-se à conversão dos campos B e E para as unidades do SI. Trial I (mA) V (V) | B | (mT) | E | (kV/m) Θ (degrees) | E | (V/m) tg Θ (rad) 1 0,0 25 0,0 1,67E+00 1,2 1,67E+03 2,09E-02 2 0,0 35 0,0 2,33E+00 1,7 2,33E+03 2,97E-02 3 0,0 45 0,0 3,00E+00 2,3 3,00E+03 4,02E-02 4 0,0 55 0,0 3,67E+00 2,8 3,67E+03 4,89E-02 5 0,0 65 0,0 4,33E+00 3,3 4,33E+03 5,77E-02 6 0,0 75 0,0 5,00E+00 3,7 5,00E+03 6,47E-02 7 0,0 85 0,0 5,67E+00 4,2 5,67E+03 7,34E-02 8 0,0 95 0,0 6,33E+00 4,6 6,33E+03 8,05E-02 9 0,0 105 0,0 7,00E+00 5,3 7,00E+03 9,28E-02 10 0,0 115 0,0 7,67E+00 5,7 7,67E+03 9,98E-02 11 0,0 125 0,0 8,33E+00 6,1 8,33E+03 1,07E-01 12 0,0 135 0,0 9,00E+00 6,6 9,00E+03 1,16E-01 13 0,0 145 0,0 9,67E+00 7,2 9,67E+03 1,26E-01 14 0,0 155 0,0 1,03E+01 7,7 1,03E+041,35E-01 15 0,0 165 0,0 1,10E+01 8,1 1,10E+04 1,42E-01 16 0,0 175 0,0 1,17E+01 8,6 1,17E+04 1,51E-01 17 0,0 185 0,0 1,23E+01 9,1 1,23E+04 1,60E-01 Tabela 3.: Dados referentes à variação de tensão 25V a 185V sem retorno do feixe ao 0º. As últimas colunas referem-se à conversão do campo E para a unidade do SI e à tangente do ângulo em radianos. Trial I (mA) V (V) | B | (mT) | E | (kV/m) Θ (degrees) | E | (V/m) tg Θ (rad) 1 0,0 -25 0,0 1,67E+00 1,2 1,67E+03 2,09E-02 2 0,0 -35 0,0 2,33E+00 1,8 2,33E+03 3,14E-02 3 0,0 -45 0,0 3,00E+00 2,2 3,00E+03 3,84E-02 4 0,0 -55 0,0 3,67E+00 2,7 3,67E+03 4,72E-02 5 0,0 -65 0,0 4,33E+00 3,2 4,33E+03 5,59E-02 6 0,0 -75 0,0 5,00E+00 3,8 5,00E+03 6,64E-02 7 0,0 -85 0,0 5,67E+00 4,2 5,67E+03 7,34E-02 8 0,0 -95 0,0 6,33E+00 4,7 6,33E+03 8,22E-02 9 0,0 -105 0,0 7,00E+00 5,2 7,00E+03 9,10E-02 10 0,0 -115 0,0 7,67E+00 5,8 7,67E+03 1,02E-01 11 0,0 -125 0,0 8,33E+00 6,1 8,33E+03 1,07E-01 12 0,0 -135 0,0 9,00E+00 6,7 9,00E+03 1,17E-01 13 0,0 -145 0,0 9,67E+00 7,3 9,67E+03 1,28E-01 14 0,0 -155 0,0 1,03E+01 7,6 1,03E+04 1,33E-01 15 0,0 -165 0,0 1,10E+01 8,0 1,10E+04 1,41E-01 16 0,0 -175 0,0 1,17E+01 8,5 1,17E+04 1,49E-01 17 0,0 -185 0,0 1,23E+01 9,1 1,23E+04 1,60E-01 Tabela 4.: Dados referentes à variação de tensão -25V a -185V sem retorno do feixe ao 0º. As últimas colunas referem-se à conversão do campo E para a unidade do SI e à tangente do ângulo em radianos. O primeiro procedimento tomado foi o que condiz à hipótese (I) citada na metodologia. Os dados da Tabela 1 e da Tabela 2 foram plotados nos gráficos Gráfico 1 e 2, respectivamente. O parâmetro b de cada curva é a velocidade do elétron no feixe, de acordo com a equação (1). Gráfico 1.: B x E com os dados da Tabela 1. A velocidade encontrada (parâmetro b da equação ) foi . Gráfico 2.: B x E com os dados da Tabela 2. A velocidade encontrada também foi , o que mostra a independência da velocidade com o sentido da deflexão – o que importa é a variação da tensão e não o seu sentido. Para a hipótese (II) deve-se utilizar a equação (2), de modo que o parâmetro do gráfico forneça o valor de q/m. Então: Onde é a velocidade encontrada na hipótese (I) e L é o comprimento das placas geradoras de campo magnético, dado no simulador L = 5,5 cm. A partir da Tabela 3 e Tabela 4 foram feitos os gráficos 3 e 4, respectivamente. Gráfico 3.: E x tanθ com os dados da Tabela 3. Logo: Gráfico 4.: E x tanθ com os dados da Tabela 4. Realizando os mesmos cálculos acima, chega-se em: P. LENARD Foram colhidos os seguintes dados: Índice Tensão (V) Corrente (A) Raio (m) B (T) sqrt(2V)/r e/m (C/kg) 1 20,0 1,35 5,69E-02 6,24E-04 2,61E+02 1,76E+11 2 20,0 1,50 5,14E-02 5,20E-04 2,18E+02 1,76E+11 3 20,0 1,72 4,46E-02 4,47E-04 1,88E+02 1,76E+11 4 20,0 1,98 3,89E-02 3,92E-04 1,64E+02 1,75E+11 5 20,0 2,39 3,21E-02 3,49E-04 1,46E+02 1,75E+11 6 25,1 1,49 5,77E-02 6,69E-04 2,80E+02 1,75E+11 7 25,1 1,68 5,11E-02 5,55E-04 2,33E+02 1,76E+11 8 25,1 1,93 4,47E-02 4,81E-04 2,01E+02 1,75E+11 9 25,1 1,94 4,45E-02 4,18E-04 1,75E+02 1,75E+11 10 25,1 2,69 3,20E-02 3,75E-04 1,57E+02 1,76E+11 11 30,0 1,65 5,71E-02 2,65E-04 1,11E+02 1,76E+11 12 30,0 1,83 5,15E-02 2,94E-04 1,23E+02 1,75E+11 13 30,0 2,12 4,45E-02 3,37E-04 1,42E+02 1,77E+11 14 30,0 2,43 3,88E-02 3,88E-04 1,63E+02 1,75E+11 15 30,0 2,93 3,21E-02 4,69E-04 1,97E+02 1,77E+11 16 35,0 3,18 3,20E-02 2,92E-04 1,23E+02 1,76E+11 17 35,0 2,65 3,84E-02 3,30E-04 1,39E+02 1,77E+11 18 35,0 2,28 4,46E-02 3,79E-04 1,59E+02 1,75E+11 19 35,0 2,00 5,10E-02 3,81E-04 1,59E+02 1,75E+11 20 35,0 1,78 5,73E-02 5,28E-04 2,21E+02 1,76E+11 21 40,1 3,41 3,20E-02 3,24E-04 1,36E+02 1,76E+11 22 40,1 2,83 3,84E-02 3,59E-04 1,50E+02 1,76E+11 23 40,1 2,45 4,45E-02 4,16E-04 1,74E+02 1,75E+11 24 40,1 2,13 5,12E-02 4,77E-04 2,00E+02 1,75E+11 25 40,1 1,91 5,70E-02 5,75E-04 2,41E+02 1,76E+11 Tabela 5.: Dados referentes à variação de tensão 20V a 40V, obtendo-se os respectivos valores de corrente para os cinco pontos verdes indicados no simulador (Figura 3). As 5ª coluna da Tabela 5 foi feita no Excel, utilizando a equação da bobina de Helmholtz para encontrar o campo magnético (). O mesmo foi feito para o valor de na 6ª coluna. A sétima coluna contém o resultado encontrado após a análise gráfica. Gráfico 5.: B x com os dados da Tabela 5. Analisando o parâmetro b, ainda com a equação (4) em mente, temos que: Os valores de e/m encontram-se já calculados na Tabela 5. R. A. MILLIKAN Os dados colhidos no simulador foram o tempo de subida (rise) e descida (fall) da gotícula de óleo. Para calcular a carga primeiro foi preciso determinar as velocidades rise e fall, depois o raio da gotícula e sua massa. A Tabela 6 mostra os dados e suas manipulações no Excel: t rise (s) t fall (s) v rise (m/s) v fall (m/s) r (m) m (kg) carga q (C) 3,98E+00 2,14E+00 1,51E-04 2,80E-04 3,58E-06 1,70E-13 2,20E-18 3,96E+00 2,10E+00 1,52E-04 2,86E-04 3,61E-06 1,75E-13 2,25E-18 3,98E+00 2,48E+00 1,51E-04 2,42E-04 3,32E-06 1,36E-13 1,86E-18 4,50E+00 2,30E+00 1,33E-04 2,61E-04 3,45E-06 1,52E-13 1,94E-18 4,58E+00 2,38E+00 1,31E-04 2,52E-04 3,39E-06 1,45E-13 1,85E-18 4,44E+00 2,14E+00 1,35E-04 2,80E-04 3,58E-06 1,70E-13 2,12E-18 3,76E+00 2,10E+00 1,60E-04 2,86E-04 3,61E-06 1,75E-13 2,29E-18 3,94E+00 2,14E+00 1,52E-04 2,80E-04 3,58E-06 1,70E-13 2,20E-18 3,90E+00 2,08E+00 1,54E-04 2,88E-04 3,63E-06 1,77E-13 2,29E-18 3,90E+00 2,24E+00 1,54E-04 2,68E-04 3,50E-06 1,59E-13 2,10E-18 3,72E+00 2,24E+00 1,61E-04 2,68E-04 3,50E-06 1,59E-13 2,14E-18 Tabela 6.: Dados obtidos pelo simulador para trise e tfall. As demais colunas foram calculadas a partir da equações mostradas na metodologia. Os valores afixados pelo simulador foram: Mass: 1,504E-14 kg Radius: 1,595E-6 m Avg Rise Vel.: 1,478E-4 m/s Avg Fall Vel.: 2,712E-4 m/s Charge: 2,736E-18 C Tabela 7.: Dados afixados pelo simulador (médias). CONCLUSÃO Através da metodologia de Thomson a relação carga-massa do elétron encontrada () chegou bem próxima ao resultado teórico . O erro foi de 1,15%. Já com o método de Lenard chegou-se em , com um erro de 1,73%. A carga da gota de óleo encontrada no experimento de Millikan deve ser comparada a um histograma de valores que representam a quantização de carga em relação à massa da gotícula[5]. Como foi feita apenas uma medida, não foi possível declarar a carga do elétron. A carga q encontrada () sugere apenas um múltiplo do valor da carga elementar. Os simuladores são uma ferramenta interessante para a realização de tais experimentos, pois possuem uma tecnologia que permite fácil manipulação. Consequentemente eles podem ser repetidos a fim de que o erro seja diminuído ou até mesmo para que haja uma maior compreensão do assunto estudado. REFERÊNCIAS [1] HEWITT, Paul G. Física Conceitual. 9 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. p. 201-202. [2] Exploration of Cathode Ray Tubes and Thomson’s Work. Figure 1. Artist’s rendering.<http://www.kcvs.ca/site/projects/physics_files/thompson/resources/exploration.html> [3] “Thomson's e/m experiment”, “Charge/mass”,e “The Millikan Oil Drop Experiment”. The King’s Centre for Visualization in Science.<http://www.kcvs.ca/site/ projects/physics. html> [4] SANTOS, C. A. A Controvertida Participação de Fletcher no Planejamento do Experimento de Millikan. Instituto de Física – UFRGS. < http://www.if.ufrgs.br/tex/ fis142/expmillikan/expmillikan.html> [5] PADILHA, A. C. M., MARQUES, F., STEINKIRCH, M. D. T. V. e TUBERO, M. A. Determinação da Carga Elementar: Experiência de Millikan. Instituto de Física da Universidade de São Paulo. 02 de outubro de 2006.
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