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Opioides: Potência e Riscos

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Opioide, fármaco topo da escada de controle da dor
Você sabia que a morfina, um dos derivados do ópio, é uma das drogas naturais mais eficazes no alívio da dor severa e contínua? E que desde sua descoberta serve como o padrão-ouro ao qual novos analgésicos são avaliados? Por outro lado, deve ser utilizada somente por prescrição médica, pois, além de ser uma substância controlada, cada pessoa tem uma resposta diferente a este fármaco, portanto, a dosagem pode ser diferente de acordo com a pessoa, seu histórico médico e perfil psicológico. Estas são amplas razões para não dividir alguns comprimidinhos da sua receita com ninguém!
Como agem os opioides
Funcionam mediante sua ligação com os receptores de opiáceos, que são altamente concentrados nas áreas do cérebro que controlam a dor e as emoções. Quando opiáceos se ligam a estes receptores, podem aumentar os níveis de dopamina nas áreas de recompensa do cérebro, produzindo um estado de euforia e relaxamento e analgesia. Já deve ter surgido a pergunta, mas, como assim? receptor de opioide? Sim, nós temos opioides endógenos (produzido por nosso corpo) e opioides exógenos (produzidos fora do nosso corpo). Pensem nas ramificações dos opioides endógenos. Nosso corpo é uma maravilha. Mas, voltando aos opioides exógenos, quando nosso corpo não dá mais conta de produzir sua própria analgesia, precisamos de uma outra fonte para aliviar a dor. Vamos conhecer um pouco sobre cada um dos opioides mais utilizadas no controle de dor hoje. Morfina – o ingrediente principal do ópio, foi extraído da resina do ópio em 1803. Morfina é dez vezes mais poderosa que o ópio processado, em termos de quantidade. Celebrado como uma droga milagrosa, foi largamente prescrito por médicos na metade dos anos 1800s e hoje é utilizada no tratamento de dor aguda severa, por exemplo, na dor do câncer ou na dor visceral. E, aqui vai uma curiosidade: a heroína, hoje considerada uma droga ilícita, foi sintetizado da morfina em 1874 pela primeira vez pela companhia Bayer da Alemanha, a empresa introduziu heroína para uso médico em 1898. Durante anos, médicos não tinham noção do seu potencial de gerar dependência, mas, até 1903, o abuso de heroína havia atingido níveis alarmantes nos Estados Unidos. Uma lei federal a declarou ilegal em 1924.
Codeína – Outro componente do ópio, costuma ser prescrita por médicos para o alívio da dor moderada e por supressão da tosse. Tem menos potência analgésica que a morfina e geralmente é ingerido oralmente. Como anti-tussígeno (remédio de tosse), é encontrado em muitas preparações líquidas. 
Oxicodona – É sintetizado de tebaína, um terceiro componente do ópio. Similar à morfina, é prescrita por médicos no controle de dor. Oxicodona é de administração oral.
Uso Controlado
Ópio (e a maioria de seus derivados, exceto a heroína, que é Nível I), é listado como substância controlada de Nível II porque, além dos seus benefícios médicos, tem potencial para adicção. Ocorre que vários derivados do ópio fabricados em combinação com outras substâncias médicas (como Tylenol com Codeína) podem ser categorizados como Nível III, IV, ou V pelas leis das Substâncias Controladas. Tem opiáceos analgésicos sintéticos, a exemplo do Fentanil, que são usados para tratar dor severa ou para controlar dor pós-cirúrgica, e às vezes para tratar pacientes com dor cônica que criaram resistência a opioides. Este medicamento é controlada e de Nível II.
Efeitos Colaterais dos Opioides
A grande desvantagem do uso de opioides é o potencial risco de abuso e dependência. Seus efeitos incluem sonolência, fala arrastada, confusão mental, perda de memória, constrição da pupila, vasodilatação causando pressão aumentada no cérebro, constipação, náusea, vômito, perda de peso, fadiga, alucinações, disfunção sexual, convulsões, e depressão respiratória. No caso dos opioides injetáveis, os efeitos de usar agulhas não-esterilizadas e adulterantes misturados aos opioides incluem abscessos de pele, pulmão e cérebro, endocardite (inflamação do revestimento do coração), veias rompidas e infeccionadas, e doenças como hepatite e HIV. Como podem ver, mesmo que os opioides sejam os analgésicos mais potentes e não devemos temer fazer uso deles com prudência, é essencial o acompanhamento médico depois de prescritos. Começa a ficar mais segura a sua prescrição nos casos em que seu uso é necessário devido a uma nova luz em relação à prescrição de medicamentos. Hoje no Brasil, já dispomos de testes em que estudos genéticos são realizados na saliva do paciente, permitindo ao médico prescrever medicamentos baseado na resposta genética individual. Isto possibilita sabermos quais antidepressivos ou opioides terão maior probabilidade de eficácia e menores efeitos colaterais.

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