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PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

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FACULDADE DAS ATIVIDAES EMPRESARIAIS DE TERESINA – FAETE
CURSO – DIREITO
DISCIPLINA – DIREITO PENAL II
PROFESSORA - Ana Karina de Sousa Campelo
HISTÓRIA DA PENA
Considerações introdutórias – Perde-se no tempo a origem das penas, estas se confundem com a origem da humanidade. Supõe-se que tenham tido originariamente caráter sacral, divino.
Ex: Adão e Eva
Acontecimentos que fugiam do cotidiano (chuva, trovão, raio, terremoto, erupção, disseminação da peste) – eram considerados castigos ou prêmios. 
TEORIAS DA PENA 
Com relação à evolução e função das penas. São adotadas as seguintes teorias:
1. Absolutas ou retribucionista.
2. Relativas ou utilitária. 
3. Unificadoras ou ecléticas.
4. Teoria da defesa social.
TEORIAS ABSOLUTAS OU RETRIBUTIVAS
- uma retribuição jurídica, pois ao mal do crime impõe-se o mal da pena, do qual resulta a igualdade, e só essa trás a justiça; 
- a pena era tida como puramente retributiva, não havendo qualquer preocupação com o delinquente;
- a pena é um castigo com o qual se expiava o “pecado” cometido;
- o castigo compensa o mal e da à reparação moral;
Expoentes:
1. Kant: a fundamentação da pena é de ordem ética (moral). O homem não pode ser considerado instrumento de nada, já que é fim em si mesmo. O direito de castigar, com base em razões de utilidade social não seria eticamente permitido.
“Em síntese, Kant considera que o réu deve ser castigado pela única razão de haver delinquido, sem nenhuma consideração sobre a utilidade da pena para ele ou para os demais integrantes da sociedade. Com esse argumento, Kant nega toda e qualquer função preventiva – especial ou geral – da pena. A aplicação da pena decorre da simples infringência da lei penal, isto é, da simples prática do delito.” Bitencourt.
2. Hegel: a fundamentação da pena é de ordem jurídica. 
“Somente através da aplicação da pena trata-se o delinqüente como um ser racional e livre. Só assim ele será honrado dando-lhe não apenas algo justo em si, mas lhe dando o seu direito: contrariamente ao inadmissível modo de proceder dos que defendem princípios preventivos, segundo os quais se ameaça o homem como quando se mostra um pau a um cachorro, e o homem, por sua honra e liberdade, não deve ser tratado como um cachorro.”
TEORIAS RELATIVAS OU PREVENTIVAS
- o fim da pena é o da prevenção geral e particular (a pena é a intimidação para todos, ao ser cominada abstratamente e para o criminoso no caso concreto);
- a pena não visa retribuir o delito, mas prevenir sua prática. 
1. Prevenção geral: Beccaria, Feuerbach.
É a “teoria da coação psicológica”, de Feuerbach, acreditando-se que tal prevenção pudesse dar solução à criminalidade. Baseava-se no Direito Natural, substituindo-se o poder físico (os castigos do absolutismo), pelo poder sobre o psíquico.
Essa teoria não demonstrou os efeitos esperados, em decorrência de alguns problemas:
Deixou de contar com a psicologia do delinqüente, que tem confiança em não ser descoberto no crime;
O conhecimento da norma jurídica por seu destinatário não é tarefa fácil;
O destinatário pode até conhecer a norma, mas não se garante que, ainda assim, ele vá a ficar motivado por ela.
2. Prevenção especial: Von Liszt
É a ideia:
 De ressocialização do delinquente (ideia principal);
 Intimidação daqueles que não precisam se ressocializar;
 Neutralizar os incorrigíveis.
O delinquente é um perigo social, portanto, o delito não é apenas a violação da ordem jurídica. Esse pensamento marca a passagem de um Estado guardião para um Estado intervencionista. 
TEORIA MISTA OU UNIFICADORA
- a fusão das duas correntes;
- a retribuição, a prevenção geral e a prevenção especial seriam diferentes ângulos de um mesmo fenômeno: a pena. 
TEORIA DA DEFESA SOCIAL
- ao aplicar a pena a sociedade apenas se defende à medida que a pena proporciona a adaptação do condenado ao meio social.
- pena: exclusivamente como meio de ressocialização do condenado em defesa da sociedade.
- posicionamento mais moderno (defendido por Miguel Reale Junior).
OBS: “em termos práticos, a realidade demonstra que as finalidades adicionais de prevenção à prática de novos delitos e ressocialização do delinquente não são satisfatoriamente cumpridas”. 
EVOLUÇÃO DA PENA DE PRISÃO
A ANTIGUIDADE
- desconheceu a privação de liberdade como sanção penal → existia as penas de morte, as corporais e as infamantes. 
- a prisão era uma “antessala” de suplícios → era apenas o local onde o réu esperava pela sua execução.
- a prisão servia de depósito (contenção e custódia);
♣ Platão já apontava para as funções da prisão como pena e como custódia.
♣ a Grécia e Roma conheciam a prisão como forma de coagir o devedor a pagar sua dívida e como finalidade eminentemente de custódia, para impedir que o culpado pudesse subtrair-se do castigo.
IDADE MÉDIA
- a privação de liberdade continuou a ser vista como custódia;
- lei penal dos tempos medievais tinha como verdadeiro objetivo provocar medo coletivo;
- direito germânico - espetáculo das mutilações, ordálios; 
 
A melhor prova da maldade do indivíduo é o abandono que dele faz Deus ao retirar-lhe a sua ajuda para superar as provas a que é submetido – da água, do fogo, do ferro candente etc. – com o que se faz merecedor automático do castigo, julgamento de Deus cujo resultado se aceita mais ou menos resignadamente (...).
- todavia, nesse período surgem as prisões: ESTADO (inimigos do poder) e ECLESIASTICA ( clérigos rebeldes); ex: torre de Londres, bastilha de Paris.
IDADE MODERNA
- durante os séc. XVI e XVII a pobreza se abate por toda Europa, com isso tem-se o aumento da criminalidade; 
“Os distúrbios religiosos, as longas guerras, as destruidoras expedições militares do século XVII, a devastação do país, a extensão dos núcleos urbanos e a crise das formas feudais de vida e da economia agrícola”.
- surgiram as casas de trabalho ou de correção (destinadas a uma pequena delinquência), fazendo nascer a pena privativa de liberdade moderna.
♣ foi também no séc. XVI que surgiu a terrível pena de prisão de galés (ficavam os presos obrigados a remar, sob açoites, acorrentados, nas galés militares). 
SISTEMAS PENITENCIÁRIOS
- a pena de prisão teve sua origem nos mosteiros da idade média como punição imposta aos monges e clérigos fazendo com que se recolhessem às suas celas para se dedicarem em silêncio, a meditação e se arrependerem da falta cometida;
- essa ideia inspirou a construção da primeira prisão destinada ao recolhimento de criminosos, “House of Correction” em Londres;
- a partir desse momento foram apontados três tipos de sistemas penitenciários: Celular, o de Auburn e o Progressivo.
SISTEMA PENSILVÂNICO OU CELULAR
- originou-se na Filadélfia, utilizava-se o isolamento absoluto, com passeio isolado do sentenciado em um pátio circular, sem trabalhos ou visitas, incentivando-se a leitura da bíblia.
Características:
isolamento em celas individuais;
obrigação estrita do silêncio;
meditação e oração;
adotado na Europa (pela desnecessidade do trabalho prisional produtivo no séc. XVIII).
SISTEMA AUBURNIANO
- matinha-se o isolamento noturno, mas criou-se o trabalho do dos presos, primeiro em suas celas e depois em comum.
trabalho em comum; 
silêncio absoluto;
adotado nos EUA (era mais econômico, e esse Estado necessitava de um sistema prisional produtivo);
constitui a base do sistema progressivo.
SISTEMAS PROGRESSIVOS
- o séc. XIX marca o predomínio da pena privativa de liberdade, em detrimento da pena de morte;
Características:
distribui a condenação em períodos;
aumentam-se os privilégios que o recluso pode alcançar, dependendo de sua boa conduta;
possibilidade do recluso reincorporar-se à sociedade antes do término da condenação;
Subdivide-se em:
1. Sistema progressivo inglês ou mark system (desenvolvidona Austrália, para resolver o problema dos criminosos ingleses, que para aí eram enviados).
é o chamado sistema de “vales” (contabilizava-se o crédito – bom comportamento – e o débito do recluso)
1.ª fase: isolamento celular diurno e noturno
2.ª fase: trabalho em comum sob a regra do silêncio
3.ª fase: liberdade condicional
2. Sistema progressivo irlandês: difere do anterior por inserir entre as 2.ª e 3.ª fases, uma outra:
Período intermediário: um meio de prova da aptidão do apenado para a vida em liberdade. Eram prisões sem muros nem ferrolhos. Viviam os presos como trabalhadores rurais, em acampamento, ao ar livre.
3. Sistema de Montesinos: marcado pelo perfeito equilíbrio entre exercício da autoridade e a orientação pedagógica direcionada para a correção do recluso.
Causas da crise do sistema progressivo:
está sendo substituído por um tratamento de individualização científica;
não é plausível, ainda mais numa prisão, que o apenado esteja disposto a admitir, de forma voluntária, a disciplina penitenciária;
a “boa conduta”, muitas vezes, é apenas aparente; 
os direitos humanos e a dignidade da pessoa estão relativizando a função da pena privativa de liberdade.
O ESTUDO DA PENA
- É espécie de sanção penal
Sanção penal: espécie de resposta estatal consistente na privação ou restrição de um bem jurídico ao autor de um fato punível (fato típico + ilícito + culpável = punível).
Pena – é uma sanção aflitiva imposta pelo Estado através da Ação penal, ao autor de uma infração penal, como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico e cujo fim é evitar novos delitos.
FINALIDADE DA PENA, PARA A:
1. teoria absoluta ou retribucionista
Pune-se alguém pelo simples fato de haver delinqüido. Tem apenas uma finalidade: retribuir com o mal o mal causado. Trouxe para o campo penal o princípio da proporcionalidade.
2. teoria relativa ou preventiva ou utilitarista
A pena passa a ser instrumental porque busca evitar os crimes e a reincidência. 
3. teoria mista ou eclética
♣ junção das duas primeiras.
No Brasil, a pena tem uma tríplice finalidade:
1. retributiva
2. preventiva: prevenção geral e prevenção especial.
3. ressocializadora
A prevenção geral (visa à sociedade) atua antes da prática de qualquer infração penal (Não existe ainda a infração → pena abstratamente cominada). É dada uma dose mínima de remédio preventivo.
 caso haja uma infração
Surge a prevenção especial (visa o delinqüente) e a retribuição. Ocorre no momento da imposição da pena (no momento da sentença condenatória).
→ pressupõe uma infração.
Significa que aquele remédio não foi suficiente; é preciso um remédio preventivo mais forte.
A finalidade ressocializadora só ocorre na execução penal. É também nessa fase em que ocorre a efetivação da retribuição e da prevenção especial.
PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PENA
1. Princípio da Legalidade – não há pena sem prévia cominação legal.
2. Princípio da Anterioridade – a lei penal deve ter vigência antes do fato.
3.Princípio da Personalidade ou da Intransmissibilidade da Pena – a prisão não passa ao sucessor. 
Constituição Federal, art. 5.º:
“XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;”
4. Princípio da Individualização da Pena.
Constituição Federal, art. 5.º, XLVI: a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
Significa que a pena tem que se individualizar:
ao fato e;
ao autor
Zaffanoni afirma que só se obedece a esse princípio se o Estado adota o sistema de penas relativamente indeterminadas.
pena mínima pena máxima
Já o sistema de pena fixa não possibilita a individualização da pena.
5. Princípio da Inderrogabilidade ou da Inevitabilidade da Pena.
Presentes os seus pressupostos, a pena deve ser aplicada e executada → princípio relativo (perdão judicial).
6. Princípio da Humanização das Penas.
“CF, art. 5.º, XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;” 
Estão proibidas no Brasil penas:
cruéis
desumanas
degradantes
♣ recentemente, o STF declarou a inconstitucionalidade do regime integralmente fechado para os crimes hediondos, baseado em dois princípios:
Princípio da Individualização da Pena.
Princípio da Humanização da pena.
TIPOS DE PENA
Art. 5.º, CF: XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.
Pena de morte
Trata-se de proibição relativa. Zaffaroni diz que não se trata de exceção, pois não é pena de morte; é morte. O Estado tolera a morte como inexigibilidade de conduta diversa. Pena não é, pois não possui a finalidade ressocializadora.
Pena de caráter perpétuo
CP, art. 75. “O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos”
♣ há projeto de lei alterando o limite de 30 para 40 anos. 
Pena de trabalhos forçados
LEP Art. 39. Constituem deveres do condenado: 
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; 
Art. 41. Constituem direitos do preso: 
II - atribuição de trabalho e sua remuneração. 
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PENAS QUE O BRASIL ADOTA
PRIVATIVA DE LIBERDADE
RESTRITIVA DE DIREITOS
PENA DE MULTA
reclusão
detenção
prisão simples
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