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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA CAMPUS XANXERE Analise De Silagem de milho destinado á produção animal Determinação de matéria-seca, umidade, cinzas, matéria orgânica, proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido Relatório Semestral de análise de alimentos destinado á produção animal do componente curricular Bromatologia, curso de Zootecnia. Período: 08/03/2016 a 03/05/2016 Alunas: Heloisa Pagnussatt Tainara Basso Orientador: Claiton André Zotti Xanxerê-SC 11/05/2016 INTRODUÇÃO O valor nutritivo das plantas é definido pela sua composição bromatológica e a relação dessa composição com o consumo pelo animal. A principal meta da produção animal é produzir alimento para humanos em quantidade, qualidade e ao menor custo. A análise bromatológica nos fornece a composição química dos alimentos, ou seja, a determinação das frações nutritivas de um alimento. Sendo uma ferramenta importante para o balanceamento correto na dieta dos animais. DESENVOLVIMENTO Primeiramente foi realizada a amostragem que precisa se representativa da média do material a ser analisado e sem presença de contaminantes que possam interferir no resultado final. Do todo retiramos varias amostras parciais colhidas de diferentes pontos (sub amostras em W), reunindo estas amostras parciais formou-se a amostra composta onde foi feita a sua homogeneização e retirada uma amostra média acondicionamos em um saco plástico retirando totalmente o ar, identificada e levada até o laboratório. Determinação de Matéria-seca É a parte do alimento onde se encontra todos os nutrientes, a massa total descontada a umidade. Usada para demonstrar a concentração de nutrientes e, com base nisto, determinar a produtividade desse nutriente. Em laboratório, foram feitas duas repetições da amostra, para obtermos o peso da amostra pesamos o saco de papel vazio e colocamos a amostra neste recipiente, então, pesando o saco de papel com a amostra e subtraindo este peso total (amostra + saco de papel) pelo peso do saco de papel determinamos o peso da amostra antes da secagem. Amostra 1 Amostra 2 Peso (amostra verde + saco de papel) 309,11 313,16 Peso (saco de papel) 12,19 12,15 Peso (amostra antes da secagem) 296,92 301,01 A silagem é um alimento com teor de MS inferior a 85% então é preciso realizar a secagem em estufa de circulação forçada (55 -65 °C) por 72 horas. Logo após a secagem foi pesado o saco com amostra obtendo-se um peso, subtraindo pelo peso do saco vazio, chegando a um peso da amostra após a primeira secagem. Amostra 1 Amostra 2 Peso (amostra + saco de papel após a primeira secagem) 110,38 114,59 Peso (saco de papel) 12,19 12,15 Peso (amostra após a primeira secagem) 98,19 102,44 Com estes valores determinamos a matéria pré-seca a partir da regra de três simples: Amostra 1: 98,19 X 100 / 296,92 = 33,06 % MPS ou primeira MS Amostra 2: 102,44 X 100 / 301,01 = 34,03 % MPS ou primeira MS Após a secagem foi realizado a moagem em moinho Willey (peneira 1mm), para reduzir o tamanho da partícula e gerar o pó fino. Para calcular a segunda matéria-seca, foi retirada a água residual da amostra. Pesamos o cadinho já aquecido á 105°C obteve o valor, foi pesado em balança analítica uma pequena quantidade de amostra pré moída, para saber o peso da amostra novamente descontamos o peso (cadinho+amostra) pelo peso do cadinho e assim temos o peso da amostra antes de ir para estufa. Colocamos na estufa com temperatura de 103°C e 105°C por +/- seis horas ou até peso constante, foi transferido para o dessecador e deixar esfriar por no mínimo 40 minutos, pesou-se em balança analítica e desconta-se pelo peso do cadinho obtendo o peso da amostra após secagem. Amostra 1 Amostra 2 Peso (amostra pre seca + cadinho) 32,361 22,421 Peso (cadinho) 31,767 21,033 Peso (amostra) 0,594 1,388 Amostra 1 Amostra 2 Peso (amostra seca + cadinho) 32,304 22,301 Peso (cadinho) 31,767 21,033 Peso (amostra) 0,537 1,268 Amostra 1: 0,537 X 100 / 0,594 = 90,40% Segunda matéria seca Amostra 2: 1,268 X 100 / 1,388 = 91,35% Segunda matéria seca Então podemos calcular a umidade perdida e a matéria-seca total restante. Amostra 1: 33,06 X 90,40 / 100 = 29,88% Amostra 2: 34,03 X 91,35 / 100 = 31,08% Umidade amostra 1: 100 – 29,88 = 70,12% Umidade Umidade amostra 2: 100 – 31,08 = 68,92% Umidade Determinação da Matéria mineral É o teor total de minerais contidos na silagem. Como é a fração não orgânica, se possuir níveis elevados de MM na silagem ela terá menores níveis de energia. A determinação da matéria mineral nos permite saber apenas uma indicação da quantidade de elementos minerais da amostra, além de substâncias contaminantes como terra, areia, que possivelmente podem ocorrer. A matéria mineral se adquire após a incineração da amostra, utilizou-se os mesmos cadinhos com a amostra de matéria seca feita em determinação precedente. Transferimos os cadinhos para a mufla a uma temperatura de 550°C a 600°C durante 3,5 a 4 horas, posteriormente foi secador em dessecador e pesado em balança analítica. Amostra 1 Amostra 2 Peso (cadinho) 28,090 21,489 Peso (amostra antes da mufla) 0,565 1,338 Peso (cadinho + cinzas) 28,114 21,544 Peso (cinzas) 0,024 0,055 Cadinho 1: 0, 024 X 100 / 0,565 = 4,24% Cinzas ou MM Cadinho 2: 0, 055 X 100 / 1,338 = 4,11% Cinzas ou MM Amostra 1: 100 – 4,24 = 95,76% Matéria orgânica ou MO Amostra 2: 100 – 4,11 = 95,89% Matéria orgânica ou MO Determinação de proteína bruta É determinada medindo o total de nitrogênio (N) e multiplicando-se por 6,25. Proteínas verdadeiras provêm de aminoácidos. Adicionando uréia na silagem aumenta o teor de N, mas não de proteína verdadeira. Os micro-organismos presentes no rúmen têm a capacidade de converter parte desse nitrogênio em proteína microbiana. A determinação de proteína bruta pelo método de Kjeldahl fundamenta-se em três passos: Digestão: ocorre oxidação da matéria orgânica onde o nitrogênio é transformado em acido em amônia e fixado como sulfato de amônio. Adicionamos na amostra o acido sulfúrico e mistura catalítica. Aquecemos em bloco digestor com temperatura inicial de 50°C até atingir 350°C. Ao final da digestão a amostra teve coloração verde. O processo durou aproximadamente quatro horas. Após a digestão o nitrogênio contido esta na forma de sulfato de amônio. Destilação: por reação em meio alcalino e por influencia do calor o sulfato de amônio libera nitrogênio e forma borato de amônio. A destilação foi feita por arraste de vapor, posterior a digestão adicionamos água destilada e colocamos a amostra no destilador. A destilação desprende o nitrogênio presente no sulfato de amônio e otransforma em borato de amônio. Titulação: O borato de amônio formado é equivalente ao teor de nitrogênio. Na realização da titulação usamos o acido clorídrico. Para titulação do branco um utilizou-se 0,03ml e branco dois 0,15ml onde realizando a média temos o valor de 0,09ml para titulação da amostra usou-se ácido clorídrico, assim temos a normalidade do acido = 0,10573986. Amostra 1 (tubo 3) % N = ( 2,40 – 0,09) X 0,014 X 0,10573986 X 100 0,300 % N = 1,139 % N % PB = 1,139 X 6,25 = 7,11% PB 6,25 é o fator de correção Amostra 2 (tubo 4) % N = ( 1,76 – 0,09) X 0,014 X 0,10573986 X 100 0,300 % N = 0,824 % N % PB = 0,824 X 6,25 = 5,15 % PB 6,25 é o fator de correção Determinação de Fibra em detergente neutro (FDN) É o melhor indicativo para saber o teor de fibra e também ter uma estimativa da qualidade da silagem. Uma boa silagem tem teores de FDN entre 38 e 45%. A planta de milho tem teor de FDN próximo de 65%, enquanto que o grão tem FDN próximo de 10%. Assim, quanto maior a participação de grãos menor o teorde FDN e vice e versa. Se o milho é colhido mais tarde o teor de FDN da planta aumenta (fica mais fibrosa), mas, em compensação, a participação de grãos é maior, por isso o teor de FDN na silagem pode variar pouco. Uma das formas de se estimar o consumo de matéria seca (CMS) de alguma forragem (silagem ou pastagem) é através do teor de FDN. A célula vegetal é revestida por uma parede celular rígida composta basicamente por celulose, mas em células adultas esta parede sofre um espessamento que pode formar uma segunda parede composta por lignina e hemicelulose. O método de Van Soest consiste, inicialmente, em separar o conteúdo celular da parede celular. Isto é feito aquecendo-se parte da amostra em solução de detergente neutro. O conteúdo celular solubiliza-se no detergente, enquanto a parede celular não, podendo ser separada por filtragem. As frações resultantes são denominadas de solúveis em detergente neutro, e são compostas por proteína, nitrogênio não protéico (NNP), lipídeos, pigmentos, açúcares, ácidos orgânicos e pectina, e FDN (constituída basicamente por celulose), N ligado à fibra, hemicelulose e lignina. O FDN simula o rúmen do animal, a solução é em detergente neutro pH 7,0 (sulfito Láurico de sódio e EDTA), recupera celulose, hemicelulose e lignina + contaminação por proteína, pectina, minerais e amido que ficam retidos no cadinho filtrante o que passa é conteúdo celular e lamela média. O detergente neutro solubiliza o conteúdo celular e a pectina. Após adicionarmos o detergente neutro na amostra o aquecemos à 120°C por 1 hora, amostras com alto teor de amido, adiciona-se alfa-amilase, por volta de 1 ml. Após o aquecimento, foi filtrada a amostra em um cadinho filtrante. Aquecemos o cadinho duas horas antes em uma temperatura de 105°C, após isso o pesamos. Filtramos a amostra ainda quente utilizando uma bomba de vácuo, os resíduos da amostra foram removidos com água quente destilada, como nossa amostra tinha grande quantidade de resíduos característicos da silagem, foi adicionado 10ml de acetona (a amostra ficou com coloração branca). Após a filtração deve-se levar a amostra a uma estufa. Depois de fazer a secagem pesou-se o cadinho. Depois disso foi feita a determinação do FDN: Cadinhos Peso APS Peso do cadinho Cadinho + resíduo 3 0,3 43.084 43,200 4 0,3 43,096 43,210 FDN: %FDN= (Peso do cadinho + FDN) – (Peso do cadinho vazio) X 100/ Peso da Amostra FDN amostra cadinho 3 43,200 - 43,084 / 0,3 = 0,116 / 0,3 = 0,3866 x 100 = 38,66% FDN FDN: amostra cadinho 4 43,210 – 43,096 / 0,3 = 0,38 x 100 = 38% FDN Fibra em detergente Ácido Está contida no FDN porque representa as frações celulose e lignina. A lignina é fração não digestível da planta, que dá resistência ao caule. Quanto maior o teor de FDA menor a qualidade e a digestibilidade da silagem. Como a FDA está relacionada com a digestibilidade podemos calcular o NDT (nutrientes digestíveis totais), que corresponde a energia do alimento Quando utilizamos uma solução de detergente ácido a celulose e a hemicelulose é diluída e a lignina ligada à celulose (lignocelulose) é separada por filtragem. As duas frações são denominadas solúveis em detergente ácido e FDA. A porção solúvel é utilizada por ruminantes ou outros herbívoros e parcialmente por monogástricos não herbívoros. A FDA é a porção menos digestível da parede celular das forrageiras pelos microrganismos do rúmen, constituída por lignina e celulose. A proporção de hemicelulose é determinada pela diferença entre FDN e FDA. A celulose contida na fração FDA, que é parte solúvel em detergente ácido, quando levada a forno mufla, é totalmente queimada. Com isso, podemos, também por diferença entre os pesos, obter a fração de celulose da amostra. O FDA simula o estomago verdadeiro abomaso, recupera celulose e lignina mais a contaminação por proteína e minerais que fica retido no cadinho filtrante, solubiliza hemicelulose. Podemos dizer que o método de FDN e FDA são o mesmo a diferença nas analise é apenas o detergente usado. Determinação do FDA: Cadinhos Peso APS Peso do cadinho Cadinho + resíduo 3 0,3 43,269 43,330 4 0,3 39,476 39,541 FDA: %FDA= (Peso do cadinho + FDA) – (Peso do cadinho vazio) X 100/ Peso da Amostra FDA amostra cadinho 3 43,330 – 43,269 / 0,3 = 0,203 = 0,203 x 100 = 20,33% FDA FDA: amostra cadinho 4 39,541 – 39,476 / 0,3 = 0,216 x 100 = 21,66 % FDA Com os dados das duas amostras de FDN (celulose, hemicelulose e lignina) e FDA (celulose e lignina) podemos obter o valor da hemicelulose: FDN – FDA= HEMICELULOSE Amostra 1 (cadinho 3): 38,66 – 20,33 = 18,33% Hemicelulose. Amostra 2 (cadinho 4): 38 – 21,66 = 16,34% Hemicelulose. CONCLUSÃO Valores biológicos de uma silagem de alta qualidade Valores biológicos da amostra de silagem analisada Característica Sigla Valor % Matéria-seca MS Amostra 1 = 29,88% Amostra 2 = 31,08% Umidade U Amostra 1 = 70,12% Amostra 2 = 68,92 Matéria mineral MM Amostra 1 =4,24% Amostra 2 = 4,11% Proteína bruta PB Amostra 1 = 7,11% Amostra 2 = 5,15% Fibra em detergente neutro FDN Amostra 1 = 38,66% Amostra 2 = 38% Fibra em detergente Ácido FDA Amostra 1= 20,33% Amostra 2= 21,66% Com esses valores podemos perceber que a silagem analisada em relação á proteína bruta, FDN e FDA a amostra 1 esta dentro do valor médio ideal. Já a amostra 2 esta com os valores ideais apenas em FDN e FDA. Esta analise bromatológica nos da resultados da composição de nosso alimento e com isto podemos saber quais nutrientes ainda são necessário para uma dieta ideal. Podemos então ter a certeza que o primeiro passo para um balanceamento ideal na nutrição dos animais é a analise bromatológica. REFERÊNCIAS Portal Educação, Google -O que a bromatologia estuda. Disponível em: < http://www.portaleducacao.com.br/nutricao/artigos/6053/bromatologia-a-ciencia-dos-alimentos>. Acesso em 19 de maio de 2016. Pioneer, Google – Como determina FDN e FDA. Disponível em: < http://www.pioneersementes.com.br/milho/silagem/analise-bromatologica>. Acesso em 18 de maio de 2016. Sementes Agroceres, Google – Manual de silagens. Disponível em : <http://www.sementesagroceres.com.br/pages/BaixarArquivo.aspx?i=manualSilagem.pdf&t=pdf>. Acesso em 18 de maio de 2016.
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