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Discriminação contra Pessoas com Deficiência

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AULA 1_A Pessoa com Deficiência
Discriminação
Ao longo do tempo, na história da humanidade, o ser humano sempre sofreu pelas diferenças que trazia.
A discriminação fazia com que homens e mulheres, crianças e idosos sofressem a rejeição dos puros, nobres e ricos burgueses – uma elite considerada “escolhida por Deus”. Essa discriminação atingia também os deficientes, independente de sua classe social.
Século XIX
Os portadores de deficiência, impossibilitados de trabalhar, causavam ônus e prejuízos aos seus acompanhantes, visto que não faziam parte da produção e sustento do grupo.
O discurso pré-científico, ou seja, que antecedeu a investigação científica, não tratava as pessoas com deficiência como se deveria. Pelo contrário, bania-as da sociedade e as tratava como animais.
Século XX
No passado, não se buscavam tentativas de inclusão ou mesmo de um despertar das capacidades sufocadas nos deficientes.
Atualmente já se pode notar uma mudança nesse quadro, até mesmo legislativa, com a lei 8.213 que exige que as empresas mantenham um número x de funcionários deficientes trabalhando.
Lei de Cotas
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LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991, lei de contratação de Deficientes nas Empresas.  Lei 8213/91, lei cotas para Deficientes e Pessoas com Deficiência dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência e dá outras providências a contratação de portadores de necessidades especiais.
Art. 93 - a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte proporção: 
- até 200 funcionários.................. 2%
- de 201 a 500 funcionários........... 3%
- de 501 a 1000 funcionários......... 4%
- de 1001 em diante funcionários... 5%
Exclusão social
Na busca de uma “normalidade”, na tentativa de explicar as diferenças, surgem os feiticeiros chamados de xamãs. Estes eram curiosos e religiosos que a todo custo queriam extirpar o demônio, o mal daquele que deveria ser igual a todos.
Consideradas hereges, endemoniadas, as pessoas deficientes eram mortas ou abandonadas. 
Por se acreditar que elas possuíam demônios, eram muitas vezes assassinadas.
O abandono do idoso e do recém-nascido deficiente estava ligado às questões de sobrevivência dos que eram considerados sãos.
A influência de questões míticas e religiosas possibilitou uma visão sobre a pessoa com deficiência como um alguém que deveria ser deixado à sua própria sorte.
A busca da humanidade pela cientificidade fez emergir uma série de tentativas, em busca de uma melhor qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais.
Ao mesmo tempo, trouxe conceitos de padrões de normalidade, que por muitas vezes, no lugar de possibilitar a integração deste na sociedade, funcionou como uma grande máquina de exclusão social.
Grécia Antiga
Na Grécia antiga, as pessoas que estavam fora do padrão de beleza eram em geral direcionadas para a guerra.
Percebemos o quão grande era o padrão de normalidade da época: corpos belos, esculturais, direcionados para as competições de força e beleza. 
É só nos recordarmos das Olimpíadas, onde o culto ao corpo era valorizado, assim como a força e o poder.
Tal contextualização não difere muito dos acontecimentos atuais, do culto ao corpo, à beleza e à forma física. 
Cabe lembrar que as Olimpíadas são até hoje um evento mundialmente famoso e disputado.
Idade Média
Na Idade Média, podemos constatar que os deficientes eram os eleitos por Deus, os escolhidos, os pecadores e os endemoniados.
Assim, aqueles considerados sãos extirpavam os demônios de seus corpos, surgindo assim uma cultura mística, onde o oculto e o desconhecido eram tratados de forma mágica, com fórmulas não convencionais.
Tortura, fogueira, tudo era possível e utilizado para afastar o mal, que dominava e conduzia a comportamentos aversivos.
Expostas a um mundo cruel, eram realizadas as trepanações, que consistiam em furar o crânio do “paciente”, para que fosse liberado todo o mal.
Segundo Telford e Sawrey (1988), “é de supor que o homem pré-histórico tivesse uma concepção demonológica da natureza”.
Percebe-se que os anos em que transcorreu a Idade Média foram anos perdidos no contexto científico.
Renascimento
Durante o Renascimento, há uma mudança na estrutura de tratamento. Podemos dizer que este é um início do conhecimento científico. 
Na época, surgem as primeiras explicações médico-científicas. Porém, estas ainda estavam muito distantes de um processo humanizado.
Há um processo de isolamento das pessoas que possuíam doenças mentais. 
O hospital de Bicêtre, localizado nos subúrbios de Paris, que servia de asilo e prisão, entre outras funções, acomodou pessoas famosas, como o Marquês de Sade, com suas ideias que degradavam a sociedade da época.
Você se lembra dos bobos da corte? 
Eles eram anões, corcundas ou deficientes, e entretinham os reis e rainhas, animando-os no palácio real. 
Cabia a estas pessoas diferentes uma única função: usar sua aparência para fazê-los rir.
Século XVI
No início do século XVI, finalmente se chegou a um modelo mais próximo do que seria a ciência, que de certa forma autorizava as ações que possibilitassem o conhecimento das possíveis causas que levavam uma pessoa a ser diferente e a possuir uma deficiência.
Segundo Telford e Sawrey, (1988, p.23, apud Weber, 1925) “Paracelso tornou-se famoso por um tratado em que defendeu o uso da Medicina no tratamento das doenças mentais, em vez de exorcismos e palavras mágicas”.
Essa mudança vem mudar a história a respeito do cuidado e tratamento das pessoas com deficiência.
Pinel, também tirando as amarras dos loucos, busca a mudança e a quebra de paradigma, que passa do cárcere ao cientificismo da doença e da deficiência mental.
É importante ressaltar que ambos não estavam claramente identificados na época, sendo de extrema importância a diferenciação, a contextualização e o cientificismo que responsabilizava cada um pela sua tutela.
Ou seja, cabe a cada um cuidar e se responsabilizar pelos seus.
Da magia à ciência, da ignorância ao conhecimento
Ao longo do tempo, surgem as concepções quantitativas que, diferenciando os grupos normais e anormais, diferem das concepções qualitativas. Estas consistem na possibilidade de diferenciar traços e características diferentes da humanidade.
Pessoas que nascem com deficiência
Os aspectos biológicos e sociais não eram, até então, investigados. 
Na história da excepcionalidade, tratamos tanto de pessoas que nasciam com deficiência quanto de pessoas que apresentavam juízos de valores diversos do conceito da época.
Deficientes de guerra
Além de todo este contexto histórico, ainda herdamos os deficientes da guerra. 
Assim, biologicamente, falando até nas deficiências adquiridas, o mundo discute até hoje a questão de ser diferente.
EXERCÍCIO
1. Analisando o histórico de como as culturas ocidentais entendiam a pessoa com necessidades especiais. É correto afirmar que estudamos a história desse grupo no ocidente, pois:
R. assim podemos compreender o quanto avançamos e isso é um incentivo para seguirmos em nosso trabalho de inclusão.
2. A pessoa com deficiência foge dos padrões de beleza e força aclamada e fomentada pela sociedade. Quando tais sujeitos fugiam deste padrão, estes eram:
R. Assassinados e barbarizados
3. Analisando os aspectos dos primórdios do uso da medicina, podemos citar o teórico que com a seguinte fala discorre: ¿ uso da medicina no tratamento das aberrações mentais, em vez de exorcismos e palavras mágicas.¿
R. Paracelso
4. Na história moderna do ocidente- a partir do sec. VI a.C. na Grecia - as pessoas que estivessem fora dos padrões da época de beleza e compleição física deveriam ser eliminadas do grupo. Essas pessoas eramlevadas à algum lugar afastado e deixadas à própria sorte. Como se chama esse costume?
R. Exposição
5. Na Antiguidade, antes do surgimento do cristianismo, as pessoas com deficiências eram vistas como sub-humanas. Em Roma, por exemplo, as pessoas que estavam fora dos padrões de força e beleza eram abandonadas em lugares ermos para esperar pela morte. Qual nome se dá a essa pratica?
R. Exposição
6. A história mostra que os discursos sobre a deficiência têm como efeito uma prática que começou com uma grande discriminação e um enorme isolamento, porque o paradigma da beleza e da perfeição considerava que as pessoas com deficiências não tinham direito à vida . Acerca destas afirmações, assinale a resposta correta:
R. As duas afirmações são verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
7. A história da pessoa com necessidades especiais passou por diversos significados que foram sendo construídos por diferentes visões culturais e contextos históricos. As transformações das atitudes da sociedade em relação à pessoa com deficiência decorrem da forma com que a sociedade organiza seus paradigmas. As descobertas científicas realizadas no Renascimento permitiram o desenvolvimento científico das causa da deficiência porque trouxe conceitos de normalidade que funcionaram como uma nova forma de exclusão. Acerca destas afirmações, assinale a resposta correta:
R. As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira
8. Muitas intempéries existem na relação deficiência e sociedade. Marque a correta.
R. A sociedade prima pela beleza e saúde, assim exclui a deficiência

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