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ATPS DIREITO PROCESSUAL PENAL I concluido

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Universidade Anhanguera – Santo André 
 
 
 ATPS – DIREITO PROCESSUAL PENAL I 
 
 
Geison Killinger Cara RA 1299132005 
Leticia B. da S. Sousa RA 9902009868 
Mônica H. Sire RA 8412143872 
Nicolle de J. de Souza RA 8486201587 
Silvana L. Petineli RA 8488211816 
Vivian H. Milanez RA 5027581417 
 
Direito Processual Penal I 
Prof. Lucy 
6° Semestre A 
 
 
Santo André – SP 
2016 
 
2 
 
 
Geison Killinger Cara 
Leticia B. da S Souza 
Mônica H. Sire 
Nicolle de J. de Souza 
Silvana L. Petineli 
Vivian H. Milanez 
 
 
 
 
 
ATPS – DIREITO PROCESSUAL PENAL I 
ETAPA 1 E 2 
 
 
 
 
Santo André – SP 
2016 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 Esta atividade visa identificar os princípios processuais penais do direito 
pátrio, que serão utilizados para sempre no decorrer de nossa carreira jurídica. 
Identificaremos quatro dos princípios relevantes no direito processual penal 
apresentados em acórdãos e seguidos de breves resumos que os abordam, cujo 
estudo elenca a exata compreensão que é de suma importância para a boa 
aplicação do Direito. 
 
ETAPA 1 
 
Princípios Pátrios do Processo Penal Brasileiro 
 
 Iniciamos com os princípios, que norteiam o Processo Penal Brasileiro, 
classificados como espécies do gênero “normas jurídicas”, juntamente com as 
regras. O princípio do estado de inocência, o princípio do contraditório, o 
princípio da ampla defesa, e o princípio do devido processo legal, são garantias 
constitucionais. Observamos nestes quatro princípios escolhidos a serem 
abordados, que estes princípios, são conceituados como espécies do gênero 
norma, consolidados em proposições abstratas e dotadas de grande conteúdo 
“Valor social”, onde conferem estrutura e dão forma a todo o ordenamento jurídico. 
 "Princípio é o dogma fundamental que tem o condão de harmonizar o sistema 
normativo com lógica e racionalidade". 
(BARROS, Marco Antonio de) 
 
 
4 
 
 Por tanto, como se vive sob a égide de um regime democrático de direito, os 
princípios que regem o Processo Penal devem estar em consonância com a 
liberdade individual, valor tido como absoluto pela Constituição Federal de 1988, 
determinados tanto pela constituição, quanto pelo Código de Processo Penal, no 
ordenamento jurídico processual do país, ainda, os princípios da humanidade, da 
igualdade das partes, da publicidade, da oficialidade, da motivação das decisões 
judiciais, da lealdade processual e da economia processual, aproxima a ética e o 
direito, de maneira clara ou ainda que de forma tácita, espelham a ideologia da 
sociedade, seus postulados básicos e seus fins. 
 O reconhecimento da normatividade dos princípios, são divididas em 
princípios e as regras, sem hierarquia entres as normas, sendo que os mais 
abstratos, contêm maior carga valorativa, um fundamento ético, indicando a direção 
a ser seguida consistindo em comandos puramente objetivos que não dão margem a 
questionamentos sobre sua incidência, como observaremos fazendo uso da peça 
judicial Nº 88.448 - DF (2007/0183303-6) do Superior Tribunal de Justiça do distrito 
federal, sobre a denúncia de utilização da titulação da ação penal condenatória e 
inserção da fotografia do acusado, mesmo não existindo lesão ou ameaça de lesão 
à liberdade de ir e vir, que analisaremos ao discorrer desta atividade. 
 
 
1. O princípio do estado de inocência 
Princípio do Favor Rei 
 Configurando a base de toda a legislação processual penal de um Estado 
democrático de direto, temos o princípio da presunção de inocência ou como 
princípio do favor inocentiae, favor libertatis, ou in dubio pro reo, o princípio do favor 
rei, consubstanciando na predominância do direito de liberdade do acusado diante 
da existência de duas interpretações antagônicas, deve-se escolher aquela que se 
apresenta mais favorável ao acusado. 
 
5 
 
Neste condão, observamos a decisão do Superior Tribunal de Justiça do Distrito 
Federal, sobre objeto em tela o processo de Habeas Corpus. 
 
 
HABEAS CORPUS Nº 88.448 - DF (2007/0183303-6) 
RELATOR: MINISTRO OG FERNANDES 
IMPETRANTE: JOSÉ ALFREDO GAZE DE FRANCA (ASSISTÊNCIA 
JUDICIÁRIA) 
IMPETRADO: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS 
TERRITÓRIOS 
PACIENTE: MARCOS SUELES ALMEIDA SILVA 
ADVOGADO: ANDRÉ DO N DEL FIACO - DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO. 
 
 
EMENTA 
 
HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. DENÚNCIA. UTILIZAÇÃO 
DA TITULAÇÃO AÇÃO PENAL CONDENATÓRIA E INSERÇÃO DA 
FOTOGRAFIA DO ACUSADO. INEXISTÊNCIA DE LESÃO OU AMEAÇA DE 
LESÃO À LIBERDADE DE IR VIR E PERMANECER DO PACIENTE. 
INADMISSIBILIDADE DA VIA ELEITA. 
1. Para ser cabível o habeas corpus, é necessário que haja fundado receio de que o 
paciente esteja sofrendo ou se ache ameaçado de sofrer violência ou coação à sua 
liberdade de ir vir e permanecer. 
2. Nesse passo, não se pode considerar, por si e desde logo, como cerceamento à 
liberdade de locomoção, a ser corrigido por meio de habeas corpus, a inserção da 
fotografia do paciente na peça acusatória bem como a inclusão da expressão 
"condenatória" para nomear a ação penal, sendo incapaz até mesmo de gerar o receio 
de eventual prisão ilegal. 
3. Além disso, a peça acusatória apenas delimita a qual espécie de ação penal 
responde o paciente, valendo-se de uma das classificações existentes na doutrina, que 
 
6 
 
comumente subdivide as ações penais de conhecimento em declaratórias, constitutivas 
e condenatórias. 
4. Não obstante essas ponderações, não há constrangimento na utilização da 
nomenclatura 'ação penal condenatória'. Isso porque essa é a classificação dada à ação 
penal instaurada pelo Estado contra o acusado. 
5. "Dentre as ações penais de conhecimento, temos a declaratória, que visa à 
declaração de um direito (ex: habeas corpus preventivo e pedido de extradição 
passiva); constitutiva, que procura a criação, extinção ou modificação de uma situação 
jurídica (ex: revisão criminal e homologação de sentença estrangeira); e a ação penal 
condenatória, que é dirigida para o reconhecimento da pretensão punitiva" (LIMA, 
Marcellus Polastri. Manual de Processo Penal. 2ª ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 
2009, p. 161). 
4. Diz o art. 5º, inciso LVIII, da CF, que o civilmente identificado não 
Superior Tribunal de Justiça será submetido a identificação criminal, salvo nas 
hipóteses previstas em lei. 
5. A Lei nº 10.054/00, vigente à época dos fatos, previa, em seu artigo 
3º, I, que o civilmente identificado por documento original poderia ser submetido à 
identificação criminal, quando estivesse indiciado ou acusado pela prática de 
homicídio doloso, crimes contra o patrimônio praticados mediante violência ou grave 
ameaça, crime de receptação qualificada, crimes contra a liberdade sexual ou crime de 
falsificação de documento público. 
6. E, entre as formas de identificação criminal consta expressamente a utilização de 
materiais datiloscópico e fotográfico, como feito na hipótese. 
7. A inserção da fotografia do acusado na vestibular viola diferentes normas 
constitucionais, dentre as quais o direito à honra, à imagem e também o princípio 
matriz de toda a ordem constitucional: o da dignidade da pessoa humana. 
8. Mesmo nos termos dalei vigente à época dos fatos, era permitida a identificação 
criminal do acusado (por se tratar de crime contra o patrimônio praticado mediante 
violência ou grame ameaça) na fase de investigação. Esses dados, colhidos na fase 
policial, podem ser usados – como de fato o foram – na fase judicial. 
 
7 
 
9. É desnecessária a digitalização de foto já constante nos autos da ação penal para, 
novamente, colocá-la na peça acusatória. Isso porque se efetivou, num momento 
anterior, a devida identificação – civil e criminal – do investigado. 
10. Ordem parcialmente concedida, com o intuito de determinar ao Juiz do processo 
que tome providências no sentido de riscar da denúncia a parte em que consta a 
fotografia do ora paciente. 
 
 
 
ACÓRDÃO 
 
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam 
os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, 
conceder parcialmente a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Sr. Ministro 
Relator. Os Srs. Ministros Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ/SP), 
Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJ/CE) e Maria Thereza de Assis 
Moura votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento a Sra. Ministra 
Maria Thereza de Assis Moura. 
 
 
Brasília, 06 de maio de 2010 
MINISTRO OG FERNANDES Relator 
 
 
Documento: 9961058 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 02/08/2010 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
RELATÓRIO 
 
 
O SR. MINISTRO OG FERNANDES: Trata-se de habeas corpus impetrado em favor 
de Marcos Sueles Almeida Silva contra acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito 
Federal e Territórios, que extinguiu o processo lá impetrado sem exame do mérito, nos 
termos da seguinte ementa: 
Habeas corpus. Denúncia que traz a expressão 'ação penal condenatória' na folha de 
rosto. Digitalização da fotografia do paciente por meio eletrônico. Princípio da 
presunção de inocência. Inviolabilidade do direito de imagem. 
1. A ação de habeas corpus é o remédio constitucional indicado a quem sofre ou 
está na iminência de sofrer coação em seu direito de ir vir ou ficar, por 
ilegalidade ou abuso de poder. Incabível sua impetração com o propósito de 
expurgar da denúncia a expressão ‘ação penal condenatória’, bem como a 
fotografia do paciente, nela digitalizada por meio eletrônico, sob o fundamento 
de violação ao princípio da presunção de inocência e ao direito de imagem. 
2. Processo extinto sem o exame do mérito. 
 
Daí este writ em que se alega que o paciente está sofrendo constrangimento ilegal, 
pois o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, utilizou a expressão 'ação penal 
condenatória', fazendo, assim, um juízo de presunção. Aduz também que constou da 
peça acusatória a fotografia do paciente. Afirma que o paciente só poderia ter sua 
imagem digitalizada junto à 'Ação Penal Condenatória' se, e somente se, não houvesse 
possibilidade de identificação civil, ou até mesmo por negativa do então denunciado 
em fornecer sua documentação pessoal, o que não ocorreu (fl. 11). Assevera violação 
ao princípio da presunção de inocência bem como ao direito à imagem. Salienta que o 
paciente está submetido a constrangimento ilegal pois houve uma exposição 
desnecessária de sua imagem sem a exposição dos motivos que justificariam tal 
 
9 
 
atitude/procedimento, frise-se, na denúncia, ou seja, antes do trânsito em julgado da 
condenação. 
Requer, assim, a retificação da peça acusatória, com a retirada do termo 
"condenatória", bem como da imagem do acusado. A liminar foi indeferida pelo 
Ministro Relator Hamilton Carvalhido, às fls. 82/83. 
Dispensadas as informações, o parecer da lavra da Subprocuradora-Geral da 
República Delza Curvello Rocha é pela concessão da ordem (fls. 86/93). 
Últimas informações, colhidas na página oficial do Tribunal de Justiça do Distrito 
Federal e dos Territórios na internet, dão conta de que, em 22.09.08, sobreveio o 
trânsito em julgado da sentença, que condenou o ora paciente, por roubo 
circunstanciado (em crime continuado), à pena de 6 (seis) anos e 2 (dois) meses de 
reclusão, a ser cumprida inicialmente no regime semiaberto, mais pagamento de 15 
(quinze) dias-multa. 
É o relatório. 
 
 
 
 Como observamos no exemplo do processo de Habeas Corpus, o processo 
penal, para que seja proferida uma sentença condenatória, é necessário que haja 
prova da existência de todos os elementos objetivos e subjetivos da norma penal e 
também da inexistência de qualquer elemento capaz de excluir a culpabilidade e a 
pena. 
 
 Pesa sobre a acusação o ônus da prova de "todo complexo ato punível". 
Permitindo a absolvição do réu pelo juiz nos casos de inexistência de provas 
suficientes para a condenação, possibilitando ao acusado responder ao processo 
em liberdade. Ainda no caso em tela, observou-se que foram respeitados os demais 
direitos do réu em cumprir o regime semiaberto. Uma vez não comprovada a culpa 
do réu, este é tratado como inocente ao longo do curso processual, o que não fora 
observado até aqui. 
 
10 
 
 
Não há possibilidade de antecipação da pena. No caso do habeas corpus, tem-se 
um exemplo concreto: o réu, impetrando tal remédio jurisdicional, pede por sua 
liberdade de ir e vir, ou seja, de responder ao processo em liberdade, uma vez que 
ainda não foi declarado culpado. 
 
2. O princípio do contraditório 
 O contraditório é o direito que tem as partes de serem ouvidas nos autos, é o 
exercício da dialética processual, marcado pela bilateralidade da manifestação dos 
litigantes, ou seja, o réu deve ter conhecimento de que está sob acusação, a ponto 
de ter o poder de contestar-se ou contrariar de forma técnica, sobro o que é 
acusado, isto garante igualdade processual de defesa, e da mesma forma, direito a 
um defensor para assisti-lo, estabelecendo a igualdade entre (acusação e defesa). 
 
Destarte observamos o voto do caso sobre o processo de Habeas Corpus Nº 88.448 
- DF (2007/0183303-6). 
 
O SR. MINISTRO OG FERNANDES (Relator): Como visto, o alegado constrangimento 
ilegal residiria no fato de a peça acusatória conter a foto do ora paciente, e também por nela 
constar a inscrição "ação penal condenatória". Trago à colação a elucidativa manifestação da 
representante do Ministério Público Federal (fls. 89/93): De início, convém ressaltar que o 
mérito, conforme acima demonstrado, não foi analisado pelo Tribunal de origem. Dessa 
forma, dele não merece conhecer essa Corte Superior de Justiça, sob pena de indevida 
supressão de instância. 
13. Entretanto, muito embora a irresignação da defesa não verse sobre direito ambulatório do 
paciente, e que possa ser enfrentada na via eleita – conforme, aliás, ressaltado no acórdão 
guerreado - entende o Ministério Público Federal – órgão incumbido constitucionalmente de 
zelar pelos direitos e garantias individuais - que esse Superior Tribunal de Justiça – que 
ostenta em seu portal o dístico 'Tribunal da Cidadania' - não se encontra impedido, com a 
 
11 
 
devida vênia, de apreciar esses fatos, com o objetivo de, se não deixar registrados – para 
efeitos essencialmente didáticos - os direitos que a pessoa humana detém, ainda que esteja 
encarcerado, por responder pela prática de ato delituoso, apreciar o pedido, como habeas 
corpus de ofício. 
14. Com o advento da Constituição de 1988, iniciou-se o ingresso do País no Estado 
Democrático de Direito, estando elencados, em seu art. 5º, as garantias que deverão ser 
observadas, pelo Estado, no seu relacionamento com os cidadãos. 
15. O Estado, ao comparecer perante o indivíduo, deve fazê-lo na forma da lei. O Estado só 
está autorizado a praticar atos autorizados pela lei. É, esse comando, a necessária observância 
do princípio da legalidade,que rege a atuação dos agentes públicos – entre eles os membros 
do Ministério Público. 
16. Não é o fato de estar o indivíduo sendo denunciado por um delito que poderá autorizar o 
agente público a subtrair sua atuação do cumprimento desse princípio. 
17. A corroborar tal posicionamento, convém trazer à baila trecho do seguinte pronunciamento 
da lavra do eminente Ministro Celso de Melo, verbis: 
 
A unilateralidade das investigações preparatórias da ação penal não autoriza 
a Polícia Judiciária a desrespeitar as garantias jurídicas que assistem ao 
indiciado, que não mais pode ser considerado mero objeto de investigações. 
O indiciado é sujeito de direitos e dispõe de garantias legais e 
constitucionais, cuja inobservância, pelos agentes do Estado, além de 
eventualmente induzir-lhes a responsabilidade penal por abuso de poder, 
pode gerar a absoluta desvalia das provas ilicitamente obtidas no curso da 
investigação criminal 
(RTJ 168/896-897, Rel.Min. Celso de Mello). 
 
 
 
 
 
12 
 
 
O VOTO 
 
O princípio da dignidade da pessoa humana identifica um espaço de integridade moral 
a ser assegurado a todas as pessoas por sua só existência no mundo. É um respeito à 
criação, independente da crença que se professe quanto à sua origem. A dignidade 
relaciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito como com as condições 
materiais de subsistência. O desrespeito a este princípio terá sido um dos estigmas do 
século que se encerrou e a luta por sua afirmação um símbolo do novo tempo. 
Ele representa a superação da intolerância, da discriminação, da exclusão social, da 
violência, da incapacidade de aceitar o outro, o diferente, na plenitude de sua 
liberdade de ser, pensar e criar. 
Dignidade da pessoa humana expressa um conjunto de valores civilizatórios 
incorporados ao patrimônio da humanidade. O conteúdo jurídico do princípio vem 
associado aos direitos fundamentais, envolvendo aspectos dos direitos individuais, 
políticos e sociais. Seu núcleo material elementar é composto do mínimo existencial, 
locução que identifica o conjunto de bens e utilidades básicas para a subsistência 
física e indispensável ao desfrute da própria liberdade. Aquém daquele patamar, ainda 
quando haja sobrevivência, não há dignidade. 
A meu sentir, a inserção da fotografia do acusado na vestibular viola, de fato, 
diferentes normas constitucionais, dentre as quais destaco o direito à honra, à imagem 
e também o princípio matriz de toda a ordem constitucional: o da dignidade da pessoa 
humana. Com efeito, mesmo nos termos da lei vigente à época dos fatos, era permitida 
a identificação criminal do acusado (por se tratar de crime contra o patrimônio 
praticado mediante violência ou grame ameaça) na fase de investigação. Esses dados, 
colhidos na fase policial, podem ser usados – como de fato o foram – na fase judicial. 
Mas, ao que quero crer, é desnecessária a digitalização de foto já constante nos autos 
da ação penal para, novamente, colocá-la na peça acusatória. Veja-se que, no mais das 
vezes, na exordial, na sentença, no acórdão de apelação, faz-se alusão ao nome do 
envolvido, acompanhado da expressão "devidamente qualificado nos autos", 
exatamente porque o acusado já foi objeto de anterior identificação. 
 
13 
 
No caso presente, consta, às fls. 37, ofício encaminhado pelo Centro de Detenção 
Provisória contendo exatamente a identificação do paciente. Nele, inclusive, há a foto 
de que se valeu o Promotor ao redigir a peça processual ora atacada. 
Poderiam alguns alegar que a utilização da fotografia na peça acusatória visa impedir 
que o réu faça uso de nome falso. Ora, mas para isso já se efetivou, num momento 
anterior, a devida identificação – civil e criminal – do investigado. Assim, 
desnecessária a repetição da canhestra providência levada a efeito. 
É de ver que um membro do Parquet atuante na 3ª Promotoria Criminal da 
Circunscrição de Taguatinga escreveu, em resposta ao pedido formulado pela defesa 
técnica, que buscava a retificação da denúncia, que também para ele "foi uma surpresa 
tomar conhecimento que alguns colegas têm tido a prática de, ao lado da qualificação 
do acusado, colacionar sua fotografia" (fls. 30). Repita-se, uma vez mais, que essa 
medida era de todo desnecessária. 
Vimos no relatório que já há sentença. E mais: que ela se encontra coberta pelo manto 
da coisa julgada. Isso, no entanto, não me causa embaraço a determinar seja riscada da 
denúncia à parte na qual consta a fotografia do ora paciente. 
Pelo exposto, concedo parcialmente a ordem, com o intuito de determinar ao Juiz do 
processo que tome providências no sentido de riscar da denúncia a parte em que 
consta a fotografia do ora paciente. 
É como voto. 
Documento: 970264 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/08/2010 
 
3. O princípio da ampla defesa 
 
 A ampla defesa possui fundamento legal no direito ao contraditório, segundo 
o qual ninguém pode ser condenado sem ser ouvido. 
 Do que se conclui que os Princípios do contraditório e da ampla defesa 
(apesar de serem autônomos) são necessários para assegurar o devido processo 
 
14 
 
legal, pois é inegável que o direito a se defender amplamente implica 
consequentemente na observância de providência que assegure legalmente essa 
garantia, e como observado, este direito é, foi e continuará sendo levado ao arguido 
da peça judicial analisada no caso em tela: 
“Ora, ao ser proposta, como o foi, a presente ação, titulada, em letras garrafais, como 
'AÇÃO PENAL CONDENATÓRIA' - O Estado, representado na pessoa do 
Promotor de Justiça – participa e promove o desrespeito ao denunciado, que tem o 
direito de ver a sua acusação ser realizada por um persecutor, que no final do processo 
poderá reconhecer, inclusive, sua inocência, e não por um perseguidor, colocado ao 
seu encalço para, a qualquer custo, obter uma condenação. ” 
(Ministro OG FERNANDES) 
 
4. O princípio do devido processo legal 
 
 O Princípio do devido processo legal, garante a eficácia dos direitos 
garantidos ao cidadão pela nossa Constituição Federal, pois seriam insuficientes as 
demais garantias sem o direito a um processo regular, com regras para a prática dos 
atos processuais e administrativos, ainda neste princípio, se faz mister abordar um 
princípio que o complementa que é o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, partindo 
da premissa como fundamento, o aspecto humano, os juízes, como homens que 
são, também estão sujeitos a erros. Daí surge a necessidade de um órgão 
hierarquicamente superior competente para revisar as decisões proferidas pelos 
magistrados da instancia de origem, pressupondo a existência de dois órgãos 
jurisdicionais: o inferior, que conhece da causa, e o superior, que tem a função 
precípua de rever as decisões proferidas pelo inferior. 
 "julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes 
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição". 
 (Art. 108, II, CF/88) 
 
15 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Ficou claro que os Princípios do processo penal Brasileiro têm o dever 
constitucional de assegurar uma sentença imparcial, justa, procurando sempre 
exaurir todas as dúvidas possíveis para que um inocente não seja julgado culpado. 
 A te mesmo quando culpado, este tenha assegurado em sua parcela, o justo 
cumprimento e sua dose certa de responsabilidade a pagar perante a sociedade, 
estes princípios que norteiam o processo e encontram-se determinados tanto pela 
Constituição Federal quanto pelo Código de Processo Penal, destaco ainda os 
princípios do; Juiz natural, do Promotor natural, do duplo grau de jurisdição, da 
inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilícitos, da inocência ou da não-culpabilidade, da iniciativa das partes, do impulso oficial, da obrigatoriedade e da 
indisponibilidade da ação penal pública, da imparcialidade do Juiz, da persuasão 
racional ou do livre convencimento, do ne eat judex ultra petita partium, do ne bis in 
idem e, por fim, da verdade material ou verdade real. 
 No ordenamento jurídico processual do país, os princípios da; humanidade, 
da igualdade das partes, da publicidade, da oficialidade, da motivação das decisões 
judiciais, da lealdade processual e da economia processual, integrado de forma 
legítima ao Poder Judiciário e com todas as garantias institucionais e pessoais 
previstas na Constituição Federal, ou, então, os que estejam previstos a partir e com 
raiz no Texto Constitucional. 
 Tal norma de proteção constitucional aplica-se de modo abrangente as todas 
atividades jurisdicionais. 
“Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente”. “O réu tem direito público, subjetivo de conhecer o órgão do 
ministério público, como ocorre com o juízo natural “. 
(C.F./1988). 
 
16 
 
 
 Levando a máxima compreensão da importância sobre a boa aplicação do 
Direito conclui-se que, se o Estado Democrático de Direito, não incidir na 
precipitação ao decidir o futuro de um ser humano, até o trânsito em julgado da 
sentença condenatória, evita-se assim as nulidades dos atos processuais, impede-
se os gastos majorados do erário público, visando-se a melhoria em prol da 
celeridade e dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana, afinal… 
 
”todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza…” 
 
(Art.5 da Constituição Federal de 88) 
 
 
 
Santo André, setembro de 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
ETAPA 2 
 
Do inquérito policial. 
 
Esta atividade é importante para que o estudante tenha amplo entendimento 
sobre o tema que vem despertando intenso debate sobre a Proposta de Emenda à 
Constituição nº 37. Embora a matéria já tenha sido tema de estudo na série 
passada, diante do atualíssimo tema, é necessária uma retomada ao estudo sobre a 
possibilidade da participação do Ministério Público nas investigações criminais. 
 
 
 A viabilidade da participação do Ministério Público nas investigações 
criminais. 
 
Diante do texto proposto para leitura, que tem o intuito de dar direção ao 
assunto sobre a Proposta de Emenda à Constituição nº 37, afim de elaborar opiniões 
e conceitos pessoais, é preciso primeiramente conhecer o teor da proposta. 
A PEC 37 sugeria incluir um novo parágrafo ao Artigo 144 da Constituição 
Federal, que trata da Segurança Pública. O item adicional traria a seguinte redação: 
"A apuração das infrações penais de que tratam os §§ 1º e 4º deste 
artigo, incumbem privativamente às polícias federal e civis dos Estados 
e do Distrito Federal, respectivamente". 
 
 
 
 
18 
 
O Que diz o referido artigo atualmente; 
Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas 
Capítulo III 
Da Segurança Pública 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
 I - polícia federal; 
 II - polícia rodoviária federal; 
 III - polícia ferroviária federal; 
 IV - polícias civis; 
 V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
 § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, estruturado em 
carreira, destina-se a: 
 I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de 
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, 
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e 
exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; 
 II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos 
nas respectivas áreas de competência; 
 III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras; 
 IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 
 § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, estruturado em carreira, 
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. 
 
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 § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, estruturado em carreira, 
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. 
 § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, 
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de 
infrações penais, exceto as militares. 
 § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem 
pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a 
execução de atividades de defesa civil. 
 § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e 
reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 
 § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis 
pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. 
 § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de 
seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 
 
A justificativa apresentada pelo autor da PEC, deputado Lourival Mendes (PT 
do B - MA), ressaltava que não há prejuízo para a investigação criminal em 
comissões parlamentares de inquérito (CPIs), o que é garantido por um outro 
dispositivo presente na Carta Magna. No entanto, ele evocou um livro do 
desembargador Alberto José Tavares da Silva, para quem; 
"à investigação de crimes não está incluída no círculo das competências 
legais do Ministério Público", 
Diante da tramitação da PEC 37 na Câmara dos Deputados, diversas 
organizações lançaram a campanha "Brasil contra a impunidade". 
A campanha "Brasil contra a Impunidade" estava sendo realizada pela 
Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Conselho 
Nacional dos Procuradores-Gerais (CNPG), Associação do Ministério Público do 
 
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Distrito Federal e Territórios, Associação Nacional do Ministério Público Militar 
(ANMPM), Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e 
Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), e de várias outras 
entidades ligadas ao MP. 
A alegação que sustenta diretamente à legalidade da adoção desta 
titularidade do Ministério Público proceder às investigações criminais é o que se 
denomina na doutrina de teoria dos poderes implícitos. Define-se; 
 
“Como a determinação de uma competência estatal e conjuntamente 
com ela, de mecanismos que assegurem a eficácia de sua integral 
realização”. 
(Paulo Rangel) 
 
E o que diz a; Lei nº 12.846/2013, também conhecida como Lei 
Anticorrupção. 
CAPÍTULO VI 
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL 
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a 
possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial. 
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5o desta Lei, a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou 
órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar 
ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras: 
I - Perdimento dos bens, direitos ou valores querepresentem vantagem ou proveito 
direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de 
boa-fé; 
II - Suspensão ou interdição parcial de suas atividades; 
 
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III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; 
IV - Proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos 
de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo 
poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. 
§ 1o A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando 
comprovado: 
I - Ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou 
promover a prática de atos ilícitos; ou 
II - Ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade 
dos beneficiários dos atos praticados. 
§ 2o (VETADO). 
§ 3o As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa. 
§ 4o O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação 
judicial, ou equivalente, do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens, direitos 
ou valores necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano 
causado, conforme previsto no art. 7o, ressalvado o direito do terceiro de boa-fé. 
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão ser aplicadas as 
sanções previstas no art. 6o, sem prejuízo daquelas previstas neste Capítulo, desde que 
constatada a omissão das autoridades competentes para promover a responsabilização 
administrativa. 
 
Relacionando-se ao tema, ao Ministério Público cabe a propositura da ação 
penal pública, e o inquérito policial e está imbricado de modo implícito à promoção 
necessária da ação penal, portanto, como atividade-meio deve ser realizada pelo 
mesmo órgão que preside a atividade-fim. 
A concepção de que o Ministério Público atua como parte e, não poderia atuar 
como órgão investigador no campo da percepção penal. Porém, considerando-se as 
hipóteses taxativas de impedimento elencadas nos Arts. 252 e 254 do CPP e que o 
 
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Ministério Público como parte imparcial no processo, atuaria de acordo com o teor 
das provas devidamente produzidas por seu membro, não contrariando esta 
atividade facilitaria as conclusões, não relutando o mesmo pela necessidade de 
absolvição a quem considere inocente, já que não tem interesse algum no deslinde 
da causa, seguindo sua liberdade de consciência que deve estar em conformidade 
com os princípios da legalidade e as providências a serem efetuadas e a 
coordenação e acompanhamento de toda atividade de natureza de perquirição seria 
de alçada do promotor investigador. 
O sistema acusatório triparte-se a função dentro da persecução penal em 
três: acusar (em regra, exercida pelo Ministério Público), defender (exercida por 
Advogado Público ou não) e julgar (exclusiva do magistrado), No Art. 129, I, VI, VIII 
e IX da CF/88, os arts. 7º, 8º e 38 da Lei Complementar nº 75/93 (Lei Orgânica do 
Ministério Público da União), art. 26 da Lei 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do 
Ministério Público), todos conferem ao Ministério Público a autorização para a 
condução de procedimentos investigatórios, atualmente o Ministério Público atua em 
milhares de investigações próprias como por exemplo o caso “Lava Jato”, onde o 
Procedimento Investigatório Criminal do MP possibilita apuração, fazendo diligências 
e ouvindo testemunhas. 
Em tempo, menciono a campanha 10 MEDIDAS CONTRA CORRUPÇÃO - 
Criação de Projeto de Lei, onde obteve mais de 2 milhões de assinaturas da 
sociedade civil e apoio dos organismos jurisprudenciais, que tramita pela sua 
apreciação e aprovação no congresso Nacional. Estas 10 medidas, dispõem sobre 
propostas legislativas para aprimorar a prevenção e o combate à corrupção e à 
impunidade. 
Medidas consolidadas em 20 anteprojetos de lei e que buscam, entre outros 
resultados, evitar a ocorrência de corrupção (via prestação de contas, treinamentos 
e testes morais de servidores, ações de marketing/conscientização e proteção a 
quem denuncia a corrupção), criminalizar o enriquecimento ilícito, aumentar penas 
da corrupção e tornar hedionda aquela de altos valores, agilizar o processo penal e 
o processo civil de crimes e atos de improbidade, fechar brechas da lei por onde 
 
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criminosos escapam (via reforma dos sistemas de prescrição e nulidades), 
criminalizar caixa dois e lavagem eleitorais, permitir punição objetiva de partidos 
políticos por corrupção em condutas futuras, viabilizar a prisão para evitar que o 
dinheiro desviado desapareça, agilizar o rastreamento do dinheiro desviado e fechar 
brechas da lei por onde o dinheiro desviado escapa (via ação de extinção de 
domínio e confisco alargado). 
Por tanto concluindo, e com parecer favorável, é muito eficaz que o MP 
participe diretamente nas investigações criminais, pois em nossa ótica 
jurisprudencial, a celeridade das investigações, que até então é almejada pela 
sociedade como um todo, está sendo estimulada pela atuação direta dos membros 
do Ministério Público em atos persecutórios, que facilitaria a conclusão, mais rápida 
e segura, acerca do oferecimento ou não da denúncia, ainda promovendo as 
chamadas delações premiadas, onde pune-se com menos rigor o chamado “Peixe 
pequeno” afim de apurar e levar a justiça o verdadeiro “Peixe Grande”, para que este 
restitua a sociedade e o prejuízo causado. 
O inquérito policial caracteriza-se por ser uma etapa intermediária ou 
acessória, que deverá de qualquer modo ser apreciado pelo Ministério Público a fim 
de ser instaurado ou não, este enlace de interesses com a estrutura policial, 
acompanhada de perto pelo MP, propiciaria uma maior fluidez e uma maior troca de 
informações em conhecimentos que só traz ganho à sociedade ansiosa por justiça. 
Conclusão, tanto a Constituição Federal quanto a Lei autoriza a investigação 
criminal conduzida pelo Ministério Público. 
É o nosso “parecer favorável” a participação direta do ministério público nas 
investigações criminais, e contra a Proposta de Emenda à Constituição nº 37 que 
sugere incluir um novo parágrafo ao Artigo 144 da Constituição Federal, que trata da 
Segurança Pública, propiciando assim uma maior insegurança judicial. 
 
Santo André, setembro de 2016. 
 
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Referências Bibliográficas 
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Editora Forense. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 20ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 
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2016. 
Superior Tribunal de Justiça. Disponível em: www.stj.jus.br, acessado em 02 de setembro 2016. 
JÚNIOR, Aury Lopes. Direito Processual Penal e sua Conformidade Constitucional. 8 ed. V 1. Rio de 
Janeiro: Lumen Juris, 2011. 
REIS, ALEXANDRE CEBRIAN ARAÚJO E GONÇALVES, VICTOR EDUARDO RIOS. DIREITO 
PROCESSUAL PENAL ESQUEMATIZADO. COORDENADOR PEDRO LENZA. SÃO 
PAULO:SARAIVA, 2012. 
NUCCI, GUILHERME DE SOUZA. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL COMENTADO, SÃO 
PAULO:SARAIVA 
A Lei nº 12.846/2013, também conhecida como Lei Anticorrupção. 
INTERNET 
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/91972/constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituicao-federal-de-1988 
https://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/?src=1.1.2&aplicacao=processos.ea&tipoPesquisa=tipoPesq
uisaGenerica&num_registro=200701833036 
HTTP://RODRIGOCASTELLO.JUSBRASIL.COM.BR/ARTIGOS/121936621/A-LEI-PROCESSUAL-
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inc%EDpio+do+estado+de+inoc%EAncia&opAjuda=SIM&tipo_visualizacao=null&thesaurus=null&p=tr
ue&operador=e&processo=&livreMinistro=&relator=&data_inicial=&data_final=&tipo_data=DTDE&livreOrgaoJulgador=&orgao=&ementa=&ref=&siglajud=&numero_leg=&tipo1=&numero_art1=&tipo2=&nu
mero_art2=&tipo3=&numero_art3=&nota=&b=ACOR&b=SUMU&b=DTXT&b=INFJ 
https://jus.com.br/artigos/24184/por-que-sou-contra-a-pec-37 
http://www.senado.gov.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_144_.asp 
http://www.cgu.gov.br/assuntos/responsabilizacao-de-empresas/lei-anticorrupcao 
https://www.change.org/p/impunidade-n%C3%A3o-mp-com-poder-de-investiga%C3%A7%C3%A3o-
n%C3%A3opec37

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