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1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICLÓGICAS CONTROLE DE QUALIDADE EM ANÁLISES CLÍNICAS 2 Controle de Qualidade no Laboratório ⇒⇒⇒⇒ São todas as fases, itens e procedimentos realizados no laboratório clínico, destinados a melhorar a precisão e a exatidão dos laudos laboratoriais. 3 Controle de Qualidade no Laboratório ⇒⇒⇒⇒ tem papel fundamental desde a preparação do paciente, coleta das amostras e execução dos exames, até a liberação dos resultados. Exame ⇒⇒⇒⇒ conjunto de procedimentos pré- analíticos, analíticos e pós-analíticos realizados nos pacientes e/ou em suas amostras e aplicados à saúde humana. 4 SISTEMAS DE CONTROLE DA QUALIDADE: CONTROLE INTERNO DA QUALIDADE - (intralaboratório) São procedimentos conduzidos em associação com o exame das amostras do paciente para avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limites de tolerância pré-estabelecidos. CONTROLE DE QUALIDADE EXTERNO - (interlaboratório) Através de comparações interlaboratoriais. OBJETIVO: assegurar que os resultados laboratoriais se aproximem o mais próximo possível do valor real. Avalia somente o processo analítico e não inclui as atividades pré ou pós-analíticas. 5 CONTROLE INTERNO DA QUALIDADE - PRECISÃO: é a reprodutibilidade dos resultados obtidos, repetidas vezes, da mesma amostra, encontrando-se o maior número de vezes, resultados bem próximos, sem contudo, obter-se necessariamente o valor real. CONTROLE DE QUALIDADE EXTERNO - EXATIDÃO: é a capacidade de um sistema analítico fornecer maior número de vezes, resultados com o valor o mais próximo do valor real. SISTEMAS DE CONTROLE DA QUALIDADE: 6 A = NÃO TEM PRECISÃO E NEM EXATIDÃO B = BOA PRECISÃO MAS SEM EXATIDÃO C = EXCELENTE PRECISÃO E EXATIDÃO PRECISÃO E EXATIDÃO A B C 2 7 Procedimentos Pré-Analíticos: � Requisição Médica: � teste inapropriado � solicitação não legível � Identificação errada do paciente � recomendações não especificadas � perda da requisição médica � informações incorretas sobre o paciente 8 � Coleta da Amostra: � tubo incorreto � identificação incorreta da amostra � volume da amostra inadequado � amostra inválida � coleta em momento errado � condições inapropriadas de transporte e armazenamento � amostra enviada para setor errado 9 � Preparação do paciente: �Variações intraindividuais: dieta, horário da coleta, postura, exercícios físicos, ciclo menstrual, drogas; � Variações interindividuais: idade, sexo, raça; 10 Procedimentos Analíticos: Confiabilidade: precisão, exatidão, sensibilidade, especificidade, linearidade; Praticidade: volume e tipo de amostra, duração do ensaio, complexidade metodológica, estabilidade dos reagentes, robustez, necessidade de equipamentos, custo, segurança pessoal; Outras variáveis: qualidade da água, limpeza das vidrarias, calibração dos dispositivos de medição e ensaio; 11 Procedimentos Pós-Analíticos: � consistência dos resultados; � digitação dos resultados; � transmissão dos resultados para o médico; � entrega do laudo para o paciente 12 ERRO LABORATORIAL: →Erros potencias na etapa pré-analítica: Erros na solicitação do exame, na coleta da amostra; →Erros potenciais na etapa analítica: Troca de amostras, erro de pipetagem, reagentes e padrões contaminados, equipamentos, t amb e da reação inadequados, tempo de reação errado; → Erros potenciais na etapa pós-analítica: Identificação errada do paciente, transcrição de dados incorreta, resultado ilegível, unidades erradas, erros na interpretação dos resultados; 3 13 ERROS ALEATÓRIOS DEVIDO A VARIAÇÕES NAS MANIPULAÇÕES. SÃO INDETERMINADOS, LEVAM À PERDA DE PRECISÃO E NÃO PODEM SER CORRIGIDOS. ERROS SISTEMÁTICOS SÃO DE OCORRÊNCIA REGULAR, LEVAM À PERDA DE EXATIDÃO. PODEM SER EXPERIMENTAIS, LABORATORIAIS E PROVOCADAS PELO ANALISTA. 14 Controle Interno de Qualidade: � manual da qualidade; � pessoal técnico suficiente, selecionado e treinado; � instalações, equipamentos e instrumentos de medição de boa qualidade e calibrados; � reagentes preparados com produtos químicos de boa procedência; � processos analíticos adequados e padronizados; �coleta, manipulação e conservação das amostras � limpeza da vidraria; � existência de boas condições de trabalho. 15 Escolha do Controle Interno de Qualidade: � Gráficos de Levey-Jennings; � Interpretação Multi-regra de Westgard. 16 Gráficos de Controle de Levey-Jennings: � Preparar amostras-controle no próprio laboratório ou adquiri-las no comércio. � Analisar a amostra-controle para o analito a ser controlado no mínimo 20 vezes em 20 dias diferentes. � Calcular a média e desvio padrão a partir dos resultados obtidos. Estabelecer os Limites aceitáveis de erro (LAE). 17 18 Preparar, para cada analito, um gráfico de controle baseado nos Limites Aceitáveis de Erro. 4 19 Diariamente, colocar no gráfico de controle os resultados obtidos pela análise do analito na amostra-controle. 20 �Examinar, diariamente, cada gráfico de controle, detectando os resultados “dentro” e “fora” de controle. � Quando os resultados do controle estiverem “dentro” dos Limites aceitáveis de erro, liberar o resultado. � Quando os resultados do controle estiverem “fora” dos Limites , suspender a análise e cancelar os resultados dos pacientes. Inspecionar o processo analítico e descobrir a causa do problema. Resolvido o problema, repetir os testes. 21 Interpretação dos gráficos de Levey-Jennings: “Fora do Controle”: �13s- uma observação exceder à média ± 3s. � 12s- uma observação exceder à média ± 2s. �perda da exatidão = mais de 5 pontos se aproximam dos limites de +2DP ou -2DP, mesmo sem violar a regra 12s. Erro sistemático. � perda da precisão = a maioria dos pontos estão próximos dos limites de +2DP e -2DP e poucos ao redor da média, mesmo nos limites da regra 12s. 22 Interpretação dos gráficos de Levey-Jennings: “Dentro do Controle”: �Quase todos os pontos encontram-se entre os limites da média ± 2D. �Os pontos ficam distribuídos, aproximadamente, metade em cada lado da média, sendo que 2/3 deles ficam entre a média ± 1DP. �É comum um resultado em cada 20 poder ficar for a dos limites da média ±DP. 23 � Vantagens dos Gráficos de Controle de Levey Jennings: � são simples, baratos, confiáveis e efetivos; � apresentam informações rápidas expressas graficamente; � informam sobre a deterioração de reagentes e/ou o desempenho dos equipamentos. 24 � Desvantagens dos Gráficos de Controle de Levey Jennings: � alguns analitos podem apresentar instabilidade nas amostras-controle. � às vezes os Limites aceitáveis de erro são muito amplos e podem mascarar erros sistemáticos. � podem predispor o analista quando ele conhece o resultado do analito na amostra-controle. 5 25 Gráfico Multi-regra de Westgard: � Os dados do controle são traçados do mesmo modo que o gráfico de Levey-Jennings. � Entretanto, os gráficos tem várias linhas de limites especificadas: média ± 1 desvio padrão, média ± 2 desvios padrão média ± 3 desvios padrão para permitir a aplicação de normas adicionais de controle. 26 XmXm +1s+1s +2s+2s +3s+3s -1s-1s -2s-2s -3s-3s 11 22 33 44 55 66 77 88 99 1010 1111 1212 1313 1414 1515 1616 1717 1818 Regras para um controle �12s quando 1 resultado da amostra- controle excede à média ± 2 desvios padrões ( 2s ). �Alerta 27 Regra 12s 28 Regras para um controle �13s Rejeite, quando 1 resultado da amostra- controle excede à média ± 3 desvios padrões ( 3s ). �Erro aleatório 29 Regra 1 3S 30 6 Regras para um controle �22s Recuse quando dois valores consecutivos daamostra-controle excedem a média ±2 desvios padrões (2s ). Rejeitar e procurar Erro sistemático!!!! 31 Regra 2 2S 32 Regras para um controle �41s Recuse quando 4 resultados consecutivos da amostra-controle excedem a média ± 1desvio padrão (1s). �Erro sistemático 33 Regra 41S 34 Regras para um controle �R4s Recuse quando 1 resultado exceder a média +2s e o seguinte exceder a média -2s. �Erro ao acaso. 35 Regra R4S 36 7 Regras para um controles �Regra 10x Quando 10 resultados consecutivos da amostra-controle estão do mesmo lado da média. Rejeitar e procurar erro sistemático. 37 Regra 10x 38 39 Interpretação multi-regra de Westergard: “Fora do controle”: � uma observação excede à média ± 3s (1:3s) � uma observação excede à média ± 2s (1:2s) � duas observações consecutivas excedem à média ±2s (22s) �uma observação exceder à média +2s e o seguinte exceder à média -2s (R4s) � quatro observações consecutivas excedem à média ±1s (41s) � 10 observações consecutivas do controle estão no mesmo lado da média (acima ou abaixo) (10x) 40 Controle Externo de Qualidade � Emprega amostras-controle que são analisadas pelos laboratórios participantes, visando à determinação do desempenho dos exames de laboratório clínico, através de comparações interlaboratoriais. � No Brasil estão disponíveis 2 programas de Avaliação Externa da Qualidade no laboratório clínico: Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ), patrocinado pela (SBAC) Programa de Excelência para Laboratórios (PELM), de responsabilidade da SBPC. 41 Avaliação e Conceitos do Programa Nacional de Controle de Qualidade � O PNCQ avalia mensalmente a qualidade analítica do Laboratório Participante, segundo metodologia usada internacionalmente. � São realizadas 3 avaliações com os resultados obtidos dos LP, a partir de remessas mensais de amostras controle. � De acordo com a variabilidade analítica obtida em cada analito, é outorgado um conceito ao mesmo: -Resultado dentro da média ± 1s, conceito B = Bom -Resultado dentro da média ± 2s, conceito A = Aceitável -Resultado dentro da média ± 3s, conceito I = Inaceitável É realizada uma avaliação percentual obtida pelo cálculo percentual entre os acertos (B+A) e os erros (I). Desse cálculo percentual obtém-se uma pontuação que tem os seguintes valores conceituais, de acordo com as normas do PNCQ: Porcentagem • De 81 a 100 % • De 76 a 80 % • De 65 a 75 % • Inferior a 65 % Conceito • Excelente • Bom • Regular • Insuficiente 42 � Pode ser trimestral ou anual 8 43 Certificação e Acreditação o Certificação é o reconhecimento realizado por uma agência, governamental ou não, de que uma organização atende a requisitos predeterminados para realizar tarefas específicas. o A certificação é voluntária e o laboratório escolhe a agência certificadora, baseado na credibilidade que essa possui, em sua experiência no ramo e no conhecimento técnico dos seus auditores. 44 o Para receber a certificação, LC deve estar em conformidade com todos os requisitos exigidos, apresentar um plano satisfatório para corrigir as não- conformidades, caso sejam identificadas, e obter aproveitamento satisfatório em programas de qualidade. o Mesmo depois de ser acreditado, o laboratório será submetido a auditorias periódicas para verificar se continua mantendo os padrões determinados. o A certificação significa reconhecimento do compromisso com a qualidade, a capacitação e a competência dos serviços. O laboratório creditado prova, perante o mercado, s órgãos públicos e a sociedade, que é uma organização que se pode confiar. CERTIFICAÇÃO • É a confirmação por um órgão externo ao LAC de que o manual e os procedimentos estão de acordo com os requisitos da Norma ISO e que todos os funcionários executam suas tarefas em conformidade. ÓRGÃO CERTIFICADOR • É uma empresa qualificada junto ao INMETRO para comprovar através de uma auditoria , se o sistema de qualidade do LAC e o manual estão de acordo com a ISO 9000. 45 ÓRGÃO CERTIFICADOR �SBAC - DICQ - Departamento de Inspeção e de Credenciamento da Qualidade �SBPC - PALC - Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos �CAPS - Colégio Americano de Patologia �BSI - Instituição Britânica de Padronização �ONA – Organização Nacional de Acreditação 46 47 MODELO ISO • Em 1947 foi fundada em Genebra (Suíça), uma organização internacional, não governamental: International Organization for Standardization, que significa Organização Internacional para Normatização. • ISO é a sigla para essa organização, que tem por objetivo criar parâmetros e padrões de igualdade para produtos e serviços, facilitando, com isso, intercâmbio internacional. ISO série 9000 �São 5 conjuntos de normas internacionais: ISO 9000, ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003 e ISO 9004. �Sistema de gestão da qualidade e de normas para garanti-la, sendo um modelo flexível que pode ser incorporado e adaptado às necessidades de cada laboratório. 48
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