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Profa. Rosângela E. M. Biagolini 2013 PREVALÊNCIA NO MUNDO Coeficiente de prevalência da hanseníase, Brasil. 2003 – 4,52 p/ 10.000 hab. 2011 – 1,24 p/ 10.000 hab. Retirado da aula do Dr Jarbas Barbosa em 26/01/2012 SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NO BRASIL Número de casos de Hanseníase detectados em 2010 nos 17 países com mais de mil casos detectados no ano. A HANSENÍASE NO MUNDO E NO BRASIL PAÍS 2010 ANGOLA 1.076 BANGLADESH 3.848 BRASIL 34.894 (15,27%) CHINA 1.324 CONGO 5.049 INDIA 126.800 ETIÓPIA 4.430 INDONÉSIA 17.012 MADAGASCAR 1.520 MOÇAMBIQUE 1.207 MINAMAR 2.936 NEPAL 3.118 NIGÉRIA 3.913 FILIPINAS 2.041 SRI LANKA 2.027 SUDÃO 2.394 TANZÂNIA 2.349 SUB-TOTAL 215.938 (95%) TOTAL MUNDO 228.474 ESTADO DE SÃO PAULO ano 2011: 2152 casos em tratamento no dia 31/12/2011 1753 casos novos diagnosticados no ano de 2011 8,9% dos casos diagnosticados apresentam incapacidades graves MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ano 2011: 299 casos em tratamento no dia 31/12/2011 231 casos novos diagnosticados no ano de 2011 10 casos novos diagnosticados em menores de 15 anos no ano de 2011 9,3% dos casos diagnosticados apresentam incapacidades graves 1600: Brasil tem os primeiros casos notificados de hanseníase. 1820: realizado um censo no Brasil, indicando altos índices da doença. 1873: Gerhard Arnauer Hansen identificou o Mycobacterium leprae ou bacilo de hansen. Gerhard H. A. Hansen (1841-1912) 1930 : Emílio Ribas, institui o isolamento compulsório dos doentes e o tratamento com ÓLEO DE CHALMOOGRA. [rede asilar: Pirapitingui (Itú), Aimorés (Baurú), Santo Ângelo (Mogi das Cruzes), Padre Bento (Guarulhos), Cocais]. 1940: tratamento com a SULFONA, primeira droga eficaz no controle da hanseníase. 1967: foi abolido o isolamento compulsório dos doentes. o tratamento passou a ser realizado em regime ambulatorial. 1970: foi introduzido o tratamento com a RIFAMPICINA. 1975: foi abolido o termo lepra, e instituído oficialmente no Brasil, o termo hanseníase, corrigindo assim, um erro milenar. 1987: foi instituído o tratamento com POLIQUIMIOTERAPIA. 2003: Brasil é o segundo país do mundo em número de casos da doença. Hanseníase: é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Micobacterium leprae – Bacilo de Hansen que ataca pele e nervos periféricos. Primeiros sinais da doença: são manchas hipocrômicas na pele, com alteração na sensibilidade, devido a instalação do bacilo nas terminações nervosas da pele. É doença de notificação compulsória em todo o território nacional. Bacilo Álcool – Ácido resistente que cora-se em vermelho pela fucsina (coloração de Ziehl- Nielsen). Forma globias – aglomerados de bacilos. Parasita intracelular obrigatório com afinidade pelas células cutâneas e do tecido nervoso periférico. Reprodução lenta – 12 a 14 dias Período de incubação longo – 2 a 5 anos Característica de doença de evolução crônica Não é cultivável em meios artificiais de cultura. Pode ser inoculado em pata de camundongo, tatu e macacos. Resiste no meio ambiente: 9 dias em secreções dessecadas 46 dias em ambiente úmido ALTA INFECTIVIDADE ALTA PROPORÇAO DE INDIVÍDUOS COM ANTICORPOS CONTRA O BACILO EM POPULAÇÕES SADIAS. BAIXA PATOGENICIDADE ALTA VIRULÊNCIA CAPACIDADE DE PRODUZIR DOENÇA CLINICAMENTE EVIDENTE. SEVERIDADE DA DOENÇA BAIXA LETALIDADE ALTO PODER INCAPACITANTE INCAPACIDADE FÍSICA= mãos, pés, nariz e olhos. INCAPACIDADE PSICOLÓGICA= Repercussão no ambiente familiar. INCAPACIDADE SOCIAL= Discriminação devido ao estigma. Características do Mycobacterium leprae A doença é transmitida por via respiratória, necessitando de contatos prolongados com o doente virgem de tratamento. Os principais susceptíveis são os contatos intradomiciliares. Outra forma de transmissão de menor importância é a pele com solução de continuidade. Período de Incubação: em média de 2 a 5 anos. Raramente ocorre em crianças . Incidência maior em homens do que em mulheres Condições precárias de vida e de saúde e o elevado numero de pessoas convivendo em um mesmo ambiente, influem no risco de adoecer Doentes na forma paucibacilar (PB) – pequeno numero de bacilos – não infectam outras pessoas. Doentes na forma multibacilar (MB) – número maior de bacilos pode infectar outras pessoas – fonte de infecção e manutenção da cadeia epidemiológica. Fonte de infecção – único reservatório. Homem doente – formas multibacilares sem Tratamento. Elimina bacilos pelas vias áreas Superiores e lesões ulceradas da pele. Doente da forma V elimina 2,4 X 108 bacilos por dia. Porta de Entrada : vias respiratórias e soluções de continuidade da pele Gânglios linfáticos Luta entre o organismo e a bactéria SUSCEPTÍVEIS -Contatos -10% da população (90% tem defesa natu- ral contra o M. Leprae) -Exposição prolongada -Moradias com alto índice de ocupação -Condições precárias de vida e saúde -Gravidez, puerpério, puberdade e desnutrição. Organismo vence e elimina os Bacilos (maioria) A bactéria fica em latência podendo prolife- rar em determi- nadas condições Passagem para o sangue e disseminação para a pele, nervos e/ou vísceras. HOMEM DOENTE – F. CONTAGIANTE SUSCEPTÍVEL MHI NÃO CONTAGIANTE PERÍODO DE INCUBAÇÃO 2 a 5 anos MHT NÃO CONTAGIANTE TRATAMENTO CURA S/ SEQÜELA CURA COM OU SEM SEQÜELAS NÃO TRATAMENTO SEQÜELA TRATAMENTO CURA COM OU SEM SEQÜELAS NÃO TRATAMENTO SEQÜELA FONTE DE INFECÇÃO 1 a 5 anos MHD CONTAGIANTE MHV CONTAGIANTE TRATAMENTO NÃO TRATAMENTO OU OU Forma inderminada - Áreas hipo ou anestésica; hipocrômicas ou avermelhadas; sem suor e com rarefação de pelos. Não é transmissível. Tratamento: 6 doses. Forma tuberculóide: Placas eritematosas, bem delineadas; hipo ou anestésica; com comprometimento de nervos. Não é transmissível. Tratamento: 6 doses. Forma Dimorfa: Lesões eritematosas planas ou infiltradas com o centro claro, de tonalidade ferruginosa ou pardacenta; com alteração de sensibilidade. É transmissível. Tratamento: 12 doses. Forma Virchoviana: Eritema e infiltração difusa; placas eritematosas infiltradas e de bordas mal definidas; tubérculos e nódulos; madarose; lesões de mucosas; com alteração de sensibilidade. É transmissível. Tratamento: 12 doses. Sinais e sintomas Dermatológicos: Manchas pigmentares ou discrômicas – ausência, diminuição ou aumento de melanina ou deposito de outros pigmentos ou substancias na pele Placas = individuais ou aglomerado = estende pela pele Infiltração = aumento de espessura e consistência da pele Nódulo = lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1 a 3 cam de tamanho – pode ser mais palpável do que visível Podem estar em qualquer região do corpo, mas acometem mais freqüentemente face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. ATENÇÃO ESTAS LESOES DE PELE APRESENTAM ALTERACAO DE SENSIBILIDADE Sinais e sintomas Neurológicos Lesões decorrentes de processos inflamatórios dos nervosperiféricos (neurites) e podem ser causadas tanto pela ação do bacilo nos nervos como pela reação do organismo ao bacilo ou por ambas Dor e espessamento dos nervos periféricos Perda de sensibilidade nas área inervadas por esses nervos, principalmente olhos, mãos e pés Perda de forca nos músculos inervados por esses nervos, principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores. A neurite aparece através de processo agudo, acompanhado de dor intensa e edema. No inicio sem comprometimento funcional, mas a cronicidade leva ao comprometimento = perda de capacidade de suar (anidrose), perda de pelos (alopecia), ressecamento da pele, dormência, perda de força, perda de sensibilidades térmica, dolorosa e tátil DIAGNÓSTICO CLÍNICO => 1) EXAME DERMATONEUROLÓGICO COM TESTES DE SENSIBILIDADE (TÉRMICO, DOLOROSO E TÁTIL); 2) TESTE DE FORÇA MUSCULAR 3) PALPAÇÃO DOS NERVOS MAIS COMUMENTE ACOMETIDOS. EXAMES LABORATORIAIS => BACILOSCOPIA E BIÓPSIA. Pessoas que tem hanseníase, geralmente, queixam-se de manchas dormentes, câimbras, formigamento, dormência e fraqueza nas mãos e pés. Classificação operacional para fins de tratamento PAUCIBACILARES ( PB) = casos com até 5 lesões de pele MULTIBACILARES (MB) = casos com mais de 5 lesões de pele A identificação do comprometimento neural e da eventual incapacidade física do paciente são importantes para prevenção de incapacidades e deformidades 1. Teste da força muscular e mobilidade articular 2. Palpação dos nervos: auricular e radial, ulnar, mediano, fibular, tibial posterior. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL => baciloscopia - esfregaços de raspados intradérmicos das lesões hansênicas ou de outros locais de coleta: lóbulos auriculares e/ou cotovelos, e lesão se houver. A baciloscopia negativa não afasta diagnóstico de hanseníase PORTANTO O DIAGNOSTICO DEVE SER CLINICO - - - + + + + + - + + + - - ou < 5 mm Teste de Mitsuda - + - + FORMA CLÍNICA BACILOSCOPIA MITSUDA I / PB ou T / PB >5 mm D / MB ou V / MB - - + + + + + + - - ou < 5 mm - + - + AMBULATORIAL Tomada mensal de medicamentos (28 em 28 dias) avaliação da evolução das lesões Comprometimento neural Presença de neurites Estados reacionais Prevenção de incapacidades e deformidades HANSENIASE TEM CURA POLIQUIMIOTERAPIA - PQT RIFAMPICINA DAPSONA CLOFAZIMINA ESQUEMA PADRÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE evita resistência medicamentosa Esquema PB = 6 meses de duração Rifampicina - uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas) – administração supervisionada Dapsona – uma dose mensal 100 mg = administração supervisionada + 1 dose por dia auto-administrada Esquema MB = 12 meses de duração Rifampicina - uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas) – administração supervisionada Clofazimina – uma dose mensal 300 mg (3 cápsulas) - administração supervisionada + 1 dose por dia auto- administrada Dapsona – uma dose mensal 100 mg = administração supervisionada + 1 dose por dia auto-administrada Considera-se uma pessoa de alta por cura, aquela que completa o esquema de tratamento PQT nos seguintes prazos: Esquema PB – 6 doses mensais supervisionadas em até 9 meses Esquema MB – 12 doses mensais supervisionadas em até 18 meses Reações Hansênicas/estados reacionais Reações do sistema imunológico do doente ao Mycobacterium leprae – episódios inflamatórios agudos e sub-agudos. Mais comum nos primeiros meses de tratamento (tb pode ocorrer antes do diagnóstico ou após a cura) Quando ocorre antes do tratamento = principal causa de lesões dos nervos Tratamento dos estados reacionais é ambulatorial Fatores potencialmente capazes de desencadear estados reacionais: gravidez, lactação, infecções...... AÇÕES DO PROGRAMA DE CONTROLE DA HANSENÍASE Intervenção na cadeia de transmissão da doença: Estímulo ao diagnóstico precoce de novos casos (busca ativa) Realização do tratamento supervisionado de todos os casos diagnosticados Realização do exame e vacinação de todos os contatos domiciliares (2 doses de vacina BCG – 6 meses entre 2 doses) Investigação comunicantes Evitar ou minimizar os danos causados pela doença: Assistência adequada aos pacientes Atividades de avaliação, prevenção e recuperação das incapacidades físicas provocadas pelo comprometimento dos nervos periféricos.
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