Buscar

Unidade 2 - Trabalho - Liberdade e submissão - filosofia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TRABALHO: LIBERDADE E SUBMISSÃO.
Entendemos por trabalho toda atividade na qual o ser humano utiliza sua energia para satisfazer necessidades ou atingir determinado objetivo.
Por intermédio do trabalho, o ser humano acrescenta um mundo novo, da cultura, ao mundo natural, já existente.
Em seu aspecto individual, podemos perceber que o trabalho pode permitir ao homem expandir suas energias, desenvolver sua criatividade e realizar suas potencialidades. Trabalhando podemos modificar o mundo e a nós mesmos.
Em seu aspecto social, o trabalho teria como objetivos últimos a manutenção e satisfação da vida e o desenvolvimento da sociedade.
Ao longo do tempo, com a dominação de uma classe social sobre outra, o trabalho foi desviado de sua função positiva. De ato de criação virou rotina de reprodução. De recompensa pela liberdade se transformou em castigo. Foi transformado em instrumento de alienação.
A primeira divisão de trabalho teria se dado entre os sexos. Depois viriam ainda a idade e a força física de cada indivíduo.
Durante a antiguidade, o trabalho manual foi considerado como uma atividade menor, desprezível, que pouco se diferenciava da atividade animal. Valorizava-se o trabalho intelectual.
São Tomás de Aquino se referia ao trabalho como um “bem árduo”, por meio do qual cada indivíduo se tornaria um homem melhor. De acordo com o cristianismo medieval, o trabalho passou a ser visto como uma forma de sofrimento que servia como provação e fortalecimento do espírito para se alcançar o reino celestial.
Com o protestantismo o trabalho foi revalorizado, sendo o sucesso econômico considerado como um sinal da benção de deus. Segundo a ética protestante, o homem deveria viver uma vida ativa e lucrativa, pautada pelo trabalho. (relação existente entre a ética protestante e o nascimento do capitalismo nos paises protestantes).
Hegel: o aspecto positivo do trabalho.o homem não apenas se forma e se aperfeiçoa, como também se liberta, através do trabalho, pelo domínio que exerce sobre a natureza.
Marx. Papel negativo nas sociedades capitalistas: A liberdade (suposta) do trabalhador acabaria quando ele fosse obrigado a vender sua força de trabalho para quem queira explorá-la.
Alienação (visão marxista): Objetivação: se refere a capacidade de o homem se objetivar, se exteriorizar nos objetos e nas coisas que cria. No capitalismo, após transferir suas potencialidades para os seus produtos, o homem deixa de identificá-los como obra sua.
No século XIX o trabalho tornou-se mais rotineiro, automatizado e especializado.
A principal conseqüência do taylorismo (linhas de produção) é que a fragmentação do trabalho conduz a uma fragmentação do saber, pois o trabalhador perde a noção do conjunto do processo produtivo. A situação desgastante de rotina e taylorização acaba com o envolvimento afetivo e intelectual que o trabalhador teria com seu trabalho, e essa relação vai se tornando fria, monótona e apática.
O trabalho alienado produz para satisfazer as necessidades do mercado e não do trabalhador, por isso costuma ser marcado pelo desprazer, embrutecimento e exploração do trabalhador.
A sensação de identidade do ser humano torna-se tão frágil quanto sua auto-estima, sendo constituída no total de papéis que ele pode desempenhar: “Eu sou como você quer que eu seja”.
Um dos princípios que orientam as relações alienadas é: “Não se envolva com a vida interior de ninguém”. Esse não envolvimento pode chegar a situações extremas de ausência de solidariedade social.
O consumo alienado se dá, normalmente, na parcela da população com bom poder aquisitivo.
Produção é ao mesmo tempo consumo, pois quando se produz algo, se consome a força do produtor. Consumo é ao mesmo tempo produção, pois os homens se produzem através do consumo.
A propaganda é fundamental para o capitalismo, pois quando se produz algo, é necessário que ele seja consumido.
O circuito produção-consumo não visa atender às necessidades individuais, mas sim as necessidades de expansão do sistema capitalista, de busca permanente de lucratividade. 
Baudrillard: A lógica do consumo está na impossibilidade de que todos consumam. O objeto adquirido funciona como um signo de diferença de status.
Esse tipo de consumo alienado é motivado pela necessidade do consumidor de sentir-se uma exceção em meio à multidão. É como se a posse do objeto satisfizesse a perda da própria identidade.
Para o consumidor alienado comprar significa um sinal infalível de status, correspondendo ao desejo de projetar o “ter” para substituir o vazio do “ser” do homem-massa.
Quanto ao lazer, o homem se utiliza de uma máscara de alegria que esconde sua crescente incapacidade para o verdadeiro prazer.
O trabalho é tido unicamente como um meio de sobrevivência, como algo penoso pelo qual todos têm de passar, pois “quem não trabalha não come”.
De 1850 ao final do século XX um trabalhador na França e Inglaterra, vivia de 45 a 50 anos trabalhava aproximadamente 120 mil horas. Atualmente, nos países desenvolvidos, o trabalhador vive cerca de 75 a 80 anos e trabalha, aproximadamente, 80 mil horas ao longo da vida.
Para evitar o desemprego em massa, uma alternativa seria a redução do tempo de trabalho, pretendia pelas organizações de trabalhadores, o que conduziria também a construção de uma sociedade de maior tempo livre.

Outros materiais