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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * Direito Administrativo Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta Prof. Marco Viana * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta 1. Organização Administrativa: o modo pelo qual as pessoas públicas se estruturam para bem e satisfatoriamente desempenhar as várias atividades que lhes foram atribuídas pela Constituição e por via das quais atuam perseguindo a satisfação do interesse público; 2. Modos / Formas: a) concentração e desconcentração b) centralização e descentralização. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta 2. Modos / Formas: a) concentração: o próprio Estado atua diretamente, sem redistribuir competências no âmbito interno da Administração Pública; b) desconcentração: o Estado outorga frações de poder (competências) a órgãos e agentes de uma Administração Direta. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta 2. Modos / Formas: c) centralização: a Administração Pública oferece seus serviços diretamente, prestando-os por meio de seus próprios órgãos e agentes. d) descentralização: a Administração Pública oferece seus serviços através a) das entidades da chamada Administração Indireta (autarquias, fundações, empresas estatais e agências) e/ou b) das empresas concessionárias, permissionárias ou autorizatárias de serviços públicos, i. é, aquelas pessoas jurídicas que prestam serviços públicos em regime de concessão, permissão ou autorização. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta 2. Modos / Formas: d) descentralização – tipos / espécies: 1.ª) descentralização política: importa na repartição de poder político entre os entes que integram a Federação ou a Confederação, sendo, portanto, delineada pela Constituição; 2.ª) descentralização administrativa: importa na distribuição de competências em favor de entidades criadas pelo Poder Público ou de pessoas a quem este outorgou a execução de serviços sob regimes de concessão, permissão ou autorização. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta 2. Modos / Formas: d) descentralização – tipos / espécies: 2.ª) descentralização administrativa: importa na distribuição de competências em favor de entidades criadas pelo Poder Público ou de pessoas a quem este outorgou a execução de serviços sob regimes de concessão, permissão ou autorização. espécies: - territorial, por colaboração, por serviço (ou funcional). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta 3. O Modelo Brasileiro: admite a desconcentração, centralizando o Estado o desempenho de alguns serviços públicos através de órgãos e agentes no âmbito interno da chamada Administração Direta. admite também a descentralização, ofertando o Estado serviços públicos através a) das entidades da chamada Administração Indireta (autarquias, fundações, empresas estatais e agências) e b) das empresas concessionárias, permissionárias ou autorizatárias de serviços públicos, i. é, aquelas pessoas jurídicas que prestam serviços públicos em regime de concessão, permissão ou autorização. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta 4. A Organização Administrativa Brasileira: a Administração Pública Brasileira atua: 1.º) através de órgãos e agentes de sua ADMINISTRAÇÃO DIRETA OU CENTRALIZADA (já estudados). 2.º) através de entidades criadas pelo Poder Público para integrar sua ADMINISTRAÇÃO INDIRETA OU DESCENTRALIZADA. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta 4. A Administração Indireta: Noção: - conjunto de entidades, de pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica própria, criadas pelo Poder Público para exercerem atividades em setores que reclamem atuação especializada. Estrutura: a) as autarquias, b) as fundações públicas (de direito público ou de direito privado), c) as empresas públicas (donde se incluem as empresas públicas ou sociedades de economia mista) e d) as agências (reguladoras e executivas). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias a) conceito: serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprias, para executar atividades típicas da Administração Pública que requeiram, para seu melhor desempenho, gestão administrativa e financeira descentralizada (Decreto-lei n.º 200/67, art. 5.º); b) criação: por lei específica (p/ alguns, deve ser de iniciativa do Chefe do Poder à qual se vincula – CF/88, art. 37, XIX, e 61, § 1.º, II ‘e’). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias c) extinção: por lei específica (princípio da simetria jurídica ou do paralelismo da forma); d) natureza jurídica: pessoa jurídica de direito público Obs.: não se confundem com os entes federativos (União, Estados DF e Municípios = pessoas políticas); e) patrimônio: formado por bens públicos (logo, inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis, não oneráveis). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias f) auto-administração: dotadas que são de personalidade jurídica própria; possuem autonomia administrativa, financeira e técnica. g) atividades desenvolvidas: econômicas (exs.: IAA, BACEN, CVM); creditícias (exs.: antigas caixas econômicas); industriais (ex.: antiga Imprensa Oficial); previdenciária e assistencial (ex.: INSS); profissional ou corporativa (exs.: AOB, Conselhos); cultural, voltada, p. ex., para o ensino (ex.: universidades públicas). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias h) regime de pessoal: em regra, estatutário; admissível, todavia, servidores públicos celetistas (em regime de emprego público). Obs.: - cargos de provimento permanente e empregos públicos: acesso via concurso público; - cargos de provimento temporário: livre nomeação e exoneração por parte da autoridade competente; - admissível a contratação por prazo determinado para atender a necessidade de excepcional interesse público: - Lei n.º 8.745/93 (União); - Lei n.º 6.677/94 (Bahia). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias i) acumulação: vedação, em regra; admissível, excepcionalmente, nas hipóteses taxativas indicadas na Constituição Federal, art. 37, XVI e XVII. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias j) controle: internamente: controle interno ou administrativo; externamente: - controle finalístico (supervisão ministerial); - controle legislativo: TCE; - controle popular / social: amplo; - controle judicial, via ações comuns e ações constitucionais; Obs.: autoridades autárquicas praticam atos sujeitos a mandado de segurança e respondem por ato de improbidade administrativa (Lei n.º 8.429/92). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias k) juízo competente: 1.º) as ações comuns: a) contra autarquias federais: Justiça Federal; b) contra autarquias estaduais / municipais: Justiça Estadual (cf. dispuser a Lei de Organização Judiciária de cada Estado e do DF); 2.º) as ações envolvendo pessoal celetista: Justiça do Trabalho; 3.º) as ações envolvendo pessoal estatutário: a) contra autarquias federais: Justiça Federal; b) contra autarquias estaduais / municipais: Justiça Estadual. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias l) atos: atos de gestão; atos administrativos propriamente ditos (dotados de imperatividade, executoriedade, presunção de legitimidade, tipicidade), com sujeição ao regime jurídico administrativo; m) contratos: contratos administrativos (cf. C.F./88, art. 37, XXI e Lei n.º 8.666/93); contratos de direito privado, parcialmente derrogados por normas públicas; outros (convênios, consórcios). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias n) responsabilidade civil: objetiva pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros; ação regressiva contra os aludidos agentes, com caso de dolo ou culpa. (C.F./88, art. 37, § 6.º); o) imunidade tributária: vedação à cobrança de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços vinculados às finalidades essenciais das entidades autárquicas (CF/88, art. 150, § 2.º). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias p) privilégios processuais: 1.º) CPC, art. 188 quádruplo do prazo comum para responder às ação contra elas ajuizadas; dobro do prazo comum para recorrer das decisões que lhes sejam desfavoráveis; 2.º) CPC, art. 27 custas judiciais devidas só ao final do processo, se vencida; 3.º) dispensa da exibição de procuração; 4.º) cobrança de seus créditos sem sujeição a concurso de credores (falência, concordata e inventário); 5.º) prescrição qüinqüenal da ações que particulares possam contra elas ajuizar – Dec. n.º 20.910/32. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias q) dirigentes: investidura disciplinada por lei; nomeação diretamente pelo Chefe do Poder ao qual se vincula a autarquia Obs.: Em certos casos, a Constituição Federal exige prévia aprovação por parte do Poder Legislativo Ex.: CF/88, art. 52, III, “d)” (prévia aprovação do Senado Federal para os atos de nomeação de Presidente e Diretores do Banco Central do Brasil). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Autarquias q) gestão orçamentária e financeira: descentralizada; orçamento próprio constante da LOA – Lei Orçamentária Anual (C.F./88, art. 165, § 5º, I); sujeição dos seus gestores à Lei Complementar nº 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal. r) autarquias de regime especial: aquelas que recebem da lei instituidora privilégios específicos que aumentam sua autonomia (exs.: BACEN, CNEN). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Fundações Públicas a) conceito: - as fundações instituídas pelo Poder Público dizem respeito a um patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou de direito privado, e destinado, por lei, ao desempenho de atividades do Estado na área social, com capacidade de auto-administração e mediante controle da Administração Pública nos limites da lei (Sylvia Zanella); * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Fundações Públicas b) características: - caracterizam as fundações instituídas pelo Poder Público: 1.º) dotação patrimonial pública ou semi-pública/semi- privada; 2.º) personalidade jurídica pública ou privada, conforme definido em lei; 3.º) desempenho de atividades atribuídas ao Estado no âmbito social (saúde, educação, cultura, meio-ambiente, assistência social); 4.º) auto-administração; 5.º) sujeição a controle/tutela da Administração Direta, nos limites da lei. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Fundações Públicas c) natureza jurídica e espécies: - o Poder Público pode instituir as seguintes espécies de fundações: 1.ª) fundação de direito público, com natureza jurídica de pessoa jurídica de direito público e regime jurídico autárquico; 2.ª) fundação de direito privado, com natureza de pessoa jurídica de direito privado (cf. Decreto-lei n.º 200/67, art. 5.º, IV) e regime jurídico híbrido, regido por normas de direito comum e normas de direito público). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Fundações Públicas d) a fundação pública de direito público: - pessoa jurídica de direito público; - regime jurídico autárquico; - o que já se disse sobre as autarquias aplica-se, como regra, à fundação pública de direito público. Obs.: ressalva quanto à criação (CF, art. 37, XIX): - decorrente de ato do Chefe de Poder ao qual estará vinculada; - necessidade de prévia lei específica autorizativa; - lei complementar definirá as áreas de atuação das fundações. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Fundações Públicas e) a fundação pública de direito privado: - trata-se de pessoa jurídica de direito privado (cf. Decreto-lei n.º 200/67, art. 5º, IV) que atua sob regime jurídico híbrido, regido por normas de direito comum e normas de direito público; - características: 1.ª) criação: - decorrente de ato do Chefe de Poder ao qual estará vinculada; - necessidade de prévia lei específica autorizativa; - lei complementar definirá as áreas de atuação das fundações. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Fundações Públicas e) a fundação pública de direito privado: - características: 2.ª) aspectos do regime público a que se sujeita: - os mesmos das fundações públicas e das autarquias. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Fundações Públicas e) a fundação pública de direito privado: - características: 3.ª) aspectos do regime comum a que se sujeita: a) constituição: registro dos atos constitutivos (estatutos) no órgão competente para o Registro Civil das Pessoas Jurídicas; b) bens: seriam penhoráveis, não se sujeitando a fundação privada ao processo de execução contra a Fazenda Pública (precatórios); c) juízo privativo nas ação em que for parte: inexistência; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Fundações Públicas e) a fundação pública de direito privado: - características: 3.ª) aspectos do regime comum a que se sujeita: d) responsabilidade civil: objetiva somente se forem prestadoras de serviços públicos – CF/88, art. 37, § 6.º; e) regime de pessoal: o que decorre da CLT, ressalvadas as regras para admissão, acumulação, responsabilização criminal e por ato de improbidade (Lei n.º 8.429/92), que decorrem do regime público. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais a) noção: instrumentos de intervenção do Estado no domínio econômico, seja explorando atividades tipicamente econômicas, seja prestado serviços públicos de natureza comercial ou industrial. b) divisão ou classificação: empresas estatais exploradoras de atividade econômica, de regime jurídico constituído por normas predominantemente privadas – exs.: BB, BNB, CEF, PETROBRAS; empresas estatais prestadoras de serviços públicos, de regime jurídico predominantemente público – exs.: EMBASA, EBCT, SERPRO, PRODASEN; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais c) espécies: empresas públicas e sociedades de economia mista; conceito de empresa pública: - pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, instituídas pelo Poder Público, mediante autorização de lei específica, sob qualquer forma jurídica (LTDA., S/A, etc.), com capital exclusivamente público, para a exploração de atividades de natureza econômica ou para a execução de serviços públicos (exs.: EBCT, SERPRO, CEF); * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais c) espécies: empresas públicas e sociedades de economia mista; conceito de sociedade de economia mista: - pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, instituídas pelo poder Público, mediante autorização legal, sob a forma de sociedade anônima (S/A), com capital público e privado, para a exploração de atividades de natureza econômica ou para a execução de serviços públicos (ex.: BB, BNB, BASA, PETROBRÁS). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais d) características comuns: 1ª) personalidade jurídica de direito privado; 2ª) criação por ato do Chefe do Poder Executivo autorizado por lei específica; extinção pela mesma via (princípio da simetria jurídica ou do paralelismo da forma (C.F./88, art. 37, XIX); 3ª) dependem de autorização legislativa a) a criação ou extinção de subsidiárias, bem como b) a participação de empresas estatais em empresas privadas (CF/88, art. 37, XX); 4ª) sujeição a controle estatal (controle finalístico); 5ª) atuação de acordo com regime jurídico híbrido ou misto: 6ª) sujeição parcial ao regime público; 7ª) vinculação aos fins definidos na lei instituidora; 8ª) têm por objeto a exploração de atividade econômica (intervenção no domínio econômico) ou a prestação de serviços públicos. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais e) aspectos do regime público a que se sujeitam: 1.º) criação por ato do Chefe do Poder Executivo autorizado por lei específica e extinção pela mesma via, em razão do princípio do paralelismo da forma ou da simetria jurídica; 2.º) sujeição a controle finalístico; 3.º) sujeição a normas de finanças públicas; 4.º) concurso público para acesso aos empregos públicos e proibição de acumulação destes, salvo nas condições e hipóteses previstas no C.F./88, art. 37, XVI e XVII; 5.º) equiparação do ocupante de cargo em empresas estatais a funcionário público para fins criminais – Código Penal, art. 327, § 1.º; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais e) aspectos do regime público a que se sujeitam: 6.º) sujeição de dirigente e de ocupante de emprego público em empresa estatal à Lei de Combate à Improbidade Administrativa – Lei nº 8.429/98; 7.º) cabimento de mandado de segurança contra ato de agente de empresa estatal que exerça função delegada do Poder Público; 8.º) cabimento de ação popular contra ato de dirigente de empresa estatal lesivo ao patrimônio público – C.F./88, art. 5º, LXXIII; 9.º) legitimidade ativa das empresas estatais para propor ação civil pública na defesa de interesses difusos (C.F./88, art. 129, II, § 1º + Lei nº 7.347/85, art. 5º); 10.º) sujeição das empresas estatais prestadoras de serviços públicos a intervenção em caso de estado de sítio (C.F./88, art. 139, VI). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais f) divisão ou classificação: 1ª) empresas estatais prestadoras de serviços públicos: sujeitam-se, em regra, a regime jurídico de direito público, às vezes afastado por normas de direito privado – C.F./88, art. 175. 2.ª) empresas estatais exploradoras de atividade econômica: sujeitam-se, em regra, a regime jurídico de direito privado, às vezes afastado por normas de direito público – C.F./88, art. 173; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais f) divisão ou classificação: 1.ª) empresas estatais prestadoras de serviços públicos: Observações: 1ª) lei disporá sobre o estatuto jurídico das empresas estatais (C.F./88, art. 173, § 1º); 2ª) é vedada a concessão às empresas estatais de privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado, para garantir a livre concorrência – CF/88, art. 170 + CF/88, art. 173, § 2º); 3ª) sujeitam-se as empresas estatais exploradoras de atividade econômica à Lei de Licitações – Lei nº 8.666/93 – na contratação de obras, serviços ou compras de qualquer natureza. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais f) divisão ou classificação: 2.ª) empresas estatais exploradoras de atividade econômica: Observações: 1ª) lei disporá sobre o estatuto jurídico das empresas estatais (C.F./88, art. 173, § 1º); 2ª) é vedada a concessão às empresas estatais de privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado, para garantir a livre concorrência – CF/88, art. 170 + CF/88, art. 173, § 2º); 3ª) sujeitam-se as empresas estatais exploradoras de atividade econômica à Lei de Licitações – Lei nº 8.666/93 – enquanto não editado o estatuto específico de que cuida C.F./88, art. 173, § 1º). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais g) o estatuto jurídico das empresas estatais (C.F./88, art. 173, § 1º) disporá sobre: a) sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; b) a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; c) licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da Administração Pública; d) constituição e funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação dos acionistas minoritários; e) os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais h) o estatuto jurídico das empresas estatais (C.F./88, art. 173, § 1º) disporá sobre: a) sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; b) a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; c) licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da Administração Pública; d) constituição e funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação dos acionistas minoritários; e) os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais i) atos e contratos: as empresas estatais praticam atos regidos por normas de direito privado e, pelo fato de estarem sujeitas a regime jurídico híbrido ou misto, praticam também atos regidos por normas de direito público; exs.: - a realização de uma assembléia de cotistas ou de acionistas (atos regidos pelo direito privado); - a realização de concurso público para admissão de candidatos a empregos públicos (ato regido pelo direito público). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais j) pessoal: 1.º) o acesso aos empregos públicos existentes nas empresas estatais deve dar-se pela via do concurso público (C.F./88, art. 37, II); 2.º) é vedada a acumulação de empregos desempenhados das empresas estatais com outros cargos ou empregos exercidos junto a outros órgãos ou entidades da Administração Direta ou Indireta de qualquer esfera, ressalvadas as hipóteses em que a acumulação é expressamente permitida pela Constituição Federal (C.F/88, art. 37, XVI e XVII); 3.º) equipara-se o ocupante de emprego em empresa estatal a funcionário público para fins penais – Código Penal, art. 327, § 1º; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais j) pessoal: 4.º) equipara-se o empregado de empresa estatal a agente público, para os efeitos da Lei de Combate à Improbidade Administrativa – Lei nº 8.429/92; 5.º) é celetista o regime do pessoal das empresas estatais, disso decorrendo a) a ausência de estabilidade constitucional, b) a possibilidade de rescisão do vínculo funcional com base nas hipóteses indicadas na CLT, e c) a competência da Justiça do Trabalho para julgar os conflitos trabalhistas; 6.º) os empregados das empresas estatais sujeitam-se ao mesmo teto remuneratório do serviço público em geral se as entidades onde atuam receberem do Poder Público recursos para pagamento de suas despesas gerias e com pessoal – CF/88, art. 37, § 9º. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais l) dirigentes: investidura obedece ao disposto nos estatutos da entidade e a nomeação se dá por ato do Chefe do Poder Executivo; quando o dirigente de estatal exerce funções delegadas do Poder Público, seus atos, quando violadores de direito líquido e certo, sujeitam-se a mandado de segurança (C.F./88, art. 5º, LXIX); os atos de dirigentes de empresas estatais sujeitam-se também a) a ação popular (C.F./88, art. 5º, LXXIII), b) a ação por ato de improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92), bem como c) a ação penal por crime contra a Administração Pública (Código Penal, art. 327). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais m) traços distintivos entre as empresas estatais: 1.º) forma jurídica: a) empresa pública pode assumir quaisquer das formas em direito admitidas (sociedade civil ou mercantil, por quotas de responsabilidade limitada, sociedade anônima, etc.); b) sociedade de economia mista somente podem assumir forma de sociedade anônima (regência pela Lei das S/A’s – Lei nº 6.404/76, com alterações da Lei nº 10.303/01). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais m) traços distintivos entre as empresas estatais: 2.º) composição do capital: a) empresa pública capital público exclusivamente; b) sociedade de economia mista capital público e privado, observando-se que - a maioria das ações com direito a voto deve pertencer ao ente federativo criador da sociedade de economia mista e - o ente federativo criador da sociedade de economia mista deverá participar da gestão da entidade com a intenção de fazer dela um instrumento de ação do Estado (Sylvia Zanella). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais m) traços distintivos entre as empresas estatais: 3.º) foro processual: a) empresa pública federal: * causas comuns: Justiça Federal – CF/88, art. 109, I; * causas trabalhistas : Justiça do Trabalho; b) empresa pública estadual ou municipal: * causas comuns: Justiça Estadual; * causas trabalhistas: Justiça do Trabalho; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais m) traços distintivos entre as empresas estatais: 3.º) foro processual: c) sociedade de economia mista: * causas comuns: Justiça Estadual; (SÚMULA 556 – STF: “É competente a justiça comum para ulgar as causas em que é parte sociedade de economia mista”); * causas trabalhistas: Justiça do Trabalho. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais m) traços distintivos entre as empresas estatais: 4.º) responsabilidade: empresas estatais prestadoras de serviço público: - responsabilidade civil objetiva (C.F./88, art. 37, § 6º); empresas estatais exploradoras de atividade econômica: - responsabilidade civil comum (subjetiva), fundada em ato doloso ou culposo, do qual tenha decorrido prejuízo material ou moral ao patrimônio de terceiro prejudicado. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais m) traços distintivos entre as empresas estatais: 4.º) responsabilidade: - responsabilidade subsidiária do ente federativo criador ou instituidor: SIM, p/ as estatais prestadoras de serviço público; NÃO, p/ estatais exploradoras de atividade econômica. Obs.: - observações de lege ferenda – necessidade de se aguardar a edição do estatutojurídico das empresas estatais – CF, art. 173, § 1º. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais m) traços distintivos entre as empresas estatais: 5.º) penhorabilidade dos bens: empresas estatais prestadoras de serviço público: - bens afetados à prestação dos serviços públicos: impenhoráveis (princípio da continuidade do serviço público); empresas públicas exploradoras de atividade econômica: - bens penhoráveis: respondem pelas dívidas da entidade. Obs.: - observações de lege ferenda – necessidade de se aguardar a edição do estatutojurídico das empresas estatais – CF, art. 173, § 1º. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais m) traços distintivos entre as empresas estatais: 5.º) penhorabilidade dos bens: empresas estatais prestadoras de serviço público: - bens afetados à prestação dos serviços públicos: impenhoráveis (princípio da continuidade do serviço público); empresas públicas exploradoras de atividade econômica: - bens penhoráveis: respondem pelas dívidas da entidade. Obs.: - observações de lege ferenda – necessidade de se aguardar a edição do estatutojurídico das empresas estatais – CF, art. 173, § 1º. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais m) traços distintivos entre as empresas estatais: 6.º) falência: empresas estatais prestadoras de serviço público: - não se sujeitariam, em tese, à lei de falências (princípio da continuidade do serviço público); empresas estatais exploradoras de atividade econômica: - sujeitar-se-iam, em tese, à falência. Obs.: - observações de lege ferenda – necessidade de se aguardar a edição do estatutojurídico das empresas estatais – CF, art. 173, § 1º. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Empresas Estatais m) traços distintivos entre as empresas estatais: 7.º) prescrição: ações visando haver dívidas ou direitos junto às empresas estatais: prescrição qüinqüenal (Decreto nº 20.910/32, c/ a redação do Decreto-lei nº 4.597/42) ação destinada a haver direitos decorrentes da relação laboral: prescrição regida por normas específicas, de natureza trabalhista. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências a) origens: organismos originários do direito americano, que por ter massificado a utilização dessas entidades, chegou mesmo a ser chamado de “direito das agências” (Eloísa Carbonell); nos EUA, podem ser qualquer autoridade governamental americana, excetuados o Congresso, a Presidência e os Tribunais. b) divisão: agências executivas; agências reguladoras. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Executivas c) definição: a qualificação dada à autarquia ou à fundação pública que celebre contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que se acha vinculada, para a melhoria da eficiência e redução dos custos; Obs.: em verdade, agência executiva não é uma entidade, mas um título, uma credencial, uma qualificação atribuída a determinada pessoa jurídica que se habilitou para o recebimento dessa designação após um processo de credenciamento. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Executivas d) O Processo de Credenciamento ou de Qualificação: 1ª FASE: autarquias ou fundações pública já existentes fazem uma avaliação de seu modelo de gestão com base nos critérios do Prêmio Nacional de Qualidade; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Executivas d) O Processo de Credenciamento ou de Qualificação: 2ª FASE: avaliado o modelo, a entidade interessada no credenciamento elabora e apresenta um Plano de Desenvolvimento Institucional, voltado para a redução dos custos e para a melhoria da qualidade da gestão; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Executivas d) O Processo de Credenciamento ou de Qualificação: 3ª FASE: o plano de desenvolvimento institucional apresentado é, então, examinado pelo órgão competente junto à Administração Direta; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Executivas d) O Processo de Credenciamento ou de Qualificação: 4ª FASE: aprovado o plano de desenvolvimento institucional, dá-se a celebração de CONTRATO DE GESTÃO com o órgão da Administração Direta a que se acha vinculada a autarquia ou fundação proponente do credenciamento; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Executivas d) O Processo de Credenciamento ou de Qualificação: 4ª FASE – o contrato de gestão – características: formaliza-se por escrito; suas cláusulas, devem indicar, dentre outras coisas: a) as metas a serem atingidas; b) a compatibilidade dos planos anuais com o orçamento da entidade; c) os meios necessário à consecução das metas; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Executivas d) O Processo de Credenciamento ou de Qualificação: 4ª FASE – o contrato de gestão – características: formaliza-se por escrito; suas cláusulas, devem indicar, dentre outras coisas: d) as medidas legais e administrativas destinadas a assegurar maior autonomia na gestão orçamentária, financeira e administrativa; e) as penalidades por descumprimento das metas; f) a vigência; g) as condições para revisão, renovação e rescisão. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Executivas d) O Processo de Credenciamento ou de Qualificação: 5ª FASE: qualificação ou credenciamento por decreto. - Obs.: a entidade credenciada poderá perder a qualificação em caso de descumprimento do plano de desenvolvimento institucional. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Executivas e) o direito aplicável: C.F./88, art. 37, § 8º; Leis nºs 9.648 e 9.649, de 27/05/98, bem como os Decretos nºs 2.487 e 2.488 de 02.02.98 (esfera federal). f) objetivo: o credenciamento de entidades da Administração Indireta como agências executivas tem por objetivo o aumento da eficiência via ampliação da autonomia dos entes da Administração Pública, de acordo com as diretrizes da chamada “Administração Gerencial”. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Executivas g) natureza jurídica: designação agência executiva: credencial; natureza jurídica autárquica ou fundacional pública (portanto, pessoas jurídicas de direito público). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Reguladoras a) definição: qualquer órgão da Administração Direta ou entidade da Administração Indireta com a função de regular a matéria específica que lhe está afeta; b) o conteúdo da função reguladora: regulação de determinado segmento econômico, compreendendo sua - organização; - orientação; - normatização; - ouvidoria; - fiscalização; - imposição de sanções. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Reguladoras c) breve histórico da função reguladora: autarquias que exerceram função reguladora sem a designação específica de agências reguladoras: 1ª) 1918 – Comissariado de Alimentação Pública; 2ª) 1923 – Instituto de Defesa Permanente do Café; 3ª) 1933 – Instituto do Açúcar e do Álcool; 4ª) 1938 – Instituto Nacional do Mate; 5ª) 1940 – Instituto Nacional do Sal; 6ª) 1941 – Instituto Nacional do Pinho, dentre outras. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Reguladoras c) breve histórico da função reguladora: órgãos e entidades que atualmente exercem função reguladora sem a designação de agência reguladora 1ª) BACEN – Banco Central do Brasil; 2ª) CMN – Conselho Monetário Nacional; 3ª) SUSEP – Superintendência de Seguros Privados; 4ª) SRF – Secretaria da Receita Federal; 5ª) CADE – Conselho de Direito Econômico. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Reguladoras d) espécies: exercentes de poder de polícia (exs. ANVISA, ANS, ANA); reguladoras de atividades objeto de concessão, permissão ou autorização de serviço público (exs. ANATEL, ANP, AGERBA). e) natureza jurídica: pessoa jurídica de direito público, do tipo autarquias de regime especial. f) objetivo: aumentar a eficiência do Poder Público na regulação de setores estratégicos através de entidades dotadas de independência administrativa, normativa e jurisdicional. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Reguladoras g) aspectos da independência administrativa ( I ): regulação da própria atividade interna; estabilidade dos dirigentes (mandato fixo e não são exoneráveis ad nutum – Lei nº 9.986, de 18.07.00); regulação dos serviços que fiscalizam; realização de licitação para escolha do concessionário, permissionário dos serviços públicos objeto de regulação; * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Reguladoras g) aspectos da independência administrativa ( II ): celebração de contratos de concessão ou de permissão; definição de valores de tarifas e disciplina da respectiva revisão/reajuste; controle da execução dos serviços concedidos ou permitidos; aplicação de sanções, encampação e ouvidoria de denúncias e de reclamações dos usuários. * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Reguladoras h) aspectos da independência normativa: vedação a que editem normas com a mesma força de lei; prerrogativa de explicitar conceitos jurídicos indeterminados contidos em lei sobre matéria de sua competência, sem inovar a ordem jurídica. Ex.: definição do que sejam contaminantes, resíduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados e outros que envolvam risco à saúde (Lei nº 9.782/99 – ANVISA). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Reguladoras i) aspectos da independência julgadora: prerrogativa das agências reguladoras de proferirem decisões sobre matéria de sua competência reguladora, observando-se que tais atos decisórios: - têm caráter final na esfera administrativa; - não são passíveis de revisão por outros órgãos da Administração Pública; - sujeitam-se a controle judicial quanto à sua legalidade (C.F./88, art. 5º, XXXV). * * * Organização Administrativa Brasileira Administração Indireta – As Agências Reguladoras j) o direito aplicável: não há lei geral (exceto a que dispõe sobre o pessoal dessas entidades (Lei nº 9.986, de 18.07.00 – esfera federal); no Brasil, cada agência reguladora é criada e regulada por sua própria lei específica (exs.: Lei nº 9.427, de 26/12/96, sobre a ANEEL, a Lei nº 9.472, de 16/07/97, sobre a ANATEL, a Lei nº 9.478, de 06/08/97, sobre a ANP – esfera federal); ANATEL e ANP: as únicas agências expressamente mencionadas na Constituição Federal (C.F./88, arts. 21, XI, e 177, § 2º, III).
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