Buscar

Direito Penal III - Dos Crimes Contra o Patrimônio

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

RESUMO DE DIREITO PENAL
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (artigos 155, 156, 157 e 158, CP):
Para abordar a respeito dos crimes contra patrimônio devemos ganhar a percepção da “propriedade” para o legislador e assim poderemos entender de que forma ele visou a sua proteção.
A propriedade se divide na posse direta e na posse indireta, ou seja: o proprietário direto (aquele que é dono e mora no próprio imóvel); o proprietário indireto (aquele que possui o imóvel, porém aluga para terceiros, cedendo a posse direta daquele bem ao locatário).
Art. 155, CP – FURTO (reclusão de 1 a 4 anos):
Bem tutelado: Posse ou propriedade do bem.
Sujeito ativo: Qualquer um poderá cometer crime pois se trata de crime comum.
Sujeito passivo: Tanto o proprietário quanto o possuidor do bem.
Consumação: Já houve divergência jurisprudencial quanto ao assunto. O STF entendia que a consumação de furto só acontecia quando era posse mansa e pacifica do bem, enquanto o STJ entendeu que somente o furto já era suficiente pra configurar o furto. Atualmente o STF acompanha o STJ nessa decisão, independentemente do tempo em que o individuo permaneça com o bem. Hoje em dia a mera subtração de bem de outrem já configura fato consumado.
Tentativa: Essa modalidade admite tentativa. Temos o exemplo do indivíduo que tenta puxar o celular da mão de um transeunte, que ao notar recolhe o celular, logo, houve uma tentativa de furto.
ATENÇÃO: FURTO DE COISA PRÓPRIA – Existe a corrente contrária que alega que o fato é literalmente impossível, porém, há julgados nos tribunais de proprietários que estavam impedidos de obter a posse direta do seu bem naquele momento e cometem o furto. Diante dessa situação podemos chamar de furto de coisa própria.
Art. 155, § 1, CP – FURTO (aumento de pena):
“Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.”
O legislador não estabelece o horário do repouso noturno. Essa é uma analise feita caso a caso. A intenção do legislador ao aumentar essa pena foi o caso do individuo se aproveitar de uma menor atenção da vítima para agir cometendo o ato ilícito. Deve ser analisado caso a caso, pois depende de local, região e forma como acontece. 
Art. 155, § 2, CP – FURTO (substituição de pena, diminuição ou multa):
“Art. 155, § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.”
A natureza jurídica desse parágrafo é uma causa de diminuição de pena. É utilizada na 3º fase de análise da pena. Ele será condenado pela pratica do crime, mas terá a pena reduzida.
ATENÇÃO: Cuidado para não confundir isso com o princípio da bagatela ou da insignificância. Neste ocorrerá à absolvição do indivíduo. Aqui falamos de uma causa de exclusão da tipicidade material.
Exemplo de bagatela ou insignificância: o indivíduo que rouba a caneta de outrem. Ha a exclusão da tipicidade material porque o bem não representa uma lesão ao patrimônio de outra pessoa.
É importante entender que o STF estabelece requesitos para a adoção desse princípio.
Mínima ofensividade da conduta do agente.
Nenhuma periculosidade social da ação. 
Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento
Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
OBS: Por ser um “principio” ninguém é obrigado a adota-lo. Fica discricionário ao juiz o uso ou não. O STF entende que existem outras áreas do direito que podem solucionar esse problema em vez do direito penal.
OBS: grande parte da população carcerária é envolvida em crimes de tráfico, roubo e furto.
ATENÇÃO: a pessoa que está num mercado e come alguma coisa durante as compras não pode ser acusado de nada, pois falta nele o “animus furandi”, ou seja, a intenção, no caso, a intenção de não pagar.
Art. 155, § 3, CP – FURTO (valor econômico):
“Art. 155, § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.”
Este parágrafo é direto e se refere ao furto de energia, TV a cabo (gato) ou qualquer outra coisa dessa natureza que possua valor econômico (roubo de internet, por exemplo).
Art. 155, §4, CP – FURTO (qualificadoras – reclusão dois a oito anos):
“Art. 155, §4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
ATENÇÃO: É bom se atentar que neste artigo estamos falando da ação em si e não do valor do bem, portanto, não é o valor que define se o furto é ou não qualificado, mas sim a ação do agente.
 I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
Fala do rompimento de barreiras (quebrar uma senha para ter acesso a internet alheia, quebrar o vidro do carro para furtar o som e etc.). É importante entender o significado de barreira. A barreira é algo alheio ao produto desejado. Se um indivíduo quebra o vidro do carro para roubar o próprio carro estaremos falando de furto simples, pois o que ele rompeu foi no próprio objeto desejado. Falamos em furto qualificado se o agente quebrar o vidro do carro para roubar uma bolsa que está dentro.
 II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
Abuso de confiança - É importante entender que não é qualquer furto que se enquadra nessa qualificadora. Nessa modalidade é imprescindível que a vítima demonstre uma especial relação de confiança com o autor. Deverá ser analisado no caso concreto para ponderar, devendo apresentar provas para demonstrar o ocorrido. Não é a função do furtador que define isso, é a relação entre o autor e a vítima.
Exemplo: Se eu contratar hoje uma empregada para a minha casa que eu nunca vi antes, e deixei a chave na planta para que ela abrisse a porta e ao chegar em casa eu notasse que ela havia levado todas as minhas coisas, eu não poderia utilizar essa qualificadora.
Mediante fraude – Aqui é importante diferenciar o furto mediante fraude e estelionato.
Furto: a fraude é empregada para retirar a vigilância da vítima sobre o bem e com isso possibilitar a subtração, ou seja, no furto o agente distrai a vítima e ao distraí-la o indivíduo pode subtrair. Aqui é FUNDAMENTAL que haja a subtração do bem.
Estelionato: a fraude é empregada para fazer com que a vítima incida em erro e entregue voluntariamente a coisa ao agente. É uma entrega espontânea, porém, é viciada.
Escalada – Quando o legislador se refere a “escalada” ele está abordando tanto o indivíduo que age por cima (subindo muros, ou paredes) quanto o indivíduo que vai por baixo (túneis e dutos).
Destreza – Se trata de uma habilidade especial do agente que faz com que ele subtraia o bem sem ser percebido. Deve-se ter muito cuidado com a destreza: Para classificar o crime como qualificado pela destreza o indivíduo precisará apresentar prova inequívoca dessa habilidade e deverá ser feito de forma muito clara. A destreza não exige que ninguém veja o crime, basta que apenas a vítima não veja.
ATENÇÃO: Faz parte da essência do crime de furto que a subtração não seja percebida. Se ela for percebida deixa de ser furto para ser ROUBO.
 III - com emprego de chave falsa;
Nesse inciso o legislador aborda aquelas chaves que são usadas para abrir qualquer porta de carro ou casa, aquelas chamadas “chave mestre”.
 IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.”
Aqui o concurso de agentes serve para qualificar o crime de furto.
Art. 155, §5, CP – FURTO (veículos retirados do estado ou do país – pena de reclusão de três a oito anos):
“Art. 155 §5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior”.
É sempre importante lembrar do objeto material do crime, que é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa do agente. Neste parágrafo o objeto material é o veículo automotor, ou seja, o texto é claro, para incidir essa qualificadoraé imprescindível que o agente leve o objeto para outro estado ou outro país.
Art. 156, CP – FURTO DE COISA COMUM (detenção de 6 meses a 2 anos ou multa):
Coisa comum significa que pertence ao agente e também a outras pessoas, por exemplo:
Sala de musculação de um condomínio. O indivíduo, morador, que furtar algo da sala, estará cometendo furto sobre objeto ao qual ele também possui determinada fração.
Neste caso não se aplicará o art. 155 e sim o art. 156.
Art. 157, CP – ROUBO (reclusão de 4 a 10 anos e multa):
É importante entender a diferença entre roubo e extorsão. Roubar significa subtrair, ou seja, existe a exigência de que o agente subtraia a coisa da vítima. Na extorsão o agente fará com que a vitima entregue o bem (art. 158 - veremos a seguir).
ATENÇÃO: A pena dos crimes do art. 157 e 158 é igual, portanto, a diferença na prática é pouca, é mais expressiva em âmbito acadêmico.
O roubo poderá ser praticado de três formas, sendo elas:
Violência
Grave ameaça
Redução da capacidade de resistência (boa noite cinderela)
É importante atentarmos com esse aspecto que, para que seja considerado roubo, a pessoa que causar a violência, que fizer a grave ameaça ou que reduzir a capacidade de outrem, deve, necessariamente, ser a pessoa que subtraiu o bem. Se for praticado por pessoas diferentes em tempos diferentes, será considerado furto.
O roubo é considerado um crime complexo pois viola mais de um bem jurídico e é composto de mais de um crime porque:
Quem rouba também comete furto (art. 155)
Quem rouba também viola a incolumidade individual (art. 129)
Quem rouba também comete lesão (art. 147)
Acontece que, nesse caso, os outros crimes são tacitamente subsidiários ao crime de roubo. Existem crimes que são expressamente subsidiários (vem no texto legal, como no art. 132), já no caso do roubo isso fica subentendido. Isso se chama princípio da subsidiariedade tácita.
Art. 157, caput, CP:
“Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.”
A diferença de roubo próprio e impróprio está no momento do emprego da violência ou grave ameaça. No roubo próprio a ação precede a subtração do bem, ou seja, a violência e a ameaça são utilizadas para subtrair (são meios). No roubo impróprio o agente faz uso da violência e grave ameaça APÓS subtração a fim de garantir a posse do bem.
Consumação: A consumação do roubo próprio se da no momento da subtração, independente do tempo em que o bem fique no poder do agente.
Tentativa: Admiti-se a tentativa pois o indivíduo pode já ter empregado a violência ou grave ameaça e, por motivos alheios a sua vontade, não conseguiu permanecer com a posse.
Com relação ao roubo IMPRÓPRIO:
Não se admite tentativa (como diz a corrente majoritária), pois nesse caso, como a violência ou grave ameaça se emprega APÓS a subtração do bem, se ele empregar será roubo, se não empregar será furto, não existindo então, tentativa de roubo impróprio.
ATENÇÃO: O que importa é o intuito da lesão, não a posse do bem (se o indivíduo conseguiu levar ou não).
Art. 157, §1, CP – ROUBO IMPRÓPRIO:
Diferenciado no texto explicativo do caput.
Art. 157, §2, CP – ROUBO IMPRÓPRIO (aumento circunstancial de pena):
“Art. 157 § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade”
É importante entender que este parágrafo não se trata de QUALIFICADORA de crime, ele apenas traz o aumento de uma fração de pena em algumas hipóteses de roubo.
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
A arma desse inciso pode ser própria (criada para ser arma) ou imprópria (qualquer objeto que não foi concebido como arma, mas no caso foi usado como tal: garrafa, pedra, madeira e etc., inclusive pessoas que tem formação em artes marciais).
ATENCAO: Quanto a arma de fogo algumas coisas devem ser consideradas:
A arma de brinquedo não entrará nesse inciso, neste caso será classificada como crime de roubo comum. Somente se aumentará a pena se a arma for de verdade.
OBS: A polícia deverá apreender a arma e enviar para a perícia fazer a análise. No caso de não haver apreensão da arma, mas o indivíduo houver machucado a vítima, ela passará por perícia que configurará a existência da arma (seja de fogo ou não). No caso da arma de fogo, a perícia serve para provar se aquela arma era capaz de efetuar disparos ou não, caso não seja, não haverá o aumento de pena, porém, se mesmo sem essa capacidade o agente usar a arma para dar uma coronhada na vítima, será considerada arma imprópria.
É importante saber que no caso da arma SEM MUNIÇÃO existe uma impropriedade relativa do objeto, pois sem a munição o agente não poderia disparar. Mesmo havendo essa situação não poderá se aplicar o art. 17 (crime impossível), pois, para tal, é necessário haver impropriedade ABSOLUTA e não relativa, logo, haverá aumento de pena nessa situação.
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
Quando for praticado por duas pessoas ou mais, em conjunto.
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
Pra ser classificado como este tipo de serviço a vítima tem que trabalhar com transporte de valores de terceiros e o agente deve ser conhecedor desse fato.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
É sempre importante lembrar do objeto material do crime, que é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa do agente. Neste parágrafo o objeto material é o veículo automotor, ou seja, o texto é claro, para incidir essa qualificadora é imprescindível que o agente leve o objeto para outro estado ou outro país. (mesmo texto do parágrafo 5 do art. 155)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
OBS: Para fazer a análise desse inciso é preciso saber a diferença entre sequestro (art. 148, CP); roubo com privação da liberdade (157, §2, V, CP); sequestro relâmpago (158, §3) e extorsão mediante sequestro (art. 159).
Sequestro: a intenção do agente é tão somente de privar a liberdade da vítima, ou seja, não ha nenhuma intenção patrimonial. Ele não quer resgate nem nenhum outro tipo de pagamento.
Roubo: a privação da liberdade da vítima funciona como uma garantia da efetivação da subtração. 
Exemplo: o indivíduo que tranca a vítima no banheiro enquanto ele rouba os objetos da casa, ele tira a liberdade da vítima temporariamente para garantir a efetivação da subtração.
Sequestro relâmpago: sequestro relâmpago é uma forma qualificada de extorsão. Haverá a exigência de um comportamento por parte da vítima para que ela tenha a sua liberdade restituída.
Exemplo: a vítima terá que fornecer senha de cartão para restituir a sua liberdade. A vítima, em alguns casos, terá de comprar um bem para o agente para que ela tenha a liberdade de volta. Funciona como se a vítima pagasse para ter a liberdade dela. Nessa situação é o comportamento da vítima que traz a liberdade dela de volta.
Extorsão mediante sequestro: é necessário que haja o envolvimento de uma terceira pessoa de quem será exigido o pagamento de resgate. Essa modalidade é considerada um tipo pior de crime pois não se limita a relação entre o autor e a vítima, ele envolve um terceiro individuo que é para quem será pedido o resgate.
Art. 157, § 3, CP – ROUBO QUALIFICADO (pena na descrição):
“Art. 157, §3º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.”
O roubo poderá ser qualificado tanto pela MORTE quanto pela lesão corporal GRAVE. Ambos os resultados podem ser culposos ou dolosos.
SE O RESULTADO FOR MORTE: 
Neste caso teremos o conhecido latrocínio. Independe de se a morte foi culposa ou dolosa, nessa modalidade não há a exigência de que amorte seja dolosa. É indiferente para a análise se foi dolo ou culpa, se houver morte será aplicado o art. 157, §3.
ATENÇÃO: É importante lembrar que latrocínio está na lei 8072/90 (lei de crimes hediondos), disposta no art. 1º, II.
ATENÇÃO: Também é importante se atentar ao fato de que a morte tem que se dar na dinâmica do roubo. Se não fizer parte da dinâmica do roubo estaremos falando em concurso de crimes.
OBS: O latrocínio sempre será julgado pela vara criminal. Só poderá ir para júri se a intenção principal do agente for a de matar a vítima. Se for de matar PARA ROUBAR será julgado pela vara criminal. - Sumula 603 do STF.
SE O RESULTADO FOR LESÃO CORPORAL GRAVE: 
Neste caso também não há a exigência de dolo ou culpa, bem como disposto na morte. Não importará na hora da análise, apenas importa que aconteceu.
TENTATIVA OU CONSUMAÇÃO DE LATROCÍNIO:
Roubo consumado + morte consumada = latrocínio consumado
Roubo consumado + morte tentada = latrocínio tentado
Roubo tentado + morte tentada = latrocínio tentado
Roubo tentado + morte consumada = latrocínio consumado (por que consumado? Súmula 610 do STF - o q determina a consumação do latrocínio é a morte do individuo ainda que o bem não seja subtraído ou ficado na posse do agente).
Art. 158, CP – EXTORSÃO (reclusão de 4 anos a 10 anos e multa):
Nessa modalidade na ação do agente terá o emprego de grave ameaça, a fim de obter vantagem ilícita, constrangendo a vítima. Aqui se exige o comportamento por parte da vítima, ou seja, constrangimento com emprego de grave ameaça que faça a vítima agir ou deixar de agir.
O crime de extorsão é FORMAL (conduta + resultado), ou seja, é um crime de consumação antecipada.
Conduta do crime: Constranger a fazer, sob grave ameaça, a fim de obter vantagem econômica.
Resultado: Vantagem econômica ilícita.
Essa modalidade se consuma no momento em que ocorre a efetiva conduta, mesmo quando o agente não consegue obter o resultado (diferente do roubo).
ATENÇÃO: A modalidade “extorsão” admite tentativa pois é um crime plurisubsistente (pode ser fracionado).
Exemplo de tentativa de extorsão: O agente liga para a vítima dizendo que está com o pai dela, porém, a vítima está junto com o pai no momento. Neste caso temos uma tentativa de extorsão. Se no caso citado o pai da vítima for morto classificamos como crime impossível (art. 17 – CP).
ATENÇÃO: Só se pode falar em extorsão se a vantagem que o agente tem intenção de obter for indevida. Se a vantagem for devida estaremos falando do crime do art. 345 – CP, que possui o princípio da inafastabilidade da justiça.
Art. 158, § 1, CP – EXTORSÃO (aumento de pena):
“Art. 158, § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
Assim como dito no art. 157, aqui também não é uma qualificadora. Aqui falamos da natureza jurídica de cause de aumento de pena. Todas as observações vistas sobre arma de fogo também se aplicam.
Art. 158, § 2, CP – EXTORSÃO DE FORMA QUALIFICADA (qualificadora):
“Art. 158, § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.”
Exatamente como dispõe o texto do art. 157, §3. Encontra-se no art. 1º, III da lei 8072/90 de crimes hediondos.
Art. 158, § 3, CP – SEQUESTRO RELÂMPAGO (qualificadora):
“Art. 158, § 3º - Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente”
É uma forma qualificada de extorsão. Se o resultado desse crime for morte, valerá o que é disposto no art. 159, §§ 2º e 3º.
OBS: Este crime só não esta na lista de crimes hediondos por omissão do legislador.
Art. 159, CP – EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (reclusão de 8 anos a 15 anos e multa):
Assim como no crime anterior, a extorsão mediante seqüestro também é um crime formal. Basta haver a conduta (privação da liberdade) para haver a consumação do crime.
Conduta do crime: Sequestrar (basta para consumar o crime).
Resultado: Vantagem (independe do êxito para consumar.
A diferenciação entre o crime do art. 159 para o do art. 148 ocorre observando os fatos do caso concreto. Em um, consuma-se independente de obter o resultado, no outro não.
ATENÇÃO: Nessa modalidade a vantagem também deve ser patrimonial, por isso encontra-se nesse capítulo (crimes contra o patrimônio).
OBS: Nessa modalidade é necessário que haja um terceiro envolvido, de quem será requisitado o dinheiro (se não existir a figura do terceiro, será apenas extorsão e não extorsão mediante seqüestro).
O art. 159 está previsto na lei de crimes hediondos mesmo na sua forma simples de cometimento. Neste caso, mesmo que não haja morte, a progressão de pena será de 2/5.
TENTATIVA: A extorsão mediante seqüestro admite tentativa, pois o crime pode ser interrompido por influência alheia a vontade do agente.
Art. 159, § 1, CP – EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (qualificadora):
“Art. 159, § 1º - Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.”
No que diz respeito a quadrilha ou bando, a corrente majoritária entende que não se pode punir o agente pelo crime no 159, § 1 e também no art. 228 (que fala de quadrilha e bando) pois seria punir o mesmo indivíduo duas vezes.
Art. 159, § 2 e 3, CP – EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (qualificadora):
É uma forma qualificada de extorsão mediante sequestro. Se o resultado desse crime for morte ou lesão grave, valerá o que é disposto no art. 159, §§ 2º e 3º.
Art. 159, §4, CP – EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (delação – redução de pena):
“Art. 159, § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.”
Aqui estamos falando de uma causa de diminuição de pena. A pessoa que denuncia é beneficiada com a redução da pena. A justiça oferece isso visando que a vítima seja encontrada.

Outros materiais