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OBSTETRÍCIA VETERINÁRIA
Gametas
Os espermatozoides (STZ) e os oócitos (OOC) são iguais do ponto de vista de seus genomas, mas a história de suas vidas e o comportamento de ambos antes e durante a fertilização são bastante diferentes. Os STZ possuem padrões notáveis de motilidade, que se modificam constantemente a fim de se fundir com o OOC e, deste modo, ativá-lo.
Cada STZ consiste de um núcleo haploide, um flagelo (sistema de propulsão para movimentar o núcleo) e a vesícula acrossômica (um saco de enzimas que permitem a entrada do núcleo no óvulo). Ao saírem do testículo, os STZ são imóveis e incapazes de fertilizar, necessitando sofrer maturação e capacitação. No epidídimo ocorre a maturação, processo que implica em modificações na motilidade, na morfologia e nas propriedades da membrana plasmática e das enzimas acrossomais. No epidídimo também os STZ recebem proteínas decapacitantes que auxiliam os gametas masculinos a poupar energia. Mesmo após a maturação, os STZ ainda não são capazes de fertilizar o OOC, necessitando passar por uma fase de capacitação, que ocorre somente no interior do trato genital feminino (TGF). 
O TGF secreta diferentes fatores que podem influenciar a motilidade e a capacitação espermática, funcionando também como barreira ao fluxo de STZ. Como barreiras ao fluxo de STZ, tem-se: pregas vaginais, cérvix, glândulas endometriais e junção útero-tubária (JUT). Todavia, essas barreiras variam de acordo com o local onde os machos depositam o sêmen: canino e ovino depositam na vagina (sofrendo todas as barreiras); felino, bovino e bode depositam na cérvix (logo, os STZ não enfrentam a barreira das pregas vaginais); equinos e suínos depositam sêmen no útero (e os STZ enfrentam como barreira apenas as glândulas endometriais e a JUT). Assim, para garantir a fertilização, o sêmen deve conter STZ de boa qualidade e em grande quantidade.
O TGF possui muco com densidade diferente do plasma seminal, sendo rico em glicosaminoglicanos (GAG), que inativam ou destroem as proteínas decapacitantes dos STZ, induzindo-os à capacitação. Nesse processo, o STZ adquire movimento flechante e tem expostos seus sítios ativos para interação com o OOC. Para chegar até a ampola da tuba uterina, o STP necessita de fatores estimulantes, havendo duas teorias: termotaxia, onde termorreceptores do STZ são capazes de detectar as mínimas alterações da temperatura no curso pelo útero; e quimiotaxia, através do ácido hialurônico, mas que só tem efeito em pequenas distâncias, quando já próximo ao OOC.
O OOC deve estar apto para interagir com o STZ. Na maioria das espécies de mamíferos domésticos o OOC ovulado está em metáfase II, mas na cadela e na égua o OOC encontra-se ainda na primeira divisão meiótica, em virtude da OMI (substância inibidora de meiose oocitácia). A maturação do OOC só se completa por ocasião da fertilização e envolve modificações nucleares e citoplasmáticas. A maturação nuclear consiste no reinício da meiose II (ou I, no caso de cadelas e éguas) até que se torne haploide. A maturação citoplasmática é caracterizada por mudanças morfológicas e na localização de organelas celulares e consiste em: (1) migração dos grânulos da cortical para periferia (que no futuro irão enrijecer a zona pelúcida e evitar a poliespermia); (2) formação do fator de diferenciação do pró-núcleo masculino (MPGF), que vai receber e preparar (descondensar) o material genético do STZ para juntar-se ao material genético feminino; (3) formação de um conjunto de substâncias no citoplasma, responsável pelo gerenciamento do desenvolvimento embrionário inicial. Envolvendo o citoplasma do OOC está a membrana plasmática, que deve regular o fluxo de certos íons durante a fertilização e deve ser capaz de se fundir com a membrana plasmática do STZ. Externamente à membrana plasmática está a zona pelúcida (ZP) e as células do cumulus, que o STZ também deve atravessar para haver a fecundação.

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