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Direito Civil I 
Aula 4 – Os Direitos da Personalidade. 
Prof. Luiz Felipe. 
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Os Direitos da Personalidade – artigos 11 ao 21 do Código Civil. 
Conceito: 
São aqueles direitos que nós possuímos sobre os nossos atributos fundamentais. 
Exemplos: honra, imagem, intimidade, privacidade, integridade física, nome. 
Os Direitos da Personalidade estão na Parte Geral do Código Civil, Capítulo II, artigos 11 a 
21, capítulo este dedicado exclusivamente aos Direitos da Personalidade. 
Os Direitos da Personalidade são fundados no Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, 
estabelecidos no artigo 1o inciso III da Constituição Federal de 1988 – que é princípio 
fundamental norteador de todo ordenamento jurídico. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana; 
 
Os Direitos da Personalidade também estão no artigo 5o, incisos V e X da Constituição 
Federal de 1988. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral 
ou à imagem; 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 
Características dos Direitos da Personalidade - artigo 11 Código Civil: 
• Os Direitos da Personalidade são absolutos - o titular poderá opor o seu direito da personalidade, 
contra toda e qualquer pessoa “erga omnes”. (os direitos obrigacionais são relativos, o titular de 
um credito só poderá cobrar do seu devedor); 
• Os Direitos da Personalidade são vitalícios – os Direitos da Personalidade duram para toda vida, 
sendo que alguns se refletem mesmo após a morte; 
• Os Direitos da Personalidade são extrapatrimoniais – não se circunscrevem à esfera 
patrimonial, vão muito além do patrimônio de uma pessoa; 
Direito Civil I 
Aula 4 – Os Direitos da Personalidade. 
Prof. Luiz Felipe. 
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• Os Direitos da Personalidade são indisponíveis – O titular não pode dispor deste direito; 
excepcionalmente podem ocorrer casos previstos em lei (artigo 11 CC – Lei 9434/97). Alguns 
doutrinadores dizem que os Direitos da Personalidade são relativamente indisponíveis. 
(exemplos: Big Brother – doação de órgãos). 
 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, 
não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
 
Cláusula Geral de Tutela à Personalidade Humana – artigo 12 do Código Civil. 
Clausula Geral – conceito: 
Cláusula geral é uma maneira intencionalmente vaga e imprecisa de legislar. O novo Código 
Civil foi festejado por conter várias cláusulas gerais, por onde ele se manterá sempre atual, e o 
juiz perante a redação vaga e imprecisa, poderá optar pelo melhor direito a ser aplicado, levando 
em conta os valores que emanam dos princípios fundamentais do direito, estabelecidos na 
Constituição Federal. 
Exemplos de Cláusula Geral: 
No Livro de Direito de Família - artigo 1.511 do Código Civil – Casamento é comunhão 
plena de vida... 
No Livro dos Contratos em Geral - artigo 421 do Código Civil - A liberdade de contratar 
será exercida em razão e nos limites da função social do contrato... 
No Livro dos Direitos Reais - artigo 1.228 § 1o do Código Civil – A propriedade atenderá a 
função social... 
 
Cláusula Geral de Tutela à Personalidade Humana – artigo 12 do Código Civil: 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, 
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o 
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
 
Se o sujeito sofreu uma Lesão, ele poderá manejar uma Tutela Repressiva; 
Se o sujeito sofre uma Ameaça, ele poderá manejar uma Tutela Preventiva. 
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Aula 4 – Os Direitos da Personalidade. 
Prof. Luiz Felipe. 
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Dos artigos 13 ao 21 do Código Civil o legislador elegeu os Direitos da Personalidade mais 
importantes: 
Artigos 13, 14, 15 - Integridade Física; 
Artigos 16, 17, 18 e 19 – Nome; 
Artigo 20 – Honra; 
Artigo 21 – Privacidade. 
 
Integridade Física: 
O artigo 13 do Código Civil proíbe os atos de disposição do próprio corpo, exceto nos casos 
em que houver exigência médica, ou nos casos de transplante, como dispõe o seu parágrafo 
único. 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar 
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei 
especial. 
Simplificando, este artigo diz que a pessoa não pode fazer o que quiser de seu corpo (salvo 
por exigência médica). 
Exemplo: arrancar o braço. 
Exceções em que a pessoa poderá dispor dos seus direitos da personalidade: 
• Transexual - Cirurgia de Transgenitalização. 
• Doação de Órgãos. 
 
Polêmica do Transexual: 
Quem é o transexual? É preciso estabelecer a diferença entre homosexual e transexual: 
Homosexual é a pessoa de um determinado sexo, que sente atração por pessoas do mesmo 
sexo (normal). 
Transexual é a pessoa que sente atração por pessoas do mesmo sexo, só que não para por aí, 
o transexual não tolera sua própria imagem, então no caso de ser do sexo masculino, ele quer 
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parecer com o sexo oposto, então ele pinta as unhas, usa vestido etc. Isto é considerado anomalia 
psicológica. 
Numa interpretação LITERAL do artigo 13 do Código Civil o Transexual não poderia se 
submeter a cirurgia de transgenitalização. 
No entanto, pessoas normalmente recorrem à cirurgia plástica para satisfazer seu bem estar 
físico e psíquico. 
Exemplos: 
A moça que faz cirurgia de lipo aspiração; ou cirurgia para colocar ou retirar seio; e ainda, o 
rapaz que faz uma cirurgia plástica para diminuir o nariz. Tudo isto visando felicidade, e o bem 
estar psíquico. 
Não teriam os transexuais o mesmo direito de bem estar psíquico? 
Sendo assim, foi aprovado na I Jornada de Direito Civil promovida pelo Centro de Estudos 
Judiciários do Conselho da Justiça Federal-CJF, o Enunciado no 6, que trata do Transexual: 
6 – Art. 13: a expressão “exigência médica” contida no art. 13 refere-se tanto ao bem-estar físico quanto ao 
bem-estar psíquico do disponente. 
 
Enunciado no 276, aprovado na IV Jornada de Direito Civil: (alteração do nome e sexo) 
276 – Art.13. O art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do próprio corpo por exigência médica, 
autoriza as cirurgias de transgenitalização, em conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo Conselho 
Federal de Medicina, e a conseqüente alteração do prenome e do sexo no Registro Civil. 
As Jornadas de Direito Civil foram uma realização do Conselho da Justiça Federal - CJF e 
do Centro de Estudos Jurídicos do CJF. Nestas jornadas, compostas por especialistas, 
doutrinadores e convidados do mais notório saber jurídico, foram elaborados enunciados que 
buscam uma melhor interpretação dos dispositivos do então novo Código Civil. 
Doação de Órgãos: 
A doação de órgãos é admitida para fins de transplante, conformeparágrafo único do 
artigo 13 Código Civil, o transplante de órgãos por ato “inter vivus”, é regulado por lei 
especial, Lei de Doação de Órgãos - Lei 9434/97, que permite o transplante por doação “inter 
vivus” de Órgãos dúplices e tecidos renováveis. 
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Art.13 - Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial. 
 
O artigo 14 do Código Civil trata da Doação “Causa Mortis” – Disposição gratuita do 
corpo para após a morte, que deverá ter objetivos científicos ou altruísticos. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em 
parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
Exemplos: 
Objetivo Científico, doar o corpo para a Faculdade de Medicina realizar estudos; 
Objetivo Altruístico, doação de órgãos para salvar vidas, por caridade. 
 
Não se admite disposição onerosa do próprio corpo. 
O artigo 199 parágrafo 4o da Constituição Federal de 88 proíbe qualquer tipo de 
comercialização de órgãos. 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias 
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e 
seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. 
O artigo 15 do Código Civil trata da autonomia do paciente quanto a intervenções 
cirúrgicas, que não poderá ser submetido a tratamento médico sem seu consentimento. 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a 
intervenção cirúrgica. 
 
Nome: 
Os artigos 16 ao 19 do Código Civil tratam do nome. 
O artigo 16 traz os elementos essenciais do nome: prenome + sobrenome = nome. 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
 
Os artigos 17 e 18 tratam da exclusividade do uso do nome: 
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Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a 
exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
 
O artigo 19 trata do pseudônimo, e o protege assim como o nome, quando for utilizado para 
fins lícitos. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
 
Honra: 
O artigo 20 trata da Honra, e faculta ao interessado pleitear a proibição da divulgação de sua 
produção intelectual, voz, imagem, nome, privacidade e outros, quando sua publicação lhe 
atingir a honra ou se destinar a fins comerciais. 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a 
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma 
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a 
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o 
cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
 
Privacidade: 
O Artigo 21 trata da inviolabilidade da vida privada. 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as 
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

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