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1 CANDIDATURA DE MILITAR ÀS ELEIÇÕES: LICENÇA DE 3 (TRÊS) MESES COM REMUNERAÇÃO INTEGRAL (Por Dr. Diógenes Gomes Vieira – Advogado – Artigo inserido no site: www.diogenesadvogado.com) (Texto integrante do Livro de autoria do Dr. Diógenes Gomes Vieira, atualmente em fase de conclusão, cujo título provisório é: “O Direito à Ampla Defesa nos Quartéis das Forças Armadas e Forças Auxiliares”) 1. INTRODUÇÃO Resolvi comentar sobre este assunto, em virtude de que percebi que muitos militares, quase a maioria, inclusive àqueles que trabalhavam no setor de recursos humanos das Organizações Militares, desconheciam que poderiam, estando na ativa, se candidatarem a cargos eletivos; todavia, àqueles que conheciam tal direito, não sabiam como fazer isso, e eu mesmo, quando decidi me candidatar ao cargo de Vereador em 2004, também desconhecia alguns pormenores burocráticos, e após uma grande pesquisa, descobri como um militar faz para se candidatar. Esclareço, todavia, que me restringirei a comentar alguns procedimentos administrativos e judiciais relacionados ao militar-candidato, não me estendendo a todo o processo eleitoral, seja administrativo ou judicial; isso porque, sendo deferido o registro de candidatura do militar-candidato, que ocorre em torno de até 30 (trinta) dias após o pedido de requerimento do registro de candidatura (caso não haja impugnação, o que será explicado posteriormente), e fornecendo à Administração Militar o respectivo documento oficial, encerra-se, praticamente, os trâmites administrativos militares. E lhes digo, ainda, que muitos Partidos Políticos, em regra, os “pequenos”, desconhecem os procedimentos administrativos necessários à eficácia da candidatura de militares; ou seja, este tema também será de grande utilidade aos Partidos Políticos. Uma ressalva: como dito, em regra, os Chefes de Divisões de Recursos Humanos desconhecem os procedimentos civis e militares referentes à candidatura de militares às eleições municipais (Prefeito e Vereador) e gerais (Presidente, Senador, Deputados Estadual e Federal); e uma prova disso é que nas minhas 2 (duas) candidaturas – Vereador em 2004 e Deputado Estadual em 2006 – praticamente tive que ensinar meus superiores hierárquicos sobre todos os procedimentos, inclusive quanto aos aspectos militares. Um acontecimento interessante: o Comandante do CINDACTA 31, ao tomar conhecimento de que eu seria candidato e estava entrando de licença remunerada de 3 (três) meses, mandou um subordinado me dizer que eu não poderia me candidatar, e entrar de licença, pois não havia feito um requerimento sujeito ao seu deferimento; então, respondi que “não preciso pedir nenhuma autorização2, estou apenas informando que vou entrar de licença, conforme previsão legal e a Constituição Federal”, e até 1 Terceiro Centro Integrado de Defesa e Controle do Espaço Aéreo, situado no Recife/PE. 2 hoje ele (Coronel Aviador) não aceita tal fato, porém, não podia fazer, absolutamente, nada, pois é a “lei” que nos confere tal direito; e, felizmente, este Coronel não está acima da “lei”. Eis algumas das perguntas que militares me faziam: precisa pedir autorização? quanto tempo é a licença? é remunerada? conta para a reserva? tenho que ser filiado a Partido Político? E para respondê-las, nada melhor do que exemplificar com um caso prático, quando de minhas candidaturas em 2004 e 2006. 2. ALGUMAS LEGISLAÇÕES PERTINENTES À CANDIDATURA DE MILITARES O Código Eleitoral, instituído pela Lei nº 4.737/65, em seu art. 98 e 218, comenta sobre a elebibilidade3 dos militares e sobre alguns atos das autoridades judiciárias e dos partidos políticos; todavia, quanto ao art. 98, tem-se que seus incisos I e II foram revogados tacitamente4 pelo § 8º do art. 14 da CF/88, então vejamos: “Art. 98. Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas as seguintes condições: I – o militar que tiver menos de 5 (cinco) anos de serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo; II – o militar em atividade com 5 (cinco) ou mais anos de serviço ao se candidatar a cargo eletivo, será afastado, temporariamente, do serviço ativo, como agregado, para tratar de interesse particular; III – o militar não excluído e que vier a ser eleito será, no ato da diplomação, transferido para a reserva ou reformado. Parágrafo único. O Juízo ou Tribunal que deferir o registro de militar candidato a cargo eletivo comunicará imediatamente a decisão à autoridade a que o mesmo estiver subordinado, cabendo igual obrigação ao partido, quando lançar a candidatura.” “Art. 218. O presidente de Junta ou de Tribunal que diplomar militar candidato a cargo eletivo, comunicará imediatamente a diplomação à autoridade a que o mesmo estiver subordinado, para os fins do Art. 98.” A Lei nº 6.880/80 (Estatuto dos Militares) também explicita normas referentes ao militar-candidato no seu art. 52 , embora, a letras “a” e “b” estejam, também, revogadas tacitamente pela CF/88: 2 Não existe legislação que condicione o militar a se lançar candidato à autorização prévia de qualquer autoridade pública, mesmo militar; tal fato se dá porque o direito de se candidatar é um direito constitucional, logo, nenhuma norma inferior, poderá exigir do militar-candidato prévia autorização militar. 3 Requisitos necessários para que um cidadão possa se candidatar a um cargo eletivo. 4 Revogação tácita é quando a revogação (cessação da obrigatoriedade da lei, supressão ou cassação da lei) resulta da incompatibilidade ou da divergência de norma entre a lei anterior e a lei nova. No caso discorrido, a CF/88 revogou os dispositivos legais que lhe eram contrárias, quanto ao tema militar-candidato. 3 “Art. 52 – Os militares são alistáveis, como eleitores, desde que oficiais, guardas-marinha ou aspirantes-a-oficial, suboficiais ou subtenentes, sargentos ou alunos das escolas militares de nível superio para formação de oficiais. Parágrafo único. Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas às seguintes condições: a) se contar menos de 5 (cinco) anos de serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo mediante demissão ou licenciamento “ex officio”; e b) se em atividade, com 5 (cinco) ou mais anos de serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo, afastado, temporariamente, do serviço ativo e agregado, considerado em licença para tratar de interesse particular; se eleito, será, no ato da diplomação, transferido para a reserva remunerada, percebendo a remuneração a que fizer jus em função do seu tempo de serviço,” Aproveito tal dispositivo estatutário para mencionar que o militar-candidato, quando afastado para concorrer às eleições, não se considera em licença para tratar de interesse particular, haja vista que continua percebendo sua remuneração integral; ele passa a ser considerado em licença para concorrer às eleições; e como expresso no final do dispositivo, sendo eleito, e posteriormente, diplomado5, o militar será transferido para a reserva remunerada, percebendo proventos proporcionais ao tempo de serviço, que os militares chamam de cotas proporcionais. Eis os dispositivos previstos na CF/88: “Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: ... § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II – secontar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.” O Estatuto dos Militares prevê, em seu art. 82, inciso XIV, sobre a agregação do militar-candidato, porém, atentar para o fato de que são 10 (dez) ou mais anos de serviço: “Art. 82 – O militar será agregado quando for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de: ... 5 Diplomado é o ato oficial de entrega do Diploma do Cargo Eletivo: Presidente da Republica, Senador, Deputados Federal e Estadual, Prefeito e Vereador. Por exemplo: os eleitos nas eleições de 2006 receberam seus Diplomas no dia 01.01.2007. 4 XIV – ter-se candidatado a cargo eletivo, desde que conte 5 (cinco) ou mais anos de serviço. ...” O Tribunal Superior Eleitoral edita resoluções6 para as eleições, e para o pleito de 2006, foi divulgada a Resolução Nº 22.156 de 03 de março de 2006, que, em seu art. 12, faz referências aos militares-candidatos: “Art. 12. O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições (Constituição Federal, art. 14, § 8º, I e II): I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 1º A condição de elegibilidade relativa à filiação partidária não é exigível ao militar da ativa que pretenda concorrer a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de candidatura, após prévia escolha em convenção partidária. § 2º O militar da reserva remunerada deve ter filiação partidária deferida um ano antes do pleito. § 3º O militar que passar à inatividade após o prazo de um ano para filiação partidária, mas antes da escolha em convenção, deverá filiar- se a partido político, no prazo de quarenta e oito horas, após se tornar inativo. § 4º Deferido o registro de militar candidato, o Tribunal comunicará a decisão à autoridade a que o militar estiver subordinado, cabendo igual obrigação ao partido político, quando o escolher candidato (Código Eleitoral, art. 98, parágrafo único).” Então, a CF/88 identifica 2 (duas) situações sobre o militar-candidato: a) com menos de 10 (dez) anos e b) com mais de 10 (dez) anos. Na primeira, quando o texto constitucional diz “afastar-se da atividade”, significa que o militar será licenciado ou demitido, ou seja, não será mais militar, não tendo direito a qualquer remuneração, independentemente, de ser eleito ou não no pleito eleitoral; na prática, tendo menos de 10 (dez) anos de serviço, o militar que se candidatar estará pedindo “baixa”. Já na segunda situação, militar com mais de 10 (dez) anos de serviço, ocorrerá que, independentemente, de ser eleito ou não, continuará a ser militar, percebendo sua remuneração integral, todavia, caso eleito, passará para a reserva remunerada, percebendo remuneração proporcional ao tempo de serviço. Quanto àqueles militares com menos de 10 (dez) anos, o afastamento dar-se-á com o deferimento do pedido de candidatura, conforme entendimento do TSE: 5 “I. A transferência para a inatividade do militar que conta menos de dez anos de serviço é definitiva, mas só exigível após deferido o registro da candidatura. II. A filiação partidária a um ano da eleição não é condição de elegibilidade do militar, donde ser irrelevante a indagação sobre a nulidade da filiação do militar ainda na ativa, argüida com base no art. 142, § 3º, V, da Constituição. (TSE – Resp 20318/PA – Relator Ministro Sepúlveda Pertence, j. 19.09.2002).” Houve, também, uma consulta eleitoral sobre tal fato, onde o TSE assim respondeu: “CONSULTA. Senador. A luz do art. 14, parágrafo 8, I, da Constituição Federal, que diz: "o militar alistável e elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, devera afastar- se da atividade; "indaga:"afastar-se da atividade, o que significa? "respondida nos seguintes termos: o afastamento do militar, de sua atividade, previsto no art. 14, parágrafo 8, I, da Constituição, deverá se processar mediante demissão ou licenciamento ex-officio, na forma da legislação que trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de cada forca armada. (TSE – Consulta 571/DF – Rel.Ministro Walter Ramos da Costa Porto, j. 13.04.2000)” Desta forma, antes de um militar pretender se candidatar, terá que verificar em quais destas situações se enquadra, a fim de não ser pego de surpresa. O Supremo Tribunal Federal, (STF) já decidiu sobre a matéria, quando uma Organização Militar concedeu a licença para afastamento de um militar-candidato, com mais de 10 anos de serviço, porém sem conceder-lhe a respectiva remuneração, então vejamos: “EMENTA7: LICENÇA - MILITAR - ELEGIBILIDADE. Longe fica de contrariar o inciso II do § 8º do artigo 14 da Constituição Federal provimento que implique reconhecer ao militar candidato o direito a licença remunerada, quando conte mais de dez anos de serviço. (STF – AI-AgR 189907/DF – Segunda Turma – Relator Ministro Marco Aurélio, julgado em 29.09.1997, DJ de 21.11.1997, p. 811) A lei complementar nº 64/90, em seu art. 1º, dentre outros, trata dos períodos de desincompatibilização (afastamento do serviço ativo) do militar da ativa, o que será mais discorrido posteriormente; assim como a lei nº 9.504/97 dispõe, em seu art. 73, sobre a proibição de transferência do militar nos 3 (três) últimos meses do pleito, o que, também, será comentado posteriormente. 6 São instruções específicas, julgadas convenientes pelo TSE, para a execução das normas contidas no Código Eleitoral 6 Em resumo, as normas significativas para os militares, pelo menos das Forças Armadas, são as aqui citadas; quanto às polícias militares e bombeiros militares, deve-se obter as legislações mais específicas, mas, em regra, não diferem muito do aqui discorrido, pois, lembre-se, a possibilidade de candidatura de militar está explícita na Constituição Federal de 1988, Lei Maior de nosso País. Os 3 (três) meses de licença (afastamento) obrigatória ao militar-candidato contarão para todos os efeitos legais, de acordo com o art. 81 c/c8 o art. 82, inciso XIV, do Estatuto dos militares, e em especial destaco: a) tempo de serviço para a reserva remunerada; e b) tempo de serviço para a promoção. E mais uma coisa: o militar-candidato, neste período, estará sujeito aos regulamentos disciplinares, nos termos do art. 83 do Estatuto dos Militares, e também, ao Código Penal Militar: “Art. 83 – O militar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas relações com outros militares e autoridades civis, salvo quando titular de cargo que lhe dê precedência funcional sobre outros militares mais graduados ou mais antigos.” 3. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE Partindo do fato de que o militar, mesmo na ativa, pode se candidatar a um cargo eletivo, passarei a discorrer sobre as condições de elegibilidade necessárias ao militar, a fim de poder concorrer às eleições gerais ou municipais. E, obviamente, faz-se necessário conceituar o que são essas condições de elegibilidade, onde, sinteticamente, significa dizer que, embora a CF/88 permita que qualquer do povo aspire por um cargo eletivo, ela também faz algumas exigências, definindo as condições básicas necessárias ao direito de qualquer do povo ser votado nas eleições.Ou seja, a CF/88 diz: você tem o direito de se candidatar a um cargo eletivo, mas somente poderá exercer este direito, caso cumpra as exigências feitas por mim e pelas leis específicas. Então, como visto, as condições básicas de elegibilidade têm cunho constitucional, previsto no art. 14, especialmente no § 3º; porém a própria CF/88, nesse mesmo parágrafo, explicita que essas condições serão definidas na forma da lei, eis o dispositivo constitucional: “§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 7 Ementa é, em suma, uma síntese de uma decisão judicial. 8 C/C significa “combinado com”, ou seja, estes dois dispositivos interpretados conjuntamente é que vão definir que o militar-candidato agregado para concorrer às eleições, permanecerá com os direitos inerentes à sua carreira, como tempo de serviço, férias, promoção, etc. 7 V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. ... § 8º - o militar alistável é elegível, ...” Vejamos um detalhe: o § 8º informa que o militar é elegível se alistável, logo, os militares impedidos de se alistarem estão impedidos de concorrer às eleições, então vejamos o § 2º do art. 14 da CF/88: “§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.” O Tribunal Superior Eleitoral – TSE – na resolução nº 15.850/89, em resposta à Consulta Eleitoral nº 10.471/DF, definiu o termo conscrito: “1. Eleitor. Serviço militar obrigatório. 2. Entendimento da expressão "conscrito" no art. 14, parag. 2 da CF. 3. Aluno de órgão de formação da reserva. Integração no conceito de serviço militar obrigatório. Proibição de votação, ainda que anteriormente alistado. 4. Situação especial prevista na lei 5.292. Médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários. Condição de serviço militar obrigatório. 5. Serviço militar em prorrogação ao tempo de soldado engajado. Implicação do art. 14, parágrafo 2 da cf. (tse – consulta 10.471/df – rel. Min. Roberto Ferreira rosas, j. 03.11.1989).” Dentre as condições básicas de elegibilidade discriminadas no “§ 3º do art. 14, entendo que 3 (três) delas devem ser comentadas, quais sejam: incisos II, IV e V. a) Inciso II: o pleno exercício dos direitos políticos Inicialmente, utilizo-me da conceituação de direitos políticos, fornecida por De Plácido e Silva9: “Subjetivamente considerado, geralmente designado no plural direitos políticos, é tido como a faculdade outorgada a todo cidadão de participar da administração, direta ou indiretamente, sendo eleito para 9 SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico.Rio de Janeiro: Editora Forense, 1998, pág. 276. 8 os seus cargos eletivos ou de representação, ou do sufrágio, que escolhe os delegados ou representantes do povo.” A aquisição dos direitos políticos ocorre com o alistamento eleitoral, previsto no inciso III, que consiste no alistamento mediante procedimento administrativo junto aos órgãos competentes da Justiça Eleitoral. O inciso II se refere ao pleno exercício dos direitos políticos, em virtude de que há hipóteses em que um cidadão pode perder seus direitos políticos, ou tê-los suspensos, e em ocorrendo tais possibilidades, estará inelegível; o art. 15 da CF/88 expõe tais casos, então vejamos: “ Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.” Então, em relação aos militares, as hipóteses mais comuns de suspensão dos direitos políticos, que lhes impedirão de ter seu registro de candidatura deferido, serão as dos incisos III e V, enquanto durarem seus efeitos. b) Inciso IV: o domicílio eleitoral na circunscrição10 Maximilians Fuher11 resume o tema domicílio da seguinte forma: “Em princípio, domicílio é o lugar onde a pessoa reside com ânimo definitivo. Mas domicílio pode também ser o local de trabalho ou o lugar onde a pessoa mantém o centro de suas ocupações, ou, ainda, o lugar onde for encontrada, se não tiver residência fixa ou centro de ocupações habituais. Pode o domicílio ser duplo ou múltiplo, no caso de mais de uma residência ou centro de ocupações. As pessoas jurídicas têm por domicílio a sede, ou a filial, para os atos ali praticados. Domicílio é o que fica a critério do indivíduo. Domicílio legal é o fixado em lei, como o do filho menor, que é o de seu pai. Domicílio de eleição é o estabelecido por acordo das partes nos contratos (arts. 31 a 42 do CC).” 10Na prática, aqui se refere a Município (Prefeito e Vereador), Estado (Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual) e em qualquer lugar do País para Presidente da República. 11 FURHER, Maximilianus Cláudio Américo.Resumo de Direito Civil. São Paulo: Editora Malheiros, 2001. 24ª ed., p. 38. 9 Porém, o domicílio eleitoral é diferente, sendo importante fazer tal distinção, em virtude de que se costuma confundir o domicílio necessário do militar com o seu domicílio eleitoral, sendo que àquele é definido no art. 76 do Código Civil: “Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. “ Um militar pode ter várias residências, porém somente um domicílio necessário, de acordo com o previsto no art. 76; todavia seu domicílio eleitoral pode ser diferente do necessário. Exemplificando: quando estava servindo no CINDACTA 3 (Recife/PE), candidatei-me ao cargo de Deputado Estadual pelo Estado do Rio Grande do Norte, haja vista que era meu domicílio eleitoral por escolha, já que possuía 2 (duas) residências, uma em Recife e outra em Natal; todavia, para um candidato concorrer às eleições em determinada circunscrição (Município, por exemplo) deve, pelo menos, até 1 (um) ano antes das eleições, ter requerido sua inscrição eleitoral ou a transferência de seu domicílio eleitoral, nos termos do art. 9º da lei nº 9.504/97; diferentemente do eleitor, que, de acordo com o art. 91 desta mesma lei, deve, pelo menos, 151 (cento e cinqüenta e um) dias antes do pleito, requerer a inscrição eleitoral ou a transferência, a fim de poder votar na respectiva circunscrição. Mas como se define o domicílio eleitoral?A resposta está no art. 42 do Código Eleitoral, que disciplina: “Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor. Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.” Como dito acima, o militar pode ter várias residências, e é com suporte no parágrafo único, que um militar pode se candidatar em qualquer lugar do país, caso tenho neste local uma de suas residências. O TSE já analisou tal diferenciação, quando assim o definiu no Recurso Especial Eleitoral nº 16.397/2000: "o conceito de domicílio eleitoral não se confunde, necessariamente, com o de domicílio civil; aquele, mais flexível e elástico, identifica-se 10 com a residência e o lugar onde o interessado tem vínculos (políticos, sociais, patrimoniais, negócios).” Então, quando um militar pretender se candidatar em outra localidade, que não seja seu domicílio necessário, e a Organização Militar disser não ser possível, no intuito de desestimular o militar- candidato, este terá subsídios para argumentar sobre esta questão. c ) Inciso V: a filiação partidária A CF/88 exige a filiação partidária como um requisito essencial para a elegibilidade, todavia no seu art. 142, § 3º, inciso V, menciona que: “o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos”. Então como se resolve tal questão? O próprio TSE dirimiu tal questionamento, quando da edição de suas resoluções eleitorais, sendo a última (Resolução nº 22.156, de 03.03.2006) das eleições gerais de 2006, então vejamos: “Art. 12. O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições (Constituição Federal, art. 14, § 8º, I e II): I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 1º A condição de elegibilidade relativa à filiação partidária não é exigível ao militar da ativa que pretenda concorrer a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de candidatura, após prévia escolha em convenção partidária (grifo meu). § 2º O militar da reserva remunerada deve ter filiação partidária deferida um ano antes do pleito. § 3º O militar que passar à inatividade após o prazo de um ano para filiação partidária, mas antes da escolha em convenção, deverá filiar- se a partido político, no prazo de quarenta e oito horas, após se tornar inativo. § 4º Deferido o registro de militar candidato, o Tribunal comunicará a decisão à autoridade a que o militar estiver subordinado, cabendo igual obrigação ao partido político, quando o escolher candidato (Código Eleitoral, art. 98, parágrafo único).” Então, o militar não precisa, já que proibido constitucionalmente, estar filiado a partido político para poder concorrer às eleições; ou seja, quando do pedido de registro de candidatura, que será posteriormente comentado, não precisará comprovar tal requisito de elegibilidade. Há outra importantíssima condição de elegibilidade: desincompatibilização, prevista na Lei Complementar nº 64/90, exigindo que alguns cidadãos detentores de cargos, sejam públicos ou 11 privados, por exemplos, afastem-se de suas funções por certos períodos anteriores à eleição, a fim de não se beneficiarem de suas condições “especiais”, a fim de captar votos, além, é claro do objetivo de manutenção da moralidade administrativa. Em alguns cargos o prazo é diferenciado entre os próprios militares, dependendo de suas funções públicas, como dos Comandantes das Forças Armadas, onde o prazo de afastamento é de 6 (seis) meses antes do pleito; todavia, como me dirijo especialmente aos graduados e a alguns oficiais que não detém cargos de comando ou de maior relevância significativa; logo, pelo menos neste tópico, deixarei de lado tais prazos especiais, que estão discriminados na Lei Complementar nº 64/90. O prazo para desincompatibilização dos graduados e oficiais, em regra, é de 3 (três) meses, seja para qualquer cargo eletivo, nos termos da letra “l” do art.1º, da LC nº 64/90, por aplicação analógica12: “l) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos ou entidades da administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo poder público, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao pleito, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos integrais;” Porém, as Organizações Militares, especialmente seus órgãos administrativos, geralmente, têm problema em entender a legislação eleitoral referente aos militares; e para melhor compreensão citarei um exemplo ocorrido comigo nas eleições de 2006, quando concorri ao cargo de Deputado Estadual. Como o calendário muda constantemente de eleição para eleição, não há um dia pré- determinado para o dia da votação, logo, em relação à desincompatibilização é a mesma coisa; nas últimas eleições eu deveria me afastar das funções militares antes do dia 1º de julho, já que as eleições ocorreriam em 1º de outubro de 2006; porém, como o dia 1º foi num sábado, apresentei-me para início de licença para concorrer às eleições na sexta-feira, ou seja, dia 30.05.2006. Ocorreu, todavia, que o Chefe da Divisão de Recursos Humanos do CINDACTA 3, ao saber sobre minha apresentação, questionou-me: “mas onde está escrito que você tem que se afastar hoje?” Expliquei-lhe o porquê, mas não o convenci, e até tive que explicar para o setor jurídico, porém também não me entenderam. E queriam, que eu ficasse até que houvesse o deferimento de minha candidatura, então lhes disse que se ficasse, quando deferida minha candidatura estaria inelegível, e acreditem, não entenderam 12 A LC nº 64/90 não detém inciso especial aos militares, logo, utiliza-se o método analógico, ou seja, procura-se uma norma que poderia ser aplicada devido à omissão da lei, em função das semelhanças aos casos concretos; a letra “l” do art. 1º refere-se aos servidores públicos, sem mencionar se estão incluídos os militares. Parte da doutrina entende que o dispositivo refere-se somente aos civis; logo, em virtude da omissão da lei, tem-se considerado, analogicamente, que os militares estão subordinados a tal norma destinada aos servidores públicos civis. 12 também; todavia, disse-lhes que estava exercendo meus direitos constitucionais e, simplesmente, afastei-me de minhas atividades militares. Porém, vou lhes explicar detalhadamente: acontece que a LC nº 64/90 exige o afastamento do militar, em alguns casos, até 3 (três) meses antes do pleito, e como no exemplo citado, ocorreu no dia 30.05.06, já que dia 1º de julho seria sábado; entretanto, o pedido de registro de candidatura, que é feito pelos partidos ou coligações, podia ser realizado até o dia 05.07.2006, e caso estes não efetivassem o pedido, os candidatos, individualmente, poderia fazer até o dia 07.07.2006, conforme expressam os arts. 21 e 24 da Resolução nº 22.156 do TSE, então vejamos: “Art. 21. Os partidos políticos e as coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 5 de julho do ano da eleição (Lei nº 9.504/97, art. 11, caput).” “Art. 24. Na hipótese de o partido político ou a coligação não requerer o registro de seus candidatos, estes poderão fazê-lo perante o Tribunal Eleitoral competente até as dezenove horas do dia 7 de julhodo ano da eleição, apresentando o formulário Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) e o formulário Requerimento de Registro de Candidatura Individual (RRCI) (Lei nº 9.504/97, art. 11, § 4º).” Mas não é só por isso, é que o deferimento13 do registro de candidatura não é imediato, e tem-se, ainda, todo um procedimento “administrativo-judicial” necessário ao deferimento. Após o Partido Político, Coligação ou mesmo o candidato individualmente, protocolarem os pedidos de registros de candidatura, em havendo falhas ou omissões, o pré-candidato14 será intimado para no prazo de 72 (setenta e duas) horas corrigir o vício, sob pena de indeferimento de seu registro, nos termos do art. 32 da Resolução nº 22.156 do TSE. Posteriormente, a partir da publicação, na imprensa oficial, do edital discriminando os pedidos de registro de candidatura dos pré-candidatos, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) dias para que qualquer candidato, partido político, coligação ou Ministério Público, faça impugnações15 contra os pré-candidatos; como também aos cidadãos que estiverem no gozo de seus direitos políticos, noticiarem a inelegibilidade16 de qualquer candidatura. 13 Tecnicamente, àquele que requer o deferimento do registro de candidatura será denominado candidato, quando deste deferimento, ou seja, estando apto para concorrer às eleições; antes deste ato judicial (deferimento), este requerente é denominado pré-candidato, embora as legislações não façam tal distinção técnica; chamando todos de candidatos, mesmo que estejam sub judice. 14 Como dito antes, o cidadão é considerado, tecnicamente, “candidato”, quando tem deferido o respectivo registro de candidatura; antes deste ato judicial, o correto é chamar-se pré-candidato. 15 Impugnação é o ato no qual um candidato, partido político, coligação ou o Ministério Público peticionam à Justiça Eleitoral alegando que um candidato é inelegível, nos termos do art. 34 da Resolução nº 22.156 do TSE. 16 Notícia de inelegibilidade é, na prática, o mesmo que impugnação, todavia, têm legitimidade somente os cidadãos em pleno gozo dos seus direitos políticos, nos termos do art. 35 da Resolução nº 22.156 do TSE. 13 Exemplificando: em 2004, minha candidatura e de todos do partido político, o qual estávamos representando, ao cargo de Vereador, foram impugnadas por um ex-presidente (notícia de inelegibilidade) deste mesmo partido; a decisão de primeira instância ocorreu quase 30 (trinta) dias depois do pedido de registro das candidaturas, e ainda, detínhamos o direito de recorrer até o Tribunal Superior Eleitoral, e, em algumas situações, até mesmo ao Supremo Tribunal Federal, como possível decisão até mesmo após o término das eleições; e tal possibilidade ocorreu com um cliente militar da Base Aérea de Natal nas eleições de 2006. E agora, vem a pergunta: mas como fica nesta situação, onde o registro foi deferido ou indeferido após o pleito eleitoral, onde, neste último caso, não houve a agregação do militar, nos termos do Estatuto dos Militares? E os 3 (três) meses de licença? Devolvem-se as remunerações? O que acontece? Tais respostas, em breve, serão respondidas, pois dependerá da mais aprofundamento jurídico. Toda esta explanação serviu para demonstrar que é errado a Administração Militar sujeitar o início do afastamento do pré-candidato militar ao deferimento do registro de sua candidatura, como ocorrido comigo em 2006 no CINDACTA 3; pois, o próprio pedido de registro poderia, nas eleições de 2006, ser realizado até o dia 07.07.2006; e se eu não me afastasse até o dia 01.07.2006 (3 meses antes do pleito) estaria inelegível, pois descumpriria o art. 1º, inciso II, letra “l”, da LC nº 64/90. E acreditem, foi difícil fazer com que 4 (quatro) oficiais da Aeronáutica me compreendessem, e o mais cômico: um deles, era Assistente Jurídico do Quartel, formado em Direito. 4. CANDIDATO-MILITAR: PROCEDIMENTOS A SEREM EXECUTADOS Nas eleições de 2006, fui responsável por todas as etapas necessárias destinadas ao pleito eleitoral, desde a Convenção Partidária, Registros de Candidaturas, montagem dos Comitês Financeiros, aberturas de Contas Correntes, Propaganda Política, dentre outras etapas, até a Prestação de Contas do Comitê Financeiro do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro – PRTB e dos candidatos, sendo esta, praticamente, a última etapa eleitoral para os candidatos não eleitos; e é com base nesta aprendizagem “prática” única, que irei discorrer sobre alguns pontos de relevante e necessário interesse aos futuros militares-candidatos. Primeiramente, faz-se necessário que o militar esteja vinculado a um partido político para concorrer às eleições, ou seja, não existe candidatura sem partido político; há militares que de “ouvir falar”, acreditam que é possível lançar-se candidato sem partido; todavia, embora o militar seja dispensado de filiação partidária, necessita estar vinculado a um partido político para concorrer às eleições. Essa confusão, provavelmente, é proveniente do fato de que, é permitido ao pré-candidato requerer, pessoalmente, seu registro de candidatura, porém, somente se o partido ou a coligação não requisitar o registro no período legal, nos termos do art. 24 da Resolução nº 22.156 do TSE. 14 Àqueles militares que, de uma forma ou outra, estejam envolvidos com partidos políticos, não terão dificuldades em articular uma vaga disponível ao partido ou coligação para concorrer às eleições; porém, os que não estejam nesta situação, deverão, o quanto antes, procurar um partido político, e verificar a possibilidade de obter uma vaga. Então surge a seguinte pergunta: que vaga? Não adentrarei profundamente nesta questão, que foge ao objetivo desta Obra, mas, resumidamente, ocorre o seguinte: dependendo da espécie do cargo eletivo pleiteado, e também, do número de cadeiras17 disponíveis ao Senado, Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais, de cada Estado ou Município, e ainda, dependendo se um partido se coligou ou não com outros, serão definidas as vagas disponíveis aos candidatos, conforme disposição do art. 10 da lei nº 9.504/97, então vejamos: “Art. 10. Cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais, até cento e cinqüenta por cento do número de lugares a preencher. § lº No caso de coligação para as eleições proporcionais, independentemente do número de partidos que a integrem, poderão ser registrados candidatos até o dobro do número de lugares a preencher. § 2º Nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a Câmara dos Deputados não exceder de vinte, cada partido poderá registrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital até o dobro das respectivas vagas; havendo coligação, estes números poderão ser acrescidos de até mais cinqüenta por cento. § 3º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação deverá reservar o mínimo de trinta por cento e o máximo de setenta por cento para candidaturas de cada sexo. § 4º Em todos os cálculos, será sempre desprezada a fração, se inferior a meio, e igualada a um, se igual ou superior. § 5º No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número máximo de candidatos previsto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas remanescentes até sessenta dias antes do pleito.” Ou seja, existe uma limitação ao número de pré-candidatos por partido ou coligação, mas então surgirá outra pergunta: entãocomo definir quais os interessados a serem “lançados” pelo partido ou coligação? Como será feita esta escolha? Digamos que existam 100 (cem) interessados e somente 50 (cinqüenta) vagas? E, bom ressaltar, que há obrigatoriedade de reserva de vagas às mulheres, logo, esta 17O termo “cadeiras” é a forma de designar o número máximo de candidatos eleitos para comporem as Casas Legislativas, por exemplo, para a legislatura de 2007, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte seria composta de 24 (vinte e quatro) cadeiras, ou seja, 24 deputados estaduais; já na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco o número seria de 49 (quarenta e nove) cadeiras. 15 etapa pré-eleitoral é um pouco complexa, e motivo de muitas brigas internas nos partidos; eu mesmo, presenciei várias durante minhas candidaturas em 2004 e 2006. A resposta é: Convenção Partidária. Mas será mesmo que somente a Convenção Partidária define os pré-candidatos? Não mesmo, principalmente, em partidos pequenos, onde os Presidentes definem, antes mesmo das convenções, os pré-candidatos dos partidos (a Convenção é como um ato simbólico, embora obrigatório); sendo que, muitas vezes, a escolha dependerá de quanto o interessado se dispõe a pagar! Isso mesmo, em alguns partidos, a vaga é comprada, mascarada de “taxa administrativa da partido”. Todavia, partindo do fato de que é a Convenção Partidária o momento adequado para a escolha dos pré-candidatos, vejamos o art. 8º da lei nº 9.504/97: “Art. 8º A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 10 a 30 de junho do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto e rubricado pela Justiça Eleitoral. § 1º Aos detentores de mandato de Deputado Federal, Estadual ou Distrital, ou de Vereador, e aos que tenham exercido esses cargos em qualquer período da legislatura que estiver em curso, é assegurado o registro de candidatura para o mesmo cargo pelo partido a que estejam filiados. ( Este parágrafo encontra-se suspenso por força de medida liminar concedida nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2530-9) § 2º Para a realização das convenções de escolha de candidatos, os partidos políticos poderão usar gratuitamente prédios públicos, responsabilizando-se por danos causados com a realização do evento.” A Convenção Partidária é composta pelos filiados ao partido político, com direito a voto, nos termos das normas fixadas no respectivo Estatuto18. Outra pergunta: em virtude do militar não poder se filiar, poderá votar na Convenção? Eis uma resposta sem base legal explícita, todavia, pelo princípio constitucional da isonomia, entendo que sim, ademais, não existe qualquer norma impedindo tal prática. Então, ocorrerá, que os filiados, aptos à votação, nos termos estatutários, escolherão os pré-candidatos que irão concorrer nas eleições municipais ou gerais; sendo que, neste ato, divulgar-se-á o número pelo qual cada um concorrerá nas urnas, que poderá ser por livre acordo entre os pré-candidatos, e que, também causa muita confusão. Porém, necessária outra pergunta: o militar interessado em concorrer às eleições, está obrigado a informar previamente sua intenção, ou, mesmo, pedir autorização à sua Organização Militar – OM - para participar da Convenção e concorrer às eleições? A resposta é não! 18 Estatuto, resumidamente, é a lei ou regulamento do partido político, onde estão fixados seus princípios institucionais ou orgânicos. 16 Todavia, como forma de “camaradagem”, e no intuito de não prejudicar as atividades da OM, sou da opinião de que não custa nada informar tal intenção ao seu superior hierárquico; principalmente, quanto à data da Convenção, principalmente, a fim de que não seja incluído nas escalas de serviço no dia da convenção, e lembre-se: sempre por escrito, com cópia de recebimento! Pois, se algum superior hierárquico, sabendo de sua intenção de se candidatar, tomando ciência da data da respectiva convenção, e mesmo assim, colocá-lo, justamente, de serviço neste dia, terá provas suficientes para, judicialmente, cessar este abuso, podendo, este superior sofrer penalidades judiciais gravíssimas. Então, partindo do princípio que o militar-candidato já conseguiu um partido para lançar sua possível candidatura, passemos para a parte prática administrativa referente às OM. O Comando da Aeronáutica emitiu a Portaria nº 47/5EM, de 23.05.2002 (anexa), estabelecendo alguns procedimentos ao militar-candidato, todavia, há algumas deficiências, tanto técnicas- legais como práticas, porém, muito interessante, e, não raramente, desconhecida dos setores administrativos de vários OM, pois, tanto em 2004 quanto em 2006, eu mesmo tive que dar “essa dica”. Anexados, constam alguns documentos escritos (modelos), de minha autoria, dirigidos à minha OM, que podem servir de exemplos aos futuros militares-candidatos, sendo que as etapas são as seguintes, ressaltando, mais uma vez, que não é necessário solicitar autorização prévia à Administração Militar para concorrer às eleições: 1) em janeiro de 2006, informei ao Comandante de minha OM que seria candidato, todavia, como dito antes, tal procedimento não é obrigatório (modelo 1); 2) como as convenções, de acordo com a lei, devem ser realizadas no período de 10 a 30 de junho do ano eleitoral, pode-se informar ao superior hierárquico, via documento, sobre a data da convenção; eu, particularmente, nas eleições de 2006 não informei, pois como dito, não é obrigatório; 3) sendo escolhido na convenção, o partido político, por intermédio de seu Presidente, é obrigado a informar à OM do militar-candidato a sua escolha, nos termos do art. 98, parágrafo único, do Código Eleitoral (modelo 2); 4) o próximo passo será verificar o dia obrigatório para afastamento das atividades militares, ou seja, 3 (três) meses antes do dia das eleições; lembrando-se, que, não é necessário requerer autorização, simplesmente informe, apresentando-se, no setor competente, de que irá se afastar para concorrer às eleições; e juntamente, informar tal ato por documento escrito, pois este será o documento comprobatório de desincompatibilização, a ser juntado com o pedido do registro de candidatura (modelo 3); 17 5) o partido político ou a coligação, ou mesmo, o pré-candidato, em caso de inércia dos anteriores, como já discorrido, terão prazos para requerer o registro de candidatura – RCC; e de posse deste documento (modelo 4), o militar-candidato deverá entregá-lo a sua OM (modelo 5); 6) após estas etapas, ao militar pré-candidato restará aguardar o deferimento de seu registro de candidatura pela Justiça Eleitoral, que como já mencionado, poderão decorrer vários dias, ou meses, até mesmo após o dia das eleições, no caso de impugnações; em 2004 fui considerado inelegível em 01.10.04, ou seja, no dia das eleições (modelo 6); e, em havendo o deferimento (modelo 7), o militar deverá entregar cópia para sua OM; sendo, que, nos termos do art. 12 da Resolução nº 22.156/06 do TSE, a Justiça Eleitoral deverá comunicar o deferimento à autoridade militar a que o candidato estiver subordinado; e como no RCC não se menciona a Unidade à qual o militar está subordinado, e muito menos o endereço, oportuno informar à Justiça Eleitoral (modelo 8). 7) estando a OM de posse do deferimento do registro de candidatura, agora, podendo-se denominar “candidato”, o militar será agregado, nos termos estatutários. Com o resultado das eleições, 2 (dois) são os procedimentos a serem tomados juntoà OM, em decorrência do militar-candidato ter sido eleito ou não, possuindo mais de 10 (dez) anos de serviço; sendo que, primeiramente discorrerei sobre o militar não eleito: a) MILITAR NÃO ELEITO: 1) se não eleito, o militar somente retornará ao serviço ativo no primeiro dia posterior à proclamação do resultado oficial; aguardando o ato de reversão, previsto no art. 86 da Lei nº 6.880/80 (Estatuto dos Militares). Surge uma pergunta: mas se é o ato de reversão que faz com que o militar retorne à sua OM, então por que retornar no dia seguinte, já que ainda não haverá publicado, ou mesmo iniciado o processo de reversão? Também tentei entender isso, porém, não adentrando no mérito da questão, é sensato se apresentar no dia seguinte, para não correr o risco de, supostamente, incorrer em deserção, nos termos do art. 188, inciso II, do Código Penal Militar, assim expresso: “deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agregação (grifos meus) ou em que é declarado o estado de sítio ou de guerra;”; 18 2) a Portaria nº 47/5EM, de 23.05.2002 (Aeronáutica) exige, ainda, que o militar entregue o resultado oficial das eleições, e ainda, que no prazo máximo de 15 (quinze) dias corridos, entregue “cópia do documento protocolizado na Justiça Eleitoral referente ao seu pedido de desligamento do partido”, e aqui está um dos graves erros19 técnicos: o militar da ativa nunca estará filiado ao partido político, mesmo tendo concorrido às eleições, isto porque, como já discorrido, o militar não precisa se filiar ao partido político para concorrer às eleições; e o ato de ser escolhido em Convenção Partidária ou ter deferido seu registro de candidatura a pedido do partido, não significa dizer que se filiou ao respectivo partido; porém, a Administração Militar, em regra, não entende de Direito Eleitoral, então nos resta, infelizmente, ir até o Cartório Eleitoral, e passar pela seguinte situação vivida por mim em 2004 e 2006: redigi uma petição (documento) e dirigi-me ao Cartório (Justiça Eleitoral) para protolocar o documento, e o servidor, entrando no sistema de dados, informou-me que eu não precisava requerer meu desligamento, já que não estava filiado a nenhum partido, o que eu já sabia; porém, expliquei-lhe, que era a Aeronáutica que exigia tal formalidade, então lhe pedi que protocolasse assim mesmo, e um dos servidores me disse: “esse pessoal militar não tem jeito mesmo, não entendem nada de eleições”. E pensei comigo: também, não conhecem democracia, ainda vivem das lembranças de seu governo ditatorial!?; 3) e após esta etapa, tomando conhecimento do resultado das eleições e de que o militar já requereu sua “desfiliação”, a OM irá tomar as providências para reverter o militar. b) MILITAR ELEITO: 1) sendo eleito, primeiramente, deverá informar à sua OM o resultado oficial das eleições, demonstrando que fora eleito, permanecendo agregado até o dia da diplomação, ou seja, não retornará às suas atividades militares, continuando afastado; 2) após ser diplomado, deverá informar à OM, fornecendo todos os documentos relacionados a este ato, e a partir desta data passará para a reserva remunerada, 19 O primeiro erro é pelo fato de que um filiado, primeiro, requer sua desfiliação ao próprio partido político, este é que irá informar à Justiça Eleitoral sobre o desligamento do filiado; ou seja, requerer o desligamento diretamente à Justiça Eleitoral não é suficiente para um filiado se desligar do partido político. Ressalte-se, que, para os não militares, ou militares inativos, ocorrerá que após o pedido de desligamento formal de filiação ao partido político, e em havendo nova filiação a outro partido, tal fato deverá ser informado ao Juízo do seu Cartório Eleitoral, nos termos do art. 22 da lei nº 9096/95, a fim de não correr o risco de ser inelegível por ter “dupla filiação”. 19 percebendo remuneração proporcional ao tempo de serviço, nos termos do art. 14, § 8º, da CF/88; e 3) a OM, de posse destes documentos, iniciará o processo de transferência para a reserva remunerada, devendo, inclusive, receber as ajudas de custo previstas na letra “f”, tabela I, do anexo IV, da Medida Provisória nº 2.215-1, de 31.08.2001 (Substituta da Lei de Remuneração dos Militares). 5. MILITAR-CANDIDATO: QUAIS OS PROCEDIMENTOS EM CASO DE IMPUGNAÇÃO E DE INDEFERIMENTO DO REGISTRO DE CANDIDATURA? No tópico anterior, a dissertação teve como princípio, o fato do militar-candidato não ter sido impugnado, ou seja, desde o início houve o deferimento do seu pedido de candidatura; mas, o que acontece, quando há uma impugnação e o registro de candidatura do militar é indeferido? Como este militar será agregado sem o deferimento (homologação pela Justiça Eleitoral) de candidatura, nos termos da letra “b”, inciso II, do art.1º, da Portaria nº 47/5EM, de 23.05.2002, do Comando da Aeronáutica? Ele deverá voltar para suas atividades militares, enquanto aguarda os recursos eleitorais? Deixará de perceber suas remunerações, ou terá que devolvê-las? Este tema é muito interessante, principalmente, pelo fato de que no ano de 2004, quando pré-candidato ao cargo de vereador, tive meu pedido de registro de candidatura impugnado, não conseguindo o deferimento (homologação), ou seja, não fiquei em momento algum agregado, embora percebendo remuneração durante os 3 (três) meses. Inclusive, quando do meu retorno à OM, foi aberta uma sindicância para verificar os motivos porque não houve deferimento do meu pedido de registro de candidatura (não entrega do documento oficial de homologação da Justiça Eleitoral), e esta parte foi mais interessante ainda, pois descobri o quanto o setor jurídico da Aeronáutica é leigo, também, em Direito Eleitoral. Os arts. 58 e 59 da Resolução nº 22.156 do TSE respondem todas àquelas perguntas, então vejamos: “Art. 58. O candidato que tiver seu registro indeferido poderá recorrer da decisão e, enquanto estiver sub judice, prosseguir em sua campanha e ter seu nome mantido na urna eletrônica. Art. 59. Transitada em julgado a decisão que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado o registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido (Lei Complementar nº 64/90, art. 15).” Quando o art. 58 comenta sobre ter o “registro indeferido”, está dizendo, por exemplo, que um candidato, concorrendo ao cargo de vereador, possui algum impedimento constitucional ou 20 legal (inelegibilidade), impossibilitando sua candidatura; todavia, permite que este pré-candidato recorra desta decisão, que no meu exemplo, foi de primeira instância (Juiz Singular – Zona Eleitoral20); logo, recorri ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio Grande do Norte. Entretanto, este mesmo artigo, proclama que, enquanto o pré-candidato estiver sub judice, ou seja, tendo seu registro sob “análise judicial”, poderá “prosseguir em sua campanha e ter seu nome mantido na urna eletrônica”; na prática, isto quer dizer o seguinte: enquanto o militar-candidato estiver recorrendo, deverá se manter afastado de suas atividades militares, pois caso retorne, será considerado inelegível, devido a exercer função proibida nos 3 (três) meses anteriores ao pleito, e como não pode voltar, continuará a perceber remuneração, pois ainda não foi decidido, definitivamente, a homologação do seu pedido de candidatura. E, somente, saber-se-á se o candidato-militar teve ou não deferido seu pedido de registro de candidatura, quando houver transitado em julgado21uma decisão judicial (seja de primeira instância – Juízo Eleitoral, segunda - TRE ou “terceira” – TSE, e ainda, do STF); ocorrerá, entretanto, que tal trânsito em julgado poderá demorar meses, até mesmo, ocorrer após o dia do pleito eleitoral. Exemplificando: em 2004, tive meu registro indeferido pelo juiz de primeiro grau, e recorri ao Tribunal Regional Eleitoral; porém este manteve o indeferimento, e, novamente, recorri, só que desta vez para o Tribunal Superior Eleitoral, sendo que, também, manteve o indeferimento; porém, novamente, opus outro recurso (agravo regimental), porém para este mesmo Tribunal Superior, onde foi mantido o indeferimento. Esta decisão transitou em julgado no dia anterior às eleições (30.09.2006), e ressalte-se que, poderia ter recorrido, também, para o Supremo Tribunal Federal. Ou seja, não fui agregado, pois meu pedido de registro foi indeferido pela Justiça Eleitoral, e, na sindicância, antes de iniciar o interrogatório, perguntei ao oficial encarregado: “conhece de Direito Eleitoral?” A resposta foi negativa; então tive que explicar, detalhadamente, todos estes detalhes ao mesmo, embora este Oficial fosse formado em Direito, podendo procurar as legislações necessárias ao deslinde da questão; principalmente, pelo fato de que este era o Chefe do Setor Jurídico de uma OM da Aeronáutica (Base Aérea de Natal); e ressalte-se, sequer sabia da existência da Resolução nº 22.156 do TSE, e ainda estava manuseando uma coletânea de legislação eleitoral22 de 2000. Após, explicar, ou melhor, ensinar para este oficial sobre um pouco de direito eleitoral, a sindicância foi arquivada; e obviamente, não devolvi qualquer remuneração, como também não sofri qualquer punição disciplinar, haja vista estar amparado pela legislação eleitoral. 20 Nas eleições municipais (prefeito e vereador), cabe às zonas eleitorais (Cartórios) processar os pedidos de registro de candidatura, assim como deferir os pedidos, e em caso de indeferimento, recorres-se ao TRE; já nas eleições gerais (Presidente, Senador, Governador e Deputados Federal e Estadual) os processamentos de registro de candidatura ocorrem no TRE, que os indeferindo, recorrer-se-á ao TSE. 21 Uma decisão transita em julgado, quando não há mais recursos possíveis contra a mesma; ou quando o interessado deixa esgotar-se o prazo para a interposição de um recurso. 22 A cada eleição o TSE divulga resoluções, como esta de 2006; por isso, o profissional da área eleitoral deve ficar atento para as novas resoluções. 21 Mas, aí, surge outra pergunta: o que fazer quando há impugnação? Duas são as respostas, de acordo com duas hipóteses: a) se o militar-candidato for impugnado, e não quiser recorrer, deverá retornar à sua OM no prazo de 7 (sete) dias23 após a publicação oficial do indeferimento de sua candidatura, levando consigo tal documento para entregar na OM; e b) sendo impugnado, e querendo recorrer, deverá contratar um advogado24, e informar25 à OM que teve seu registro indeferido, juntamente com o documento oficial de indeferimento e cópia do recurso (informar sobre cada recurso); e adequado, nesta mesma informação, informar que permanecerá afastado de suas funções militares, nos termos do arts. 58 e 59 da citada Resolução do TSE. Apenas, complementando, no ano de 2004, uma das candidatas ao cargo de vereadora de nosso partido, também impugnada, Procuradora Federal (Advocacia da União), após quase 2 (dois) meses de findada as eleições, procurou-me dizendo que a Advocacia Geral da União havia, também, aberto um processo administrativo, a fim de saber os motivos pelos quais ela não havia tido deferido seu pedido de registro de candidatura: impressionante! E, então, elaborei sua defesa, e também, arquivaram o processo, então, percebemos que não é só as Forças Armadas que desconhecem o Direito Eleitoral. Então, futuros militares-candidatos, acredito que estas sejam as informações necessárias sobre a candidatura de militares às eleições municipais e gerais, e boa sorte na arte da política, caso seja possível chamar-se de arte! Natal/RN, junho de 2007. Dr. Diógenes Gomes Vieira Advogado especialista em Direito Militar diogenes_gomes@hotmail.com www.diogenesadvogado.com 23 7 (sete) dias é o prazo para o pré-candidato impugnado se defender da impugnação, nos termos do art. 36 da Resolução nº 22.156 do TSE; pois não havendo defesa no prazo legal, ocorrerá o trânsito em julgado da decisão judicial; todavia, como a Administração Militar é leiga, caso decida não recorrer, aconselho a não aguardar tanto tempo para regressar; logo, volte às suas funções seguidamente ao indeferimento. E por que digo isso: é que você pode pretender recorrer, mas no último dia desistir, por isso seu retorno, legalmente, seria após este prazo de 7 dias. 24 É necessário para recorrer das impugnações. E mais uma coisa: o ideal é contratar um advogado desde a Convenção Partidária, pois este é o profissional habitado para preservar seus direitos frente ao pleito eleitoral. 25 De preferência, forneça uma procuração especial com firma reconhecida ao seu advogado, dando-lhe poderes para representa-lo junto a sua OM, isso poderá conter abusos de seus superiores hierárquicos. No ano de 2006, tive um cliente que seguiu este conselho. 22 ANEXOS 23 24 25 MODELO 1 26 MODELO 2 27 MODELO 3 28 MODELO 4 29 MODELO 5 30 MODELO 6 31 MODELO 7 32 MODELO 8
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