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www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA 2016 Direito Penal – Aula 05 Rogério Sanches 1 EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO Sabendo que um fato punível pode, eventualmente, atingir os interesses de dois ou mais Estados igual- mente soberanos, gerando, nesses casos, um con- flito internacional de jurisdição, o estudo da lei penal no espaço visa apurar as fronteiras de atuação da lei penal nacional. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS NA SOLUÇÃO DO APA- RENTE CONFLITO 1- PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE: aplica-se a lei penal do local do crime. 2- PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE ATIVA: aplica- se a lei penal da nacionalidade do agente. 3- PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE PASSIVA: A doutrina diverge. 4- PRINCÍPIO DA DEFESA (OU REAL): aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem jurídico lesado. 5- PRINCÍPIO DA JUSTIÇA PENAL UNIVERSAL: o agente fica sujeito a lei penal do país em que ele for encontrado. 6- PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO (DO PAVI- LHÃO, DA BANDEIRA, DA SUBSTITUIÇÃO OU DA SUBSIDIARIEDADE): -A lei penal aplica-se aos crimes cometidos em aero- naves e embarcações privadas quando praticados no estrangeiro e aí não sejam julgados (inércia do país estrangeiro). CUIDADO! O Brasil adotou como princípio regra a TERRITORIALIDADE (art. 5º C.P.) Art. 5º C.P. – “Aplica-se a lei brasi- leira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internaci- onal, ao crime cometido no território nacional.” Trata-se de TERRITORIALIDADE TEMPERADA - É possível, por conta de regras in- ternacionais, que um crime cometido no Brasil, não sofra as consequên- cias da lei brasileira. ESPAÇO GEOGRÁFICO + ESPAÇO JURÍDICO (POR FICÇÃO, EQUIPARAÇÃO) (Art. 5º § 1º C.P.) Art. 5º § 1º C.P. – “Para os efeitos penais, conside- ram-se como extensão do território nacional as em- barcações e aeronaves brasileiras, de natureza pú- blica ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as em- barcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.” “Art. 5º, § 2º, C.P - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou em- barcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.” Conclusões: a) Quando o navio ou aeronave brasileiro for público ou estiver a serviço do governo brasileiro, quer se en- contre em território nacional ou estrangeiro, é consi- derado parte do nosso território. b) Se privado, quando em alto-mar ou espaço aéreo correspondente, segue a lei da bandeira que ostenta. c) Quando estrangeiro, em território brasileiro, desde que privado, é considerado parte de nosso território. # EMBAIXADA – é extensão do território que re- presenta? SITUAÇÕES ELUCIDATIVAS: Situação1: -Embarcação brasileira privada naufraga. -Sobre os destroços dessa embarcação, holandês mata americano. Situação2: - Embarcação brasileira privada colide com embarca- ção holandesa privada. www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA 2016 Direito Penal – Aula 05 Rogério Sanches 2 - É feita um jangada com partes brasileira e com par- tes holandesa. - Americano mata argentino sobre a jangada. Situação3: - Embarcação pública colombiana atracada em porto brasileiro. - Crimes dentro da embarcação: lei da Colômbia - Marinheiro colombiano comete crime no território nacional: DIREITO DE PASSAGEM INOCENTE # Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido a bordo de embarcação privada estrangeira de passagem pelo mar territorial brasileiro? Ex.: Navio sai de Portugal com destino ao Uruguai, quando está passando pelo mar territorial brasileiro, um holandês mata um chinês. “Art. 5º, § 2º, C.P - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou em- barcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.” “Art. 3º - lei nº 8.617/93 : É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro. § 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à se- gurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida. § 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave. DIREITO DE PASSAGEM INOCENTE # O direito de passagem inocente é só para embar- cação ou também abrange aeronaves? LUGAR DO CRIME Quando o crime se considera praticado no nosso ter- ritório? Temos três teorias discutindo o assunto. 1- TEORIA DA ATIVIDADE: 2- TEORIA DO RESULTADO / DO EVENTO: 3- TEORIA MISTA / UBIQUIDADE: “Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.” Atenção: se no Brasil ocorre somente o planejamento e/ou preparação do crime, o fato, em regra, não inte- ressa ao direito brasileiro, salvo quando a prepara- ção, por si só, caracterizar crime (ex. associação cri- minosa). EXTRATERRITORIALIDADE Em casos excepcionais, a nossa lei poderá extrapo- lar os limites do território, alcançando crimes cometi- dos exclusivamente no estrangeiro. Art. 7º, C.P. – “Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido se- gundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou conde- nado no estrangeiro. § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei bra- sileira depende do concurso das seguintes condi- ções: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi pra- ticado; www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA 2016 Direito Penal – Aula 05 Rogério Sanches 3 c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, se- gundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime co- metido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo an- terior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. ” EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA Nos casos do art. 7º, inciso II do C.P., para que a nossa lei possa ser aplicada, é necessário o con- curso das seguintes condições: a) ENTRAR O AGENTE NO TERRITÓRIO NACIO- NAL b) SER O FATO PUNÍVEL TAMBÉM NO PAÍS EM QUE FOI PRATICADO c) ESTAR O CRIME INCLUÍDO ENTRE AQUELES PELOS QUAIS A LEI BRASILEIRA AUTORIZA A EXTRADIÇÃO Lei n.º 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) “Art. 77. Não se concederá a extradição quando: I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido; II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgaro crime imputado ao extraditando; IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano; V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição se- gundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; VII - o fato constituir crime político; e VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção. § 1° A exceção do item VII não impedirá a extradi- ção quando o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou quando o crime comum, co- nexo ao delito político, constituir o fato principal. § 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do caráter da infração. § 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra Che- fes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, se- qüestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos para subverter a or- dem política ou social.” EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA Nos casos do art. 7º, inciso II do C.P., para que a nossa lei possa ser aplicada, é necessário o con- curso das seguintes condições: d) NÃO TER SIDO O AGENTE ABSOLVIDO NO ES- TRANGEIRO OU NÃO TER AÍ CUMPRIDO A PENA e) NÃO TER SIDO O AGENTE PERDOADO NO ESTRANGEIRO OU, POR OUTRO MOTIVO, NÃO ESTAR EXTINTA A PUNIBILIDADE, SEGUNDO A LEI MAIS FAVORÁVEL. # PERGUNTA: Brasileiro em Portugal mata dolosa- mente cidadão português. O agente foge e retorna ao território brasileiro antes do fim das investigações. A lei brasileira alcança este fato? # O autor do crime será processado pela justiça es- tadual ou federal? # Qual a comarca competente para o processo e jul- gamento? ARTIGO 88, C.P.P. “Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capi- tal do Estado onde houver por último residido o acu- sado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.” PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO (Art. 8º C.P.) “Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. ” É possível que suceda a hipótese de ser o agente processado, julgado e condenado tanto pela lei bra- sileira como pela estrangeira (em especial nos casos de extraterritorialidade incondicionada). www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA 2016 Direito Penal – Aula 05 Rogério Sanches 4 EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PES- SOAS A lei penal se aplica a todos, por igual, não existindo privilégios pessoais. Há, no entanto, pessoas que, em virtude das suas funções ou em razão de regras internacionais, desfrutam de imunidades. Longe de uma garantia pessoal, trata-se de necessária prerro- gativa funcional. IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS Trata-se de prerrogativa de direito público internacio- nal de que desfrutam: Natureza jurídica da imunidade diplomática 1ªC: 2ªC: # O DIPLOMATA DEVE OBEDIÊNCIA À NOSSA LEI? Por força da característica da generalidade da lei pe- nal, os agentes diplomáticos devem obediência ao preceito primário do país em que se encontram. Escapam, no entanto, da sua consequência jurídica (punição – preceito secundário), permanecendo sob a eficácia da lei penal do Estado a que pertencem (intraterritorialidade). Ex.: Art. 121 CP: “matar alguém” (diplomata deve obediência) Pena: 6 – 20 anos (punido de acordo com a lei de seu Estado) # OS AGENTES CONSULARES TÊM IMUNIDADE DIPLOMÁTICA? A imunidade é irrenunciável. É vedado ao seu destinatário abdicar da prerrogativa (pois esta é do cargo e não da pessoa). ATENÇÃO: IMUNIDADES PARLAMENTARES As imunidades parlamentares encontram previsão na Constituição Federal. Tal e qual as diplomáticas, as imunidades parlamentares não configuram “privilé- gios”, mas “prerrogativas” necessárias ao desempe- nho independente da atividade parlamentar e à efeti- vidade do Estado Democrático de Direito, marcado pela representatividade dos cidadãos-eleitores. Obs: IMUNIDADE PARLAMENTAR ABSOLUTA Está prevista no artigo 53, caput, da CF/88, nos se- guintes termos: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, pala- vras e votos”. A natureza jurídica da imunidade absoluta é ques- tão controvertida. (A) Pontes de Miranda, Nélson Hungria e José Afonso da Silva entendem ser causa excludente de crime; (B) Basileu Garcia considera a imunidade absoluta causa que se opõe à formação do crime; (C) Aníbal Bruno considera-a causa pessoal (funcio- nal) de isenção de pena; (D) Magalhães Noronha entende ser causa de irres- ponsabilidade; (E) José Frederico Marques, por sua vez, ensina tra- tar-se de causa de incapacidade pessoal penal por razões políticas; (F) por fim, para Luiz Flávio Gomes (seguido pelo STF), a imunidade parlamentar absoluta torna o fato atípico. Quais os limites da imunidade parlamentar material? Deve haver vínculo (conexão) entre as palavras e/ou opiniões do parlamentar e o exercício da sua função. “1. A imunidade parlamentar material, que confere in- violabilidade, na esfera civil e penal, a opiniões, pala- vras e votos manifestados pelo congressista (CF, art. 53, caput), incide de forma absoluta quanto às decla- rações proferidas no recinto do Parlamento. 2. Os atos praticados em local distinto escapam à proteção absoluta da imunidade, que abarca apenas manifes- tações que guardem pertinência, por um nexo de causalidade, com o desempenho das funções do mandato parlamentar” (STF – Tribunal Pleno – Inq. 2.813 – Rel. Min. Marco Aurélio – DJe 24/05/2011) www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA 2016 Direito Penal – Aula 05 Rogério Sanches 5 ATENÇÃO: Na hipótese de utilização de meios eletrônicos (Fa- cebook, Twitter, e-mails...) para divulgar mensagens ofensivas à honra de alguém, deve haver vinculação com o exercício parlamentar para que seja afastada a responsabilidade, ainda que a mensagem tenha sido gerada dentro do gabinete. Entendimento di- verso daria margem ao exercício abusivo desta prer- rogativa que, como destacado, é da instituição e não do parlamentar” IMUNIDADE PARLAMENTAR RELATIVA Encontra previsão no artigo 53, §1º ao §8º, da CF/88. RELATIVA AO FORO Nos termos do artigo 53, §1º da CF/88, “Os Deputa- dos e Senadores, desde a expedição do diploma, se- rão submetidos a julgamento perante o Supremo Tri- bunal Federal”. Obs: Da simples leitura do parágrafo, percebe-se que o foro especial se estende da diplomação (e não da posse) até o fim do mandato. CUIDADO: Imaginemos um parlamentar (Deputado Federal ou Senador) que, percebendo que seu processo-crime foi colocado em pauta para final julgamento no STF, buscando procrastinar a decisão final, renuncia na véspera para que o feito seja remetido para o juiz de 1º grau: Essa escoteira opção retira do STF a competência para julgá-lo? RELATIVA À PRISÃO A imunidade relativa à prisão, também denominada pelo Supremo Tribunal Federal de “incoercibilidade pessoal dos congressistas (freedom from arrest)”, está prevista no art. 53, § 2º, da CF/88, que anuncia: “Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”.A garantia, portanto, presente desde a diplomação (e não da posse), recai sobre prisão provisória, excep- cionada apenas a prisão em flagrante decorrente de prática de crime inafiançável (ex: racismo). Realizada a prisão em flagrante por crime inafiançá- vel, os autos serão remetidos no prazo de 24 (vinte e quatro) horas para a Casa respectiva, que deliberará, por maioria de votos, sobre a prisão. A deliberação sobre a prisão terá caráter eminentemente político (conveniência e oportunidade) e não técnico. Cabe prisão civil contra o Congressista devedor de alimentos? RELATIVA AO PROCESSO. A imunidade parlamentar relativa ao processo está disciplinada no artigo 53, §§3º ao 5º da CF/88, alcan- çando os crimes praticados pelos congressistas após a diplomação. Nesses casos, permite-se à Casa Le- gislativa respectiva sustar, a pedido de partido polí- tico com representação no Legislativo Federal, o an- damento da ação penal pelo voto ostensivo e nominal da maioria absoluta de seus membros. A suspensão da ação penal deverá ser apreciada no prazo impror- rogável de quarenta e cinco dias e, caso se entenda pela sustação, ela persistirá enquanto durar o man- dato, acarretando, igualmente, a suspensão da pres- crição. RELATIVA À CONDIÇÃO DE TESTEMUNHA. A regra é que os parlamentares são obrigados a tes- temunhar, prestando compromisso, salvo nas duas hipóteses previstas no artigo 53, §6º da CF/88: (A) sobre informações recebidas ou prestadas em ra- zão do exercício do mandato; e (B) sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. Embora a testemunha tenha o dever de comparecer quando intimados pelo juízo para prestar seu depoi- mento, o artigo 221 do Código de Processo Penal es- tabelece que os deputados e senadores terão a prer- rogativa de ajustar dia, horário e local com essa fina- lidade. CUIDADO: IMUNIDADES PARLAMENTARES E O ESTADO DE SÍTIO § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos mem- bros da Casa respectiva, nos casos de atos pratica- dos fora do recinto do Congresso Nacional, que se- jam incompatíveis com a execução da medida. CONCLUSÃO: www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA 2016 Direito Penal – Aula 05 Rogério Sanches 6 As imunidades subsistem, ainda que durante o es- tado de sítio. Nos termos do artigo 53, §8º da CF/88, as imunidades de deputados e senadores somente serão suspensas se houver votação da Casa respec- tiva, com votação de dois terços pela suspensão. Obs: IMUNIDADES DO PARLAMENTAR LICENCIADO Caso o parlamentar se licencie do cargo para o qual foi eleito com o objetivo de exercer outro, por exem- plo, Ministro de Estado, não manterá sua imunidade (que não é pessoal, mas da função), salvo no que toca ao foro especial A 1ª Turma concedeu habeas corpus para cassar de- creto de prisão expedido por juiz de direito contra de- putado estadual. Entendeu-se que, ante a prerroga- tiva de foro, a vara criminal seria incompetente para determinar a constrição do paciente, ainda que afas- tado do exercício parlamentar”. (STF – Info nº 628 – HC 9548 – Rel. Min. Marco Aurélio – DJe 24/05/2011) IMUNIDADES DOS DEPUTADOS ESTADUAIS As imunidades estudadas, por força do mandamento insculpido no artigo 27, §1º, CF/88, também devem ser aplicadas aos deputados estaduais. Obs: IMUNIDADES DOS VEREADORES Os vereadores, por força do art. 29, VIII, da CF/88, desfrutam somente de imunidade absoluta, desde que as suas opiniões, palavras e votos sejam profe- ridos no exercício do mandato (nexo material) e na circunscrição do Município (critério territorial). ATENÇÃO: FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO X TRIBUNAL DO JÚRI O foro por prerrogativa de função, previsto na CF/88, prevalece sobre a competência constitucional do Tri- bunal do Júri (é a Carta Maior excepcionando-se a si mesma). Dentro desse espírito, caso pratique crime doloso contra a vida, o congressista será julgado pe- rante o STF, enquanto que o parlamentar estadual, pelo Tribunal de Justiça (ou Tribunal Regional Fede- ral, se o caso). CUIDADO:
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