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www.cers.com.br CARREIRA JURÍDICA Direito Penal – Aula 02 Rogério Sanches 1 3º Princípios relacionados com o AGENTE DO FATO 3.5- Princípio da PRESUNÇÃO DE INO- CÊNCIA Convenção Americana de Direitos Humanos - Artigo 8º .2: “Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, en- quanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:” Art. 5º, LVII C.F. – “ninguém será conside- rado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;” - Adota o princípio da presunção de ino- cência ou de não culpa? DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA a) Qualquer restrição à liberdade do investigado ou acusado somente se admite após a condenação definitiva “Art. 312 CPP: A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência (quando im- prescindível para) da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).” b) Cumpre à acusação o dever de demonstrar a responsabilidade do réu (e não a este comprovar sua inocência) c) A condenação deve derivar da certeza do julga- dor (“in dubio pro reo”) No julgamento do HC 126.292/SP, o STF, modifi- cando orientação antes firmada, considerou possí- vel o início da execução da pena após o recurso em segunda instância. Antes, no HC 84.078/MG, o tri- bunal havia considerado impossível que se execu- tasse a pena antes do trânsito em julgado da sen- tença condenatória e estabeleceu a possibilidade de encarceramento apenas se verificada a necessida- de de que isso ocorresse por meio de cautelar (pri- são preventiva). À época, asseverou o tribunal, para além do princípio da presunção de inocência, que “A ampla defesa, não se a pode visualizar de modo restrito. Engloba todas as fases processuais, inclu- sive as recursais de natureza extraordinária. Por isso a execução da sentença após o julgamento do recurso de apelação significa, também, restrição do direito de defesa, caracterizando desequilíbrio entre a pretensão estatal de aplicar a pena e o direito, do acusado, de elidir essa pretensão”. No novo julgamento, considerou-se que a prisão após a apreciação de recurso pela segunda instân- cia não desobedece a postulados constitucionais – nem mesmo ao da presunção de inocência – por- que, a essa altura, o agente teve plena oportunida- de de se defender por meio do devido processo legal desde a primeira instância. Uma vez julgada a apelação e estabelecida a condenação (situação que gera inclusive a suspensão dos direitos políticos em virtude das disposições da LC nº 135/2010), exaure-se a possibilidade de discutir o fato e a pro- va, razão pela qual a presunção se inverte. Não é possível, após o pronunciamento do órgão colegia- do, que o princípio da presunção de inocência seja utilizado como instrumento para obstar indefinida- mente a execução penal. Considerou-se, ainda, a respeito da possibilidade de que haja equívoco in- clusive no julgamento de segunda instância, que há as medidas cautelares e o habeas corpus, expedi- entes aptos a fazer cessar eventual constrangimen- to ilegal.
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