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DO FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS
Fato típico é:Fato humano indesejado, norteado pelo princípio da intervenção mínima, consistente numa conduta produtora de um resultado e que se ajusta formal e materialmente ao tipo penal.
- Breve resumo e Introdução:
No último semestre, vocês aprenderam os caracteres ou características do crime, para Damásio e Mirabetti respectivamente ou elementos do crime para Greco. Aprenderam o Fato Típico e Antijuridicidade ou Ilicitude.
		Início
		Para que haja crime, é preciso, em primeiro lugar uma conduta humana positiva ou negativa, mas nem toda a conduta humana constitui um delito. Em face do Princípio da reserva legal, somente os descritos pela lei penal podem assim ser considerados. Portanto, (citar exemplo do furto de uso) é um fato irrelevante para a nossa legislação penal, pois não se subsume à norma penal incriminadora do art. 155. Falta-lhe o fim do assenhoramento definitivo, contido na expressão “para si ou para outrem” do tipo. Sem ele o fato não se ajusta a norma. O fato é atípico. Dessa forma, somente o fato típico, ou seja, somente o fato que se amolda ao conjunto de elementos descritivos do crime contido na lei, é penalmente relevante.
		Não basta, porém, que o fato seja típico para que exista crime. É preciso que seja contrário ao delito, antijurídico. P. ex. “A” em legítima defesa, atira em “B”, matando- o. O fato se enquadra na descrição legal do homicídio: é típico. Mas, não basta seja típico, necessita também ser contrário à ordem jurídica. No caso, concorre uma causa de exclusão de antijuricidade, prevista nos arts. 23, II e 25 do CP.
		De ver-se, porém, que não basta seja o fato típico e antijurídico. Exige-se, ainda, que o agente seja culpável. Ex. “A” atira em “B”, matando- o Prova-se que “A”, por erro de proibição invencível, acreditava-se achar-se na iminência de uma agressão injusta. Ocorre uma causa de exclusão da culpabilidade, chamada erro de proibição. Aplica-se o art. 21, caput, 2ª Parte do CP. O fato é típico e antijurídico, mas não incide o juízo de reprovação social (culpabilidade). O crime existe, mas o sujeito não sofre pena, uma vez que está ausente a culpabilidade, pressuposto da imposição da sanção penal.
		De tudo que foi dito resulta que são características do crime sob o aspecto analítico:
1° o fato típico; e
2º a antijuridicidade.
		Essas características são adotadas por Damásio, René Ariel Dotti, Mirabete e Delmanto, que dizem que a Culpabilidade é um pressuposto para a aplicação da pena.
		Para Francisco de Assis Toledo e Greco, os elementos do crime são Fato Típico + Antijurídico + Culpabilidade. 
		Devemos observar a importância da Parte Geral do CP, apesar de ser um pouco mais cansativa. Para chegarmos ao crime, tem que ser analisado se o fato é típico e antijurídico, e sem o aprendisado inicial, não teriamos condições destas análises. Estamos entrando na parte mais difícil do CP. No 1° ano tudo é novidade, é interessante. Já no segundo ano, começamos a aprender algumas teorias que acabam cansando, principalmente no segundo semestre, onde aprenderemos Sursis, Livramento Condicional etc.
Fato Típico:
Conceito: é o fato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal. (Fernando Capez)
- Já foi visto que o crime é um fato típico e antijurídico. Para que se possa afirmar que o fato concreto tem tipicidade, é necessária que ele se contenha perfeitamente na descrição legal, ou seja, que haja perfeita adequação do fato concreto ao tipo penal. Deve-se, por isso, verificar de que se compões o fato típico. São elementos do fato típico:
Tipo Penal: é a descrição do fato criminoso, feita pela lei. É a descrição da conduta criminosa.
Questão: Ocorrendo um fato, deve ser feita a pergunta: está previsto em alguma lei penal incriminadora (tipo penal)? Se a resposta for SIM, estaremos diante de um Fato Típico. Se a resposta for NÃO, o fato será atípico.
APENAS LEMBRETE: PARA QUE O FATO SEJA CONSIDERADO CRIME, é necessário que o fato seja Típico e Antijurídico. Fato típico é quando a conduta amolda-se perfeitamente ao fato descrito na Lei Penal. Antijurídico = Ilícito. O Fato Típico só deixará de ser antijurídico se estiver amparado por uma das “Excludentes de Ilicitude ou de Antijuridiciadade”, consoante o art. 23, ou seja, Estado de Necessidade, legítima Defesa, estrito Cumprimento do Dever Legal e Exercício Regular de Direito.
Ex. Matar alguém. É um fato Típico, mas se o fato ocorreu diante de legítima defesa.
Elementos:
conduta dolosa ou culposa (ação ou omissão);
resultado (só nos crimes materiais);
relação de causalidade ou nexo causal ( só nos crimes materiais\);
tipicidade.
Lembrete: Crimes Materiais e Formais
A) Crime material: o crime só se consuma com a produção do resultado naturalístico, como o homicídio, que só se consuma com a morte; o furto, que só se consuma com a subtração; o dano, que só se consuma com a destruição;
Crime formal: o tipo não exige a produção do resultado para a consumação do crime, embora seja possível a sua ocorrência. Assim, o resultado naturalístico, embora possível, é irrelevante para que a infração penal se consume. É o caso p. ex., da extrosão mediante o seqüestro, no qual o recebimento do resgate exigido é irrelevante para a plena realização do tipo;
Crime de Mera Conduta: o resultado naturalístico não é apenas irrelevante, mas impossível. É o caso do crime de desobediência ou da violação de domicílio em que não existe absolutamente nenhum resultado que provoque modificações no mundo concreto. Ex.art. 233, ato obsceno (chispada), masturbação visível. Art. 150 Violação de Domicílio.
Caso o fato concreto não apresente um desses elementos, não é fato típico e, portanto, não é crime. Executa-se, no caso, a tentativa, em que não ocorre o resultado. 
CONDUTA:
- Conceito analítico de conduta(elemento do fato típico).
- Conceito material de conduta:
DEPENDE A TEORIA ADOTADA 
TEORIAS QUE BUSCAM EXPLICAR A CONDUTA:
TEORIAS DA CONDUTA:
Teoria Naturalista ou Causal: 
Para a Teoria Causalista: é tripartite
Conceito de conduta para a teoria causalista: conduta é movimento corporal voluntario que causa modificação no mundo exterior.
Obs 1. Dolo e culpa estão na culpabilidade
Obs. 2. A conduta é objetiva, isto é, desprovida de elementos normativos e subjetivos.
Crítica: se conduta é movimento corporal, não explica crime omissivo.
Critica2: ela ignora elementos normativos(Requisito normativo é o que depende de juizo de valor do juiz.que precisa ser valorado, ex, art. 154 “sem justa causa”) e subjetivos do tipo(que espelha a finalidade específica do agente, que anima o agente, ex. art. 299 Falsidade Ideológica, com o fim de criar direito....) .
- Conceito Naturalista/Natural/Causalista: o causalismo foi o primeiro momento cientifico do direito penal, surgiu no final do século XIX, início do século XX. 
Foi defendido por Von Liszt e Beling → dividiam o crime em duas partes:
1º Parte Objetiva → possui dois requisitos → Tipicidade + Antijuridicidade; 
2º Parte Subjetiva → Culpabilidade → que possui dois requisitos → Imputabilidade + Dolo ou Culpa. 
Crime para Causalistas = Fato Típico + Antijurídico + Culpável. 
Quando o causalismo foi criado a punibilidade fazia parte do conceito de crime, mas esse requisito foi ignorado pelos penalistas ao longo do século XX. 
Então prevaleceu → Crime = Fato típico + antijurídico + culpável → é o conceito que ainda hoje prepondera em todo o mundo. 
→ Problemas apontados para essa conceituação de crime:
1º Vários tipos penais exigem requisitos subjetivos, então não se pode dizer que a tipicidade é exclusivamente objetiva; ex. furto → subtração para si ou para outrem → há requisito subjetivo englobado na tipicidade. 
Então o causalismo não perdurou muito.
A conduta é um comportamento humano voluntário no mundo exterior, que consiste em fazer ou não fazer. A ação é considerada um puro fator de causalidade, uma simples produção do resultado, mediante o emprego deforças físicas. A conduta é, assim, tratada como uma simples exteriorização de movimento ou abstenção de comportamento, desprovida de qualquer finalidade. Segundo essa teoria é totalmente desnecessário, para efeito de caracterização do crime, saber se o resultado foi produzido pela vontade do agente, ou se decorreu de sua atuação culposa, interessando apenas indagar quem foi o seu causador material. O único nexo que importa estabelecer é o natural (causa efeito), desprezando-se os elementos volitivos (dolo) e normativo (culpa. Desse modo, se, por ex., um sujeito estivesse conduzindo seu veículo com absoluta prudência, em via pública, quando, sem que se pudesse esperar ou prever, um suicída se precipitasse sob as rodas de seu carro e, em conseqüência, viesse a falecer, para a teoria naturalista, o motorista, que não quis matar a vítima, nem teve culpa nessa morte, cometeu um homicídio, ficando a análise do dolo e da culpa para um momento posterior, na aferição da culpabilidade. Em outras palavras, basta a relação natural de causa e efeito entre conduta e resultado para a existência do crime.
– Teoria Neo-Kantismo: 
Conduta para esta teoria: ao invés de ação, prefere-se conduta (abrangendo omissão), não mais neutra, expressando uma valoração negativa da lei.
Obs 1- Dolo e culpa continuam na culpabilidade.
Obs. 2 – Reconhece elementos normativos do tipo.
Critica 1: Base causalista, é contraditoria ao reconhecer elementos normativos do tipo. 
Vigorou até mais ou menos 1930. Teoria que recupera os valores de Kant. É completamente contrária aos valores do causalismo, diz que o direito penal é ciência valorativa, ciência do espírito e afirmam que o direito penal deve ser interpretado de acordo com a teoria dos valores de Kant.
Crime = Fato Típico + Antijurídico + Culpável.
A punibilidade foi deixada completamente de fora.
Foi defendida por Frank, e principalmente por Mezger. 
Cada um dos requisitos do crime deve ser estudado valorativamente. Ex. Tipicidade → para o causalismo era neutra → para o Neo-Kantismo a tipicidade descreve um fato valorado negativamente pelo legislador; Antijuridicidade para o causalismo era mera infração da norma, para o Neo-Kantismo é um fato danoso social. 
Nessa época adotava-se o conceito de dolo jurídico → dolo é a consciência do fato + vontade de praticá-lo + consciência da ilicitude. 
A consciência da ilicitude deve ser aferida de acordo com o leigo → valoração paralela na esfera do profano → o que vale é a valoração do leigo sobre a ilicitude. 
Teoria Finalista:
Conduta: a ação deixa de ser considera como mero processo causal (mero movimento corporal, cego), para ser enfocada como exercício de uma atividade finalista (exercício vidente)
Obs. 1=DOLO E CULPA migram para o fato típico
Obs. 2 Reconhecem elementos subjetivos do tipo.
Crítica 1: não consegue explicar o crime culposo.
Crítica2: ele centraliza a teoria do desvalor da conduta, ignora o desvalor do resultado.
o maior defensor foi Hans Welzel. Sua obra teve início em 1939 e foi muito forte até 1960. Criticou intensamente o Neo-Kantismo. Ele parte de duas estruturas lógico-objetivas, duas estruturas:
- Toda conduta é finalista;
- O homem goza de autodeterminação. 
Essas duas bases vinculam o legislador, o direito penal devia ser construído em cima disso. 
Crime = Fato Típico + Antijurídico + Culpável. 
Também não incluiu a punibilidade. 
Crime é fato típico, antijurídico e culpável. 
FATO TÍPICO
Tipicidade é complexa porque é dividida em:
Parte objetiva: é composta de conduta, resultado naturalístico, nexo de causalidade e adequação típica. 
Parte subjetiva: composta de dolo ou culpa. Nas teorias anteriores o dolo e a culpa integravam a culpabilidade. O dolo não é normativo, é natural. Dolo natural significa apenas consciência do que se faz e vontade de praticar a conduta. A consciência da licitude nada tem a ver com dolo, está na culpabilidade. 
CULPABILIDADE
É puramente normativa. A culpabilidade só tem requisitos normativos: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. A capacidade de querer e entender e de querer do réu deve ser valorada pelo juiz, ele é quem valora se réu podia entender. A imputabilidade não é analisada do ponto de vista da cabeça do réu, mas da cabeça do juiz, através de perícia médica. 
Finalismo dissidente: teoria adotada por 1% dos adeptos do finalismo. Dizem que o crime tem dois requisitos: fato típico e antijurídico. A culpabilidade não é elemento do crime, é pressuposto da pena. A culpabilidade é um dos fundamentos da pena, não apenas pressuposto. É correto dizer que a culpabilidade está fora do conceito da pena.
 o conceito finalista da ação, que começou a ser elaborado no final da década de vinte e início da de trinta e cujo defensor mais extremado foi Hans Welzel, constitui uma reação típica diante do chamado “dogma da causalidade”. Contestando a teoria causal, indagavam: “ Por que o homicídio doloso é castigado com penas mais graves que o homicídio culposo? Acreditava-se não ser possível que tal diferenciação dependesse do resultado, uma vez que, doloso ou culposo, no homicídio o resultado é sempre o mesmo: a morte. 
- Todo comportamento do homem tem uma finalidade, a conduta é uma atividade final humana e não um comportamento simplesmente causal.
Ora, se, a despeito do resultado ser idêntico, o homicídio doloso é considerado um crime mais grave do que o homicídio culposo, deve-se concluir que essa diferença de tratamento legal não depende apenas da causação do resultado, mas, sim, da forma como foi praticada a ação. A partir dessa constatação, o delito não poderia mais ser qualificado apenas como um simples desvalor do resultado, passando antes a configurar um desvalor da própria conduta. Obs. Um homem, vestido de bata branca, toca fisicamente em uma moça despida. Pode-se dizer verdadeiramente, só com base nesse acontecimento objetivo, que o homem cometeu uma ação desonesta em pessoa normal? Certamente não. Esta só se daria se o homem houvesse atuado lascivamente. Assim, a ação igualmente objetiva pode, segundo os motivos do autor, constituir ou um exame médico necessário ou uma ação punível desonesta. Observe que, nesse exemplo, se acaso o direito só se preocupasse com o resultado, seria imposs´viel saber ao certo da real prática de crime contra os costumes. Torna-se imprescindível perscrutar-se qual era a vontade do agente. Se este queria comportar-se de acordo com o ordenamento jurídico, fazendo simples exame clínico, ou se sua intenção era a de conduzir-se de modo contrário ao direito, tateando libidinosamente a vítima. Descobriu-se, então, o chamado elemento subjetivo do injusto, que é a finalidade de se comportar de modo contrário ao sentimento social de justiça. Sem que exista vontade de realizar algo reprováve, não há como enquadrar um fato no tipo legal.
O médico que toca a paciente....]
- No crime doloso, a finalidade da conduta é a vontade de concretizar um fato ilícito. No crime culposo, o fim da conduta não está dirigido ao resultado lesivo, mas o agente é autor de fato típico por não ter empregado em seu comportamento os cuidados necessários para evitar o evento.
Uma última observação deve ser feita. No que toca aos crimes culposos, a teoria finalista aplica-se integralmente. No caso, p. ex., de alguém que dirige em excesso de velocidade e, em conseqüência, atropela e mata uma criança, é de se indagar: o resultado foi querido? Ante a resposta negativa, coloca-se em dúvida a teoria finalista: nesse caso, qual era a finalidade do agente? A resposta é simples. A conduta do motorista era animada pela vontade, pois ninguém o estava obrigando a dirigir naquela velocidad. Quanto à finalidade, esta ´pe variada, uma vez que o agente poderia estar com pressa, ou simplesmente com vontade de divertir-se, e assim por diante. Desse modo, no exemplo, a conduta humana consciente e voluntária existiu ( um sujeito dirigia em alta velociadade pq tinha vontade de fazê-lo e pretendia alcançar alguma finalidade,como chegar logo a seu destino ou satisfazer o prazer da velocidade). Quanto ao resultado, como não coincidiu com a finalidade visada, não pode ser qualificado o crime como doloso. Como houve, contudo, quebra do dever de cuidade imposto a todas as pessoas, o agente responderá por homicídio culposo. Eventualmente, se não tiver havido nenhum descuido, como se o agente estivesse em alta velocidade durante uma prova regular de automobilismo e uma criança esntrasse correndo pela pista, inexistiria crime ante a ausência de dolo e de culpa.
Teoria Social:
Conduta: adotando a estrutura do finalismo conceitua conduta como sendo comportamento humano socialmente relevante.
Obs. 1: dolo e culpa no finalismo: voltam a ser analisados na culpabilidade
Crítica: não há clareza no que significa comportamento socialmente relevante.
Ela é um fato típico, antijurídico e culpável. 
Seguia Welzel com uma única, diferente conduta para ela significa realizar um fato socialmente danoso relevante.
 é que a conduta deve ter um resultado social relevante. O conceito social de ação reconhece que a ação do homem, fundamento de toda a construção do delito, não pode ser definida atendendo, exclusivamente, às leis da natureza, isto é, num âmbito estranho ao direito. “ O fato de a ação produzir uma modificação em um mundo exterior físico não tem, pois, qualquer importância; essencial é que ele implique uma relação valorativa com o mundo circundande social”. A ação é, portanto, a causação de um resultado típico socialmente relevante. Para esta teoria, o Direito Penal só deve cuidar daquelas condutas voluntárias que produzam resultados típicos de relevância social. A partir da ideia de que o tipo legal abarca sempre uma ação ou omissão anti-social, decorre uma importante conseqüência: se o aspecto social integra o fato típico para que o agente pratique uma infração é preciso que além da vontade de realizar todos os elementos contidos na norma penal, tenha também a intenção de produzir um resultado socialmente relevante. Pode-se dizer que a finalidade vai além da produção de um resultado previsto em lei: é necessário, ainda, que o agente queira se comportar de modo socialmente inadequado, produzindo um dano ou perigo de relevância social. Assim, se, embora objetiva subjetivamente típico, um comportamento não afrontar o sentimento de justiça, o senso de normalidade, ou de adequação social do povo, não se pode considerá-lo relevante para o Direito Penal. Essa teoria pode levar a arriscados desdobramentos: a partir do momento em que uma ação considerada pelo legislador como criminosa passa a ser compreendida como normal e justa pela coletividade, pode o Juiz deixar de reprimi-la, passando a atê-la como atípica, pq, para o enquadramento na norma, necessária a inadequação social. Ocorre que o costume, ainda que contra legem, em nosso sistema não revoga a lei (art. 2°, caput, da Lei de Introdução ao CCB), do mesmo modo que o julgador não é dado legislar, revogando regras editadas pelo Poder Legislativo. No caso da contravenção do jogo do bicho, para a orientação social da ação, pode muito bem constituir fato atípico, já que a simples aposta em nome de animal não mais colide com o sentimento coletivo de justiça. O critério para se eleger determinada conduta crime ou irrelevante penal, de acordo com a nocividade social do comportamento, deve ficar a cargo do legislador, detentor de mandato popular, e não do Juiz, cuja tarefa consiste na prestação jurisdicional, de acordo com as regras jurídicas vigentes. O desuso de uma norma pelo costume deve compelir o legislador a expurgar a norma anacrônica do ordenamento jurídico, não podendo o Juiz trazer para si esta tarefa. Deve ser analisada a questão da tentativa, em que não houve nenhum resultado socialmente relevante, mas o agente é punido pela finalidade visada, para concluir que o conceito social da ação, como causação de resultado social, é “vazio e esmaecido” e, portanto, sem qualquer conteúdo. Como se nota, a teoria social da ação pretendeu ir além da teoria finalista, mas, na verdade, ao privilegiar o resultado (socialmente relevante), perdeu em essência e caracterizou um retorno a teoria naturalisata ou causal, hoje tão criticada.
Segundo Capez: o CPB adotou a teoria finalista. Adotada por Damásio.
Conceito de Conduta: Acatando a teoria finalista, para Capez, “conduta é a ação ou omissão humana consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade”.
Elementos da Conduta:
vontade; dirigida a um fim;
finalidade; é dirigida para a lesão ou para a exposição a perigo de lesão de um bem jurídico; , e nos crimes culposos, à causação de previsível lesão a um bem jurídico.
exteriorização; da vontade no mundo exterior por meio de uma ação ou omissão
consciência.
Características da Conduta: (Para FAMB)
só o homem pode realizar uma conduta: os acontecimentos naturais e os atos dos seres irracionais, produzidos sem a interferência do homem, são irrelevantes para o direito penal;
só a conduta voluntária interessa ao direito penal: nem todo comportamento humano, ainda que se enquadre num tipo penal, é conduta criminosa;
só os atos projetados no mundo exterior ingressam no conceito de conduta: o simples querer interno (cogitação) não exteriorizado em atos concretos é irrelevante para o direito penal. O simples planejamento intelectual do delito não constitui conduta. É certo, pois, que no delito de quadrilha ou bando (288) a lei incrimina a simples associação, independentemente de sua atuação.
FORMAS DE CONDUTA: (espécies de conduta)
ação: comportamento positivo, movimentação corpórea, facere. São os chamados comissivos. Consiste no fazer. 
omissão: comportamento negativo, abstenção de movimento, non facere.
B1) Crime Omissivo: é o praticado por meio de uma omissão (abstenção de um comportamento);
- crime omissivo próprio (ou puros): não existe o dever jurídico de agir e o omitente não responde pelo resultado, mas apenas por sua conduta omissiva (art. 135 Omissão de Socorro e 269 Omissão de notificação de doença); já estão descritos na parte especial do código.
NOTA: é incorreto dizer que a conduta omissiva causou o fato, uma vez que do nada, nada resulta
- crime omissívo impróprio ou comissivo por omissão: o omitente tinha o dever jurídico de evitar o resultado e, portanto, por este responderá (art. 13 ° § 2°, CP) :
para haver a punição, deve haver o resultado. Só pode ser praticada por “certas pessoas” que, por lei, têm o dever de impedir o resultado e a obrigação de proteção ou vigilância.
Para Greco A POSIÇÃO DO GARANTIDOR
b1) “tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância”:OBRIGAÇÃO LEGAL (DEVER DE AGIR): ocorre quando existe um mandamento imposto pela lei determinando a realização da conduta impeditiva do resultado. P. ex. a mãe deixa de alimentar o filho, que vem a morrer por inanição.
B2) “de outra forma assumiu a responsabilidade de impedir o resultado”: Posição de Garantidor (Garante) O sujeito se coloque em posição de garantidor da não ocorrência do resultado, haja contrato ou não, como na hipótese em que voluntariamente assume encargo sem mandato ou função tutelar. Ex. guia alpino e alpinista; enfermeiro e doente; babá e a criança, da pessoa que solicita que outrem olhe seu filho na prais para dar um mergulho e a pessoa negligencia e a criança morre afogada.
B3) “com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado”: Risco Antecedente: o sujeito pratica um fato provocador do perigo de dano, tendo por isso a obrigação de impedir o resultado. Ex. em um acampamento, uma pessoa fez uma fogueira para esquentar sua refeição e vai dormir e não apaga o fogo, causando um incêndio, matando uma pessoa..
Conseqüência: nos delitos omissivos impróprios, só responde pelo resultado quem tinha o dever jurídico de agir, impedindo-o pela ação esperada.
O segurança de uma siderurgia, mostrando as caldeiras de “ferro líquido a um grupo de universitário, vê um dos componentes do grupo saltar dentro da caldeira. Pergunta-se: ele responderápela omissão? Resposta. Não. A omissão não pode ser imputada ao agente quando o resultado ocorreria de qualquer forma, ainda que ele agisse. No caso, o suicída já estaria dissolvido, logo que entrasse em contato com o líquido.
No crime omissivo impróprio há que se indagar?
O agente tinha o dever de agir?
O agente tinha condições de agir?
Só haverá responsabilização se as duas resposta foram no sentido afirmativo.
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA: (Obs. Conduta é ato humano voluntário)
CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR
Não há fato típico na ocorrência de resultado lesivo em decorrência de caso fortuito ou força maior, pois na há voluntariedade no movimento. Como não tem movimento voluntário, não tem conduta, não tem tipicidade.
Fortuito: é aquilo que se mostra imprescindível, quando não inevitável; é o que chega sem ser esperado e por força estranha a vontade do homem que não o pode impedir. Com a ocorrência do caso fortuito, não deixa de existir conduta, mas não será ela atribuida ao agente por ausência de dolo ou culpa em sentido estrito. Não se pode atribuir o resultado lesivo decorrente da ruptura do mecanismo de direção quando se desenrola a condução do veículo em condições normais, do incêndio provocado pelo cigarro que é derrubado do cinzeiro por um golpe de ar inesperado.
Força Maior : trata-se de um evento externo ao agente, tornando inevitável o acontecimento. Ex. Coação física irresistível. Não há crime comissivo se o agente, por força física do coator, preme o gatilho de uma arma, causando a morte de alguém, ou, na omissão típica, quando sua inatividade decorre do fato de ter sido posto em situação de inconsciência, a sua revelia, por terceiro.
Questão: Quais são os elementos do Fato Típico?
Conseqüência da exclusão da conduta: sem conduta não há fato típico, uma vez que a conduta é seu elemento. A conseqüencia será a tipicidade do fato.
COAÇÃO FÍSICA: (apenas a Coação Física, pois não existe a voluntariedade do ato. A coação Moral interfere na culpabilidade)
Conceito de Coação: é o emprego de força física ou de grave ameaça, para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa.
É indispensável que a coação acompanhe um perigo sério e atual de que ao coagido não é possível eximir, ou que lhe seja extraordinariamente difícil suportar.
- A ameaça geradora da coação moral irresistível pode ter por objeto não a pessoa do coacto, mas outras que estejam sentimentalmente ligadas a este (esposa, filhos, amigos íntimos, etc).
Espécies de coação: coação física (vis absoluta) e coação moral (vis relativa).
Coação física: consiste no emprego de força física; exclui qualquer voluntariedade no movimento. 
Coação Moral: consiste no emprego de grave ameaça.
Espécies de Coação Moral:
irresistível: o coato não tem condições de resistir;
resistível: o coato tem condições de resistir.
Conseqüências da Coação:
física: exclui a conduta. O fato passa a ser atípico;
moral irresistível: há crime para a teoria bipartite, não há crime para a teoria tripartite, pois exclui a culpabilidade, por exigibilidade de conduta diversa, pois fica um resquício de vontade, mas o agente não será culpável;
moral resistível: há crime e o agente é culpável, mas tem direito a uma atenunate genérica (art. 65, III, “C”, primeira parte CP).
Temor Reverencial: é o receio de desagradar pessoa a quem se deve profundo respeito. Tal ocorre entre pai e filho, mestre e aluno, chefe e subalterno etc. É claro que não constitui coação moral, pois no âmbito civil nem sequer se anulam os negócios jurídicos. No temor referencial não há ameaças, mas apenas medo. Se, no entanto, houver uma ameaça, o assunto transmuda-se para a coação, devendo o juiz analisar a irresistibilidade do temor. Assim, o Trib. De Alçada Criminal de São Paulo aceitou a tese da coação moral irresistível, excluindo a culpabilidade do motorista que atendendo aos reclamos do patrão, que o ameaçava demitir, empreendeu velocidade incompatível ao veículo, colidindo contra um poste.
Atos reflexos: ( não há voluntariedade)
Exemplo de Ato Reflexo: Estou com uma faca de cozinha na mão, levo um choque e acabo acertando a faca em alguém, é um ato reflexo, não tem conduta voluntária.
- Cuidado com os atos reflexos provocados intencionalmente (doutrina fala constantemente): ex. alguém intencionalmente, com uma arma na mão, coloca o dedo na tomada para tomar um choque e disparar a sua arma e matar alguém. Toda semana acontece um caso deste comigo, instauro um inquérito para apurar isto. Então se alguém faz propositalmente é crime.
Estados de inconsciência:
Exs. Sonambulismo e hipnose. (Levantou sonâmbulo e matou alguém não há crime, não se preocupe, pode voltar a dormir). Difícil é provar que você estava sonâmbulo.
Questão: Vc chega feliz para fazer a prova e o examinador odeia gente feliz, e ele pergunta: Qual o fato de inconsciência que não vai excluir o fato típico? Na teoria actio libera in causa que se aplica na embriaguez voluntária completa.
Questão: Existem causas supralegais de exclusão da exigibilidade de conduta diversa?
Resp.- O TJSP sustenta que inexistem causas supralegais. O STJ entende que existem causas de exclusão da culpabilidade, além das expressamente previstas.
Falar sobre crimes materiais, formais e de mera conduta
A) Crime material: o crime só se consuma com a produção do resultado naturalístico, como o homicídio, que só se consuma com a morte; o furto, que só se consuma com a subtração; o dano, que só se consuma com a destruição;
Crime formal: o tipo não exige a produção do resultado para a consumação do crime, embora seja possível a sua ocorrência. Assim, o resultado naturalístico, embora possível, é irrelevante para que a infração penal se consume. É o caso p. ex., da extrosão mediante o seqüestro, no qual o recebimento do resgate exigido é irrelevante para a plena realização do tipo;
Crime de Mera Conduta: o resultado naturalístico não é apenas irrelevante, mas impossível. É o caso do crime de desobediência ou da violação de domicílio em que não existe absolutamente nenhum resultado que provoque modificações no mundo concreto. Ex.art. 233, ato obsceno (chispada), masturbação visível. Art. 150 Violação de Domicílio.
Segundo Cezar Roberto Bitencourt, entende não haver diferença entre crime formal e de mera conduta.

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