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Letargia e Hipnose Sem Magia

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• 
\3S. y 
Paulo Paixão 
César S a n t o s Silua 
J o r g e Luiz Brand 
H e nipnose 
sem Mania 
Remodelada e ampliada 
EMENDE E ACRESCENTE QUEM SOUBER, APRENDA QUEM 
NÃO SOUBER, MAS TODOS DÊEM GLÓRIA AO SENHOR 
1.7,'. , "77RIipelNunes.iArte da Pintura - apud História das 
BitlllOteCa Páftld ^$01 Literaturas de Manuel Bandeira). 
«cmb. fvíacedc Soares» 
Gráfica e Editora Padre Berthier 
Passo Fundo - RS - Brasil 
1995 
"BPM EM" 
M. Soares 
CATANDUVA-SP 
Copyright by Paulo Paixão 
César Santos Silva e 
Jorge Luiz Brand, 1995 
• • 
Direitos de propriedade reservada para os autores. 
Interdita qualquer transcrição, no todo ou em parte, sem citação da 
fonte de origem e permissão dos autores. 
Endereço para correspondência: 
Dr. Paulo Paixão 
R. Vise. Cabo Frio, 30 
20510-160. Rio de Janeiro-RJ 
Tel.: (021) 268-4753 
Pedidos para: 
Dr. Jorge Luiz Brand 
R. Rocha Pombo, 311 
Toledo-PR 
CEP: 85904-030 
Tel.: (045) 277-1473 
Impresso nas oficinas da 
Grafica e Editora Padre Berthier 
Caixa postal 202 
Tel.: 054-313-3255 
Passo Fundo - RS - Brasil 
CEP: 99070-220 
ÍNDICE: 
Explicação necessária ........... 9 
Cap. I - Letargia 11 
Çap. II - Respiração Culturista 17 
Çap. III - Exercícios Letárgicos , 23 
Cap. IV - Bases da Letargia 33 
Cap. V - Resumo da Técnica Letárgica 45 
Cap. VI - Acupuntura e Letargia 53 
Cap. VII - Estados Letárgicos 63 
Cap. VIII - Regressão de Memória 71 
Cap. IX - O caso Bridey Murphy , 75 
Cap. X - A Igreja Católica e a Hipnose 81 
Çap. XI - Prática da Hipnose , • • 83 
Cap. XII - Auto-hipnose 93 
Cap. XIII - Sugestões Noturnas para corrigir maus 
hábitos infantis r . . . . 99 
Cap. XIV - Que é o Tratamento Autógen? 105 
Cap. XV - Liberte sua Personalidade. ............. 109 
Cap. XVI - Letargia nos Esportes , . , , 115 
Cap. XVII - IBRAP 123 
Apêndice • • 125 
O Livro de San Michele 127 
Glossário • • • 135 
Agradecimentos , 142 
Bibliografia 143 
Referências . • • • 147 
MAX DESSOIR, grande cientista 
a lemão, cr iador do neologismo -
PARAPSICOLOGIA - em junho de 
1SS9. Es teve no Bras i l , fazendo 
conferências, em 1927, e ofereceu esta 
fotografia com dedicatória ao eminente 
médico brasileiro, prof. A. da Silva 
Mello. Max Dessoir nasceu em 1867 e 
faleceu em 12 junho de 1947 em 
Konigstein, Alemanha. 
ROBERT AMADOU é autor da obra 
c o n s a g r a d a m u n d i a l m e n t e - A 
PARAPSICOLOGIA - traduzida para 
6 idiomas. E apontado como o maior 
parapsicólogo vivo. Foi Secretário 
Gera l do I Co lóqu io de Es tudos 
Parapsicológicos realizado em Utrecht 
(Holanda), em agosto de 1953. O prof. 
Amadou é Doutor em Teologia e 
Etnologia. 
" O que havia em todos esses homens era unia confiança ímpar no que faziam. 
Uma convicção poderosa de que teriam êxito. Uma segurança absoluta no seu 
modo de ope ra r . Sem isso, não há modelo conceituai , reflexológico, 
cibernético, X ou Y, que funcione". 
Dr. George Alakija em Hipnose Pitoresca, página 76. 
LIVROS DE PAULO PAIXÃO 
IRMÃO VITRÍCIO E A LETARGIA 
Coletânea - 4 a Edição - Rio, 1960 (Esgotado) 
Ed. Gráfica Uruguai 
NOÇÕES DE LETARGIA 
Rio de Janeiro, 1961 (Esgotado) 
Ed. Gráfica Uruguai 
MISTÉRIOS E MISTIFICADORES DA LETARGIA 
Porto Alegre, 1962 (Esgotado) 
PROBLEMA DA PROSTITUIÇÃO (tese) 
Rio de Janeiro, 1946 (Esgotado) 
LETARGIA E HIPNOSE MODERNA 
Com a colaboração de César Santos Silva 
Ed. Andrei, São Paulo, 1990 
PAÍSES BAIXOS OÜ PAÍS DAS FLORES? 
Crônicas de viagens pela Holanda - Curitiba, 1957 (Esgotado) 
CARCEL SIN REJAS (Prisão sem Grades) 
Buenos AirèSj 1952 (Esgotado) 
LETARGIA PASSADA A LIMPO 
Ed. Andrei, 8 a Edição, São Paulo, 1964 (Esgotado) 
PARAPSICOLOGIA, CIÊNCIA OU MAGIA? 
Com a colaboração do Dr. César dos Santos da Silva 
Ed. IBRAP, 15a Ed., Rio de Janeiro, 1978 (Esgotado) 
EL HIPNOTISMO DE HOY 
da Dra. Galina Solovey, 4 a ed. 
Ed. Hachette, Buenos Aires, 1988 
Prefácio, atualização e ampliação de César Santos Silva e Paulo Paixão. 
A HIPNOSE DE H O J E 
de Galina Solovey, 5 a ed. 
Ed. 1995 
Prefácio, atualização ampliação de Paulo Paixão, César Santos Silva e 
Jorge Luiz Bratid 
LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA 
de Paulo Paixão, César Santos Silva e Jorge Luiz Brand. 
8 a Êd. Editora Padre Berthier 
Passo Fundo - RS - Brasil, 1995 
Fig. 2 - IRMÃO VITRÍCIO - Introdutor da Letargia no Brasil. 
Atualmente, Padre Luiz Benjamim Henrique Rech. Vide resumo 
biográfico na página 12. 
Fig. 3 — Vestido com a camisa JESUS, o excelente cirurgião brasileiro radi-
cado nos Estados Unidos Dr. JOSE NERI é exemplo de verdadeiro cristão. 
Antes de cada cirurgia ele invoca a ajuda de DEUS. Em 1994, fez 82 transplan-
tes de fígado com ABSOLUTO SUCESSO. Ele segue as palavras de Wundt 
Wilhelm, fundador da Moderna Psicologia Experimental: "Todo Médico 
deveria ser Pastor e todo Pastor deveria ser Médico ". O Médico consciencioso, 
que emprega todas as suas energias na luta contra a doença, não pode ignorar 
a mensagem Daquele que se chamou Senhor da Vida e da morte e que provou 
essa afirmação com numerosos prodígios, especialmente o da Ressurreição. 
Não pode ignorar, sobretudo, que Cristo promete a todos os homens, dóceis à 
sua palavra, fazê-los participar um dia de seu triunfo definitivo. O Dr. Neri 
pratica a hipnologia educacional. Ainda na foto, à esquerda doDr. NERI: César 
Santos Silva, operado por ele; atrás, sua esposa Débora, Maria Helena, Paulo 
Paixão e Henriquez Michele. Foto tirada em Miami (USA) em 9 de junho de 
1994. 
EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA 
Não se sabe ainda quantas superstições há na 
Ciência nem quanta Ciência há nas superstições. 
Padre Maximiliano Hell 
A Hipnose sempre teve o condão de atrair o grande público. Contudo, 
até mesmo pessoas instruídas desconhecem o assunto. As bibliotecas con-
tinuam cheias de livros que não fazem mais do que repetir conceitos 
fantasiosos e absurdos. Muitas pessoas nunca viram ninguém hipnotizado, 
salvo em cinema, teatro ou novela. 
Este livro, de modo especial, visa a fornecer ao leitor interessado nos 
fenômenos hipnóticos - uma síntese atualizada - do desenvolvimento 
científico dos modernos estudos sobre a matéria. 
Pretendemos, apenas, fazer um esquema dos diversos matizes da 
hipnose, e não um tratado exaustivo de qualquer de seus aspectos. 
Além da prática, da observação e produção experimental dos fenôme-
nos hipnóticos, estudamos e compilamos os diversos mestres no assunto, 
empregando todo esforço para resumir-lhes as lições com possível simpli-
cidade e clareza. Nem sempre citamos, no correr dos textos, os autores de 
que nos aproveitamos. Os números que aparecem entre parênteses - no final 
de alguns parágrafos, correspondem à obra - encontrada na bibliografia -
e de cujo texto foi extraída a citação. Nossa intenção ao publicar este 
volume, foi colocar, ao alcance da inteligência e do bolso dos estudantes, 
um conjunto de noções que só esparsas se encontram em numerosos livros 
grossos e caros. Este resumo não se destina aos doutos ou cientistas, mas, 
sim, ao grande público - mesmo porque - de outro modo não exerceria o 
seu papel de divulgar. Pretendemos resumir fontes, não expandi-las. Buscar 
a verdade, não ferir adversários. Comparar idéias, não julgar pessoas. Ter 
leitores amantes da verdade, não fanáticos de suas próprias opiniões, erros 
e preconceitos. Distinguir religião e ciência, não confundi-las e nem divor-
ciá-las, porque a verdadeira Ciência conduz a Deus. 
Este é um trabalho despretensioso e essencialmente prático, visa 
apenas a traçar um roteiro para os que se iniciam no estudo da Letargia e 
da Hipnose. Pretende, ainda, estimular o interesse de cada um, na medida 
das suas possibilidades, a fim de que todos possam praticar os exercícios 
letárgicos, reconhecidamente benéficos e salutares, incentivar a pesquisapessoal e alargar os horizontes de seus conhecimentos sobre fenômenos 
tidos como misteriosos. Já disse acertadamente, há mais de duzentos anos, 
M. Soares 
C A I A N D U V A - S P 
o Padre Maximiliano Hell: "não se sabe ainda quantas superstições há na 
Ciência e quanta Ciência há nas superstições". 
Para os críticos apressados e, por isso mesmo, expostos à superficiali-
dade no julgamento, esclarecemos que os vários senões existentes, resulta-
ram da rapidez com que foram elaboradas estas páginas. Os erros serão 
facilmente corrigidos pelo leitor honesto e inteligente. 
Convém frisar uma palavra que nos apraz repetir, convencido que 
estamos da sua profunda verdade psicológica: o melhor método, o melhor 
compêndio e os melhores processos muito pouco, em rigor quase nada 
valem, sem a contribuição pessoal, decisiva e sempre meritória do próprio 
"iniciado". 
Cada uma das questões indicadas poderia dar margem a intermináveis 
debates. A conceituação dos estudos letárgicos, magnéticos e hipnóticos 
não se mostram, de fato, definida de modo pacífico. 
Entregamos à publicidade e à crítica dos doutos este modesto trabalho 
de equipe, não olvidando, porém, a sentença de Chateaubriand: "quand la 
critique est juste, j e me corrije: quand le mot est plaisant, j e ris; quand il est 
grossier, j e Foublie." 
Pedimos aos interessados que nos escrevam apontando as falhas e 
deficiências, enviando suas sugestões para que sejam aproveitadas numa 
provável e futura edição. 
Até lá, repetimos as palavras que se encontram na primeira página 
deste livro: "Emende e acrescente quem souber, aprenda quem não souber, 
mas todos dêem glória ao Senhor". 
Paulo Paixão 
César Santos Silva 
Jorge Luiz Brand 
CAPITllO I 
LETARGIA 
1 - R E S E N H A H I S T Ó R I C A 
É fato incontestável que a introdução da Letargia, ou Técnica Letárgi-
ca, no Brasil, pelo internacionalmente famoso - Irmão Vitrício (Padre Luiz 
Benjamim Henrique Rech) - superou a toda e qualquer expectativa. Resu-
midamente, relataremos os fatos. 
Em 1956, em visita à Casa Provincial dos Irmãos Maristas em Bruxe-
las, pelo marista Frère Médard, ouvimos falar das proezas realizadas pelo 
Frère Vitrício. Em 1957, tivemos conhecimento que o Prof. lecionava no 
Colégio Marista de Santa Maria (RS). Fomos até lá e assistimos à primeira 
demonstração de Letargia. Lá mesmo, fizemos um curso intensivo com o 
Irmão Vitrício. Posteriormente, assistimos a diversos cursos por ele minis-
trados. Em dezembro de 1957, o convidamos a fazer uma demonstração no 
Colégio São José, no Rio de Janeiro. O Jornal O Globo (Rio, 21/12/57) 
divulgou o sucesso da demonstração inserindo o seguinte comentário -
"Todas as demonstrações foram muito aplaudidas, porém, as que mais 
entusiasmo causaram foram as de transe moderado e agitado". Naquela 
época o Irmão Vitrício já era bastante conhecido no Rio Grande do Sul, 
mas, ainda desconhecido no resto do Brasil. 
Ele ministrou o primeiro curso de sua técnica em São José do Rio Preto 
(SP), a convite da Sociedade Rio-pretense de Hipnologia. O jornal - A 
Notícia - (São José do Rio Preto, 19/07/58) noticiou: "Acompanhando o 
ilustre visitante chegou a esta cidade, proveniente do Rio de Janeiro, 
numerosa comitiva." Em dezembro de 1958, ele ministrou novo curso de 
Letargia no Colégio São José (Rio de Janeiro). O período de 1958 a 1962 
marcou o auge de suas atividades, tendo sua fama atravessado as fronteiras 
do Brasil. Portanto, é lícito dizer-se que o aparecimento da Letargia no 
Brasil ocorreu em 1958. 
Depois de 40 anos de estudos e prática divulgamos a Letargia em 
diversos países da América do Sul e da Europa - sempre com agrado geral. 
O método sempre atraiu a preferência dos praticantes do hipnotismo clás-
sico. Todos, sem exceção alguma, foram unânimes em afirmar: "A Letargia, 
como método de indução hipnótica, é dos melhores que conhecemos." 
Todos ficam impressionados com a rapidez da Técnica Letárgica na obten-
ção de alguns fenômenos. 
2 - I R M Ã O V I T R Í C I O 
- Padre Luiz Benjamim Henrique Rech 
Resumo Biográfico - O Padre Luiz Benjamim Henrique Rech (Irmão 
Vitrício) nasceu em 16/08/1917, em Santa Cruz do Sul (RS - Brasil). 
Descendente de pais alemães: Nicolau Rech e Ana Rech. 
Iniciou seus estudos no Colégio Marista de Santa Cruz do Sul (RS), 
completando-os em Porto Alegre. Aos 2 de janeiro de 1933, entrou para a 
Congregação dos Irmãos Maristas (Frères Maristes des Écoles) recebendo 
o nome religioso de Irmão Vitrício. Foi um dos fundadores da Faculdade 
de Ciências Políticas e Econômicas Santa Maria (RS) e também da Facul-
dade de Direito, daquela cidade. Em ambas, foi Professor e Secretário 
durante vários anos. Em 1953, fez o segundo noviciado em Saint Paul Trois 
Châteux (França). Em 1956, publicou um fascículo, "Não Leiam Letargia", 
desde há muito completamente esgotado, o qual foi refundido e ampliado 
em nosso livro Noções de Letargia. No período de 1958 a 1962, nas 
principais cidades brasileiras, fez demonstrações e ministrou cursos de 
Letargia em diversas Faculdades e Associações Científicas, sendo focaliza-
do em mais de 300 reportagens (cujos recortes estão no arquivo do IBRAP) 
pelos grandes jornais e revistas do Brasil e exterior. Em 1962, visitou 
Portugal, onde pronunciou diversas conferências, sempre com grande su-
cesso, e ministrou cursos de Técnica Letárgica, em Lisboa. 
Em 1966, deixou a Congregação Marista, registrou-se como Psicólogo 
Clínico, casou-se com Aparecida Carneiro Rech, passou a residir em 
Itanhandu (MG) e a exercer a sua profissão. Tendo deixado os Maristas, 
perdeu o nome religioso de Irmão Vitrício, mas adotou-o como pseudôni-
mo, pois com ele ficara conhecido no Brasil e no exterior. Foi Patrono da 
Associação Brasileira de Estudos Letárgicos (hoje desaparecida) e um dos 
fundadores do IBRAP (Instituto Brasileiro de Parapsicologia), 1958. 
Para todos - o Irmão Vitrício é o Introdutor da Letargia no Brasil, mas 
para alguns - ele é o próprio Criador da Letargia. 
Em 1988, ficou viúvo e logo depois ordenou-se Padre. Atualmente 
(1995), o Padre Luiz Rech é o pároco da cidade de Serranos (MG) que dista 
60 km da cidade hidro-mineral de Caxambu (MG). 
3 - O P I N I Õ E S 
I - Dr. Vinitius da Costa Rodrigues, um dos mais arguntos pesquisadores 
do Hipnotismo e da Letargia, escreve: 
"Reina certa controvérsia entre aqueles que acreditam ser a Letargia 
apenas uma modalidade do Hipnotismo e outros que só admitem as 
duas técnicas completamente diferenciadas. Não obstante, impõem-se, 
desde já, as seguintes observações: I a ) A denominação de "Letargia" 
não pode ser confundida aqui com o primeiro grau hipnótico ("sono-
lência ou letargia"). 2 a) As técnicas de indução hipnótica e letárgica, 
embora aparentadas, são diversas entre si. 3 a) É dispensável ao hipno-
tismo a aplicação do estímulo físico no paciente, mas não o psicológi-
co; ao passo que o estímulo físico é indispensável à indução letárgica. 
4 a ) Diferentes, também, são as discriminações de seus sistemas expe-
rimentais: - o hipnotismo é aceito e posto em prática sob três graus 
("sonolência", "hipotaxia" e "sonambulismo"), ao passo que a letargia 
se desdobra em 18 estados, indicados, a seguir. 5 a) A indução letárgica 
efetua-se em tempo mais curto do que a hipnótica. 6 a ) A indução 
letárgica depende mais amplamente da aquiescência do paciente do 
que a hipnótica. 
O estímulo físico no paciente é chamado de "toque". São locais 
adequados aos toques, várias regiões periféricas do corpo humano, 
eleitas. 
N.A. / 
LA LÉTHARGIE (Résumé) - Le Frère Vitrício (brésilien), pseudonyme du psychologue -
Louis Benjamin Henri Rech, est le créateur de la Léthargie ou Technique Léthargique et 
aussi le chef mondial de l'Ecole Léthargique. Lui-même a commencé sa diffusion au Brésil, 
par la publication d'un petit livre - Ne lisez pas - Léthargie- en 1956. Ce petit livre a été 
refondu et amplifié dans le livre de Paul Paixão - Notions de Léthargie - Rio de Janeiro, 
1961. 
Le Frère Vitrício, pendant les années 1958-1962, a fait une grande diffusion de sa 
Léthargie^ en donnant des classes et en procédant à des démonstrations dans les plus 
grandes Écoles et Universités du Brésil. En 1963, il a donné des classes au Portugal. Il est 
devenu célèbre, car, avant tout, il est un sujet doué et um métagnome de bonnes qualités. 
H est aussi un des fondateurs de l'Institut Brésilien de Parapsychologie (IBRAP). 1959. 
On ne peut pas faire confusion entre la Léthargie du Frère Vitrício et 
la léthargie de Charcot. Il faut observer ce qui suit: 
1) Les techniques d 'hypnotisme et de léthargie sont tout à fait différentes; 
2) Dans l 'hypnotisme, on emploie la stimulation psychique: dans la léthar-
gie, on emploie l 'estimulation physique, qu 'on apelle attouchements; 
3) L 'hypnot isme classique est divisé en trois ou quatre degrés; la léthargie 
en 18 degrés; 
4) L' induction léthargique est plus rapide que celle de l 'hypnotisme clas-
sique; 
5) La Léthargie a son fondement dans la technique chinoise de l 'Acupunc-
ture (introduction lente d 'une aiguile fine d'acier, d 'or, d 'argent ou de 
platine, de 10 à 15 cent., dans la partie malade ou dans son voisinage, 
dans les cas de névralgies). 
LES OPINIONS 
La léthargie a été crée pour ordonner et simplifier l 'hypnotisme (Frère 
Vitrício). 
C'est une méthode d 'hypnotisme qui produit des résultats immédiats 
et surprenants. 
Au Brésil, la Léthargie est très employée dans les expériences ESP 
(Paulo Paixão). 
Dans ma spécialité d 'odontopédiatre, j ' a i obtenu de bons résultas par 
la méthode de Léthargie du Frère Vitrício (Dr. Alberto Lerro Barretto). 
En tant que procédé initial d'induction hypnotique, la léthargie est un 
des meilleurs que nous connaissions, à tel point qu'i l est pratiqué de routine 
dans notre clinique. Il présente par rapport aux autres procédés initiaux qui 
se pratiquent (battement synchronique des paupières, soulèvement du bras, 
fixation du regard, etc.) certains avantages qu'i l ne faut pas oublier. 
Le principal avantage que le procédé léthargique offre par rapport à 
tous les autres est de ne pas exiger du sujet la fatigue musculaire initiale des 
paupières et du regard. (Osmard Andrade Faria). 
II - Osmard Andrade Faria diz o seguinte: 
"A Letargia, como procedimento inicial de indução hipnótica, é dos 
melhores que conhecemos, tanto que o vimos praticando de rotina na 
clínica. Leva sobre os demais procedimentos iniciais em prática (pes-
tanejamento sincrónico, levantamento do braço, fixação do olhar, etc.) 
algumas vantagens que é preciso não olvidar. Tal fato faz com que o 
procedimento letárgico se esteja tornando o preferido de quantos 
praticam a hipnose científica. A principal vantagem do procedimento 
letárgico sobre todos os outros - exceto talvez o da representação 
cênica - é que não exige do paciente o inicial cansaço muscular 
palpebral e visual. Em qualquer dos outros procedimentos iniciais em 
uso na prática, exploramos, de saída, uma fadiga incondicionada pelo 
uso dos músculos oculares, braquiais, etc. Aqui, na Letargia, o paciente 
posta-se diante de nós de olhos fechados, em posição de repouso, corpo 
acomodado na posição que melhor lhe convier, recostado ou deitado. 
Também para o operador não exige uma postura determinada. Outra 
vantagem da Letargia é que, decorrente da obnubilação inicial que 
provocamos no paciente, surge de imediato uma razoável insensibili-
zação geral de todo seu corpo, permitindo-nos, um minuto após ou 
pouco mais, j á uma prova de anestesia sensivelmente profunda, como 
VII - George Alakija, em seu livro - Feche os Olhos Relaxe e D u r m a ! -
diz o seguinte: 
"Chegou a Letargia. Foi também em 1957 que ela apareceu no Brasil. 
De início surgiu uma confusão decorrente do nome. Até então conhecia-se 
o vocábulo como um dos estados hipnóticos clássicos. São eles: letargia, 
catalepsia e sonambulismo. Surgiram os esclarecimentos: 
Letargia é uma técnica de influência pessoal sem provocar sono. 
Embora se considere, atualmente, uma técnica de indução hipnótica, logo 
quando surgiu foi apresentada por muitos extremistas que asseguravam 
nada ter a mesma a ver com hipnose. Esta seria apenas um estado daquela. 
Ficou conhecida no Brasil pelo trabalho de introdução e divulgação do prof. 
LUIZ RECH, irmão VITRÍCIO, e do Dr. P A U L O PAIXÃO. 
Trata-se, em resumo, de uma técnica de indução hipnótica que utiliza 
basicamente toques, sons, posturas, às vezes em conjunto, às vezes isola-
damente, obtendo uma série de estados peculiares que podem ser usados 
com diferentes finalidades, especialmente terapêuticas." Pág. 48 . (1) 
Dr 3 . G A L I N A S O L O V E Y , 
autoridade internacional em 
hipnose médica, é autora do 
best-seller A H I P N O S E DE 
H O J E - Ed. Berthier, Passo 
Fundo, RS, Brasil, 1995. 
No Brasil, já ministrou cursos em: 
Brasília, Rio de Janeiro, Recife e 
João Pessoa. 
A N A T O L M I L E C H N I N , conhecido 
internacionalmente, é autor de inúmeros 
trabalhos sobre o tema versado e de 
HYPNOSIS, Ed. John Wright, 2 ed, 
Londres, 1967. Vide biografia de Anatol 
no livro a Hipnose de Hoje de Galina 
Solovey. 
Ele criou a frase: las gatitas de Charcot. 
Vide biografia de Anatol, no livro - A 
HIPNOSE DE HOJE- de Galina Solovey 
. Ed. Berthier, Passo Fundo - RS - Brasil, 
1995. 
1, Milechnin, Anatol - Hypnosis - Ed. John Wright & Sons Ltd. 2". ed. Londres, 1967, página 158. 
16 LETARGIA E HIPNOSE SEM M A G I A 
CAPITULO II 
RESPIRAÇÃO CULTURISTA 
Nunca é demais insistir sobre a importância da respiração, cujo valor 
simbólico é bastante conhecido: não épor meio de uma inspiração violenta 
que entramos em contato com o mundo? E não é dando o "último suspiro" 
que terminamos nossa jornada? O exercício respiratório deve preceder a 
todo e qualquer tipo de relaxamento. Também na técnica letárgica exigimos 
que o paciente pratique exercícios respiratórios. A respiração culturista foi 
idealizada pelo Prof. Mareei Rouet, cujos ensinamentos resumiremos nas 
linhas abaixo. 
Podemos, voluntariamente, apressar ou retardar o ritmo respiratório, 
prender ou suspender a respiração. A técnica da respiração nasceu dessa 
faculdade de controlar tão importante função vital, atingindo seu apogeu na 
índia, na seita dos iogues. Em uma respiração normal, inspiramos e expira-
mos cerca de meio litro de ar, enquanto numa respiração profunda inspira-
mos è expelimos de quatro a cinco litros. São evidentes as imensas 
vantagens que essa supersaturação da superfície pulmonar pode trazer ao 
organismo: o sangue, amplamente oxigenado, fixará esse oxigênio no 
âmago das células, principalmente nos tecidos musculares e nas células 
nervosas, proporcionando-lhes uma total depuração e uma regeneração 
permanente. 
Após a respiração completa experimenta-se uma sensação de bem-es-
tar e de euforia que seria inútil negar. Após uma sessão de educação física, 
qualquer fadiga física será dissipada por alguns instantes de respiração 
completa como por encanto. 
Aqui estão as características da respiração completa: existem três tipos 
de respiração: o tipo costal superior, o costal inferior e o abdominal. O 
primeiro é típico da mulher, que respira elevando a parte superior do peito; 
o segundo levanta as últimas costelas e o terceiro dilata a base dos pulmões. 
Este último é, geralmente, característica do homem. A respiração completa 
utiliza-se desses três processos para atingir ao máximo^a superfície dos 
pulmões. 
A respiração completa pode ser executada de pé, sentado ou andando; 
deve ser praticada; sempre que possível, ao ar livre ou diante de uma janela 
bem aberta. 
O corpo deve ser esticado sobre uma superfície dura, assoalho ou chão,os músculos descontraídos, os braços descansando relaxados, as mãos meio 
fechadas, a cabeça sobre o chão. A inspiração e a expiração devem ser feitas 
muito lentamente, pelo nariz. Deve-se contar mentalmente, durante o 
.exercício, na razão de um número por segundo. Para começar, você pode 
contar até 5 para inspirar e outro tanto para expirar, continuando, você pode 
elevar esse número até 15 ou mesmo 20. Eis como deve proceder: sem 
mover as costelas, você inspira lentamente, elevando o ventre o máximo 
possível. E a respiração diafragmática ou abdominal (primeira fase). Sem-
pre inspirando, você deve levantar a parte superior do peito sem abaixar a 
parede abdominal e sem retrair a parte superior do tórax; é a respiração 
costal superior. Assim, em uma única respiração você reuniu os benefícios 
das três maneiras de respirar e encheu os pulmões ao máximo. Para expirar, 
deTxe o ar escapar lentamente pelo nariz e force, no fim da respiração, em 
uma contração enérgica dos músculos expiradores, expulsando assim com-
pletamente o ar viciado (quarta fase). A inspiração e a expiração efetuam-se 
sem interrupções, pois a três fases citadas não são distintas mas contínuas 
e o tempo de passagem de uma para outra é imperceptível. 
E necessário chegar, pelo treino, a efetuar respiração completa sem 
esforços excessivos, sem tensão inútil. Quando você conseguir inspirar 
contando até 15, poderá introduzir variações na respiração para obter 
resultados diferentes. 
Tendo inspirado até 10, retenha o ar nos pulmões contando sempre 
mentalmente até 5 e pensando intensamente: "Eu armazeno nos meus plexos 
toda a força vital contida no ar", depois expire lentamente pelo nariz, 
contando até 10, pensando. "Eu expulso de meu organismo todas as forças 
más, todas as coisas doentias que lá podem estar". Esse processo pode 
parecer pueril, mas se você estiver doente (se for doença pulmonar é 
aconselhável procurar a orientação de um médico) você conseguirá benefí-
cios inacreditáveis e obterá talvez o restabelecimento da saúde. Depois de 
expirar a fundo, fique sem inspirar, com a boca fechada, cinco segundos, e 
então inspire. Você pode levar o tempo de inspiração a 12 ou 16 e ficar sem 
inspirar 6 a 8 segundos. 
Depois de algum tempo desse exercício, você sentirá que se estabele-
ceu no seu organismo um ritmo regular. É esse ritmo que você deve cultivar, 
contando mentalmente de acordo com seu ritmo cardíaco, isto é, cada 
número deve corresponder a uma pulsação do seu coração. Você consegui-
rá, assim, a respiração rítmica, chave de todos os poderes. Você sabe que o 
ritmo que rege a natureza toda é uma força considerável. Essa força será 
sua quando sua respiração tornar-se perfeitamente ritmada. Você sentirá 
então seu organismo vibrar no ritmo de uma gigantesca pulsação. E essa 
espantosa força do ritmo vai ser utilizada por você para o desenvolvimento 
muscular como poderá ser empregada para o desenvolvimento de suas 
faculdades mentais ou para influir à distância sobre seus semelhantes ou 
curar uma doença. Pense com força, com o ritmo firme: "A força que existe 
em mim vai agir sobre um tal grupo de músculos e contribuir para o seu 
desenvolvimento"; faça um esforço mental para projetar toda a força 
acumulada em seus plexos em direção à região do corpo que pretende 
desenvolver ou ao órgão que pretende fortificar. Você obterá assim resul-
tados espantosos. 
Para vencer a emoção, para fortificar seu plexo solar, eis uma variante 
da respiração completa: inspire da forma habitual mas sem levantar a parte 
superior do tórax; retenha o ar; depois, sem expirar, projete bruscamente e 
o máximo possível o ventre para a frente, em seguida, retraia o ventre 
bruscamente, fazendo o ar subir às regiões mais altas dos pulmões, projete 
novamente o ventre para a frente. Assim cinco ou seis vezes, sem expirar, 
depois expire profundamente. 
Figura 6. Exercício n" 1 — Braços 
estendidos diante do corpo, na 
altura dos ombros. Inspiração: 
afastar os braços. Expiração: 
juntar os braços. 
Figura 7-Exercício n° 2 - Braços 
ao longo do corpo. Inspiração: 
levantar os braços verticalmente. 
Expiração: abaixar os braços. 
Figura 8. Exercício n° 3 - Busto 
ligeiramente inclinado para a 
frente, braços prolongando o 
corpo. Inspiração: levar os braços 
para trás. Expiração: levar os 
braços para a frente. 
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I
,,',,,'..• .•. _-
Figura 9. Exercício nO4 - Braços
estendidos diante do corpo, à
altura dos ombros. Inspiração:
levar os cotovelos para trás.
Expiração: levar os braços para a
frente.
RESPIRAÇ A O 
COMPLETA: 
Ia fase: Inspirar 
forçando a parede 
abdominal para a 
frente; 2° fase: 
Continuar inspi-
rando, dilatando o 
tórax; 3a fase: Con-
tinuar a inspirar, 
fazendo o ar atingir o 
ponto mais alto dos 
pulmões e levantan-
do ligeiramente os 
ombros; 4a fase: 
Expirar, encolhendo 
os ombros e, no fim 
da respiração, 
contrair vigoro-
samente os mús-
culos abdomi-
nais. 
Figura 10 - I a fase. Figura 11 - 2 a fase. 
Figura 12 - 3a fase. 
CAPÍTULO III 
EXERCÍCIOS LETÁRGICOS 
Quando rezamos, unimo-nos à força motriz 
inexaurível que liga o universo. Faça orações em 
toda a parte: nos transportes, no escritório, nas 
lojas, na escola, assim como na solitude de seu 
próprio quarto ou na igreja. A verdadeira prece 
é a luz da vida. Hoje como nunca a oração 
representa uma grande necessidade na vida do 
homem e das nações. 
Aléxis Carrel 
1 - PRELIMINARES 
Os conhecimentos atuais sobre a matéria e a energia, as últimas 
descobertas psicofisiológicas têm aproximado de maneira singular as deli-
mitações da matéria e do espírito, mantendo, entretanto, a irredutibilidade 
essencial desses dois elementos. As referidas descobertas nos facilitam a 
compreensão de uma união misteriosa no homem, microcosmo, síntese 
perfeita da Criação. 
"É a alma que, começando pela microscópica célula que lhe serve 
de suporte, constrói seu corpo de conformidade às leis da evolução 
biológica e, este corpo, ela o constrói à sua imagem e semelhança. 
Não haverá, portanto, propriamente, luta alguma entre ambos os 
elementos, visto que nada há neles contraditório, pelo contrário, da 
parte da alma - elemento superior - há formação, educação, direção, 
e, da parte do corpo - elemento inferior - docilidade e colaboração." 
(D 
(1) O R. P. Gratry, numa obra de perpétua atualidade: Do conhecimento da alma; o R. P. Poucel em Plaidoyer 
pour le corps; os Doutores Biot e Carton bem como o Dr. Carrel têm manifestado admiravelmente essas harmonias 
entre a alma e o corpo. ' 
LETARGIA E HIPNOS 
M. Soares 
C A T A N D U V A - S P 
As leis psicofisiológicas nos ensinam que um corpo é mais forte, mais 
sadio e mais calmo estando sob a influência do espírito do que abandonado 
aos seus caprichos e instintos. A lei do corpo está no espírito. 
Os exercícios letárgicos têm por finalidade precípua preparar o pacien-
te para entrar nos diversos estados. Devem ser praticados diariamente, 
durante quinze minutos pelo menos. A repetição dos exercícios confere ao 
praticante: autodomínio e sensibilidade. Devem ser praticados tanto pelo 
operador quanto pelo paciente; mas sobretudo pelo paciente. 
Alguns dos exercícios abaixo mencionados são também executados 
pelos yoguins, rozacruzes e umbandistas, o que vem demonstrar que 
realmente produzem efeitos misteriosos. 
2 - PRÁTICA DOS EXERCÍCIOS 
I o EXERCÍCIO 
O primeiro exercício é chamado "exercício dos oradores". Mãos postas 
como para a oração, mas em que somente se tocam as pontas dos dedos com 
exceção dos polegares que são mantidos mais afastados possível; fazer em 
seguida um leve esforço de compressão nas pontas dos dedos, apertando e 
afrouxando lentamente, umas dez vezes, ao mesmo tempo a respiração se 
faz lenta e profunda pelo nariz, 
mantendo-se a boca fechada e 
os olhos vagos,como que per-
didos no hor izonte . Dent re 
pouco tempo o sangue já co-
meça a irrigar todo o couro 
cabeludo; sensação de calma, 
de bem-estar. 
Nesta posição, se impri-
mirmos às mãos um forte mo-
vimento de rotação, de dentro 
para fora, de baixo para cima, 
conseguimos maior segurança 
nas mãos quando delas preci-
sarmos para alguma interven-
ção delicada (Figura 14). 
24 - LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA 
Figura 14 - Exercícios de sensibilização e 
autodomínio: este é o primeiro exercício 
letárgico - São 15 ao todo. O Io também 
chamado: exercício dos oradores. 
O segundo exercício corresponde ao "emblema da Letargia": mãos 
abertas postadas na frente do corpo: a direita com a palma para frente e a 
esquerda com a palma para trás, ou vice-versa, paralelamente ao corpo, na 
linha vertical; há uma inicial dificuldade quanto à colocação dos dedos: 
basta unir em extensão os dedos médio e anular, mantendo os demais bem 
afastados num mesmo plano; em seguida aplicá-los uns contra os outros, 
de modo que o indicador da direita toque na ponta do mínimo da esquerda 
e vice-versa, formando dois triângulos opostos pela base; os polegares são 
mantidos o mais afastados possível. (Figura 15). 
Nesta posição, os braços no mesmo plano dos ombros, procurar 
movimentá-los, mantendo-os bem firmes para a frente, flexionando somen-
te os cotovelos e os pulsos, estes para a frente, ora para trás, formando 
ângulos agudos, ora ângulos obtusos, respirando naturalmente pelo nariz. 
Figura 15 - 2o exercício letárgico. A posição das mãos forma o emblema da 
letargia. 
O terceiro exercício é feito com os dedos entrelaçados, mãos esticadas 
à altura da região mamilar, sem apoiá-las; procurar contrair bruscamente os 
músculos peitorais ao se fazer pressão contra as raízes dos dedos; a contra-
ção brusca do músculo peitoral poderá ser percebida pelo ouvido em uma 
percussão surda. 
Executamos este exercício com um movimento de aproximação e 
afastamento das mãos (só das falanges), sem que os dedos se despreguem 
(Figura 16). Respirar naturalmente pelo nariz. 
4 o E X E R C Í C I O 
É destinado à oxigenação do cérebro, pela normalização da respiração; 
idêntica posição dos dedos e das mãos que são levadas à altura do queixo 
ou da boca, palmas abaixo; a respiração é feita pela boca e não pelo nariz; 
portanto, respirar fortemente pela boca, olhando vagamente o horizonte. 
(Figura 17). 
Figura 16 — 3a exercício letárgico. Observar bem a posição das mãos. 
Figura 17 - 4o exercício letárgico. Dedos entrelaçados, mãos esticadas, 
polegares separados, palmas para baixo, na altura do queixo ou da boca. 
Respirar fortemente pela boca (aberta). 
Figura 18 - 5o exercício letárgico. Dedos entrelaçados, mãos sobre a cabeça, 
cotovelos baixos. Posição de descanso. 
5 o EXERCÍCIO 
É feito em idêntica posição dos precedentes: levamos as mãos a 
descansar no alto da cabeça procurando acomodá-las na redondeza do 
crânio, abaixando os cotovelos, sem esforço, bem descansados, olhar vago; 
respiramos lenta e profundamente pelo espaço de contar mentalmente até 
dez. (Figura 18). 
6" EXERCÍCIO 
É feito na posição do precedente, só que viramos as palmas das mãos 
para cima, polegares para frente, procurando apoio máximo sobre a cabeça, 
um pouco mais para frente, deixando descansar os cotovelos, mantendo-se 
a pressão contra a cabeça. Se movimentarmos a cabeça para frente, para 
trás, para a direita, para a esquerda ou em círculo, os músculos do pescoço 
é que devem impelir ou arrastar os braços. O tempo deste movimento 
corresponde ao de contarmos mentalmente até dez; haverá uma certa 
dificuldade em soltar as mãos nas pessoas sensíveis. (Figura 19). 
7 o EXERCÍCIO 
Corresponde ao primeiro movimento assimétrico: os exercícios desta 
natureza são um pouco mais difíceis do que os anteriores, porque são para 
Figura 19 — Exercício 6. Mãos em posição contrária ao do exercíco 5. 
Figura 20 — Exercício 7. O primeiro movimento assimétrico efeito com as mãos. 
Uma delas bate, a outra esfrega. Repetir o movimento dez vezes e trocara posição 
das mãos. 
educar, para testar o controle mental da 
pessoa. Os outros foram para sensibili-
zar. 
O primeiro movimento assimétrico 
é feito com as mãos: enquanto uma delas 
bate, a outra esfrega sobre um plano; 
repetir este exercício umas dez vezes e 
Figura 21 - Oitavo exercício letárgico. Uma 
das mãos esfrega a testa enquanto a outra 
bate sobre o estômago. Seguir as instruções 
do exercício anterior. 
Fig, 22 
trocar a posição e operação das mãos. Este 
exercício é chamado "exercício do açou-
gueiro": corta e separa. (Figura 20). 
8° EXERCÍCIO 
Corresponde ao segundo movimento 
assimétrico: é também feito com as mãos -
uma bate na cabeça enquanto a outra esfrega 
o peito. O movimento é depois repetido 
trocando-se as mãos. Deve-se procurar rea-
lizar os movimentos com desembaraço e 
perfeição. (Figura 21). 
9 o EXERCÍCIO 
Corpo erecto, sem esforço, bra-
ços como se fossem abraçar um bar-
ril. Mãos estendidas, dedos unidos, 
polegares afastados. Os braços em 
arcos ficam à altura dos ombros. 
Agora eleva-se o corpo sobre a pon-
ta dos pés umas dez vezes. Não es-
quecer a respiração pelo nariz, nem 
tão pouco o olhar vago. (Figura 22). 
10° EXERCÍCIO 
Chamado a "posição do Papa 
Pio XII"; posição inicial idêntica à 
anterior: de pé, braços estendidos, 
mãos esticadas, palmas levemente 
voltadas para cima. 
Eleva-se o corpo sobre a ponta dos pés umas dez vezes. Respirar 
fortemente pelo nariz. Fig. 23. 
N. AA "Não tendo havido na dinastia gloriosa dos Vigários de Cristo 
um Papa, que tanto e tantas vezes tenha falado aos médicos como Pio XII, 
poderíamos com toda justiça intitulá-lo: "o Papa dos Médicos". 
A Universidade de Brasil, a 5 de dezembro de ¡957, homenageou a 
Pio XII, em atenção a seus numerosos e exímios trabalhos sobre a medicina 
e suas relações com a religião. 
A medicina era uma das ciências que mais o atraíam. Sua Santidade 
sempre traçou diretrizes claras e seguras, preocupado com seu Movimento 
por um Mundo Melhor, um mundo mais santo e mais digno dos filhos de 
Deus." 
O Prof. Galeazzi-Lisi, médico particular de Pio XII, informou que ele 
praticava exercícios letárgicos diariamente. Por ocasião da morte de Pio 
XII, o Prof. Galeazzi-Lisi provocou um escândalo - vendendo a diversas 
revistas - as fotos particulares do Papa praticando exercícios. 
11° EXERCÍCIO 
Posição de joelhos, braços arqueados para frente, como querendo 
envolver algo e fazer movimentar os pés, flexionando os joelhos para frente 
e para trás, o mais possível. E uma posição meio incômoda; procuramos 
calcar sobre as rótulas e sobre a ponta dos dedos dos pés. Verificaremos um 
certo tremor nos braços, conseqüência de estarem sendo mantidos rígidos. 
Fig. 24 
12° EXERCÍCIO 
O quarto exercício do equilíbrio é um movimento de oscilação; colo-
camo-nos de pé, um pé na frente do 
outro; abrimos as mãos e procuramos 
equilibrar-nos fazendo força com os pés 
de encontro ao solo e flexionando os 
joelhos. Devemos andar na posição in-
dicada durante um minuto. Depois tro-
camos os pés e repetimos os mesmos 
movimentos. A posição dos braços não 
muda. As vezes, parece que vamos cair, 
mas o próprio joelho traz ajuda à reali-
zação dos movimentos com segurança. 
Tudo é feito com a boca fechada respi-
rando-se pelo nariz. Fig. 25. 
Figura 25a. - Deitado de costas - a mais repousante e 
neuroléptica. 
~
CAPITULO IV
BASES DA LETARGIA
A Letargia pode ser produzida desde que fa~amos uso dos meios
adequados, todos eles extern os, oferecidos pel a nossa tecnica. Esta tecnica
coloca a nossa disposi~ao os seguintes procedimentos: 1) toques baseados
no princfpio da acupuntura; 2) acupuntura; 3) sons; 4) posturas; 5) combi-
nar;;aodos itens anteriores.
Emdeterminadas regi6es, especial mente sensfveis, da cabe~a, do peito
e das costas. A crian~a que adormece nos bra~os da mae, enquanto esta lhe
da palmadinhas nas costas ... e vftima de toques letargicos. 0 co~ar-se na
face, nas fontes ... adormece; e, ao acordar, passar da semiconsciencia para
o estado de vigflia, co~ando-se, e tecnica letargica. 0 bocejar, 0 esfregar
dos olhos e urn exercfcio para se libertar da Letargia.
Em determinados pacientes nao e 0 toque apenas, que conduz a
Letargia, mas uma serie de fatores conjugados (sobretudo 0 fator emocio-
nal) que conduzem ao que se deseja, muito embora, com toques apenas, sem
nenhuma sugestao, se possa provocar diversas analgesias.
Lembra acertadamente 0 Dr. Horace Chanel que ninguem negara a
importancia dos toques em zonas er6genas. Entretanto, em determinadas
circunstancias, eles nao produzirao efeito algum.
Quando se toca a pele diretamente intervem sensa~6es semelhantes as
produzidas por carfcias, as quais sao sensfveis ate os animais. Segundo Jean
Dauven: "a epiderme e urn tecido abundantemente nervoso cuja trama nao
esta identificada e cujas fun~6es sao ainda, em muitos casos, misteriosas.
Ja no primeiro curso de Letargia, ministrado em 1958, dizia 0 Irmao
Vitrfcio: "urn born letargista deve conhecer urn minimo de acupuntura".
Naquela epoca a tecnica chinesa era praticamente desconhecida, nao so-
mente do grande publico, mas tambem dos medicos. Hoje, ha entre nos
inumeros livros versando sobre a materia. Em 1959, em nosso livro, Irmiio
Vitrfcio e a Letargia, abordamos 0 assunto.
Com 0 titulo de Hipnose e Acupuntura, 0 Dr. Erwin Wolffenbutel, de
Sao Paulo, escreveu interessantes artigos, inseridos na Revista Brasileira de
Medicina, no ana de 1967.
I - Zonas Hipnogenas - Pitres (1848-1928) acrescentava aos procedi-
mentos usuais a explorayao metodica das zonas hipnogenas descober-
tas empiricamente por Mesmer e depois por diversos fisiologos como
Purkinje (1787-1869) e Laborde (1831-1903) que inventou as traf;f5es
rftmicas da lingua em caso de asfixia. A existencia de zonas hipnoge-
nas continua sendo discutida ate hoje.
Richet, Binet, Fere, Charcot e outros autores tambem admitiam a
existencia de zonas hipnogenas, segundo informa Jean Dauven.
"Aassim chamada letargia, uma tecnica de indur;iiohipn6tica, reviveu
o interesse pelas zonas hipn6genas". Erwin Wolffenbuttel, in separata
da Revista Brasileira de Medicina, n° 9, setembro de 1967.
II - 0 toque, que poderfamos chamar de cirupressura (do grego: ciru =
mao, e, pressura = pressao) ou datilopressura (do grego: dactilo = dedo
e pressura = pressao) e baseado no princfpio da acupuntura.
Para frisar bem a importancia dos pontos sensiveis do corpo humano,
damos aqui ligeiras informayoes sobre a Acupuntura (acus = agulha,
punctura = picada). :E processo medico de origem extremo oriental
baseado na teoria filosofica antiga da alternancia do equilIbrio cosmico
aplicado ao organismo animal, uma forya negativa, (vago-tonica)
chamada "Inn" e uma forya positiva (simpatico-tonica) "Yang". Utili-
za-se de pontos cutaneos sensiveis para diagnosticos e terapeutica;
esses pontos sao ligados entre si por linhas mais ou menos verticais
chamadas "Kings" ou meridiano de orgaos, e "Mos" ou feixes extraor-
dinarios onde circula a Energia Vital.
- agulhas de DurOintroduzidas na profundidade devida no ponto terminal
do meridiana do corayao, que esta situado proximo da unha do dedo
mfnimo, tonifica a funyao cardiaca;
agulhas de prata postas na proximidade do cotovelo, nas terminayoes
nervosas que tern seu raio de ayao na face, acalmam dores nevralgicas ou
dores devidas a infecyoes na regiao da face.
34 - LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA
uma agulha de prata posta no ponto sedativo do King dos rins, situado
na sola do pe, q.escongestiona 0 rim do lado respectivo.
o padre Harvieu, missionario no Celeste Imperio, foi 0 primeiro a
publicar, em 1671, na Fran<;a,alguns segredos da medicina chinesa. Daf por
diante, numerosos tratados de acupuntura apareceram par toda a Europa.
Entre nos era praticamente desconhecida ate 0 ana de 1955, quando foi
introduzidano Brasil pelo Dr. Frederico J. Spaeth. 0 Dr. Spaeth e hoje
figura-de proje<;ao internacional, sendo seus trabalhos acatados pel as maio-
res autoridades no assunto na: China, Japao, Coreia e em varios pafses da
Europa. Naturalizado brasileiro, ja representou 0 Brasil em varios congres-
sos internacionais de acupuntura. Em 1979, foi eleito Presidente Honorario
da Academia Sueca de Medicina TradicionaI. No Brasil, 0 Dr. Frederico J.
Spaeth e 0 mestre dos mestres em acupuntura.
Sao de autoria do Dr. Spaeth as seguintes observa<;6es:
"ELUCIDA<;OES SOBRE A ACUPUNTURA E A SUA UTILIDA-
DE".
a) A Acupuntura e uma terapeutica que nos vem do Oriente, onde esta
sendo praticada ha mais de 5.000 anos, sobretudo na China. Ela e
baseada no equilibrio psicossom<itico, criadora da perfeita harmoniza-
<;aoentre 0 vago e 0 simpatico, de acordo com 0 tipo do paciente.
Figura 26 - Regioes do
abdome.
1) Diafragma; 2) Hipoc6ndrio
direito; 3) Regiiio umbilical; 4)
Regiiio lombar dire ita; 5)
Espinha ilfaca anterior e
superior; 6) Regiiio fliaca
dire ita; 7) Bordo lateral do reto
anterior do abdome, na espinha
pubica lateral; 8) Epigastrio; 9)
Hipoc6ndrio esquerdo; 10) loa
costela; 11) Bordo lateral do
musculo reto (linha semilunar);
12) Regiiio lombar esquerda;
13) Regiiio iliaca esquerda; 14)
Hipogastrio.
b) a China e no Japao, a acupuntura e ensinada nas escolas tecnicas e
especializadas e, apos a conclusao de urn curso de 5 anos, e uma vez
aprovados nos rigorosos exames de aptidao, recebem os diplomas que
lhes dao 0 direito de exercer a fun<;ao de acupunturista nos territorios
respectivos.
c) Introduzida na Europa, a acupuntura se desenvolveu sucessivamente,
ate que, nas ultimas decadas, chegou a ser ensinada em larga escala pel a
"Societe Internacionale D' Acupuncture" atraves do seu "Institut du
Centre D' Acupuncture de France", em cursos com a dura<;ao de dois
anos, e vem sendo aceita e praticada por cerca de 6.000 medicos
acupunturistas, organizados em sociedades e sindicato (Syndicat Natio-
nal des Medecin§ D' Acupuncture de France).
Na Alemanha, Austria, Italia, Suecia, Dinamarca e Portugal tambem
foram organizadas sociedades de Acupuntura, as quais estao filiadas a
"Societe Internacionale D' Acupuncture" de Fran<;a.
Nas Americas, a acupuntura esta progredindo rapidamente. Na Argen-
tina, 0 Dr. Rebuelto foi 0 introdutor da acupuntura. No Uruguai, Para-
guai, Equador e Peru ja existe grande divulga<;ao da tecnica chinesa.
d) A terapeutica na acupuntura e praticada pela introdu<;ao subcutanea de
agulhas finfssimas, numa profundidade mInima, nos pontos predetermi-
nados, as quais provocam reflexos procurados, estimulando a fun<;aodo
organismo.
e) 0 campo da sua utilidade e restrito a:
I) A<;aoprofilatica (pel a manuten<;ao do equilibrio energetico do or-
ganismo);
II) A<;ao antialgica em geral (reumatismo, cefaleia, neuralgias, ecze-
mas);
III) A<;aoregularizadora dos disturbios funcionais: digestivos, respira-
torios e urogenitais.
N. A. - Em 12/04/81, estavamos em Caiena (Cuiana Francesa) quando assistimos, pela
TV, a uma oper(l(;ao de amputGJ(xlode perna realizada no Brasil (Teres6polis-RJ) pelo
cirurgiao Dr. CERALDO ARA VJO FILHO. A anestesiafoifeita unicamente com acupun-
rura pelo Dr. SPAETH. 0 paciente falou durante a opera~ao, dizendo que nao sentia dol',
e, apenas ouvia 0 barrulho da serra. 0 referido programa tambem foi transmitido pelo
"Fantastico" da TV Clobo.
No seculo passado, James Esdaille realizou varias opera~oes de amputa~ao de perna,
usando, apenas, passes e toques para provocar anestesia. As opera~8es foram realizadas
no Hospital Medico de Calcuta, Indicl.
o Dr. William Fitzgerald, de Hartford, Estados Unidos, depois de
afirmar ser possIvel determinar insensibilidade, distante ouproxima em
determinadas partes do corpo humano, exclusivamente pela pressao fez uma
demonstra~ao pnitica do seu metodo denominado anestesia local inibitiva.
o metodo foi assim descrito:
A anestesia de uma ou mais partes do corpo (inclusive anestesia geral)
pode ser obtida por uma pressao aplicada em determinado ponto do corpo
humano.
A pressao, feita pel os dedos ou por urn corpo rombico, e exercida sobre
as proeminencias osseas, as mucosas ou os nervos, durante dois ou tres
minutos.
Comumente, a anestesia e precedida de uma sensa~ao de dlimbra,
semelhante a do bra~o adormecido, logo seguida da anestesia completa ou
parcial da regiao. Em certos casos, 0 paciente acusa uma certa sensa~ao em
todo 0 trajeto nervoso ate a por~ao terminal.
As areas estao assim estabelecidas:
Pressao no dedo indicador da mao esquerda: anestesia dos premo lares
esquerdos superiores e inferiores; dedo indicador da mao direita; anestesia
dos mesmos dentes do lado direito.
Pressao do dedo medio: anestesia do primeiro molar inferior.
Pressao do anular: anestesia do terceiro molar.
Figura 27 - Toque geral na cabe(,:a.
Pressiio continua com 0 dedo
indicador.
Figura 28 - Toque para analgesia
da arcada dental inferior.
Figura 29 - Toque na regtao
indicada na figura para suprimir
dor de caber;a. Pressiio contlnua
com a ponta do dedo indicador.
Figura 30 - Toque para suprimir
dor de caber;a e para condur;iio ao
r estado letargico. Use 0 polegar
para massagearcomforr;a. 0 ponto
eo VB 20, indicado nafig. 46.
Pressao do dedo grande do pe: anestesia dos centrais, laterais e caninos
superiores e inferiores, sendo lado direito para os dentes do mesmo lado e,
lado esquerdo, para os do lado esquerdo.
Pressao do angulo da mandfbula, pr6ximo ao nervo dentario inferior:
anestesia da hemiface direita ou esquerda.
Pressao no labio superior: anestesia da ab6bada palatina.
Pressao na ap6fise mast6ide: alivia dores do ouvido.
o Dr. De Ford, comentando 0 fitzgeraldismo, assinalou as mesmas
areas e estabelece as seguintes regras: para anestesia dos premolares com-
prime-se lateral mente, com os dedos polegar e indicador, a segunda articu-
lac;ao do dedo indicador do paciente pOI'urn minuto e, a seguir, urn ou dois
minutos as partes superior e inferior, desta feita, porem, com maior pressao
ainda que cause uma pequena dor.
Os dois primeiros molares sao anestesiados pela pressao exercida na
segunda falange do dedo medio, enquanto que 0 terceiro molar e os tecidos
adjacentes podem ser insensibilizados pela pressao exercida na segunda
articulac;ao do dedo anular ou do quarto dedo do pe, sendo este ultimo 0
mais conveniente.
A pressao na segunda articulac;ao do dedo mfnimo produz anestesia
do ouvido, tendo chegado mesmo a permitir operac;oes mastoidianas sem 0
uso de qualquer anestesico.
Colocadas as pontas dos dedos umas contra as outras e exercida uma
pressao durante tres minutos, ha 0 relaxamento de todos os musculos e
tecidos do corpo.
o Dr. Fitzgerald afirmou que, entrela~ando os dedos das maos, que
deverao ficat na frente do corpo e sempre sob forte pressao de uma sobre
outra, e comprimindo lateral mente os dedos em todas as articula~6es ao
mesmo tempo, uma completa anestesia de todos os dentes se verifica muito
rapidamente.
Figura 31 - 0 Prof Paulo Paixiia letargiza Susana Farina para
extrar;iia dentaria. A paciente, completamente anestesiada, sarri sem
meda e sem dor. Observe os toques no peito e na caber;a. Muitos
pacientes, ao entrarem em estado hipn6tico, tem um riso incontrolavel;
e 0 chamado risa louco (risa loca). Poucos tem crise de choro. As
crianr;as recem-nascidas riem muito novas, sem ter a menor ideia do que
e engrar;ado. 0 riso incontrolavel e a riso fisico, niio 0 riso cerebral. A
jovem dentista e a excelente odont610ga Dr. Susana Monz6n. Paraguai,
1995.
Figura 32 - Dr. FRANZ ANTON MESMER (1734-1815), precursor da
psicoterapia moderna (Apud Franz Volgyesi). Criador da teoria dos flu{dos
magnificos, foi adulado, invejado, admirado e caluniado. Teve as maio res
gl6rias e terminou no ostracismo. Segundo Stefan Zweig - "foi a pedra angular
da moderna psiquiatria".
Notemos que 0 sucesso de Mesmer foi imenso, mesmo fora do campo da
Terapeutica, pois a sua doutrina teve influencia ate no movimento cultural da
epoca. Ela penetrou nafilosofia atraves das obras de Schelling, Hegel, Fichet,
Schopenhauer, assim como na literatura, pelas de Balzac, Poe, Brentano, T.A
Hoffmann e diversos OLttroS.Mesmer possu{a e tocava diversos instrumentos
musicais, tendo se tornado a sua casa um refugio de arte e ciencia, onde
apareciam Haydn, Mozart, Beethoven, sem contar inumeros sabios e artistas
ranceses, assim como as figuras mais representativas da epoca.
Em 23 de maio de 1780, os admiradores de Mesmer, reunidos para celebrar
seu aniversario, cantaram a seguinte quadra:
"Sao os nervos, sao os nervos.
Que dominam 0 Universo!
Pelos nervos, pelos nervos
Vamos ter 0 Universo".
"Mesmer, com porte majestoso, vestido com longa tUnica de seda Was,
circulava no salao entre os enfermos, como um Prfncipe em sua corte. Na mao,
empunhava um bastao que dizia magnetico. Segundo Wagner- 0 Was e a cor
dos desejos espirituais" (Jean Dauven).
Sons que impressionam profundamente 0 paciente, variando a altura
e a intensidade de acordo com os indivfduos. A mae, que cantarola 0 "tutu
maramba ..." e outras cantigas de ninar e adormece a crianc;a, e "tecnica" em
hipnagogia. 0 orador que nao varia a voz, que nao foge do tom hipnagogico,
acaba por adormecer todos aqueles, e so aqueles, que tiverem 0 ouvido
hipnestesico "afinado" com a voz dele.
Esse tom hipnag6gico e 0 tom que a tecnica letargica empregaria para
obter 0 sono artificial.
Basta que 0 orador mude de tonalidade para que os "cabec;a-baixa" se
"recordem" que nao devem apoiar com 0 queixo, mas com a razao. Se 0 que
fala se fixa agora num outro tom, 0 resultado sera que urn outro grupo
adormecera.
Daf a necessidade de 0 que fala em publico ter ouvido musical que 0
possibilite a captar 0 "tom" da plateia e baseado neste tom, construir "acorde
perfeito". Se nao houver consonancia entre a voz do orador e a "voz" da
plateia, esta se irritara (os hipersensfveis, os hipnoticos) ou adormecera (os
hipossensfveis, os hipnestesicos).
o operario que atende uma maquina, por maior barulho que esta fac;a,
pode adormecer, entrar em "sono letargico". Despertara, porem, ao menor
rufdo estranho. Acontece que 0 barulho e hipnagogico para ele em particu-
lar. Outro operario, nao "acostumado" (que nao "educou" 0 ouvido) nunca
adormecera ao lado da maquina, mas, acordado, nao percebera rufdos
estranhos a maquina.
o dirigente de orquestra, alheio a tudo 0 que acontece ao redor dele,
(verdadeira hipnolepsia) "acorda" e se irrita (hipnofobia) a mfnima desafi-
naC;ao.
Pierre Well* observa muito bem a importancia da vibraC;aosonora.
- A importancia da musica em Psicoterapia e na produC;ao de certos
estados de espfrito.
- 0 uso de sons vibratorios na hipnose.
- 0 uso de trombetas em Jerico para derrubar muralhas.
- A existencia de tratamentos por "ultra-sons" .
. - 0 uso do ritmo do tambor nos rituais iniciaticos em todas as culturas,
ritmo semelhante ao do coraC;ao.
- 0 uso de certos gritos nas lutas orientais (KIAI, por exemplo) para
concentrar a energia no centro ffsico do abdomen.
- A repetic;ao de certas rezas com uso do rosario no cristianismo e
islamismo e do lapa-Mala no hindufsmo e budismo.
Em diversos pafses da America do SuI, usamos com grande sucesso a
musica do folclore paulista, Lampitio de Gas, para induzir ao relaxamento
e estado letargico.
Entre os lutadores de judo, e bem conhecido 0 KIA!.
o "Kiai" e urn grito muito especial, utilizado primeiramente pelos
samurais e hoje pelos praticantes de judo, muito alto e que, bem lanc;ado,
provoca uma especie de inibic;ao do adversario, podendo ir, teoricamente,ate a sfncope.
Imp5e-se uma referencia: qualquer rufdo estridente pode provocar uma
especie de inibic;ao, mas este mesmo rufdo pode fazer cessar uma lipotfmia;
o "Kiai" pode ser tanto urn inibidor como urn meio de reanimac;ao (e entao
o "Kwatsu").
Y. Tarle, de Bourges (Rev. Oto-Neurol. 1959,31, n° 288) procurou as
modificac;5es eletroencefalognificas provocadas por este grito.
o "Kiai" provoca modificac;5es nftidas de E.E.G.: trac;adomais rapido,
ponta-ondas, amplas disfasicas.
Isto poderia provar que 0 "Kiai" age nao somente por intermedio de
labirinto mas provavelmente ainda mais por propagac;ao intracerebral das
ondas de choque, com impacto ao nfvel do diencefalo e do cortex.
Os rufdos que ouvimos - agradiiveis e desagradaveis - produzem
completas reac;5es fisiologicas, inclusive alterac;5es nos hormonios. Isto foi
o que revelou 0 Dr. Robert Henkin, da Escola de Medicina da Universidade
da California, em Los Angeles, que e diplomado em Musica e Medicina.
Numa pesquisa anterior, 0 Dr. Henkin conseguiu demonstrar uma
reac;ao fisiologica mensunivel de urn indivfduo a uma determinada pec;a de
musica e que podia determinar 0 que 0 mesmo achava da obra, isto e, ate
que ponto 0 agradava ou desagradava.
A medic;ao fisiologica foi a reac;ao galvanica da pele, urn importante
elemento do detentor de mentiras.
Os sons desagradaveis podem produzir urn quadro de hormonios
caracterfsticos do "stress". Os sons agradaveis, como a musica, podem
produzir ou manter uma situac;ao organizada de hormonios.
A musica que nao entendemos parece nao ter urn efeito fisiologico
diferente do silencio, segundo afirmou 0 pesquisador da Universidade da
California. Em outras palavras, se nao entendemos, talvez nao a percebamos
como musica.
N.A. - Alguns iogues tambem conseguelll 0 "Estado de transe" por meio da musica. Caio Miranda diz 0 seguinte:
depois de obtido 0 "relax" tota!. passa 0 praticante a ser subllletido a a~iio de Mantrans especiais. como tambem
a de perfumes queilllados durante a sessiio rejuvenescedora. Entra entiio numa especie de delicioso torpor,
conservando, niio obstante isso, a plena consci€ncia de si mesmo. Nesse estado de letargia e abandono, passa
algum tempo, que varia confonne as necessidades do caso.
men os possIvel, pois em nossa tecnica se emprega a linguagem universal
dos toques.
A Letargia e uma tecnica que deve ser aprendida com urn professor
competente e s6 se.adquire pelo exercfcio diario. Nem todos conseguidio
os mesmos resultados, pois uma grande parte e reservada a capacidade
intuitiva dos operadores e a sensibilidade tMil das suas maos: esses dois
requisitos SaGuma especie de dadiva divina como 0 dom de urn musico ou
de urn escultor.
Mas, tambem seria de pouco valor essa dadiva se 0 seu possuidor nao
a desenvolvesse pela pratica constante.
..L
Figura 33 - Cilena e 0 encantamento de cobras venenosas
Embora alguns animais possam sentir-se surpreendidos ou ate aterrorizados
ao enfrentarem uma cobra, nenhum zoologo aceita a ideia de que os repteis
possuam poderes hipnoticos. Contudo, diversos aspectos ainda nao foram
abordados cientificamente. Por sua vez, 0 encantamento de serpentes e uma
forma de hipnotismo a que a cobra e sujeita. As cobras, que tem um sentido
auditivo muito limitado, apenas detectam sons de baixa freqiiencia. Elas ficam
presas pelo ritmo batido pelo pe. pela osci/arao do corpo e da flauta - e nao
pela musica que 0 encantador toea. A reputarao hipnotica da serpente procede
de que suas palpebras, soldadas entre si, sao transparentes e recobrem 0 olho
com uma especie de redoma de cristal. Como 0 globo ocular tem pouca
mobilidade, resulta um olhar jixo que se chama de fascinador.
Franz Volgyesi, eximio hipnotista hungaro, realizou centenas de experiencias
com anima is no zoologico de Budapest, relatadas em seu livro - "Hypnosis of
Man J:1 Animals", Ed. Bailiere, Tindal J:1 Cassel, Londres, /962.
~
CAPITULO V
I'
RESUMO DA TECNICA
I'
LETARGICA
Como ja dissemos, a Letargia tern seus fundamentos em tres pontos
principais: 1) toques; 2) sons; 3) posturas, 4) combina<;ao dos itens anterio-
res.
o procedimento de indu<;aoaos estados Ietargicos varia de acordo com
a natureza do "sujet". Como e sobejamente conhecido "nao encontraremos
dois pacientes iguais". Em medicina se afirma: ha doentes e nao doen<;as.
Por conseguinte e necessario que haja concordancia entre a natureza do
paciente e os procedimentos a serem empregados. Dns reagirao mais
facilmente pelos toques, outros pela musica, estes em pe, aqueles sentados,
etc., etc.
Todos os estados letargicos podem ser obtidos com 0 paciente acorda-
do ou dormindo, consciente ou inconsciente. Excetuam-se 0 16° e 0 18°
estados em que 0 paciente sempre perde a consciencia. Nem todas as pessoas
entram indistintamente em qualquer estado letargico.
RESUMO DA PRATICA
1) 0 paciente podera estar de pe, sentado ou deitado. Com 0 paciente de.
pe, pedimo-Ihe que junte os pes, que se relaxe ao maximo,junte as maos,
entrelace os dedos e feche os olhos.
N.A. - Este capitulo foi extraido na integra de uma grava~ao feita durante 0 curso de Letargia ministrado pelo
Irmao Vitricio em Sao Paulo, em 1961.
N.A. - Metodos ~ Nao devemos confundir metodos com processos e com normas. Metodo e 0 conjunto de
processos para atingir um determinado fim. E cada processo e que segue determinadas normas.
2) Ao mesmo tempo em que se fez ligeira compressao com as maos que
deverao estar na posi<;ao indicada pelas figuras 37 e 38 procedemos a
uma oscila<;ao, figura 36. Por essa oscila<;ao verificaremos 0 maior ou
menor grau de barreira emocional do paciente. Em seguida, observare-
mos a posi<;aodo globo ocular, cuja reversao nos dani a c1assifica<;aodo
paciente.. Quanto maior for a reversao mais sensfvel sera 0 paciente.
/~~ ~
\ -I' II" ~
(I II \
\ ,. ,. .
I
FIG. B
FIG. C
Figura 34 - Toques letargicos. Os pontos circulares e retangulares das figuras A
e C devem ser correspondentes com os das maos, assinalados nas figuras BeD.
46 - LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA
Figura 35 - Principais pontos letargicos no homem. Percorrendo-se a coluna
vertebral com a ponta dos dedos de cima para baixo, conforme indica a figura,
tambem poderemos colocar 0 paciente em transe, depois de ter procedido aos
toques basicos.
3) Quando balan<;armos 0 "sujet" faremos uma contagem de 1 a 5 em
diapasao decrescente. Nao e a contagem que leva 0 paciente ao estado,
mas 0 lapso de tempo decorrido entre 0 toque e a contagem. Esta poderia
ser substitufda par musica, mfdos, etc.
4) 0 tempo que 0 operador leva para produzir 0 primeiro estado de letargia
pode variar entre 15 a 60 segundos, confarme a natureza do paciente.
Se ele exigir mais do que isso, teremos urn hipn6fobo.
5) Para as senhoras colocamos apenas 0 dedo sobre 0 esterno. Como nao
poderemos balan<;a-Ias, em pe, Ua que estamos tocando com os dedos),
e preferfvel que estejam sentadas, balan<;amos apenas a cadeira. De
qualquer modo deve haver 0 balan<;o.
6) Os toques amplos podem ser: toques basicos, limites e auxiliares (figs.
37,38,39 e 40, etc).
7) Com toques amplos e auxiliares 0 paciente esta apto a produzir de per
si pelo menos os seis primeiros estados.
8) As principais regi5es a serem tocadas sao as seguintes: a) abdome -
regi5es epigastric a, mesogastrica e hipogastrica; b) cabe<;a- VG 19, VB
20 e INN TRANG, todos assinala-
dos nas figuras 45, 49 e explicados
no capitulo seguinte; c) membro su-
perior - regiao deltoidiana - abaixo
do acromion sobre 0 tendao da lon-
ga pon;ao do bfceps; neste ponto
calcar com a ponta dos dedos; d)
cotovelo - comprimi-Io entre 0 po-
legar e 0medio; e) membro inferior:
1) acima do grande trocanter, entre
este e a crista ilfaca; 2) no meio da
coxa; 3) na articula9ao do joelho; 4)
no meio da perna; f) na mulher:
sobre a crista do ilfaco (na regiao
costoilfaca). Todos os pontos estaoindicados na fig. 35).
9) Os toques devem ser executados
com perfei9ao e quando percuss6-
rios, de modo seco.
10) 0 toque que induz a urn estado, ao
ser repetido, retira ou anula este estado. Assim por exemplo: a indu9ao
conseguida pelo alisamento dos cabelos ou pelo movimento circular
sobre a fonte, e anulada quando se faz movimento em sentido contnirio.
11) Os unicos comandos que damos aos pacientes saGos seguintes: quero
que se sinta bern, quero que se sinta descansado, quero que se sinta
calmo, que normalize sua respira9ao, seu sistema nervoso, etc. Deve-se
falar mais baixo posslvel, junto do ouvido do paciente. 0 toque na
coluna vertebral de cima para baixo leva ao transe: de baixo para cima
a prostra9ao.
12) Para se fixar 0 paciente em determinado estado, pois caso contnirio ele
ira passando automaticamente ate 0 100, colocam-se as maos espalma-
das sobre os ombros, polegares sobre a coluna vertebrallado a lado, ate
se perceber que houve urn completo relaxamento.
13) Para se retirar 0 paciente de determinado estado, desconta-se a partir
do estado em que se acha, ate zero. Em seguida, mandamos que bata
as maos.
14) Pode-se tambem tirar 0 paciente de alguns estados com urn leve sopro
no ouvido.
15) CONSELHOS - 10) na pratica da Letargia use 0 maximo de dignidade
para com 0 paciente; 2) nao empregue a Letargia com finalidade de
diversao publica ou privada; 3) antes de praticar a Letargia, consulte 0
paciente sobre seus habitos, sua vida e sua saude; 4) elogie e agrade9a
48 . LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA
Figura 36 - Execuf;fio do balanf;o
caracterfstico da tecnica letargica
para induf;iio aos diversos estados.
sempre a colabora<;ao do paciente no final do exerdcio; 5) nunca leve
o l?aci~nte alem do sexto estado, ao submete-lo a tecnica letargica pel a
pnmeua vez.
Figura 37 - Toque basico com 0
paciente de frente.
Figura 39 - Toque basico nas
costas com a mao em sentido
vertical.
Figura 38 - Toque basico com 0
paciente de costas.
Figura 40 - Toque auxiliar entre a
3a e 4a vertebras.
Aqui fica 0
cora9ao
Aqui fica 0
ceco
Aqui fica 0
estomago
Aqui fica 0
ffgado
Aqui fica 0
ba90
Aqui ficam
os rins
RESUMEN DE LA
TECNICA LETARGICA
La tecnica de induccion en los estados letargicos, cambia con la
natureza del sujeto. Como ya es por demas conocido no iremos a encontrar
dos sujetos iguales, unos entranln mas facilmente en estado letargico por
los toques, otros por medio de la musica, otras sentados, otras acostados,
etc.
Practica
1) El sujeto podra estar parado, sentado 0 acostado. Con el sujeto parado,
solicitamos que junte los pies y se relaje al maximo, junte las manos y
cierre los ojos. .
2) Al mismo tiempo que se hace una compresion indicada de la figura (36)
haremos un balanceo, con este balanceo, verificamos el mayor 0 menor
grado emocional del sujeto, enseguida observaremos la posicion que
tiene el ojo, cuya reversion nos dara el estado y grado en que esta el
sujeto. Cuando mayor fuera la reversion, mas sensible sera el sujeito.
3) Cuando hacemos el balanceo vamos al mismo tiempo contando de cinco
a cera para que se marque un tiempo necesario en el cual el sujeto ser
relajara.
4) Pedimos luego al sujeto que se siente comodamente en un siIlon,
decimos, yo voy a con tar de uno a cinco y luego Ud, cierre los ojos y
respire profundamente por la nariz y expire por la boca. Cuando Ilega-
mos a cinco decimos cierre los ojos y respire. Al mismo tiempo tocamos
el pecho del paciente como esta indicado en la fig. 37 e 38.
5) Para las senoras haremos el mismo ejercicio pera tocaremos con el fndice
y el pulgar de la mana derecha en el esternon en la parte alta.
6) Los mandos dados al sujeto son los seguientes: quiera se sienta bien,
calma, tranquila y muy feliz. Debemos hablar bajo y al ofdo del sujeto.
7) Para que se prafundice los estados, se procede con las tecnicas clasicas
de la sugestion.
8) Para regresar al sujeto del estado letargico al estado normal comenzamos
a contar de cinco a cera diciendo antes. Mientras cuente de cinco a cera
y all Ilegar a cera yu, ud, volvera al estado normal con toda calma,
tranquilidad y muy feliz. Para los sujetos que presenten algun mareo ou
obnubilacion ordenamos que aplauda con fuerza.
9) Depues de cada experimentacion debemo agradecer al sujeto la colabo-
racion.
~~"
Figura 42 - Toque basico com a paciente de frente. Observe 0 ponto
em que se toea e a posir;iio dos dedos.
,
CAPITULO VI
ACUPUNTURA E LETARGIA
as pontos de acupuntura conservaram a denominac;ao chinesa. Entre-
tanto, por ter sido aFran~a 0 primeiro pais ocidental a divulgar a acupuntura,
tornaram-se correntes as denomina~6es francesas para os diversos pontos.
Aos letargistas interessam apenas alguns pontos. Por isso, daremos a
denomina~ao chinesa com as iniciais francesas e respectiva traduc;ao.
Sao 12 os Meridianos Laterais Simetricos e 2 os Circuitos Medianos
(ou levemente Paramedianos).
As siglas que correspondem aos meridianos lateralS simetricos sao:
Para 0 "Meridien du Coeur": a sigla C. (meridiano do corac;ao).
Para 0 "Meridien de l'Intestin Grele": a sigla I.G. (meridiano do
intestino delgado).
Para 0 "Meridien de la Vessie": a sigla V. (meridiano da bexiga).
Para 0 "Meridien des Rins": a sigla R. (meridiano dos rins).
Para 0 "Meridien Maitre du Coeur et de la Sexualite: a sigla M.C.S.
(meridiano do corac;ao e da sexualidade).
Para 0 "Meridien des Trois Rechauffeurs": a sigla T.R. (meridiano dos
tres reaquecedores).
Para 0 "Meridien de la Vesicule Biliaire": a sigla V.B. (meridiano da
vesicula biliar).
Para 0 "Meridien du Foie": a sigla F. (meridiano do ffgado).
Para 0 "Meridien des Poumons": a sigla P. (meridiano dos pulm6es).
Para 0 "Meridien du Gros Intestin": a sigla G.I. (meridiano do grosso
intestino).
Para 0 "Meridien de l'Estomac": a sigla E. (meridiano do estomago).o~~~~"t
M. ~oares
CATAN lIll~- S.:i
Para 0 "Meridien du Rate-Pancreas": a sigla RP. (meridiano do
ba~o-pancreas).
Sao dois os Circuitos Medianos (ou ligeiramente para-medianos):
"Vaisseau MerveiIIeux de la Conception": cuja sigla e V.c. (vaso maravi-
lhoso da concep~ao. .
"Vaisseau MerveiIIeux Gouverneur": cuja sigla e V.G. (vaso maravi-
lhoso timoneiro).
o numero de pontos em cada meridiano:
Em C: ha 9 pontos.
Em !.G.: 19
Em V: 67
Em R: 27
EmM.C.S.: 9
Em T.R: 23
Em V.B.: 44
Em F.: 14
Em P.: 11
Em G.!.: 20
Em E.: 45
Em RP.: 21
Em V.c.: 24
Em V.G.: 27. Figura 45 - Observe 0 ponto INNTRANG indicado nafigura.
Para designar urn "ponto" qualquer situado em "meridiano" usa-se a
sigla do meridiano mais 0 numero de "pontos": por exemplo: C. 2; !.G. 16;
V. 67; R 22; M.C.S. 7; T.R II; V.B. 43; F. 13; P. 7; G.!. 4; E. 24; RP. 21.
V.c. 19; V.G. 12.
Aos letargistas, de modo especial, interessam os seguintes pontos:
Fong Chen (VB 20); VesfculaBiliar; Tien Tchou (V 10); Vesicula; Pae Roe
(VG 20); Vaso Governador, e, 0 Inn-Trang, fora dos meridianos, e situado
entre os dois cflios (Fig. 45).
Outrossim, ensina 0 Dr. Frederico Spaeth: "para os excessos de
nervosismo que incluem tambel11.uma agitar;aoj{sica - 0 triangulo da calma
- Chen Tchou - VG 11, Vaso Governador e Sinn Iu (V 15). Parafacilitar
a indur;ao hipn6tica, como mencionei acima, usa 0 Inn Trang - Fong Chenn
(VB 20). Tien Tchou (V 10) e 0 Pae Roe (VG 19) como sedativo" (Apud,
revista - Acupuntura - Sao Paulo, ana II, n° 2, pag. 19).
N.A. - Separata da Revista Brasileira de Medicina, volume 25, junho de 1968, n° 6, Rio de Janeiro. 0 Dr. Ervin
Wolffenblittel reside em Sao Paulo (SP).
o Dr. Ervin Wolffenbtittel publicou na Revista Brasileira de Medicina
uma serie de substanciosos artigos intitulados - Hipnose e Acupuntura, nos
quais aborda 0 assunto com discernimento e imparcialidade. Data venia,
transcrevemos suas palavras no que se refere a zonas hipn6genas.
"Curioso e que parte dos "pontos"indicados pela Acupuntura para
dispor 0 indivfduo a aceitar a indueraohipn6tica mais facilmente encontra~se
dentro das assim chamadas "zonas hipn6genas".
Alguns dos "pontos" de Acupuntura recomendados para dispor 0
organismo a aceitar mais facilmente a hipnose situam-se dentro das chama-
das "zonas hipn6genas" neste trabalho referidas.
Lista de "Zonas hipn6genas" que contem "pontos" de acupuntura
"favorecedores" da induerao hipn6tica.
NB. - Cada "zona hipnogena" marcada com (+) contem um ou mais "pontos" de
acupuntura que favoreceriam 0 preparo do terre no para melhor aceitar a indurao
hipnotica.
(+) No alto do cranio. Nas protuberancias
occipitais.
Abaixo das boss as occipitais:
V. 10 e VB. 20.
- Justamente onde a face posterior do pesco~o
se junta com as pro!. occipitais.
Na extremidade do apendice xif6ide
e onde falta 0 aparelho xif6ide em lugar corres-
pondente: Vc. 15.
Na face iintero-lateral da espadua ao nfvel da
articula~ao acr6mio clavicular G I. 15.
Nos cotovelos.
Nos c6ncavos dos cotovelos.
(+) Nos punhos. No meio da prega do punho: MeS. 7.
Na extremidade inferior da goteira radial:
P.9.
(+) Nas maos.
Nos polegares.
Nus extremidades dos dedos.
Na face t:xterna, na parte mais saliente do
grande trocenter: VB. 30.
Na face 5.ntero-externa (entre a tibia e 0 peroneo),
um grosso dedo transversa para fora da
crista tibial, um pouco acima da horizontal que
passa pelo cola do peroneo: E. 36 (SANN-Ll).
Na fact: t:xterna da perna, diante do bordo
anterior do peroneo, 5 dedos trans versos acima
do ponto mais saliente do maleolo externo: VB. 38 .
.Nos cocavos politeos.
(+) Nos tornozelos.
Abaixo do maleolo interno: R. 6.
Abaixo do maleolo externo: V. 62.
Entre a maleolo externo e a tend5.o de Aquiles,
sobre a bordo superior do calcanea: V. 60.
(+) Nos pes.
Nas plantas dos pes.
Na face superior do pe.
Entre 0 10 e 20 artelho: F. 2.
Entre 0 10 e 20 metartasiano: F. 3.
Na linha mediana, justamente abaixo
da ap6fise espinhosa da 3' vertt:bra dorsal: VG J I.
Nas linhas para-medianas, a direita e esquerda da
linha mediana, a dois dedos trans versos da linha
mediana, entre as ap6fises transversas das 5' e 6'
vertebras dorsais: V. 15.
2 - APLICA <;OES PM TICAS
aS gregos chamavam a Hercules tambem de "Daktylos", que significa
dedo; eo nome latino "medicus" (medico) nao e outra coisa senao 0 dedo
medio. A tradi<;ao chinesa ensina: 1) os dois primeiros dedos de cada mao
(0 polegar e 0 indicador) san tonificantes; 2) os tres ultimos dedos de cada
mao (0 medio, 0 anular e 0 mlnimo) san calmantes.
Como utilizar os pontos? Na tecnica letargica ou dactilopressura,
convem pressionar fortemente 0 ponto, tao logo ele seja bem localizado,
com 0 dedo indicador ou outro. as pontos que nos interessam estao
indicados nas figuras 46, 47 e 48. E necessario praticar urn movimento
circulat6rio no sentido dos ponteiros do rel6gio. Este movimento deve
prolongar-se até que se obtenham os resultados desejados que podem exigir
um tempo mais ou menos longo, mas, geralmente, bastam alguns minutos.
Os pontos podem ser pressionados ou massageados.
A seguir mostraremos alguns procedimentos para abolir dor de cabeça,
dor de dentes e combater os vícios de drogas.
Dor de cabeça - O ponto é o VB
20 indicado na figura 49. Outro ponto
essencial, quando a dor está localizada
na nuca, está indicado na figura 49.
Dobra-se a mão até o meio e vê-se
desenhar a grande ruga, conhecida
como "linha de cabeça". É aí que é
necessário massagear. Ao tocar-se o
ponto, sente-se, quase sempre, uma pe-
quena sensação dolorosa. Fig. 46
Dor de dente - O ponto é IG.
I. Pressão contínua com o dedo
polegar, conforme está indicado na fi-
gura 47. Poderá pressionar também os
pontos indicados nas figuras.
Convém frisar que os pontos aci-
ma indicados não irão curar ninguém
de uma cárie ou abscesso dentário; mas
permitirão que se espere a hora de che-
gar ao dentista. Fig. 47
Para combater drogas - Para
combater drogas, principalmente o
tabagismo, o ponto fica no crânio,
em sua face lateral, exatamente na
vertical do ponto mais alto do pavi-
lhão da orelha, a cinco dedos de
distância para cima (fig. 48). Con-
tudo, há outros 2 pontos situados na
orelha e também indicados na figo
48. O 10ponto fica situado nessa pequena ponta que de certa forma constitui
a raiz da orelha.
O segundo no meio deste buraco que se forma ao pavilhão; é seme;-
lhante de tal forma ao interior de uma ostra - que se chama concha. E
necessário pressionar e esfregar várias vezes por dia esses pontos para
livrar-se do tabagismo.
3 - INDUÇÃO À LETARGIA
Primeiro balançamos o paciente conforme está indicado na figura 36.
Depois mandamos que respire profundamente pelo nariz e expire pela boca,
enquanto contamos até cinco. Logo após, pedimos que feche os olhos e que
imagine uma sensação de calma, de bem-estar ou que viva em pensamento
uma situação que lhe foi agradável. Logo depois do balanço inicial o
paciente deverá deitar-se ou sentar-se (o melhor é sempre deitar-se). Em
Figura 49 - Os pontos que interessam aos letargistas são: Fong Chen (VB 20);
Tien Tchou (V 10); Paé-Roé (Ve 20); Chao-Ting (Ve 19), todos assinalados na
figura acima, e também o 1nn-Trang, fora dos meridianos e assinalado na figura
45.
58 - LETARGIA E HIPNOSE SEM MAGIA
Figura 50 - Observe a posição dos dedos da mão direita no toque básico. Os
pontos VG 11 e V 15 (duplos) devem ser abrangidos pela mão como indicam
as figuras 39 e 40, e, pressionados quando se procede ao balanço inicial
indicado nafigura 36.
Para suprimir a tensão, comprimir e soltar alternadamente o ponto VB 21 e
toda área do ombro.
seguida tocamos o ponto INN-TRANG, o VB 20, V 10 e o VG 19. Com o
paciente sentado ou deitado de lado, poderemos ainda dedilhar a coluna
vertebral, várias vezes, de cima para baixo. Com o procedimento acima
indicado o paciente entrará rapidamente no primeiro estado letárgico, ou
seja, obnubilação.
Para combater a insônia - deite-se de costas, deixe cair o braço e a
perna esquerda fora da cama (fig 51). Respire profundamente umas 6 vezes.
Dentro de alguns minutos, sentirá uma dormência ou formigamento no
braço e perna. Neste momento, troque de posição e faça a mesma coisa com
o lado direito. Depois, repita a operação deitando-se de bruços. (Sempre
respirando).
A seguir, faça um "coquetel mental" que consiste em evocar uma escala
completa de recordações sensoriais tranqüilizantes: lembrança de uma
música suave, um quadro harmonioso, uma fruta saborosa, um perfume
suave, uma sensação cutânea agradável, a que se tem com um banho quente,
por exemplo.
60 - LETARGIA E HIPNOSE SEIVIIVIAGIA
Acrescente-se que o sono é grandemente facilitado pela absorção,
antes de deitar, de um copo de coalhada ou iogurte misturado com uma
colher de sopa de leite em pó e de uma colher de sopa de melaço preto.
Leite e melaço levam ao organismo o íon Cálcio Ca++ e a Vitamina
B6, reconhecidamente sedativos e tranqüilizantes devido ao equilíbrio
humoral que contribuem para estabelecer.
Há cerca de trinta anos, alguns médicos e psiquiatras, reunidos nos
Estados Unidos, começaram a se interessar pela influência que as cores
podem exercer sobre a mente humana.
Foi assim que nasceu a cromoterapia.
Os pacientes passaram a ser tratados em quartos com paredes de cor
considerada benéfica ao seu estado de saúde, podendo a mesma técnica ser
utilizada sob a forma de vidros ou de lâmpadas de cor.
Para ajudá-Ios a pôr em prática uma cromoterapia caseira, preparamos
o esquema que se segue:
- o vermelho excita, aumenta a circulação sangüínea e a atividade respira-
tória. Ele provou ser um aliado eficaz contra a neurastenia, a melancolia,
a apatia e a depressão nervosa;
o rosa facilita o sono;
o amarelo é a cor do sol, por isso esquenta, exalta, estimula o organismo ...
reanima os linfáticos, mas excita os nervosos.

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