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Tipo_de_Injusto_Culposo

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Prévia do material em texto

 CULPA é a inobservância do dever objetivo de cuidado 
manifestado numa conduta produtora de um resultado não 
querido, mas objetivamente previsível. 
 
 O CONTEÚDO estrutural do tipo de injusto culposo é diferente do tipo 
de injusto doloso: neste (doloso), é punida a conduta dirigida a um fim 
ilícito, enquanto no injusto culposo pune-se a conduta mal dirigida, 
normalmente destinada a um fim penalmente irrelevante, quase 
sempre lícito. 
 
 O NÚCLEO DO TIPO DE INJUSTO nos delitos culposos consiste na 
divergência entre a ação efetivamente praticada e a que deveria ter 
sido realmente realizada, em virtude da observância do dever 
objetivo de cuidado. 
 
 “A direção finalista da ação, nos crimes culposos, não corresponde á diligência 
devida, havendo uma contradição essencial entre o querido e o realizado pelo 
agente”. 
 
 
 O agente que conduz um veículo e causa, de forma não dolosa, a morte de um 
pedestre realiza uma ação finalista: conduzir o veículo. O fim da ação – ir a um 
lugar determinado – é jurídico-penalmente irrelevante. O meio escolhido, o 
veículo, neste caso, também o é. No entanto, será jurídico-penalmente 
relevante a forma de utilização do meio se o agente, por exemplo, conduzir a 
uma velocidade excessiva. 
 
 A TIPICIDADE do crime culposo decorre da realização de uma conduta não 
diligente (descuidada), causadora de uma lesão ou perigo concreto a um 
bem jurídico tutelado penalmente. Contudo, a falta de cuidado objetivo 
devido, configurador da imprudência, negligência ou imperícia, é de 
natureza objetiva. 
 
 TRATA-SE APENAS DE ANALISAR SE O AGENTE AGIU COM O CUIDADO 
NECESSÁRIO E NORMALMENTE EXIGÍVEL – o que somente é aferível no 
caso em concreto. 
 
 Da mesma forma que nos crimes dolosos, a tipicidade nos crimes culposos 
funciona como indício de antijuridicidade, que somente é afastada ante a 
ocorrência de uma causa excludente. 
 
 
 
 
 O tipo de injusto culposo apresenta os seguintes 
elementos constitutivos: 
 
 a) inobservância do cuidado objetivo devido; 
 b) produção de um resultado e nexo causal; 
 c) previsibilidade objetiva do resultado e 
 d) conexão interna entre desvalor da ação e desvalor 
do resultado. 
 
 
 
 
 
 
 Dever objetivo de cuidado consiste em reconhecer o perigo 
para o bem jurídico tutelado e preocupar-se com as 
possíveis consequências que uma conduta descuidada pode 
produzir-lhe, deixando de praticá-la, ou então, executá-la 
somente depois de adotar as necessárias e suficientes 
precauções para evitá-lo. 
 
 O essencial no tipo de injusto culposo não é a simples 
causação do resultado, mas sim a forma em que a ação 
causadora se realiza. Por isso a observância do dever 
objetivo de cuidado, isto é, a diligência devida, constitui 
elemento fundamental do tipo de injusto culposo, cuja análise 
constitui uma questão preliminar no exame da culpa. Na dúvida, 
impõe abster-se da realização da conduta, pois, quem se arrisca, 
age com imprudência, e, sobrevindo um resultado típico, torna-se 
autor do crime culposo. 
 
 
 
 
 
 A avaliação da inobservância do cuidado objetivamente devido 
resulta na comparação da direção finalista real (o que eu fiz) 
com a direção finalista exigida (o que eu deveria ter feito) 
para evitar as lesões dos bens jurídicos. A infração desse 
dever de cuidado representa o injusto típico dos crimes culposos. 
No entanto, é indispensável investigar o que teria sido, in 
concreto, para o agente, o dever de cuidado. E, como segunda 
indagação, deve-se questionar se a ação do agente 
correspondeu a esse comportamento “adequado”. Somente 
nesta segunda hipótese, quando negativa, é que surge a 
reprovabilidade da conduta. 
 
 O dever objetivo de cuidado dirige-se a todos, 
indistintamente, num plano objetivo. 
 
 
 
 
 
 
 O resultado integra o injusto culposo. Esse tipo de crime não 
tem existência real sem o resultado. 
 
 Havendo inobservância de um dever de cuidado, mas se o 
resultado não sobrevier, não haverá crime. 
 
 HÁ CRIME CULPOSO QUANDO O AGENTE NÃO QUER E 
NEM ASSUME O RISCO DA PRODUÇÃO DO RESULTADO, 
PREVISÍVEL, MAS QUE MESMO ASSIM OCORRE. 
 
 Esse resultado deve ser consequência da inobservância do 
cuidado devido (nexo causal). É indispensável que a 
inobservância do cuidado devido seja a causa do resultado 
tipificado como crime culposo. 
 
 
 O resultado deve ser objetivamente previsível. 
A ocorrência da ação típica deve obedecer às 
condições concretas, existentes no momento do 
fato e da necessidade objetiva, naquele instante, 
de proteger o bem jurídico. Assim como nos 
crimes dolosos o resultado tem que ser 
abrangido pelo dolo, nos culposos deverá sê-
lo pela previsibilidade. 
 
 A culpa reside na falta de prever o previsível. 
 
 
 O conteúdo do injusto no fato culposo é determinado 
pela coexistência do desvalor da ação e do desvalor 
do resultado. É indispensável a existência de uma 
conexão interna entre esses dois elementos, ou seja, que 
o resultado decorra exatamente da inobservância do 
cuidado devido, ou, em outros termos, que esse seja 
causa daquele. 
 
 No delito culposo, o desvalor da ação está 
representado pela inobservância do cuidado 
objetivamente devido e o desvalor do resultado pela 
lesão ou perigo concreto de lesão para o bem 
jurídico. 
 
 
 
 
 
 IMPRUDÊNCIA (+): É a prática de uma conduta arriscada ou perigosa e tem 
caráter comissivo. É a imprevisão ativa, onde se age com culpa no fazer 
alguma coisa. Caracteriza-se pela intempestividade, precipitação,insensatez ou 
imoderação do agente. Na imprudência há visível falta de atenção, o agir 
descuidado não observa o dever objetivo de cautela devida que as 
circunstâncias fáticas exigem. Se o agente fosse mais atento, poderia prever o 
resultado, utilizando seus freios inibitórios, e assim evitando a prática lesiva. 
 
 NEGLIGÊNCIA (-): É a displicência no agir, a falta de precaução, a indiferença 
do agente, que, podendo adotar as cautelas necessárias, não o faz. É a 
previsão passiva, o desleixo, a inação, ou seja, a culpa está na omissão, pois 
o agente não faz o que deveria ter sido feito antes da ação descuidada. O 
autor do crime culposo por negligência não pensa na possibilidade do resultado; 
este fica fora de seu pensamento, adequando-se melhor a negligência à 
denominada culpa inconsciente, isto é, culpa sem previsão. A negligência precede à 
ação (ao contrário da imprudência), pois significa a abstenção de uma cautela que 
deveria ser adotada antes do agir descuidado. 
 
 IMPERÍCIA: É a falta de capacidade, de aptidão, despreparo ou insuficiência 
de conhecimentos técnicos para o exercício de arte, profissão ou ofício. 
Imperícia não se confunde com erro profissional, na medida em que erro 
profissional é, em princípio, um acidente escusável, justificável e, de regra, 
imprevisível, que não depende do uso correto e oportuno dos conhecimentos e 
regras da ciência. 
 
 
 A culpa consciente, também chamada de culpa com 
previsão, ocorre quando o agente age, deixando de 
observar a diligência a que estava obrigado, prevê 
um resultado, previsível, mas confia convictamente 
que ele não ocorrerá. O agente, embora prevendo o 
resultado, espera sinceramente que este não se 
verifique, estar-se-á diante da culpa consciente, e 
não de dolo eventual. 
 
 O agente não quer o resultado e nem assume o risco 
deliberado de produzi-lo. A despeito de sabê-lo 
possível, acredita piamente que pode evitá-lo, o que 
só não consegue por erro de cálculo ou por erro na 
execução. 
 
 
 A ação sem previsão do resultado previsível 
constitui a culpa inconsciente. Nas hipóteses de 
culpa inconsciente pode-se atépreocupar-se com a 
segurança do próprio agente, que por sua 
desatenção, descuido ou “desligamento da 
realidade”, representa um perigo ambulante, não 
apenas para a sociedade, mas também a si próprio. 
 
 Na culpa inconsciente, apesar da presença de 
previsibilidade, não há previsão por descuido, 
desatenção ou simples desinteresse. A culpa 
inconsciente caracteriza-se pela ausência absoluta de 
nexo psicológico entre o autor e o resultado de sua 
ação, ante a inexistência de previsibilidade 
subjetiva. 
 
 Nos casos de culpa imprópria, o agente quer o 
resultado em razão de sua vontade estar 
viciada por erro que, com mais cuidado, 
poderia ser evitado. Na verdade, antes da ação, 
durante a elaboração do processo psicológico,; o 
agente valora mal uma situação (legítima 
defesa putativa) ou os meios a utilizar, 
incorrendo em erro, culposamente, pela falta 
de avaliação nesse momento; já, no momento 
subsequente, na ação propriamente dita, age 
dolosamente, objetivando o resultado 
produzido, embora calcado em erro culposo. 
Sua vontade encontra-se viciada, visto que 
baseada em representação equivocada. 
 
 
 Entre ambos, há um traço em comum: a previsão do resultado proibido. 
Mas, enquanto no dolo eventual o agente anui ao advento desse resultado, 
assumindo o risco de produzi-lo, em vez de renunciar à ação, na culpa 
consciente o agente repele a hipótese de superveniência do resultado, e, 
na esperança convicta de que este não ocorrerá, avalia mal e age. 
 
 Na hipótese de dolo eventual, a importância negativa da previsão do 
resultado é, para o agente, menos importante do que o valor positivo que 
atribui à prática da ação. Entre desistir da ação ou praticá-la, mesmo 
correndo o risco de produção do resultado, opta pela segunda alternativa 
valorando sobremodo sua conduta. 
 
 Na culpa consciente, o valor negativo do resultado possível é, para o agente, 
mais forte do que o valor positivo que atribui à prática da ação. Por isso, se 
estivesse convencido de que o resultado poderia ocorrer, sem dúvida, desistiria 
da ação. Não estando convencido dessa possibilidade, calcula mal e age. 
 
 No dolo eventual o agente decide agir por egoísmo, a qualquer custo, 
enquanto na culpa consciente o faz por leviandade, por não ter refletido 
suficientemente. 
 
  Há concorrência de culpas quando dois 
indivíduos, um ignorando participação do 
outro, concorrem, culposamente, para a 
produção de um fato definido como crime. 
 
 Havendo concorrência de culpas, os agentes 
respondem, isoladamente, pelo resultado 
produzido. Não se pode falar em concorrência de 
pessoas pela ausência do vínculo subjetivo 
(vontade de união), mas sim em existência de 
autoria colateral, onde não há a adesão de um à 
conduta do outro, ignorando os agentes que 
contribuem reciprocamente na produção de um 
mesmo resultado.

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