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FILOSOFIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA PARTE 3 UNIDADE 8 fbmg.blackboard.com / nead.tutoria@sistemabatista.edu.br / 3429-7256 Núcleo de Educação a Distância (NEAD) / FBMG 3 U N ID A D E 8 FILOSOFIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA PARTE 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------------------------- 5 2. O NEOPOSITIVISMO------------------------------------------------------------------------------------ 6 3. A CRISE DA RAZÃO-------------------------------------------------------------------------------------- 7 3.1 Desconstrutivismo ou Pós-modernismo--------------------------------------------------------------- 9 3.2 O novo Iluminismo------------------------------------------------------------------------------------- 10 Anexo - Glossário ------------------------------------------------------------------------------------------- 12 fbmg.blackboard.com / nead.tutoria@sistemabatista.edu.br / 3429-7256 U N ID A D E 8 4 FILOSOFIA Núcleo de Educação a Distância (NEAD) / FBMG 5 U N ID A D E 8 FILOSOFIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA PARTE 3 1. INTRODUÇÃO Na medida em que, celeremente, avança o pensamento contemporâneo pelo século XX na direção do XXI entramos em contato com duas atitudes diante do conhecimento que, pelo menos a uma pri- meira vista de olhos, se apresentam como antagônicas. De um lado, o neopositivismo ou positivismo lógico. Os pensadores dessa área, organizados pelo Círculo ou Escola de Viena, desejavam criar uma filosofia da ciência que fosse capaz de demarcar de maneira rigorosa o que é científico e o que não é científico. Eles partiam do pressuposto que o conhecimento só é conhecimento quando elaborado a partir dos cânones da ciência ou da metodologia científica. Por outro lado, como contraponto à ideia de que a razão humana é capaz de produzir ciência e tecnologia e dar conta de responder a todas as indagações que podemos levantar, surge uma crítica crescente a essa racionalidade quase perfeita, que dá seus primeiros sinais através do romantismo do século XIX, se estende ao Existencialismo de Soren Kierkegaard, chegando aos filósofos chamados de “Mestres da Suspeita”. Essa expressão, “Mestres da Suspeita”, foi cunhada pelo filósofo francês Paul Ricoeur (1913-2005) para designar os pensadores Marx, Nietzsche e Freud. Segundo Ricoeur, foram esses três pensado- res que suspeitaram das ilusões da consciência. Por consequência, para descobrir a verdade, é preci- so proceder à interpretação do que consideramos conhecer a fim de identificarmos o sentido oculto nos sentidos aparentes que a realidade nos revela. Mas, então, quem é que está com a razão? Na fbmg.blackboard.com / nead.tutoria@sistemabatista.edu.br / 3429-7256 U N ID A D E 8 6 FILOSOFIA busca da solução desse dilema, marcamos o último encontro dessa nossa inesquecível viagem com o filósofo alemão Jurgen Habermas que, lembrando um pouco Aristóteles de tempos tão idos, propõe uma espécie de “caminho do meio”, ao afirmar o caráter possível e desejável do exercício pleno da razão, contando que ela seja capaz de atender às exigências da ciência (verdade proposicional), da moral (justeza normativa) e da arte (veracidade subjetiva e coerência estética). 2. O NEOPOSITIVISMO Teve origem nos seminários organizados pelo Círculo ou Escola de Viena a partir de 1922. Esses filó- sofos tinham uma visão comum da filosofia baseada, sobretudo nas ideias de Ludwig Wittgenstein (1889-1951). Ludwig Wittgenstein é considerado por muitos estudiosos da filosofia contemporânea como o filó- sofo mais importante do século XX. O único livro que publicou em vida, o Tractatus Lógico-Philo- sophicus, exerceu profunda influência sobre os filósofos que criaram o Circulo de Viena. Núcleo de Educação a Distância (NEAD) / FBMG 7 U N ID A D E 8 FILOSOFIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA PARTE 3 Nele procurou esclarecer as condições lógicas que o pensamento e a linguagem devem atender para poder representar o mundo. A partir das ideias de Wittgenstein, os filósofos do Circulo de Viena se posicionaram contra a metafísica entendida por eles como herança do passado, como discurso sem significado, incapaz de assimilar o alcance das revoluções científicas em curso. Interessaram-se pela lógica e seu papel fundador com relação à matemática. Defendiam que as únicas proposições verifi- cáveis são as empíricas, pois só estas, como afirmava Hume, são proposições de fato. Queriam criar uma linguagem universal da ciência que evitasse as ambiguidades da linguagem comum e eliminas- se os paradoxos de tal modo a levar a uma descrição rigorosa da realidade. 3. A CRISE DA RAZÃO A ideia de uma crise da razão tem seu início associado ao movimento romântico do século XIX. A ideia de uma crise da razão tem seu início associado ao movimento romântico do século XIX. Ele representou uma reação ao racionalismo iluminista, ou seja, uma reação contra a ideia de que a ra- zão humana daria conta de todas as dificuldades possíveis graças ao avanço incontestável da ciência e da tecnologia. Dentre os filósofos que questionaram essa racionalidade quase perfeita, destaca- mos, no final do século XIX e no princípio do século XX, Kierkegaard e Nietzsche. fbmg.blackboard.com / nead.tutoria@sistemabatista.edu.br / 3429-7256 U N ID A D E 8 8 FILOSOFIA Considerado o fundador do existencialismo, o filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard (1813-1885), foi um severo crítico da filosofia moderna. Achava que desde o racionalismo cartesiano reforçado pelo hegelianismo, o ser humano passou ser tratado, não mais como um ser existente, mas como uma abstração, reduzido ao conhecimento objetivo. Pensava que, ao contrário, não se pode abrir mão da existência subjetiva, pois é a partir daí que o ser humano toma consciência de si e isso é ir- redutível ao pensamento racional. Entendia que a vida é cheia de contradições e complexidades que a razão não era capaz de solucionar. Nem tudo se explica pelo conceito, pois há sempre um tanto de paixão naquilo que move o espírito humano para dar um salto adiante. Nesse sentido, é que pensa a fé como a mais elevada das paixões humanas, a que nos permite dar o “salto no escuro”, o salto da fé e ir adiante. Um outro pensador que, de certo modo, questiona as bases dessa racionalidade colocada em pedes- tal, é Friedrich Nietzsche (1844-1900). Segundo ele, o que tem sido, ao longo dos séculos, chamado de conhecimento, não passa de interpretação, em que se atribui um determinado sentido ao que é objeto de conhecimento, sem que se explique, efetivamente, essa realidade. Nesse caso, o que a filosofia teria que fazer? Teria que decodificar o que está por trás das expressões e gestos humanos, examinar o conjunto do texto metafísico, a fim de desmascarar aquilo que era próprio da realidade concreta e que foi transformado em verdade eterna. Para que esse processo de decodificação ou deciframento dessas linguagens enganadoras se torne, realmente, possível, ele propõe a genealogia, Núcleo de Educação a Distância (NEAD) / FBMG 9 U N ID A D E 8 FILOSOFIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA PARTE 3 “que coloca em relevo os diferentes processos de instituição de um texto, mostrando as lacunas, os espaços em branco mais significativos, o que não foi dito ou foi recalcado e que permitiu erigir de- terminados conceitos em verdades absolutas e eternas. Qual seria, então, para Nietzsche o critério de verdade? É a vida, ou seja, o que gera conhecimento propriamente dito é o tipo de sentido ou in- terpretação da realidade que fortalece o nosso “querer-viver” e que precisa ser distinguido daquela interpretaçãoda realidade que contribui para degenerar ou denegrir aquilo que é mais vital em nós. 3.1 Desconstrutivismo ou Pós-modernismo Princípio do século XX: surge o movimento irracionalis- ta também chamado de desconstrutivismo ou pós-mo- dernismo. Criticam o uso da razão como arma de poder e agente de repressão em vez de instrumento de liberdade humana como proclamado pelo Iluminismo do século XVIII. Seguindo essa corrente, vemos florescer um indi- vidualismo exacerbado, narcisismo, vale tudo, a des-ra- zão que leva à aniquilação de todos os princípios e valo- res. A razão passa a ser vista como também deturpadora e pervertida a partir dos estudos de Marx e Freud. fbmg.blackboard.com / nead.tutoria@sistemabatista.edu.br / 3429-7256 U N ID A D E 8 10 FILOSOFIA A falsa consciência se torna, às vezes, instrumento de ideologia ou sujeita a impulsos inconscientes que colocam a razão a serviço da mentira e do poder. Quando a racionalidade se veste de razão de es- tado ou razão econômica, estamos lidando com uma visão parcial e instrumental da razão que tenta adequar meios a fins. É a razão que observa e normaliza, que calcula, classifica e domina em função de interesses de classes e não interesse da sociedade como um todo. 3.2 O Novo Iluminismo Para Jurgen Habermas, o paradigma da consciência está superado e deve ser considerado pelo pa- radigma da compreensão mútua entre sujeitos capazes de pensar e agir. A base desse paradigma: a atitude performativa dos participantes da interação que coordenam seus planos de ação, por meio de acordo entre si, sobre qualquer coisa no mundo. O exercício da razão plena é possível e desejável. Ela envolve o atendimento das exigências da ciência (verdade proposicional), da moral (justeza nor- mativa) e da arte (veracidade subjetiva e coerência estética). É tarefa do Novo Iluminismo mostrar aos defensores do irracionalismo que a crítica não-racional leva ao conformismo, uma vez que, sem o trabalho conceitual, não há como sair da facticidade, ou seja, do vivido. Núcleo de Educação a Distância (NEAD) / FBMG 11 U N ID A D E 8 FILOSOFIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA PARTE 3 A nova razão crítica deve: a) fazer a crítica dos limites internos e externos da razão, consciente de sua vulnerabilidade ao irra- cional; b) estabelecer os princípios éticos que fundamentem a ação normativa da razão; c) vincular essa construção a raízes sociais contemporâneas, submetendo-a à prova da realidade; d) esse solo social aparece no processo comunicativo, dentro do qual os indivíduos discutem e pro- põem argumentos, criticam as motivações subjacentes e desenvolvem as capacidades humanas de saber, de busca à verdade, da justiça e da autonomia. fbmg.blackboard.com / nead.tutoria@sistemabatista.edu.br / 3429-7256 U N ID A D E 8 12 FILOSOFIA GLOSSÁRIO Positivismo Lógico: É uma posição filosófica geral, também denominada empirismo lógico ou neopositivismo, desenvolvida por membros do Círculo de Viena com base no pensamento empírico tradicional e no desenvolvimento da lógica moderna. Existencialismo: É um termo aplicado a uma escola de filósofos dos séculos XIX e XX que, apesar de possuir profundas diferenças em termos de doutrinas, partilhavam a crença que o pen- samento filosófico começa com o sujeito humano, não meramente o sujeito pensante, mas as suas ações, sentimentos e a vivência de um ser humano individual. Tractatus Logico-Philosophicus: Foi o único livro publicado em vida pelo filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein. Foi escrito enquanto ele era um soldado, durante a Primeira Guerra Mun- dial, em 1918. Núcleo de Educação a Distância (NEAD) / FBMG 13 U N ID A D E 8 FILOSOFIA NA IDADE CONTEMPORÂNEA PARTE 3
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