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Tipos de Procedimentos de Desenhos Walter Trinca

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PROCEDIMENTO DE DESENHOS-ESTÓRIAS (D-E) 
PROCEDIMENTO DE DESENHOS DE FAMÍLIA COM ESTÓRIAS (DF-E) 
PROCEDIMENTO DE DESENHOS-ESTÓRIAS COM TEMA 
 
 
1. PROCEDIMENTO DE DESENHOS-ESTÓRIAS (D-E) 
 
O Procedimento de Desenhos-Estórias foi introduzido por Walter Trinca em 1972, como 
instrumento de investigação clínica da personalidade. Não é um teste psicológico, e sim um meio 
auxiliar de conduzir o exame psicológico. No diagnóstico psicológico, ele ocupa uma posição 
intermediária entre os testes projetivos gráficos e temáticos e as entrevistas semi e não- estruturadas. 
 
Na verdade, constitui-se na reunião de processos expressivos-motores (entre os quais se inclui 
o desenho livre) e processos aperceptivos-dinâmicos (verbalizações temáticas). Inclui, ainda, 
associações dirigidas do tipo "inquérito". Desse junção, surgiu um novo e individualizado instrumento, 
que possui características próprias. É um processo de "faixa larga", isto é, oferece maior amplitude de 
informações com menor segurança estatística, diferenciando-se, pois, dos chamados testes objetivos. 
 
A técnica de aplicação é bastante simples, baseando-se num convite que se faz ao examinando 
de ir se aprofundando em sua vida psíquica, especialmente por meio de desenhos e associações 
verbais. Solicita-se que ele realize seguidamente uma série de cinco desenhos livres (cromáticos ou 
acromáticos), cada qual sendo estímulo para que conte uma estória, associada livremente logo após a 
realização de cada desenho. Tendo concluído cada par desenho-estória, o examinando segue 
fornecendo esclarecimentos (fase de "inquérito") e o título. Destina-se a sujeitos de ambos os sexos, 
que podem pertencer a quaisquer níveis mental, sócio-econômico e cultural. De início, pensava-se que 
a aplicação deveria se circunscrever a sujeitos de cinco a quinze anos de idade. Posteriormente, 
verificou-se que a faixa etária poderia ser estendida a crianças de três e quatro anos, bem como a 
adultos de todas as idades. 
 
Para a aplicação, coloca-se uma folha de papel na posição horizontal, com o lado maior próximo 
do sujeito. Não se menciona a possibilidade de este alterar essa posição, nem se enfatiza a 
importância do fato. Solicita-se ao examinando que faça um desenho livre: "Você tem essa folha em 
branco e pode fazer o desenho que quiser". Aguarda-se a conclusão do primeiro desenho. Quando 
estiver concluído, não é retirado da frente do sujeito. O examinador solicita, então, que conte uma 
estória associada ao desenho: "Você, agora, olhando o desenho, pode inventar uma estória, dizendo o 
que acontece". Na eventualidade de o examinando demonstrar dificuldades de associação e de 
elaboração da estória, pode-se introduzir recursos auxiliares, dizendo-lhe, por exemplo: "Você pode 
começar falando a respeito do desenho que fez". 
 
Concluída, no primeiro desenho, a fase de contar estórias, passa-se ao "inquérito". Neste, 
podem ser solicitados quaisquer esclarecimentos necessários à compreensão e à interpretação do 
material que foi produzido tanto no desenho quanto na estória. O "inquérito" tem, também, o propósito 
de obtenção de novas associações. Ainda com o desenho diante do examinando, pede-se o título da 
estória. Nesse ponto, retira-se o desenho da vista do examinando. Com isso, temos concluída a 
primeira unidade de produção, composta de desenho livre, estória, "inquérito", título e demais 
elementos relatados. 
 
Pretende-se conseguir uma série de cinco unidades de produção. Assim, concluída a primeira 
unidade, repetem-se os mesmos procedimentos para as demais unidades. Na eventualidade de não se 
obterem cinco unidades em uma única sessão de 60 minutos, é recomendável combinar o retomo do 
examinando a uma nova sessão de aplicação. Não se alcançando o número de unidades igual a cinco, 
ainda que utilizado o tempo de duas sessões, será considerado e avaliado o material que foi produzido. 
Se as associações verbais forem pobres, convém reaplicar o processo, a partir da fase de contar 
estórias. 
 
O Procedimento de Desenhos-Estórias tem sua fundamentação em teorias e práticas da 
Psicanálise, das técnicas projetivas e da entrevista clínica. No essencial, essa fundamentação se 
sustenta em algumas afirmações principais: 
 
a) Quando a pessoa é colocada em condições de associar livremente, essas associações tendem 
a se dirigir para setores nos quais a personalidade é emocionalmente mais sensível. 
b) A pessoa pode revelar seus esforços, disposições, conflitos e perturbações emocionais ao 
completar ou estruturar uma situação incompleta ou sem estruturação. 
c) Diante de estímulos incompletos ou pouco estruturados, há uma tendência natural de o sujeito 
realizar uma organização pessoal das respostas, desde que para isso tenha liberdade de 
composição. 
d) Quanto menos diretivo e estruturado for o estímulo, maior será a probabilidade do aparecimento 
de material pessoal significativo. 
e) Havendo setting adequado, o cliente pode, nos contatos iniciais, comunicar os principais 
problemas, conflitos e distúrbios psíquicos que o levaram a procurar ajuda. 
f) No atendimento psicológico, os desenhos e as fantasias aperceptivas são modos preferenciais 
de comunicação da criança e do adolescente do que a comunicação verbal direta. 
g) Quando o sujeito realiza determinada sequência, em repetição, de provas gráficas ou temáticas, 
ocorre um fator de ativação dos mecanismos e dinamismos da personalidade, alcançando-se 
maior profundidade e clareza. 
 
2. PROCEDIMENTO DE DESENHOS DE FAMÍLIA COM ESTÓRIAS (DF-E) 
 
Foi, também, introduzido por Walter Trinca, em 1978, a partir dos resultados alcançados pelo 
Procedimento de Desenhos-Estórias. O examinando realiza uma série de quatro desenhos de família 
(cromáticos ou acromáticos), cada qual sendo estímulo para que conte uma estória associada 
livremente logo após a realização de cada desenho. Tendo concluído o desenho e a respectiva estória, 
o sujeito segue fornecendo esclarecimentos (fase de "inquérito") e o título. 
 
Cada desenho de família tem uma instrução definida e uma ordem regular no processo de 
aplicação, que são as seguintes: 
 
a) "Desenhe uma família qualquer"; 
b) "Desenhe uma família que você gostaria de ter"; 
c) "Desenhe uma família em que alguém não está bem"; 
d) "Desenhe a sua família". 
 
O instrumento teve sua origem nas técnicas gráficas e temáticas, sendo desenvolvido segundo 
padrões semelhantes aos do Procedimento de Desenhos-Estórias. Como neste, desenho, estória, 
"inquérito", título e demais elementos presentes sob cada consigna constituem uma unidade de 
produção que, no total de quatro, transmitem mensagens em si mesmas indivisas. Têm como fator 
nuclear as perturbações e os conflitos emocionais relacionados à dinâmica da família. Não se trata de 
teste psicológico, e sim de instrumento para uso clínico e para pesquisa. 
 
O DF-E tem por finalidade a detecção de processos e conteúdos psíquicos de natureza 
consciente e inconsciente, relacionados aos objetos internos e externos que dizem respeito à dinâmica 
da família. É empregado com vistas a ampliar o conhecimento das relações intrapsíquicas e 
intrafamiliares do examinando. Por isso, espera-se que sejam postos em evidência, relativamente a 
essas relações, os conflitos psíquicos, as fantasias inconscientes, as angústias atuais e pregressas, as 
defesas e outros componentes das forças emocionais. Sua aplicação é recomendada quando o 
profissional percebe ou intui que as dificuldades emocionais têm relação com os conflitos e os fatores 
familiares presentes no mundo interno e/ou no mundo externo do examinando. 
 
A fundamentação do Procedimento de Desenhos de Família com Estórias sustenta-se, mutatis 
mutandis, nos mesmos pressupostos que servem de base para o Procedimento de Desenhos-Estórias. 
Em particular, baseia-se em conhecimentos sobre a dinâmica inconsciente,a regra fundamental da 
associação livre, a dinâmica da família e os princípios gerais das técnicas projetivas. 
 
3. PROCEDIMENTO DE DESENHOS-ESTÓRIAS COM TEMA 
 
Pede-se que o examinando realize desenhos com um tema determinado. Este pode ser 
escolhido em função das necessidades do examinando e/ou examinador. Em seguida, pede-se ao 
examinando que conte estórias, nos moldes propostos para o Procedimento de Desenhos-Estórias 
habitual. Realiza-se o "inquérito" e solicita-se o título da produção. Por exemplo, o tema pode ser de 
uma pessoa louca, de doença física ou psíquica, da escola, da mãe doente etc. Essa modificação foi 
introduzida para focalizar de forma direta algum aspecto do conflito psíquico. Recomenda-se a sua 
utilização quando não haja um setting que promova naturalmente a expressão dos conflitos e 
perturbações. 
 
Tem sido sublinhado que uma dificuldade com o emprego desta forma do D-E consiste em fazer 
o examinando se confrontar diretamente com suas dificuldades, criando-lhe resistências ou/ mesmo, 
bloqueios defensivos. Apesar disso, tem sido usado com sucesso na focalização da representação 
social (vide, por exemplo, temas relacionados à representação social).

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