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RESUMO FISIOLOGIA DIGESTÓRIO

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RESUMO FISIOLOGIA SISTEMA DIGESTÓRIO
Os alimentos são usados na obtenção de elementos essenciais ao organismo, mas como fazemos reservas energéticas, não precisamos nos alimentar toda hora. Os sentidos (olfato, visão, paladar) nos ajudam na seleção dos alimentos. A quantidade de alimento ingerido é controlada pela sensação de fome e saciedade. 
	
Sequência: Ingestão do alimento (PTN, gordura, carboidratos) > redução do alimento em moléculas menores > digestão > absorção (região mais absortiva é o intestino delgado) > excreção anal.
O sistema gastro-intestinal (SGI) é formado do trato gastro-intestinal (é um grande tubo que começa na boca e termina no ânus. Sua luz está em contato com o meio externo e os órgãos são separados por esfíncters, para manter a direção céfalo-caudal do bolo alimentar) + órgãos anexos. 
São órgãos anexos: glândulas, fígado, vesícula biliar e prâncreas. Esses órgãos produzem e secretam secreções no trato gastro-intestinal.
SGI apresenta 4 processos:
-motilidade: condução, trituração e mistura com enzimas digestivas
-secreção: contém enzimas, íons e eletrólitos lançados na luz do tubo.
-digestão: torna macromoléculas em coisas menores. Transformação química e física.
-absorção intestinal (íntima ligação com o sistema circulatório) e excreção.
Rede Neural Intrínseca do Trato gastro-intestinal (S.N. ENTÉRICO): É um ramo do SNA que está na parede de todo o tubo digestivo e controla todas as funções motoras, secretoras e endócrinas do SGI.
SNE é formado pelos plexos ganglionares maiores ou intramurais e pelos plexos aganglionares. Os plexos ganglionares são o mioentérico (controle dos movimentos) e o submucoso (controle das secreções e do fluxo sanguíneo). 
Os plexos se comunicam entre si. Os plexos ganglionares fazem sinapse com fibras nervosas aferentes e eferentes do SNA. Esses plexos ganglionares contém interneurônios que conectam as sinapses entre a fibra sensorial que tem os receptores na parede do trato gastro-intestinal (TGI) e neurônios motores ou secretores que conduzem a informação do SNA para o trato gastro-intestinal. 
O SNA simpático libera noradrenalina, enquanto o parassimpático libera acetilcolina (efeito estimulatório sobre o TGI). O primeiro faz sinapse com os gânglios, que se comunicam com os plexos e estes com os órgãos, enquanto o segundo se comunica direto com os plexos.
No reflexo longo, ocorre a sensibilização dos receptores da parede e a mensagem passa para uma fibra aferente que leva a mensagem para o SNA e de lá sai uma fibra eferente para os plexos. RECEPTORES PAREDE FIBRA AFERENTE SNA FIBRA EFERENTE PLEXOS
Já no reflexo curto, a sensibilização dos receptores da parede passa diretamente para os plexos. RECEPTORES PAREDE PLEXOS
Ocorre uma regulação neuro-hormonal, na qual uma célula nervosa estimula uma célula endócrina a liberar o hormônio ou uma célula parácrina a liberar uma secreção que atua nas células próximas e, por isso, não cai na corrente sanguínea. 
Hormônios:
Gastrina: produzida pelas células G do antro do estomago e, em menor parte, pelas células do duodeno. É estimulada pela chegada do quimo no estomago, por distensão da sua parede e ação de peptídeos e aminoácidos. Ela estimula a secreção de HCl pelas células parietais.
Colecistocinina (CCK): produzido pela célula I da mucosa do duodeno. É estimulada pelos produtos da hidrólise de proteínas e lipídios. Estimula secreção enzimática pelas células acinares do pâncreas, contração da vesícula biliar e abertura do esfíncter de Oddi (está no ducto da vesícula biliar), retarda o esvaziamento gástrico, aumenta o número de células (efeito trófico) do pâncreas exócrino e potencializa a ação da secretina. Diminui a tonicidade do quimo, porque as substâncias presentes nele vão sendo absorvidas, aí ele não permanece hipertônico. Isso é importante para que ocorra novamente o esvaziamento do estômago.
Secretina: produzida pelas células S do duodeno em resposta ao ácido clorídrico esvaziado pelo piloro (final do estômago). Estimula a secreção de HCO3- pelo pâncreas e ductos biliares para formar bicarbonato e neutralizar o que está no duodeno, inibe secreção de ácido clorídrico e retarda o esvaziamento gástrico.
Peptídeo gástrico inibidor (GIP): células endócrinas do intestino delgado em resposta a gordura, AA e carboidratos liberam esse hormônio. Ele diminui a secreção e atividade motora do estômago.
Enterogastrona: secreção estimulada por osmorreceptores duodenais; parece estar associada com a regulação da tonicidade do quimo. 
A secreção salivar é uma mistura de secreções das glândulas parótidas, submandibulares, sublinguais e acessórias. Essas glândulas são túbulo-acinosas e se dividem em ácino-serosas (produção de enzimas) e ácino-mucosas (produz muco que protege contra a acidez, contato com os alimentos).
A parótida é uma glândula serosa que produz ptialina (alfa-amilase salivar); a submandibular é sero-mucosa e a sublingual é mucosa. 
A secreção produzida nos ácinos é conduzida pelos ductos intercalares (drenam os ácinos), estriados e interlobulares (são excretores).
SECREÇÃO SALIVAR
Gustação e fonação: lubrificação pelo muco
Protetora: higiene oral (remoção dos restos alimentares, secreções bactericidas, incorporação de flúor e fosfato aos dentes). 
Ação tamponaste: pH alcalino da saliva.
Função digestiva: ptialina quebra amido em maltose (dissacarídeo), maltotriose (3 unidades) e dextrina (um composto maior).
O pH ótimo da amilase salivar é 4-11 e sua ação continua no estômago até o pH baixar. A lípase lingual hidrolisa lipídios.
A saliva é hipotônica em relação ao plasma. Os íons mais comumente presentes na saliva são Na, K, Cl e bicarbonato. A saliva é produzida nos ácinos quase isotônica em relação ao plasma (SALIVA PRIMÁRIA). Quando ela flui pelos ductos estriados a sua composição é alterada, ficando hipotônica, e ela é chamada SALIVA SECUNDÁRIA. Nos ductos, ocorre a reabsorção de Na e Cl e continuam na saliva para secreção o HCO3- e o K.
A saliva é produzida pelas glândulas salivares, que são descritas em três pares: parótida, submandibular e sublingual. Essas glândulas possuem um formato tuboalveolar. Elas possuem uma parte chamada parte acinar, que pode ser classificada e acordo com a secreção que produz: a sublingual secreta em maior parte muco, logo é chamada sua parte acinar mucosa. A parótida produz secreção serosa e a submandibular é chamada mista, por produzir em igual quantidade secreção serosa e mucosa.
COMO É PRODUZIDA A SECREÇÃO SALIVAR?
Transporte de íons nas células acinares: tudo é encadeado pela alta da concentação de Ca++. A Na+/K+-ATPase que está na membrana basolateral é totalmente necessária para formar o gradiente de Na+ e K+ (3 sódios p/ fpra e 2 potássios pra dentro). Ela faz com que o Na+ saia e o K+ entre, aumentando sua concentração dentro da célula, fazendo com que ele saia por um transportador na membrana. O Na+ por ter alta concentração fora da célula, entra pelos transportadores Na+/H+ e o cotransportador Na+/K+/2Cl- (NKCC), levando com ele o íon cloreto. O excesso de Cl- sai, juntamente com o HCO3- que é formado na reação do CO2 com a água (CATALISADO PELA ANIDRASE CARBONICA), por um canal de ânions (CFTR). Isso cria um gradiente para que o sódio e a água saiam por via paracelular.
O K+ pode sair das células pelo transportador de K+ quando sua concentração chegar no limite.
No lúmen se forma NaCl, pois tem cloreto e sódio. E é isso que atrai a água, que sai pelas aquaporinas ou, tbm, por via paracelular.
O CFTR permite tanto a saída de cloreto quanto de bicarbonato. O Cl- vem da NKCC e o HCO3- da anidrase carbônica.
As células não ficam ácidas como H+ que vem tbm da anidrase, pois ele é trocado por Na+ pelo trocador na membrana basolateral.
Saliva primária: água, bicarbonato, sódio, potássio e cloreto.
Transporte iônico nas células ductulares: A Na+/K+-ATPase mantém os gradientes eletroquímicos do Na+ e do K+. Ao mesmo tempo ocorre uma operação paralela de antiporte dos íons citados anteriormente,fazendo com que ocorra o processo de absorção Na+ e Cl- do lúmen e secreção de K+ e HCO3- no mesmo. A impermeabilidade do ducto impede que a água seja absorvida em excesso por osmose.
Ocorre reabsorção de Na+ e Cl-, o sódio é transportado pelo canal de sódio e pelo trocador Na+/H+; e o cloreto pelo trocador de anions... isso faz com que sejam secretados POTÁSSIO e BICARBONATO para o lumen; o K+ é secretado pelo trocador K§/H+. Dessa forma, a SALIVA SECUNDÁRIA fica com alta concentração de potássio e bicarbonato maior que o do plasma, ou seja, hipotônica.
Quando a saliva é estimulada, as [Na+], [Cl-] e [HCO3-] aumentam, enquanto que a concentração de K+ diminui, continuando acima da concentração plasmática. Isso acontece porque, com o aumento da intensidade da secreção, o tempo para a modificação da saliva primária nos ductos é curto, e a saliva resultante fica parecida com a primária (menor nível de Cl-). Entretanto, o nível de HCO3- continua alto porque ainda assim é secretada pelo acino.
Falando sobre os componentes orgânicos, na maioria enzimas, elas são produzidas e armazenadas nas células acinares. Os principais produtos são a amilase, lipase, glicoproteínas e lisozimas. 
Em relação ao fluxo sanguíneo das glândulas, ele é dado conforme a quantidade de secreção. A estimulação do parassimpático provoca a dilatação da vasculatura das glândulas, aumetando o fluxo de secreção. O VIP e a acetilcolina liberada pelas terminações simpáticas e parassimpáticas são vasodilatadoras.
Ao contrário de muitas secreções, a saliva é controlada apenas pelo sistema nervoso autônomo, sem a influência de hormônios. Tanto a porção simpática quanto a parassimpática estimulam, quando excitados, a secreção e a eliminação da saliva. Todavia, se estimulada a porção parassimpática, a secreção é muito mais estimulada e seu fluxo aumenta bastante. As células acinares são inervadas por terminações nervosas parassimpáticas.
MOTILIDADE
A motilidade exercida pela musculatura otimiza os processos de digestão e absorção e mantém o sentido céfalo-caudal do alimento. Quando você toma remédio com muita água, você aumenta a motilidade e ele é absorvido mais rapidamente. 
**Na cavidade oral, faringe, terço superior do esôfago e esfíncter anal externo, há músculo estriado esquelético. Já no resto do tubo há musculatura lisa, que apresenta Gap Junctions, que promovem a comunicação elétrica entre as células. As fibras juntas formam feixes musculares e estes são inervados por um único neurônio. As varicosidades são os locais por onde os NT saem dos neurônios (são protuberâncias no neurônio). Isso é chamado de REB, ritmo elétrico basal, determinado nas regiões de marca-passo, fibras intersticiais de Cajal, que são um grupo de células especializadas que transmitem informações dos neurônios entéricos para as células musculares lisas através de junções comunicantes com as suas camadas musculares: longitudinal e circular. Além disso, essas células são marcapassos, com capacidade de gerar o ritmo elétrico básico (onda lenta).
A contração pode ser:
-fásica: contração e relaxamento periódicos são rápidos. Ex: esôfago, intestino delgado e grosso.
-tônica: contração mais duradoura, sustentada, em que a musculatura matém-se contraída por minutos ou horas, constituindo o que chamamos de tônus. Os esfíncters geralmente mantêm-se contraídos.
ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO NA MUSCULATURA VISCERAL
Ocorre um estímulo nervoso, que promove despolarização da membrana, o que sensibiliza os canais de Cálcio voltagem dependentes, que permitem a entrada desses íons na célula e ocorre a contração.
ESTÍMULO NERVOSO DESPOLARIZAÇÃO ATIVAÇÃO DOS CANAIS Ca+2 VOLTAGEM DEPENDENTES ENTRADQA DE CÁLCIO AUMENTA NIVEL DE CÁLCIO CITOSÓLICO CÁLCIO SE LIGA A CALMODULINA ATIVA A MIOSINA-QUINASE ATIVAÇÃO DA MIOSINA PROPICIANDO A INTERAÇÃO COM ACTINA CONTRAÇÃO
A musculatura lisa sofre pequenas contrações pulsáteis, chamadas ONDAS LENTAS. Elas não são um potencial de ação e cada seguimento tem um ritmo basal característico. Acredita-se que as ondas lentas sejam geradas na região do marca-passo onde tem fibras intersticiais de Cajal. Essa região possui fibras musculares diferenciadas e indiferenciadas. Elas são uma perturbação do potencial de repouso. É o intervalo entre os picos e são essenciais para que o processo de digestão ocorra de maneira uniforme. Quando atigem um limiar, deflagram um potencial de ação. AS ONDAS LENTAS ATIGEM O LIMIAR CONTRÁTIL, MAS NÃO O LIMIAR ELÉTRICO.
Por ação de modeladores (estímulo nervoso ou hormonal), a amplitude e a frequência podem ser mudadas e ocorre a formação de um potencial de ação (atinge o limiar elétrico). O potencial de ação é deflagrado por maior entrada de cálcio. 
Mastigação: redução do alimento a partículas menores e mistura com o muco secretado pelas glândulas salivares (lubrificação), início da hidrólise de carboidratos pela ptialina. É um ato reflexo que pode sofrer interferência pelo ato voluntário. O principal fenômeno que a mastigação ajuda é na deglutição. Quando um seguimento contrai, outro relaxa para o alimento ir seguindo.
Deglutição: passagem do bolo alimentar da boca para o estômago. O ato de deglutição começa voluntário e depois segue ato reflexo (SNC e SNE).
O esôfago tem o esfíncter esofágico superior e o inferior. Entre as refeições, o esôfago está relaxado e os esfíncters contraídos, sendo que o superior mais que o inferior, para manter o fluxo de cima para baixo. Por isso o esôfago funciona como barreira no período interdigestivo. 
Fases da deglutição:
- oral (fase voluntária): a ponta da língua comprime o alimento no palato duro e depois ele é direcionado para trás (passa pelo palato mole).
- faríngea (fase reflexa): inicia-se com a estimulação dos receptores táteis da oro-faringe (a epiglote fecha a traquéia e o palato mole chega para trás, para o alimento não ir para o nariz). EES relaxa para o alimento entrar pro esôfago.
- esofágica: começa com a entrada do alimento no esôfago. Para isso, o SNC deflagra uma onda peristáltica PRIMÁRIA que promove a abertura do esfíncter esofágico superior, aí o alimento passa para o esôfago e depois o esfíncter inferior se abre. As vezes, a onda peristáltica promovida pelo SNC não é suficiente para abrir os dois esfíncters, aí ocorre a deflagração de uma segunda onda por parte do SN Entérico.
- fase gástrica: a onda peristáltica que veio do esôfago abre o esfíncter esofágico inferior e o alimento passa para o estômago. Com a abertura do esfíncter, ocorre o relaxamento receptivo do estômago.
TRANSITO ESOFÁFICO
1) Abertura do EES: é composto de músculo esquelético, constituiu-se por uma zona de alta pressão que impese a sua distensão durante a respiração. Em repouso, contração tônica (inervação motora); deglutição, relaxamento, inibição da atividade nervosa excitatória.
2) Peristalse esofagiana: continuidade da deglutição. Peristalse primária: continuação da onda peristáltica iniciada na faringe que se propaga até o esôfago. Contração circular para a condução do alimento no sentido céfalo-caudal.
Peristalse secundária: ocorre na presença de partículas alimentares dentro do esôfago (ou refluxo gástrico). Distensão do esôfago pela presença de comida é iniciada por circuitos neurais intrínsecos (plexo mioentérico). 
3) Abertura do EEI: o músculo liso encontra-se espessado e funciona como o esfíncter gastro-esofágico. Durante a peristalse: relaxamento permite passagem do alimento. Repouso: contração tônica, controlada por nervos vagos e simáticos.
Patologias associadas ao esôfago: ALCALASIA; AZIA. ESPASMO ESOFÁGICO.
ESTÔMAGO
	Funções do estômago
	Armazenamento – atua como reservatório temporário do alimento
	Secreção de H+ - mata microorganismos e converte pepsinogênio em pepsina
	Secreção de fator intrínseco – absorção de vitamina B12
	Secreção de muco e HCO3- - proteção da mucosa gástrica
	Secreção de água para lubrificação 
	Atividade motora para misturar as secreções com o alimento ingerido
	Atividade motora que regulao esvaziamento do conteúdo para o duodeno
O alimento, quando chega no estômago, produz uma série de estímulos mecânicos que resultam na distensão da parede gástrica e o estiramento do músculo liso. A regulação ocorre de forma parácrina, endócrina e neural. Um neurônio aferente leva até o sistema nervoso central via nervo vago o estímulo que é interpretado e devolvido, ativando a via parassimpática.
As vias endócrinas são as da liberação de gastrina (estimulando a secreção) e a somatostatina (inibindo a secreção). Já as vias parácrinas incluem a liberação de histamina, que estimula a secreção. 
A força contrátil do estômago aumenta conforme vamos para a região antral, porque essa porção tem massa muscular mais densa. Como o estômago é um órgão de armazenamento, quando chega muito alimento, aumenta a sua motilidade para forçar o fechamento do piloro. A região do Antro também fica se contraindo, o que faz o alimento bater e voltar nessa região, movimento chamado retropropulsão do bolo alimentar que o ajuda a se liquefazer, virando quimo. 
A propulsão peristáltica inicia-se na região do marca-passo e aumenta no sentido da região antro-pilórica. No estômago também ocorre a mistura alimento-líquido estomacal e trituração na região antral.
Vai adiantar o estômago esvaziar o conteúdo tudo de uma vez no duodeno? Não. 
1º- Não vai caber tudo no duodeno; 2º- Não vai dar conta de terminar de digerir todo o conteúdo e 3º- A acidez excessiva pode lesar o duodeno todo.
Esvaziamento gástrico: ocorre com a abertura do piloro, fazendo com que o quimo saia do estômago e vá para o duodeno. O esfíncter pilórico faz a barreira estômago-duodeno nos períodos interdigestivos; e regula a velocidade de esvaziamento gástrico de acordo com a capacidade do duodeno em processar o quimo.
Controle da atividade motora do piloro:
- SNA: Acetilcolina e Noradrenalina promovem a contração.
- hormônios gastrointestinais (liberados quando o alimento chega no duodeno): gastrina, secretina, enterogastrona > também promovem a contração.
Se tiver alimento no duodeno, o piloro mantém-se contraído para que o duodeno possa processar o quimo. 
No duodeno, ocorre a sensibilização de quimio, osmo e mecanorreceptores, o que ativa vias noradrenérgicas (SN Simp.) e culmina na contração do piloro. O pH ácido do quimo no duodeno estimula a secreção de SECRETINA, que, além de contrair o piloro retardando o esvaziamento gástrico, estimula a secreção alcalina do pâncreas tamponando o HCl.
As vias colinérgicas (SN Paras.) também promovem a contração do piloro.
Os quimiorreceptores duodenais quando detectam a presença de lipídios (PRODUTOS DE HIDRÓLISE), estimulam a colecistocinina (CCK), que contrai o piloro para que ocorra a diminuição do esvaziamento gástrico.
Os aa no duodeno induzem a liberação da gastrina para também diminuir o esvaziamento gástrico.
OBS: toda resposta de feedback para fechar o piloro é gerada no duodeno. Quando ocorre a absorção no duodeno, o piloro pode novamente se abrir.
Contraem o piloro: gastrina, secretina, cck, GIP, acetilcolina e noradrenalina.
SECREÇÃO GÁSTRICA
Por que a secreção gástrica é importante? 
Temos uma quantidade enorme de bactérias no intestino e essas bactérias devem ficar no intestino, não devem subir até o estômago, e por este motivo, a acidez estomacal é importante, separando esses micros ambientes. Além disso, essa acidez vai começar o processo de digestão (no estômago), ex.: pepsina – enzima proteolítica que são secretadas pelas células principais no estômago (na forma inativa, como pepsinogênio). Apresentam também estruturas glandulares que estão formando toda a mucosa, principalmente no corpo do estômago. Essas estruturas vão produzir determinadas substâncias que serão jogadas no lúmen do estômago. As principais glândulas são chamadas de glândulas oxínticas (parietais), presentes nos dois terços proximais do estômago, no fundo e no corpo do estômago, mas principalmente no corpo do estômago. Existe células na qual produzem o HCl estomacal (localizadas no interior das glândulas oxínticas), são chamadas de células parietais gástricas. Também existem as glândulas pilóricas, que estão no terço distal mais próximo ao esfíncter pilórico.
OBS.: As células parietais também secretam outra substância, chamado de fator intrínseco. Este fator é uma substância fundamental para absorção intestinal da vitamina B12. Em caso de câncer, quando se tem uma secção cirúrgica de grande parte do corpo do estômago. Esse indivíduo pode desenvolver um quadro de anemia, por deficiência de vitamina B12. Porque sem a produção do fator intrínseco a absorção intestinal da vitamina B12 é muito prejudicada.
Mecanismo de produção do HCl pelas células parietais gástricas 
A imagem representa a parte luminal da cél. parietal que está voltada para o canalículo da glândula. Assim o HCl será jogado pelo canalículo, sendo liberado na mucosa do estômago
Como ela produz o ácido clorídrico? 
O CO2 da respiração celular se combina com a água, pela ação de uma enzima chamada de anidrase carbônica, dando origem ao ácido carbônico. O ácido carbônico é muito instável e se decompõem em próton H+ e bicarbonato, o bicarbonato é jogado na corrente sanguínea por causa de um trocador bicarboneto-cloreto e o próton será secretado pela bomba (próton potássio ATPase) para a luz da glândula. No transporte ativo secundário o bicarbonato-cloreto botou o cloreto para dentro da célula, sendo jogado no lúmen pq existe um canal de cloreto na membrana luminal.
Existem substâncias que estimulam a liberação do HCl! E como é regulada essa secreção? 
Na célula parietal existem receptores importantes para algumas substâncias que vão atuar regulando a secreção de prótons, ou seja, a atividade da bomba pode ser aumentada ou diminuída pela ação de determinadas substâncias. Existem receptores M3 muscarínico de acetilcolina (SNA parasimpático). Existem outros dois receptores CCKb – da molécula gastrina. O que é a gastrina? É um hormônio produzido no antro gástrico, nessa região existem determinadas células, chamadas de células G, que em resposta ao produto de degradação proteica (pelo ácido e pela própria pepsina – ocorrendo à formação de peptídeos e de alguns aminoácidos). Então alguns produtos de degradação proteica estimulam essas células a liberarem esse hormônio nas células sanguíneas – para o hormônio ter ação! Então, via corrente sanguíne a gastrina vai chegar nas células parietais, que apresentam receptores de gastrina (CCKb). Além disso, existem determinadas células próximas às células gastricas, chamadas de ECL, que produzem a histamina e existem receptores de histamina (receptores de histamina do tipo 2 – “H2”), que estão presentes nas células parietais gástricas. A acetilcolina, gastrina e histamina são os três principais estimuladores da secreção de ácido clorídrico da célula parietal. A mais importante é a histamina! 
	Existem vias de sinalização distintas, então o receptor M3e o CCKb ativam a PTN Gq, aumentam o IP3 e cálcio e isso faz com que ative a bomba. A outra via, é a via do receptor de histamina, ativam a PTN Gs, aumentam o AMPcíclico que leva a ativação da bomba. A produção de histamina pela célula ECL é estimulada tanto pela acetilcolina, quanto pela gastrina. Ou seja, a acetilcolina liberada pela estimulação vagal, bem como a gastrina que é liberada pela célula G em resposta ao produto de degradação proteica, essas duas substâncias estimulam TAMBÉM essa célula ECL para produzir histamina. Essa produção estimula a produção do ácido clorídrico. 
A cimetidina e ranitidina são fármacos que atuam na diminuição da acidez estomacal. Já que se liga nos receptores de histamina, não ativa o receptor e não deixa a histamina se ligar, reduzindo a produção de HCl, pois ainda existe duas outras vias. Já o omeprazol, consegue bloquear a bomba. Com isso, ocorrerá um bloqueio significativo da produção de ácido clorídrico, mais do que o bloqueio feito pela cimetidina e ranitidina, já que está sendo bloqueando a via efetora comum.A Ach inibe a célula D, que é uma inibidora da Cél G (produtora de Gastrina), dessa forma, a Ach inibe a inibição e, com isso, estimula também a produção de Gastrina e portanto sua ligação ao cckb e, consequentemente, a produção de HCl.
Somatostatina, prostaglandinas e fatores de crescimento epidérmico são inibidores endógenos da secreção de HCl. Ativam a proteína Gi que inibindo a adenilato ciclase para a produção do AMPc, sem o AMPc não ocorre a ativação da bomba H+/K+/ATPase. *a somatostatina é produzida pelas células D, localizadas nas glândulas do corpo, e pelas células D do antro. Quando a concentração de H+ no lúmen alcança um pH menor que 3, a somatostatina é liberada por células endócrinas na mucosa do antro, parte mais distal do estômago. A somatostatina tem ação parácrina nas células G vizinhas, inibindo a secreção de gastrina, o que reduz a secreção gástrica ácida.
O omeprazol é utilizado para o tratamento de úlcera e gastrite. O que é ulcera e o que é gastrite? E qual a relação com o helicobacterpilóri? 
As células importantes para a produção do muco (céls. mucosas do colo e as células epiteliais), formam uma película sob o epitélio estomacal isolando-o. O muco tem característica alcalina, devido a presença de bicarbonato, que é jogado nesse muco, ocorrendo à formação da barreira mucosa gástrica que consegue isolar o microambiente que está na luz do estômago da superfície do epitélio estomacal, protegendo do HCl, estas células constantemente estão formando essa camada mucosa, Já que a acidez destrói esse muco o tempo todo. Então, pode acontecer dessa acidez conseguir vencer a barreira mucosa e gerar lesões no epitélio, essas lesões geram um processo inflamatório local que é conhecido como GASTRITE e quando o HCl lesa as camadas mais superficiais, ocorre necrose gerando feridas (buracos) na mucosa, podendo atingir até as camadas musculares (casos extremos), é chamado de ÚLCERA. 
Por que a ulcera ocorre principalmente na região do Duodeno? 
Na região duodenal tem a chegada do suco gástrico e os seus mecanismos de defesa não são tão eficientes, mesmo tendo a secreção pancreática (rica em bicarbonato,PH 7.3, diferente do pH do suco gástrico - 3.0) sendo jogada. 
Existe uma regulação muito “fina” em relação à quantidade de suco gástrico produzido e a quantidade de muco, então, sempre que essa balança tender a aumentar a produção de HCl ou se ocorrer a diminuição da barreira de proteção, ocorrerá uma lesão na mucosa. 
Causas: Estresse intenso seja por alterações bruscas na temperatura ou até mesmo trauma mecânico. Além de alguns anti-inflamatórios (ex.: aspirina), que tendem a provocar uma diminuição do muco e um aumento da produção de HCl.
Com relação à helicobacterpilori (H. pylori - microorganismo), que está relacionado principalmente com o desenvolvimento de ulceras, é uma bactéria que não tem uma capacidade evasiva, não consegue penetrar no epitélio, não é um patógeno intracelular. Essa bactéria fica presente no muco e vai produzir substâncias para desagregar a barreira da mucosa e estimular as células a produzirem mais acidez. Tendo um papel fundamental no desenvolvimento de úlcera e gastrite. Então quando se trata de ulcera e gastrite, fazem inicialmente uma pesquisa para saber se o indivíduo apresenta essa bactéria. Se o indivíduo for positivo a esta bactéria, não adianta utilizar somente um inibidor de acidez (cimetidina e omeprazol), já que este medicamento não é para ser tomado eternamente, pois não se pode diminuir a acidez eternamente, já que isso prejudicaria a digestão. Então é associado ao tratamento, antibióticos para o tratamento da H. pylori, chamado de terapia tríplice (2 antibióticos e o inibidor de acidez).
Digestão no estômago: Apesar de ocorrer digestão de alguns nutrientes no estômago, ele não é necessário para esse tipo de função porque o intestino supre essas necessidades. Ocorre alguma digestão de carboidratos pela amilase que fica protegida pelo substrato e não é dregadada no ambiente ácido. Também ocorre o início da digestão de lipídios. Os lipídios são ligeiramente emulsificados e suas gotas sofrem a ação da lipase gástrica, gerando ácidos graxos livres e monoglicerídeos. 
Secreção de pepsinogênio
Também faz parte da secreção gástrica, além do HCl. É uma pró-enzima que é clivada gerando a enzima ativa, a pepsina que vai atuar degradando proteínas para gerar peptídeos.
No primeiro momento, quem vai ativar o pepsinogênio é o HCl gerando a pepsina ativa que faz auto catálise para a geração de mais pepsina. 
Sua produção é regulada pelos mesmos agentes reguladores da secreção de HCl. 
Fases da secreção gástrica: vai ser controlada por duas fases, a primeira é a fase cefálica e a segunda é a fase gástrica.
• Fase cefálica: fase onde se tem apenas o controle reflexo acontecendo, via Ach. É um controle vagal porque depende do nervo vago. Isto é dado por reflexos condicionados, gustação, olfação, mastigação, deglutição e até a própria hipoglicemia, todos eles atuam aumentando os níveis de Ach. A acetilcolina não só atua nas células parietais aumentando a secreção de HCl como também faz o aumento da liberação do peptídeo liberador de gastrina (GRP) que vão atuar nas células G aumentando a secreção de gastrina, que por sua vez vai atuar na célula parietal aumentando a secreção de HCl. Então, esse estímulo depende apenas de Ach, é apenas um estímulo reflexo.
• Fase gástrica: quando o alimento chega ao estômago; responsável pela maior parte da secreção gástrica e também da secreção de H⁺. Além dos reflexos via Ach também terão os reflexos locais pela própria distensão da parede do estômago. Receptores da mucosa gástrica são sensibilizados pela própria distensão da parede, isso gera uma resposta que é o aumento da secreção de Ach que vai atuar nas células parietais aumentando a secreção de H⁺. 
O próprio GRP aumenta em resposta a Ach e vai atuar nas células G aumentando a secreção de gastrina, esta por sua vez vai lá nas células parietais aumentando a síntese de H⁺.
Secreção de muco e bicarbonato
O muco vai ser secretado por umas células que estão mais na superfície da glândula, que são as células mucosas, do pescoço e da superfície da glândula estomacal. Composto de glicoproteína, principalmente mucina que estão sempre sendo produzidas pelas células do pescoço e da superfície da glândula. A mucina está sempre sendo degradada por ação da pepsina (presente no suco gástrico). Caso as células responsáveis por essa secreção sofram alguma degradação, existem células (localizadas um pouco mais pra dentro, do pescoço e da glândula) que podem se diferenciar regenerando as células produtoras de muco da superfície.
O gel mucoso é dado pela estrutura tetramérica da proteína (mucina) e quando ela se polimeriza, faz um arranjo que dá a viscosidade. Esta estrutura tetramérica é responsável pela formação do gel viscoso que protege a parede estomacal. Quando sofre ação proteolítica da pepsina, elas são repostas. 
Todas as células conseguem se proteger do suco gástrico em função da camada de muco que aprisiona, sequestra o HCO₃ que é secretado, formando uma camada de muco (pH neutro) na região da superfície das células.
INTESTINO 
A maior função do intestino no trato GI é a de digestão e absorção da grande maioria dos nutrientes. Isso se deve ao fato da sua grande área de absorção da mucosa, a qual possui muitos vilos. A regulação desses processos envolvem estímulos hormônios, parácrinos e neurais. 
	Os estímulos que regulam esses processos são mecânicos e químicos e incluem a distensão da parede intestinal, presença de prótons, osmolaridade elevada e nutrientes no lúmen.
	Estágios constituintes da fase intestinal
	Aumento da secreção pancreática
	Aumento da contração da vesícula biliar
	Relaxamento do esfíncter de Oddi
	Regulação do esvaziamento gástrico
	Inibição da secreção de ácido gástrico 
	Interrupção do complexo motor migratório
PÂNCREAS
É uma glândula tubulo-acinar situada paralelamente a curvatura do duodeno.Apresenta secreção tanto endócrina quanto exócrina.
Endócrina ilhotas de Langerhans produzindo insulina e glucagon (produção de hormônios para o controle do metabolismo)
Exócrina controla a função digestiva. Essa se divide em duas:
1) componente aquoso células dos ductos secretam HCO3-, neutralizando o quimo tamponar o quimo pH 8,2
2) componente proteico células acinares produzindo enzimas ligadas a digestão.
Os acinos se agrupam em lóbulos que são separados entre si por tecido conjuntivo. A secreção rica em ptn produzida por esses acinos é drenada, diretamente, pelos ductos intercalares.
O epitélio do ducto intercalar se diferencia em células centroacinares -prolongamentos desse epitélio cuja caracteristica é a produção de NaCl; e em células acinares.
Ao longo do sistema de ductos há mudança na composição da secreção.
O ducto excretor interage com a vesícula biliar e junto com o ducto que drena a vesicula forma o ducto biliar comum, que por sua vez, desembocará na Ampola de Vater, no duodeno.
Os acinos secretam enzimas digestivas. Apresentam células piramidais e extremamente ricas em GRÂNULOS DE ZIMOGENIO (estocam ptn na sua forma de “pro’-enzima”, sendo que em alguns casos, as enzimas já encontram-se ativas). Esses grânulos se localizam na região mais apical da célula e são liberados por exocitose no lúmen do acino. Lembrando que para que isso ocorra é necessário estímulo, quando o mesmo cessa, a célula volta ao seu estado basal.
Principais agonistas excitatorios da secrecao acinar: CCK (produzido nas células I duodenais // receptores são o ccka e cckb) e Ach (sinal neural parassimpático // receptores muscarínicos)
Principais receptores da membrana basal: muscarínicos (Ach) e para CCK (esses se dividem em tipo A e tipo B e se diferem em relação a estrutura e afinidade ao substrato).
Ccka: tem maior afinidade por CCK (ou seja, responde a baixas concentrações de CCK, como a concentração fisiológica, por exemplo) e estimula a secreção proteica pancreática
Cckb: tem menor afinidade por CCK (ou seja, é necessária alta concentração de CCK para que haja resposta) e inibe a secreção proteica pancreática.
 Por que as respostas de A e B sao diferentes se os dois se ligam a CCK?
Devido as vias de sinalização a que cada receptor pertence. Porem em ambas vias o calcio como segundo mensageiro principal.
Cálcio como segundo mensageiro principal:
- aumento da frequencia das ondas de calcio = estimulo da secrecao
- aumento da concentracao de calcio intracelular, porem essa continua aumentando (o que causa danos a celula) = inibicao da secrecao
Células centroacinares: secretam NaCl em pequeno volume. Também são estimuladas por Ach e CCK.
Sinal de Ach e CCK aumenta concentração citosólica de Ca2+ ativa ptns PKs fosforilam os canais de Cl- (região luminal) e K+ (região basolateral), tornando-os mais permeáveis aos	seus respectivos íons.
Bomba de sódio/potássio gera gradiente eletroquímico. Positivo fora, negativo dentro acúmulo de Na+ fora da célula.
Existe um transportador tríplice (1Na+:2Cl-:1K+) na membrana basolateral que depende do gradiente de Na+ (nessa mesma membrana SEMPRE tem uma bomba Na+/K+ATPase). Esse transportador meio que dissipa o gradiente formado pela sódio/potássio ATPase, pois ocorre a entrada de sódio, juntamente com cloreto e potássio.
Ou seja, ele provoca um aumento na concentração de Cl-, fazendo com que fique a cima do equilíbrio, gerando consequentemente a saída de Cl- pelo canal de Cl- na membrana luminal. Isso provoca um aumento da eletronegatividade luminal, o que promove o efluxo de Na+ por via paracelular. Formando NaCl e por consequência osmótica ocorre também a secreção de água, por via paracelular e transcelular.
A bomba Na+/K+ATPase gera o impulso necessario para ativar o transportador triplice. 
Esse impulso promove o funcionamento da seguinte forma: Na+ é mandado para fora da célula aumenta concentração de Na+ fora da célula e diminui dentro da mesma gradiente (=diferencia de concentração dos íons entre os compartimentos celulares) ativa o transportador tríplice provocando a entrada de Na+ a fim de “corrigir” esse gradiente e com isso, Cl- e K+ acabam entrando junto com o Na+.
Dessa forma, a concentração intracelular de Cl- aumenta, provocando um gradiente eletroquímico (ou seja, dentro fico mais negativo em relação a parte de fora) que ativa os canais de Cl- que proporcionam a saída do excesso desse íon.
Essa saída de Cl- provoca um novo gradiente, que induz a entrada de Na+ na célula (oriundo da via intercelular).
O Cl- e o K+ ficam sendo reciclados, já que esse movimento é um ciclo!
Qual a importância de ter Cl- no lúmen? Ele será trocado por HCO3- que será então secretado (NOS DUCTOS).
Qual a importância de secretar HCO3-? Ele neutraliza o quimo, o que é importante, pois as células intestinais só funcionam quando o pH está mais alto.
Origens do HCO3- no ducto excretor:
	1) pode entrar junto com o Na+ por um trocador da membrana basolateral. Entra 1 Na+ e 2 HCO3-.
	2) formado dentro da célula a partir de CO2 (oriundo da respiração celular, do metabolismo ou pela entrada por difusão das moléculas que estão no sangue). Tem influxo tbm de CO2 e H2O para essa reação ocorrer.
Obs.: esse HCO3- pode então ser secretado para o lúmen do ducto excretor.
Origens do Cl- para trocar com HCO3-:
	1) células centroacinares (já que secretam NaCl)
	2) Mais Cl- é secretado através do canal CFTR da membrana luminal (é ativado por AMPc). Esse Cl- trocado recircula pelo trocador aniônico.
 O HCO3- é secretado através do trocador aniônico Cl-/HCO3-, fica apenas o H+ dentro da célula, acidificando-a. E agora?
Existem dois mecanismos para tirar esse próton da célula:
	1) trocador Na+/H+ (como é transporte ativo secundário precisa de um primário para funcionar. Assim, ele usa o gradiente de Na+ da bomba Na+/K+ATPase)
	2) bomba H+/ATPase = manda H+ para fora da célula por transporte ativo.
O grande estimulador da secreção de HCO3- é a secretina (produzida nas células S do intestino) e não a Ach e a CCK, como anteriormente.
Composição da secreção pancreática final: secreção rica em ptn, bicarbonato e cloreto, com pH final de 8,0 a 8,3. É isotônica em relação ao plasma. É uma secreção aquosa composta principalmente por Na+ e HCO3-.
Estimulação da porção proteica: cck e Ach.
Estimulação da porção aquosa: secretina.
	A composição da secreção depende do fluxo secretório:
	1) com pequeno fluxo secretório: composição perto da plasmática.
	2) com alto fluxo secretório: aumento de secretina leva a aumento de AMPc, que provoca um aumento na condutância dos canais de Cl-, aumentando a concentração de Cl- no lúmen. Sendo assim, tendo mais Cl- para trocar, maior a secreção de HCO3-. Portanto, nesse caso, aumenta [HCO3-], reduz [Cl-] e [Na+] e [K+] não se alteram.
	O pâncreas tem uma alta taxa de síntese e secreção proteica
	As células acinares secretam cerca de 20 ptns distintas (como pro-enzimas e enzimas)
Enzimas proteoliticas
São quantitativamente as mais importantes: tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase.
Endopeptidases: tripsina, quimiotripsina e elastases. 
Enteropeptidades estão localizadas na borda em escova (vilosidades do epitélio intestinal que apresentam ainda microvilosidades na sua superfície, aumentando assim, a superfície de contato) e são responsáveis por clivar tripsinogênio e gerar tripsina. A tripsina por si só já degrada as outras formas inativas em ativas.
	
Tripsinogenio tripsina (1)
Quimiotripsinogenio quimiotripsina (2)
Procarboxipeptidase carboxipeptidade (3)
Portanto, se ocorrer alguma alteração na enteropeptidase, todo o mecanismo digestivo que envolve uma dessas enzimas fica comprometido, jé que ela é quem catalisa a primeira reação da cascata de obtenção das demais enzimas proteolíticas digestivas do suco pancreático.
Alfa amilase pancreática
Semelhante a alfa-amilase salivar = endoamilase cliva ligações alfa-1,6 no interior da molécula de açúcar. Portanto, participa da digestão de carboidratos.Enzimas lipoliticas
- Fosfolipase (ativada por tripsina) cliva ácidos graxos (AG)
- Colesterol-ester-hidrolase hidrolisa ésteres de colesterol em colesterol
- Lipase pancreática cliva triglicerídeos em AG
- Colipases não tem ação enzimática, atuam como cofatores para acao da lipase
- Fosfolipase AL é lançada no duodeno como pro-enzima
CONTROLE DA SECRECAO PANCREATICA
 Ativação das fibras parassimpáticas ativam a secreção pancreática (Ach)
 Ativação das fibras simpáticas inibem a secreção pancreática (noradrenalina, principalmente). 
A distensão da parede do intestino pela passagem do quimo é o estimulo necessário para as células endócrinas da parede secretarem hormônios no sangue sinalizando para o lançamento da secreção pancreática. 
Esses hormônios são CCK e Secretina e vão ter os seguintes efeitos:
CCK: induz a secreção do componente proteico (ela estimula os acinos, potencializando a secreção enzimática. Secundariamente, potencializa a ação da secretina, aumentando a secrecao de HCO3-). 
Secretina: induz a secreção do componente aquoso (estimula células dos ductos, aumentando a secreção de HCO3-).
Obs.: a Ach sinaliza mais para a secreção enzimática do que a aquosa (já que estimula os acinos).
Fases de secrecao:
1) Fase cefálica:
Predominantemente enzimática e começa antes da ingestão do alimento. A Ach induz o aumento da secreção enzimática e de pouca secreção de HCO3-. Nessa fase, haá redução do fluxo sanguíneo, o que reduz a secreção pancreática (promovida pelo sistema simpático, devido a vasoconstrição).
2) Fase gástrica:
Começa quando o alimento chega no órgão, distendendo-o. Envolve o nervo vago e a Ach. O estimulo principal é a secreção enzimática.
3) Fase intestinal:
Responsável por 80% das secreções.
	Enzimas das reacoes:
(1) enteropeptidase
(2) tripsina
(3) tripsina
Células I produzem CCK estimulam células acinares produzem secreção rica em enzimas
(o efeito acima é potencializado por Ach)
Aumento da [H+] estimulam celulas B produzem secretina AMPc produz secreção aquosa
(esse efeito da secretina é potencializado por Ach e CCK) 	
FIBROSE CÍSTICA
Doença genética, produção de moléculas defeituosas da proteína formadora do canal CFTR! Ele tá na membrana luminal das glândulas salivares, dos ductos pancreáticos, das vias aéreas e em vários outros tecidos. A perda desse canala altera a secreção de íons em várias membranas luminais de ductos secretores.
FÍGADO
As células do fígado (hepatócitos) se organizam em lóbulos e entre os lóbulos localizam-se veias. A cada 2 fileiras de hepatócitos tem um sinusóide (a ramificação da veia porta mais a ramificação da artéria hepática forma o sinusóide). 
A tríade é formada pela ramificação da veia porta mais a ramificação da artéria hepática mais o ducto biliar.
O fluxo sanguíneo vai em direção a veia central, enquanto a bile vai em direção oposta à veia central. 
Entre as membranas apicais dos hepatócitos encontram-se os canalículos que são responsáveis pela drenagem da bile que é formada pelos hepatócitos.
O sangue flui da periferia dos lóbulos para o centro, ou seja, da tríade para a veia central, a partir dos ramos da veia porta; já a bile flui do centro para a periferia mecanismo contra corrente.
O fígado tem função de regulação do metabolismo; armazenamento de glicogênio; síntese de proteínas e outras moléculas (todos A.A. não essenciais são sintetizados no fígado); armazenamento de vitaminas, hemoglobina e ferro; degradação hormonal (hormônio da tireóide); e inativação e excreção de medicamentos e toxinas.
O fígado é órgão que sintetiza a bile a partir de colesterol. A bile é sintetizada nos hepatócitos e é armazenada na vesícula biliar durante o período interdigestivo. A bile é lançada no duodeno, através do ducto biliar comum, em resposta à presença de produtos de hidrólise lipídica e ela é responsável pela diminuição da tensão superficial das gotículas de gordura. 
A bile é produzida pelos hepatócitos a partir de colesterol. O fígado extrai quilomicrons, que é de onde vem o colesterol. A bile primária possui ácidos biliares primários (presentes no colesterol), colesterol, fosfolipídios e bilirruibina. Isso tudo cai no canalículos biliares onde essa bile primária é drenada e passa por vários processos e cai na ampola de Vater. De acordo com a passagem pelos canalículos a bile vai se transformando. 
Os colangiócitos são responsáveis por essa modificação, eles aumentam HCO3, Na+ e H2O, transformando a composição da bile primária, através de vários transportadores.
Transportadores: NTCP, OATP, OCT1 membrana basolateral
O principal estímulo para secreção da bile são os produtos de hidrólise lipídica. Isso provoca aumento de CCK que estimula o aumento da secreção protéica acinar, contra musculatura lisa da vesícula biliar e relaxa o esfíncter de Oddi.
 O sangue flui da periferia do lóbulo para a veia central; várias veias centrais confluem e originam o ramo da veia hepática. A bile flui da região central dos lóbuos para a periferia. A tríade,caminha paralelamente junto aos vasos linfáticos e aos nervos, formando o trato porta.
	A extração de sais biliares e de colesterol da circulação enteroepática ocorre por mecanismos específicos de transporte através da MBL (membrana baso lateral), de acordo com a solubilidade dos sais biliares. Os hepatócitos processam sais biliares em 4 etapas:
Retira do sangue pela MBL.
Transporte intracelular.
Modificação química ou degradação pelo hepatócito.
Secreção nos canlículos.
OBS: MBL: membrana baso lateral; está voltada para o sinusóide.
 MA: membrana apical; está voltada para os canalículos.
A NTCP está na MBL e funciona como um transportador para ácidos biliares e sódio para dentro da célula.
OATP é um transportador de ácidos biliares e ânions orgânicos para dentro da célula.
O OCT-1 é um transportador de cátions orgânicos e um cotransportador de cloreto. 
Existem também transportadores na membrana apical que vão fazer transporte de moléculas do sinusóide para o canalículo.
São eles: BSEP (passagem de ácidos biliares), MRP2 (ácidos orgânicos), MDR1, MDR3.
A bile é continuamente secretada pelos hepatócitos e no período interdigestivo é armazenada na vesícula biliar. 
A secretina ativa os colangeócitos, que aumentam HCO, Na+ e H2O, e isso aumenta o volume de bile, o que é chamado de efeito colerético da secretina (aumento do volume da bile).
Na vesícula há reabsorção de íons, aumentando a concentração dos sais biliares. Então, a bile na vesícula é diferente da bile que vem dos ductos. 
A CCK relaxa o esfíncter de Oddi e aumenta a contração da vesícula biliar, o que é chamado de efeito colagogo da CCK. A CCK é secretada quando chega produto lipídico no duodeno. Quando ocorre passagem de sais biliares pelo sistema porta para o fígado, isso é chamado de efeito colerégio de ácido biliar.
 Os sais biliares primários serão modificados por bactérias intestinais e vão dar origem aos sais biliares secundários. O sal secundário pode ser conjugado ou não a um A.A. (glicina e taurina), o que melhora a solubilidade do ácido graxo que está no sal. 
Moléculas que apresentam parte polar e apolar são chamadas de moléculas anfifílicas e formam micelas. Essas moléculas vão atuar sobre lipídios, diminuindo seu tamanho, favorecendo a ação das lípases. A lecitina é um componente da bile, é uma molécula anfifílica e está presente na bile.
A bile funciona como meio de excreção. Os sais biliares na bile emulsionam gorduras formando moléculas menores de gorduras, favorecendo a ação da lipases. 
A bile ajuda na absorção dos produtos da digestão de gorduras através da mucosa intestinal: ácidos graxos, monoglicerídeos e colesterol.
A bile funciona como um meio de excreção da bilirrubina (produto de degradação da hemoglobina) e de excesso de colesterol sintetizado no fígado. A bilirrubina não é solúvel em meio aquoso e por isso se associa a albumina e vai para o fígado onde é conjugada ao ácido glucurônico e vai para o intestino onde o ácido sofre ataquede bactérias, liberando a bilirruibina. 
A bilirrubina origina o urobinogênio, que é responsável pela cor das fezes. Esse urobinogênio pode alcançar a circulação sistêmica e ir para os rins, onde dá cor a urina na forma de urobilina. A cor da bile é amarelada devido a bilirrubina junto ao ácido glucurônico.
A vesícula biliar é um saco abaixo do fígado que só armazena bile, não sintetiza. Após a refeição ocorre estímulo pela CCK e o órgão se contrai expulsando a bile concentrada através do ducto biliar para o duodeno.
A CCK contrai a vesícula e relaxa o esfíncter efeito coabor!
 A CCK é liberada pelas células da mucosa duodenal em resposta a entrada de alimento gorduroso no duodeno. Ela chega até a vesícula pela corrente sanguínea, o que gera contrações fortes da parede vesicular e efeito relaxante sobre o esfíncter de Oddi. 
A Ach é liberada pelos nervos vagos e SNE, provocando contrações fortes da parede vesicular e efeito relaxante sobre o esfíncter de Oddi. A contração da parede vesicular transmite peristaltismo pelo ducto biliar comum até o esfíncter. Ondas peristálticas intestinais se propagam no duodeno e suas fases de relaxamento também relaxam o esfíncter. 
Cálculos biliares ocorrem pelo aumento do colesterol (se precipita em forma de cristal) e alteração de sais biliares e fosfolectina. Isso diminui a motilidade da vesícula biliar.
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES ORGÂNICOS
Assimilação dos carboidratos
A digestão dos carboidratos ocorrem em duas fases: no lúmen do intestino e, em seguida, na superfície dos enterócitos, a digestão da borda em escova, para que os monossacarídeos sejam absorvidos pelo intestino.
Os dissacarídeos são quebrados em monossacarídeos nas bordas em escova. O processo é feito por enzimas chamadas hidrolases. Entretanto, essas enzimas são degradadas entre as refeições e devem ser ressintetizadas pelos enterócitos, afim de participar da digestão na próxima refeição. Essas enzimas são específicas para cada açúcar como a lactase, isomaltase e etc.
Legenda: absorção de glicose, galactose e frutose no intestino delgado.
A digestão do amido começa na boca, com a amilase salivar. Entretanto, essa enzima não é essencial porque a hidrólise dessa macromolécula pode ser feita somente no intestino através da amilase pancreática. Ela possui extrema importância em recém-nascidos, que ainda não possuem essa atividade muito bem definida. Pois ela hidrolisa incompletamente o amido, ‘’cortando’’ apenas uma extremidade, as ligações alfa 1-4 dos carboidratos, necessitando de outra enzima para a quebra total, para quebrar as alfas 1-6 tbm, presente nas bordas em escova. 
Assimilação das proteínas
A absorção das proteínas é mais difícil porque cada uma possui aminoácidos que são de 20 tipos diferentes. O corpo, mas principalmente o fígado, possui capacidade de interconverter vários aminoácidos. 
Elas podem ser hidrolisadas simplesmente pela ação do pH ácido que existe no lúmen. Entretanto, para que haja a absorção, são necessárias 3 etapas. A primeira ocorre no lúmen gástrico e é mediada pela pepsina. 
A pepsina é estimulada pela gastrina e é convertida de sua forma inativa para a ativa por causa do pH ácido. A pepsina não consegue quebrar a proteína em aminoácidos livres e sim forma uma mistura de proteínas intactas, grandes peptídeos e poucos aminoácidos livres.
Continuando pelo intestino, essas proteínas encontram as enzimas do suco pancreático. Entretanto, essas enzimas estão inativas. Para que ocorra essa ativação, há necessidade de uma enzima que faça esse “trabalho”, sendo ela chamada de enterocinase e está presente nas bordas em escova. Essa enzima cliva o tripsinogênio, que vira tripsina. A tripsina é capaz de clivar todos os outros precursores de proteases secretados pelo pâncreas. 
Endopeptidase: clivam proteínas nas ligações internas da cadeia, em vez de liberar aminoácidos individuais no fim da cadeia. 
Ectopeptidases: clivam aminoácidos simples na parte final da cadeia. As ectopeptidases do suco pancreático são específicas para aminoácidos neutros (carboxipeptidase A) ou para aminoácidos básicos (carboxipeptidase B).
Por fim, na borda em escova, os enterócitos com suas peptidases geram produtos adequados para a captação pela membrana apical. Entretanto, mesmo depois de todos esses processos, existem proteínas que não conseguem ser totalmente hidrolisadas, principalmente as que possuem aminoácidos glicina ou prolina, que são digeridos de maneira lenta. Felizmente, o intestino possui capacidade de absorver também pequenos peptídeos que, dentro do citosol dos enterócitos, são transformados em aminoácidos livres para a utilização pelo organismo. 
Captação de peptídeos e aminoácidos
Os aminoácidos são transportados para a célula pelos transportadores de membrana, que são muitos e específicos para cada aminoácido. Além disso, alguns transportadores são simporte de seus substratos aminoácidos em conjunto com absorção obrigatória de Na+. 
Já os pequenos peptídeos são transportados primariamente por um transportador chamado PepTI por simporte juntamente com um próton. Após a entrada, várias peptidases atacam esse peptídeo, que é transformado em aminoácidos. Os aminoácidos não necessários pelos enterócitos são enviados pela corrente sanguínea para o fígado. 
Legenda: Dipeptídeos e tripeptídeos é coletada através da membrana da borda de escova pelo simporte acoplado a prótons. O gradiente de prótons é criado pela ação de trocadores de sódio/hidrogênio (NHEs) na membrana apical.
Assimilação dos lipídios
Quando a refeição rica em lipídios é ingerida, eles se liquefazem na temperatura corporal e flutuam na superfície do conteúdo gástrico. Isso poderia limitar o acesso das enzimas capazes de quebrar esses lipídios. Logo, é necessário que se faça uma emulsificação. 
A digestão das gorduras começa no estômago pela ação da lipase gástrica. Essa enzima se acopla a superfície das micelas e hidrolisa os triglicerideos em diglicerideos e ácidos graxos livres. Todavia, não há como a lipase hidrolisar a segunda posição do éster da molécula. Assim, quase nenhuma gordura é absorvida no estômago já que ainda não está em sua forma normal de absorção.
A maior parte da lipólise ocorre no intestino delgado. O suco pancreático, que é jogado no intestino, chega com 3 enzimas essenciais para a quebra de gordura:
Lipase pancreática
Essa enzima, diferente da lipase gástrica, consegue hidrolisar as duas posições do triglicerídeo, tendo como produtos monoglicerídeos e ácidos graxos livres. Os ácidos graxos, em pH neutro, possuem carga, ligando-se às gotículas de óleo. 
A lipase pode ser inibida pelos ácidos biliares. Os ácidos se ligam à superfície das micelas, podendo causar a dissociação da lipase, impedindo que ela se ligue novamente. Porém, para garantir que os ácidos biliares possa agir de forma a não atrapalhar ação da lipase, um cofator, também presente no suco pancreático, se liga a essas duas moléculas formando uma ponte. Ela ancora a lipase às gotículas de óleo, mesmo em presença dos ácidos.
Fosfolipase A2
A fosfolipase hidrolisa fosfolipídios, como os da membrana plasmática. Logo, ela pode ser danosa a parede celular se não houver os lipídios derivados da dieta. Ela permanece no organismo, então, na sua forma inativa até chegar ao intestino delgado.
Esterase 
A enzima pode hidroisar não só os esteres de colesterol, mas também as vitaminas lipossolúveis e até mesmo os triglicerídeos. Ao contrário da lipase, essa enzima precisa da presença dos ácidos biliares para entrar em ação. Ela está presente no leite materno e é muito importante na lipólise de recém-nascidos.
À medida que a lipólise ocorre, seus produtos são movidos das micelas lipídicas para a fase lamelar e, depois, para as micelas mistas, compostas por produtos lipolíticos e ácidos biliares. Os ácidos biliares, em solução, são anfipáticos (possuem parte hidrofílica e hidrofóbica). As micelas ficam, na verdade, em solução, aumentando a solubilidade do lipídio no intestino e a velocidade com queas moléculas de ácidos graxos pode se difundir para a superfície intestinal absortiva.
Os produtos da hidrólise de triglicerídeos não precisam de micelas para serem transportados, devido a sua grande solubilidade e a grande área de superfície de absorção do intestino. Entretanto, as vitaminas lipossolúveis e o colesterol precisam de micelas para seu transporte, pois são muito insolúveis em água. Logo, pessoas com deficiência nessa produção de micelas não possuem má absorção de gorduras, mas sim de vitaminas.
Apesar de serem totalmente lipofílicos, os produtos da digestão da gordura também podem passar pela membrana celular através de transportadores. Os ácidos graxos de cadeia longa são absorvidas por uma proteína chamada MVM-FABP. A proteína NPC1L1 participa do transporte de colesterol. 
Os produtos da lipólise são reesterificados nos enterócitos virando triglicerídeos, fosfolipídios e ésteres de colesterol. Isso ocorre no retículo endoplasmático liso. Além disso, os enterócitos também produzem proteínas chamadas apolipoproteínas no retículo endoplasmático rugoso que se combinam com os lipídios ressintetizados, formando os quilomícrons. 
Os quilomícrons entram nos vasos linfáticos e se misturam a linfa. Daí, vão para corrente sanguínea e servem como veículo para transportar lipídios para uso nas células em outros órgãos. A exceção, encontra-se apenas os ácidos graxos de cadeia média, que se difundem pela membrana dos enterócitos e entram diretamente na circulação porta.
Secreção e absorção de água e eletrólitos
Cerca de 2L de água são ingeridos e 7 L de várias secreções entram no trato GI. Desse total, a maioria é absorvida no intestino delgado. Cerca de 2 L passam pelo cólon, a grande maioria sendo absorvida nos indivíduos saudáveis. A fluidez do conteúdo intestinal é importante para permitir que a refeição seja propelida ao longo da extensão do intestino e para permitir que os nutrientes digeridos se difundam para seus sítios de absorção. O transporte enfatiza a absorção. 
A secreção é controlada pelos sinais que existem no lúmen do intestino ou deformação da mucosa ou de distensão abdominal. Os secretagogos incluem a Ach, o VIP, as protaglandinas e a serotonina. A secreção garante que o conteúdo do intestino fique fluido durante a digestão. A maioria do fluxo secretório de fluido para o lúmen é impulsionada pela secreção ativa de íon cloreto. Algumas regiões do intestino também participam da secreção de bicarbonato para a proteção. 
Mecanismo de absorção de NaCl no intestino delgado.
Mecanismo de secreção de bicarbonato no duodeno. CA = anidrase carbônica.
 FASE COLÔNICA
	Funções do intestino grosso	
	Digerir e absorver o que não pôde ser digerido e absorvido 
	Reabsorver o fluido remanescente que foi utilizado durante a passagem do alimento
	Armazenar o produto que sobrou da digestão, até que possam ser eliminados
O intestino grosso possui um ecossistema único de bactérias chamadas comensais. Elas podem metabolizar componentes da dieta que as enzimas humanas não são capazes de hidrolisar, tornando os produtos disponíveis pro corpo por fermentação. As bactérias também protegem o epitélio colônico de patógenos invasivos e detoxificam xenobióticos.
O intestino grosso responde a vários estímulos produzidos por outros órgãos. Por exemplo, quando o bolo alimentar chega no estômago, a presença do alimento desencadeia um arco reflexo que aumenta a motilidade colônica (reflexo gastrocolônico), liberando o conteúdo do cólon para a refeição seguinte.
O cólon é regulado, primariamente, por vias neurais. Quando o bolo fecal chega no cólon, a parede colônica tem um distendimento que ativa os receptores de extensão. Nesse caso, são liberados a acetilcolina pelos nervos secretomotores entéricos e íons Cl- e secreção de fluido pela ação da 5-hidroxitriptamina (5-HT) pelas células enteroendócrinas. Apenas o sistema nervoso entérico está envolvido no controle neural do intestino grosso.
O cólon é pouco abastecido com células que liberam peptídeos bioativos e outro fatores regulatórios. A exceção são as células enterocromafins que liberam 5-HT e células que sintetizam peptídeo YY. Esse peptídeo é produzido pelas células enteroendócrinas e é liberado em resposta aos lipídios, diminuindo o esvaziamento gástrico e a motilidade propulsiva intestinal. Ele também reduz a [Cl-] e a secreção de fluidos pelas células epiteliais intestinais, para impedir que alguns nutrientes que não tenham sido absorvidos anteriormente no intestino delgado, dando mais tempo para a refeição ser retida.
Mecanismos de transporte no cólon
Existe uma constante renovação das células superficiais. Isso serve para que o acúmulo de defeitos genéticos que poderiam ter sido causados pela exposição às toxinas no lúmen.	Essa rápida reciclagem faz com que o esse tecido tenha um risco de malignidade. 
O butirato é um ácido graxo de cadeia curta que é absorvido pelo epitélio colônico e é fundamental para energia dos colonócitos podendo, em baixo concentração, causar disfunção epitelial.
A absorção ou a secreção de água pelo cólon são processos passivos direcionados pela absorção ou secreção de eletrólitos e de outros solutos. Ela ode ocorrer de 3 formas:
Absorção de NaCl: mediada pelo mesmo mecanismo do intestinoo. É estimulada por vários fatores de crescimento epidérmico, e é inibido por hormônios e neurotransmissores que aumentam os níveis de AMPc nas células epiteliais da superfície colônica.
Absorção de ácidos graxos de cadeia curta: são absorvidas do lúmen por células epiteliais da superfície de modo Na+- dependente, por familia de simporte relacionados ao simporte Na+-glicose, no intestino delgado, conhecido como transportadores sódio-monocarboxilatos (SMCTs). A captação dos ácidos graxos nesse transportador é impulsionada pela baixa [Na+] intracelular mantida pela Na+-K+-ATPase. Os ácidos são usados para a energia nas células do cólon. 
Absorção de Na+: mais localizado na parte distal do cólon, é impulsionado pelo canal EnaC, que também reabsorve Na+. O canal é aberto em resposta à ativação por neurotransmissores ou hormônios, ou ambos, o sódio flui para o citosol do colonócito e é transportado através da Na+/K+-ATPase. Água e íons Cl- passam passivamente por vias junções fechadas intercelulares, para manter a neutralidade elétrica. Isso permite que a água não se perca nas fezes. 
A secreção do fluido do cólon é impulsionada pela secreção de Cl- pelo mesmo mecanismo que promove a secreção de fluido no intestino delgado, com a mesma regulação. A secreção excessiva de Cl- causa diarreia.
Defecação
As fezes possuem resíduos não digeridos, restos de bactérias mortas, células epiteliais mortas, metabólitos biliares e pequena quantidade de água. 
O processo de defecação requer a ação coordenada das camadas musculares lisa e estriada do reto e do ânus. O enchimento do reto causa relaxamento do esfíncter anal interno via liberação do peptídeo intestinal vasoativo (VIP) e geração de óxido nítrico. O esfíncter anal externo percebe se a defecação é ou não conveniente e contrai para previnir a saída das fezes. Além dos esfíncteres, o músculo puborretal e as terminações nervosas sensoriais.
Mecanismo de ácido graxo de cadeia curta pelos colonócitos.
Absorção eletrogênica de Na+ no cólon

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