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Revisão Gramatical

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1 
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
CAMPUS DE MARÍLIA 
Faculdade de Filosofia e Ciências 
 Departamento de Ciência da Informação 
 
Disciplina: Expressão Escrita em Língua Portuguesa – 2016 
Docente: João Batista Ernesto de Moraes 
1º ano de Arquivologia 
1º ano de Biblioteconomia 
 
REVISÃO GRAMATICAL 
CONCORDÂNCIA NOMINAL 
 
REGRA GERAL: O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que determina. Exem-
plos: menino esperto, meninos espertos, menina esperta, meninas espertas. 
 
CASOS PARTICULARES 
 
A. CONCORDÂNCIA DO ADJETIVO EM FUNÇÃO DE ADJUNTO ADNOMINAL 
 
ADJETIVO POSPOSTO A DOIS OU MAIS SUBSTANTIVOS 
1. Princípio Fundamental: quando o adjetivo se pospõe a dois ou mais substantivos, concorda em gênero e 
número com o mais próximo se apenas a ele se refere; irá para o plural, se sua referência se estender a todos: neste último 
caso, conservará o gênero dos substantivos, sendo estes do mesmo gênero, ou receberá a flexão do masculino, sendo os 
substantivos de gêneros diferentes. Exemplos: 
Via-se ao longe, no meio do campo, cavalo e casa destelhada. 
O almoço teve pão, ovos e carne bovina. 
Surgiu com rosto e mãos encardidos. 
Dei-lhe um beijo e um abraço demorados. 
Mulher e marido briguentos devem ter paciência e tolerância. 
Não é incomum, entretanto, encontrarem-se casos nos quais a concordância é feita apenas com o último substan-
tivo no feminino, mesmo que a determinação se estenda a todos. Exemplos: 
Surgiu com rosto e mãos encardidas. 
A concordância do adjetivo apenas com o substantivo mais próximo, quando sua determinação se estende aos vá-
rios substantivos, pode ocorrer, desde que o leitor entenda pelo contexto, essa múltipla característica. Exemplos: 
O comércio e a indústria brasileira estão em desenvolvimento. 
O sorriso e o olhar carinhoso anunciavam o perdão. 
 
II. DOIS OU MAIS ADJETIVOS NO SINGULAR E UM SUBSTANTIVO NO PLURAL 
Pode um substantivo no plural vir seguido de dois ou mais adjetivos no singular, desde que esses adjetivos se refi-
ram a partes de que se compõe aquele substantivo. Exemplos: 
Falava e escrevia muito bem as línguas inglesa, francesa, japonesa e russa. 
Os poderes temporal e espiritual. O poder temporal e o espiritual. O poder temporal e espiritual. 
 
B. CONCORDÂNCIA DO ADJETIVO EM FUNÇÃO DE PREDICATIVO 
Princípio Fundamental: O adjetivo, em função de predicativo do sujeito ou do objeto, concorda em gênero e 
número como o substantivo ao qual determina. Determinando dois ou mais substantivos do mesmo gênero, vai para o plural 
e conserva o gênero dos substantivos; determinando dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, vai para o masculino 
plural. Exemplos: 
O namorado e a namorada passeavam enciumados. 
Roberto e Renato saíram cabisbaixos da audiência. 
O diretor escolheu mãe e filha como secretárias. 
O menino e a menina ficaram mudos de espanto. 
Julguei culpado o réu. 
 2 
OBSERVAÇÕES: 
1. Se no caso do sujeito composto posposto, o verbo vier concordando com o sujeito mais próximo, com ele tam-
bém concordará o predicativo anteposto àqueles verbos. Exemplos: 
Estava deserta a vila, a casa, a igreja. Estavam desertas a vila, a casa, a igreja. 
2. Se o predicativo se antepuser a dois ou mais núcleos do objeto, pode também concordar como mais próximo. 
Exemplos: 
Tenho como aprovada a aluna e o aluno. Tenho como aprovados a aluna e o aluno. 
 
C. OUTROS CASOS PARTICULARES 
 
1. MUITO OBRIGADA, EU MESMA, EU PRÓPRIA. As mulheres devem dizer “muito obrigada”, “eu 
mesma”, “eu própria”. “Obrigada” é sinônimo de “grata”, “reconhecida”, “penhorada”, e concorda com o nome (masculino ou 
feminino) que determina. Os pronomes de reforço “mesmo”, “próprio”, também concordam com o gênero da pessoa que 
substituem. Exemplos: 
Muito obrigada – disse-me ela – eu mesma e meu namorado cuidaremos de tudo. 
2. SÓ, SÓS. Quando SÓ tiver o sentido de “sozinho”, será adjetivo e, portanto, variável: “só”, “sós”. Exemplos: 
Eles estão sós. Ele está só. 
Quando SÓ tiver o sentido de “somente”, “apenas”, “unicamente”, será advérbio e, assim, invariável. Exemplos: 
Eles só reclamam, não são capazes de nenhum gesto concreto. Nós só desejamos o diálogo. 
Há ainda a locução adverbial A SÓS, invariável, que significa “sem mais companhia”. Exemplos: 
Pedro ficará a sós. Eles querem ficar a sós. 
3. ESTOU QUITE, ESTAMOS QUITES. QUITE, adjetivo, significa “livre”, “desobrigado”, e deve concordar 
com o nome que determina. Exemplos: 
Eu estou quite. Eu e você estamos quites. Aquele senhor ficou quite com seu credor. 
4. ANEXO(S), ANEXA(S). “Anexo”, “incluso”, “apenso”, adjetivos, devem variar de acordo como o termo que 
determinam. Exemplos: 
Anexa, segue a conta. Os documentos anexos devem ser arquivados. As fotocópias apensas devem ser juntadas ao pro-
cesso. 
O sinônimo “junto” (=anexo), adjetivo, também pode ser empregado como advérbio. Exemplos: 
Os documentos juntos provam que tenho razão. Junto, envio-lhe duas faturas. 
JUNTO, advérbio, tem o significado de “juntamente”, “em companhia”. 
5. MEIO. Como adjetivo, determinando um substantivo, “meio” com o termo que determina. Exemplos: 
Meio limão. Meia laranja. Meio-dia. Meio dia e meia (hora). Meia-noite. A mim basta meia porção. Já li noventa páginas, 
exatamente meio livro. 
Como advérbio, determinando o adjetivo, “meio” é invariável. Exemplos: 
A porta está meio aberta. A bandeira portuguesa é meio vermelha, meio verde. 
6. PÁGINA DOIS, CASA DUZENTOS E UM. Pode-se empregar o numeral cardinal com o sentido de or-
dinal após certos nomes de coisa que aparecem em série (casas, páginas, folhas, etc.); entretanto, o numeral cardinal con-
cordará com a palavra número, subentendida. Exemplos: 
A referência aos estrangeiros se encontra à página dois. Moro na casa duzentos e vinte e um. 
7. ENTRADA É PROIBIDO, A ENTRADA É PROIBIDA. Quando o sujeito do verbo “ser” é tomado em 
sua generalidade, sem qualquer determinação, o adjetivo que está na função de predicativo permanece neutro (masculino). 
Exemplos: 
Pimenta é bom para tempero. Paciência é necessário. Entrada é proibido. 
Entretanto, se o substantivo, na função de sujeito, vier determinado, a concordância do predicativo será regular. 
Exemplos: 
Pimenta é bom para tempero, mas esta pimenta não é boa para nada. A paciência é necessária em todos os momentos. A 
entrada é proibida. 
 
 
 
 
 
 3 
 
CONCORDÂNCIA VERBAL 
REGRA GERAL: O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Exemplos: 
 O mais estudioso passou no concurso. Os mais estudiosos passaram no concurso. 
 
CASOS ESPECIAIS 
I. SUJEITO SIMPLES 
1. COLETIVO: O coletivo é singular na forma, mas expressa ideia de pluralidade. Desta forma, podem existir as 
seguintes concordâncias: 
a) o verbo ficará no singular se estiver próximo do sujeito coletivo. Exemplos: 
O povo aplaudia o orador. O exército legalista foi derrotado. 
b) se o verbo estiver distanciado do sujeito coletivo, ficará no singular ou irá para o plural conforme se pretender 
destacar mais a ideia de todo (singular) ou a presença de indivíduos. Gramaticalmente, as duas concordâncias são corretas. 
Exemplos: 
O conselho se reuniu ontem, e decidiram (ou decidiu) punir os inadimplentes. O grupo se afastou; mais adiante, porém, 
foram presos. (ou foi preso) 
 c) se o sujeito coletivo vier seguido de palavra que mencione os indivíduos nele contidos, o verbo poderá ficar no 
singular ou no plural, de acordo com o elemento que se pretenda destacar. Exemplos: 
A família toda – o marido, a mulher, os filhos – tomaram (ou tomou) o banco traseiro. Um bando de estudantes fazia (ou 
faziam) um barulho infernal. 
2. EXPRESSÃO DE TRATAMENTO: Se o sujeito do verbo for uma expressão de tratamento, o verbo irá 
para aterceira pessoa. Exemplos: 
Vossa Senhoria está passando bem? Sua Excelência começará as audiências em breve. 
3. QUEM (PRONOME RELATIVO): O pronome QUEM é de terceira pessoa do singular, mas substitui tam-
bém o antecedente que pode ter outra pessoa. Desta forma, o verbo que tem o relativo QUEM pode tanto ficar na 3ª pessoa 
do singular (concordância lógica) quanto concordar com o antecedente. Exemplos: 
Agora sou eu quem fala e sois vós quem ouve. 
“Eu, o Silêncio e a solidão éramos (nós) quem estava aí.” (Herculano) 
“Direis vós se fui eu quem menti.” (G. Dias) 
4. QUE (pronome relativo): Se o sujeito do verbo é o pronome relativo QUE, o verbo concorda com o ante-
cedente do relativo. Exemplos: 
Nós, que ficamos, e vós, que partis, seremos sempre amigos. 
Fui eu que falei a verdade. 
5. UM DOS...QUE, UMA DAS...QUE: Quando o sujeito é o relativo QUE precedido da expressão UM DOS, 
UMA DAS, o verbo poderá concordar na 3ª pessoa do singular ou do plural, indiferentemente. Exemplos: 
Maurício é um dos que mais estudou (ou estudaram) para o concurso. 
“A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós” (Machado) 
6. QUAIS DE NÓS, QUAIS DE VÓS: Quando o sujeito é constituído de expressões formadas de pronome 
indefinido ou interrogativo no plural e DE NÓS e DE VÓS, o verbo concorda, de preferência, com NÓS ou VÓS, embora 
seja também correta a concordância na 3ª pessoa do plural. Exemplos: 
Quais de vós estais (ou estão) entusiasmados com o nosso time? 
Alguns de nós vieram de longe. 
Obs.: Com o interrogativo ou indefinido no singular o verbo ficará na 3ª pessoa do singular. Exemplos: 
“Um de nós entre os doze Te trairia.” (Jorge de Lima) 
7. MAIS DE...: Quando o sujeito é introduzido pela expressão MAIS DE..., o verbo concorda com a palavra ou 
expressão que vem em seguida. Exemplos: 
“Mais de um jornal fez alusão ao Brasil.” (Machado) 
Mais de dois jornais participaram da polêmica. 
Mais de um esperto tentou sair sem pagar. 
Obs.: Se houver ideia de ação mútua, mesmo como a expressão MAIS DE UM, empregar-se-á o verbo no plural. 
Exemplos: 
Mais de um sócio se insultaram. Mais de um apaixonado se abraçaram na despedida. 
8. NOME PRÓPRIO LOCATIVO OU INTITULATIVO DE FORMA PLURAL: Quando funcionam 
como sujeitos certos nomes próprios locativos ou intitulativos de forma plural, o verbo vai para o plural se os nomes vierem 
precedidos de artigo plural, caso contrário, o verbo permanece no singular. Exemplos: 
Os Alpes sempre impressionam pela sua beleza. 
 4 
Os Estados Unidos são a maior economia do mundo. 
Minas Gerais terá novas indústrias em breve. 
9. SUJEITO DA VOZ PASSIVA PRONOMINAL: O verbo apassivado pelo pronome SE deve concordar 
como o sujeito que, no caso, está sempre expresso. Exemplos: 
Vendem-se casas. Os planos se desenvolvem satisfatoriamente. 
 
Obs.: Se o verbo for transitivo indireto, ficará na 3ª pessoa do singular, pois o SE neste caso não será pronome 
apassivador, mas sim índice de indeterminação do sujeito. Exemplos: 
Precisa-se de operários. Assiste-se a filmes bons. Obedeça-as aos regulamentos. 
 
II. SUJEITO COMPOSTO 
1. SUJEITO ANTEPOSTO: Com o sujeito anteposto ao verbo, este vai para a terceira pessoa do plural, se 
todos os elementos integrantes do sujeito estiverem na 3ª pessoa. Exemplos: 
“O amor, a vaidade e o interesse são os moldes em que as coisas se formam.” (Machado de Assis) 
A torcida e a comissão técnica aplaudiram os jogadores. 
Se os elementos do sujeito forem de pessoas gramaticais diferentes o verbo vai para o plural e deve ser colocado 
na pessoa que tiver prioridade: a 1ª sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª sobre a 3ª. Exemplos: 
Eu, tu e Pedro (= nós) somos amigos. Eu e minha mãe (= nós) desejamos que tu e teu marido (= vós)sejais felizes. 
Obs.: Quando o sujeito composto se constitui de elementos da 2ª e 3ª pessoa também é correto que o verbo vá 
para a 3ª pessoa do plural. Exemplos: 
Tu e ele fazeis (ou fazem) exercícios todos os dias. 
O que mais desejo é que tu e ele sejam meus amigos. 
2. SUJEITO POSPOSTO: Quando o sujeito composto figura após o verbo pode este concordar no plural ou 
apenas com o elemento mais próximo. Exemplos: 
Vencerei eu e você. Venceremos eu e você. Vencerá você e eu. 
Um grito, uma palavra, um movimento, um simples olhar causava-lhe medo. 
Observações: 
a) Qualquer enumeração de elementos integrantes de um sujeito composto que termine por TUDO, NADA, NIN-
GUÉM, CADA UM, pede o verbo no singular. Exemplos: 
Soldados, prisioneiros, torturas, cadeia, tudo lhe passava pela mente. 
Comandantes, oficiais, soldados, ninguém escapou do inquérito sobre os crimes. 
3. COM ELEMENTOS LIGADOS POR “OU”: Quando os elementos do sujeito composto se acham liga-
dos por OU, a concordância se dará de acordo com o sentido: 
a) Se houver ideia de exclusão ou retificação o verbo concordará com o sujeito mais próximo. Exemplos: 
Pedro ou Paulo se casará com Maria. (exclusão) 
Pedro ou eu me casarei com Maria. (exclusão) 
O ladrão, ou os ladrões, não deixaram nenhum vestígio. (retificação) 
b) Se predominar a ideia de alternância, sem expressar a ideia de excluir, o verbo vai geralmente para o plural. 
Exemplos: 
Sabia bem que um salva-vidas ou um milagre me tirariam das águas. 
Fiquei esperando que um ônibus ou um táxi passassem. 
c) Se houver ideia de adição (ou = e) o verbo concordará no plural. Exemplos: 
Branco ou negro são, pela lei, iguais, com os mesmos direitos. 
O calor forte ou o frio excessivo me desagradam. 
4. COM ELEMENTOS LIGADOS POR CONECTIVOS CORRELATOS: Quando o sujeito composto 
tem os elementos ligados por conectivos correlatos: ASSIM...COMO, NÃO SÓ...MAS TAMBÉM, TANTO...COMO, 
NEM...NEM, etc., o verbo vai quase sempre para o plural. Exemplos: 
Não só o estudo, mas também o esporte o atraem. 
Tanto ele como seu irmão são adeptos da macrobiótica. 
5. COM ELEMENTOS LIGADOS POR COM: é mais frequente o verbo no plural quando os elementos do 
sujeito composto se acham ligados pela preposição COM: Exemplos: 
O jovem advogado com seu companheiro de banca esperam ganhar a causa. 
Obs.: Se o verbo vier antes dos elementos ligados por COM concordará com o mais próximo. Exemplos: 
À saída, esperava-me o fiscal com dois ajudantes. (À saída, esperavam-me dois ajudantes com o fiscal.) 
6. UM E OUTRO, NEM UM NEM OUTRO: Quando o sujeito é constituído por uma das expressões UM E 
OUTRO, NEM UM NEM OUTRO, torna-se indiferente colocar o verbo no singular ou no plural. Exemplos: 
Uma e outra doutrina é tida como espúria. (Uma e outra doutrina são tidas como espúrias.) 
Nem um nem outro escapará da condenação. (Nem um nem outro escaparão da condenação.) 
 5 
PONTUAÇÃO 
 
a) VÍRGULA – Serve para indicar as separações breves de sentido entre termos vizinhos, as inversões e as intercala-
ções, quer na oração, quer no período. Para seu uso deve-se, entretanto, observar as seguintes orientações: 
 
1) No período, emprega-se a vírgula entre as orações coordenadas assindéticas. Exemplo: “Chegou a costureira, 
pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha e entrou a coser” (Machado de Assis) 
2) Na oração, emprega-se a vírgula entre termos independentes entre si, não ligados por conjunção. Exemplo: “A 
poesia, o teatro, a oratória, a música, a ornamentação dos altares, a arte de curar, o poder sugestionante... tudo comu-
nica a esse apostolado eficácia e autoridade” (Celso Vieira) 
3) Sendo que a vírgula apenas indica o que já está separado pelo sentido, não se deve empregá-la entre os termos 
que mantém entre si estreita ligação lógica. Não se separa o verbo de seu sujeito, o verbo de seu complemento, o 
substantivo do adjunto adnominal. 
INCORRETO: Minha irmã mais velha, fazia anos naquele dia. 
CORRETO: Minha irmã mais velha fazia anos naquele dia. 
4) As intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado, devem ser obrigatoriamente colocadasentre vírgulas. 
Exemplos: Não o direi, pensei comigo, a ninguém. ”Não me porá, creio eu, abaixo dos seus lanzudos alunos. ” (Rui) 
5) Há uma série de expressões corretivas, explicativas, escusativas, etc. (isto é, por exemplo, ou melhor, por outro 
lado, em outras palavras, digo, etc.) que, por virem sempre intercaladas, devem ser colocadas entre vírgulas. Exem-
plos: O professor deve, a meu ver, usar uma linguagem clara, ou seja, de fácil compreensão. 
6) As conjunções coordenativas devem ser colocadas entre vírgulas, quando intercaladas. Exemplo: “Teu amigo está 
doente e sem recursos; deves, portanto, auxiliá-lo e confortá-lo.” (Said Ali) 
7) Os vocativos, os apostos, as orações adjetivas explicativas, as orações apositivas quando intercaladas na sua princi-
pal, todos estes são termos que devem ficar obrigatoriamente entre vírgulas. Exemplos: Aristóteles, o maior filósofo de 
todos os tempos, foi o criador da Lógica. 
Os homens, que são seres racionais, dominam os outros animais. 
Aquelas palavras, que eu não seria capaz de ser aprovado, feriram-me os brios. 
8) Separam-se, em geral, as orações adverbiais, mormente quando iniciam período ou se intercalam. Exemplos: “Quando 
ela desapareceu, o jovem recostou-se ao tronco da emburana e esperou.” (Alencar) – “Mal o sol fugia, começavam as 
toadas das cantigas.” (Coelho Neto) 
9) Separam-se em geral os adjuntos adverbiais, principalmente se estão na ordem inversa ou ficam entre dois verbos. 
Exemplos: “Uma noite, no seio da cabana, a virgem de Tupã tornou-se esposa de Martim.” (Alencar) – Pudemos, fi-
nalmente, deixar aquela casa. 
10) Emprega-se a vírgula para indicar a elipse do verbo. Exemplo: “Finalmente vão os bons para o céu, e os maus, para o 
inferno.” (Vieira) – Na feira compramos frutas; no açougue, carne; no supermercado, açúcar. 
 
b) PONTO E VÍRGULA 
 
O ponto e vírgula indica uma separação mais ampla do que a vírgula, mas não a ponto de encerrar o período. É empregado 
entre orações coordenadas que poderiam aparecer em períodos separados, mas que convêm deixar no mesmo período por 
manterem unidade de sentido, ou por terem diversos aspectos em comum (o mesmo verbo, o mesmo sujeito, o mesmo 
esquema estrutural, etc.). Usa-se também o ponto e vírgula para separar enumerações longas dentro das quais existam 
vírgulas. 
Exemplos: 
 “Os velhos, revivendo dias da mocidade; os jovens, cuja índole os inclina às diversões; e até os doentes, esquecidos dos 
seus achaques; todos pareciam loucos de alegria.” (Cândido Jucá Filho) 
 
CRASE 
A fusão ou contração de a (preposição) mais a (artigo definido feminino) resulta no que é chamado de crase. 
Sendo o segundo elemento o artigo definido feminino, concluímos que a crase vai aparecer, salvo algumas exceções, so-
mente diante de substantivo do gênero feminino. Exemplos: 
Obedecer às leis. (obedecer a + as leis) 
Prejudicial às pesquisas. (prejudicial a + as pesquisas) 
 Desta forma, NUNCA se utiliza a crase antes de: 
a) NOMES MASCULINOS E VERBOS 
O castigo veio a galope. 
Ele está apto a iniciar sua pesquisa. 
 6 
b) PRONOMES INDEFINIDOS 
Não iremos a nenhum lugar. 
c) NOMES PRÓPRIOS DE CIDADE SEM DETERMINAÇÃO 
Iremos a Olinda. 
Iremos à histórica Olinda. 
d) CASA, SEM ESPECIFICAÇÃO 
Cheguei muito tarde a casa. 
Cheguei muito tarde à casa do juiz. 
e) CUJA, QUEM, ELA, ESTA, MIM, V.Sa., V.Exa., etc. 
Ela era a mestra a quem obedecíamos e a cuja ordem todos se movimentavam imediatamente. 
Dei a ela uma flor, e ela ofereceu a mim um presente inesquecível. 
 
 ALGUNS PROCESSOS PARA CONFIRMAR A EXISTÊNCIA DA CRASE 
1 – Regra da Boa Viagem (Ir – Vir) 
Exemplos: Vou à Bahia (Volto da Bahia) 
 Vou a Madri (Volto de Madri) 
 Vou à Argentina (Volto da Argentina) 
 
2 – Substituição de um nome feminino por um masculino. 
Exemplos: A sentença foi favorável à ré. (A sentença foi favorável ao réu) 
 Suas roupas cheiravam a rosa. (Suas roupas cheiravam a cravo): 
 
CASOS ESPECIAIS 
a) A crase é facultativa diante de nomes de pessoas e de pronomes, da mesma forma que é facultativo o uso do artigo 
definido nestes casos. Exemplos: 
Ofereci um presente à Isabel. (Ofereci um presente a Isabel.) 
O carteiro entregou a correspondência à sua secretária. (O carteiro entregou a correspondência a sua secretária) 
b) Excetuadas as locuções adverbiais de instrumento, pode-se empregar nas demais o acento grave. Exemplos: 
Costumo escrever cartas a máquina, não a tinta (= instrumento) 
Pedro foi ferido a bala (=instrumento) 
Chegaremos à noite (= tempo) 
Pedro só trabalhava à força (= modo) 
O objeto está à margem (= lugar) 
Os sinos tocavam à missa (= finalidade) 
c) Em certas situações omite-se parte da locução, ficando o “a” diante de nome masculino. Exemplos: 
No segundo ato ele apareceu com bigodes à (moda de) Carlos II. 
Usava eu, então, grande topete à (moda de ) Itamar. 
d) A preposição A funde-se com o A inicial dos demonstrativos AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO, resultando: ÀQUE-
LE(S), ÀQUELA(S), ÀQUILO. Exemplos: 
Refiro-me àqueles cadernos que você me emprestou. 
Aludi àquela mesma ideia. 
Fazia ele severas críticas àquilo que o afligia. 
e) Antes dos relativos QUE, QUAL, QUAIS, pode ou não haver crase, dependendo do antecedente feminino. Basta ser 
feita a substituição para se obter a confirmação, ou não, do uso. Exemplos: 
 Esta é minha terra, à qual dedico toda afeição. (Este é meu país, ao qual dedico...) 
 Esta é minha terra, a qual trago sempre na lembrança. (Este é meu país, o qual trago...) 
 Ouvimos uma voz igual à que o monstro enjaulado soltava. (Ouvimos um rugido igual ao que o monstro enjaula-
do soltava.) 
 Aquela é a jovem a que te referes? (Aquele é o jovem a que te referes?)

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