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CURSO: Psicologia ATIVIDADE ACADÊMICA: 92258 – Oficina de Textos – Leitura e Escrita CRÉDITOS ACADÊMICOS: 4 HORAS-AULA: 60 PROFESSORA: MS Silvana Kissmann ACADÊMICO: Fabiane Gomes Carlos GRAU B – PROPOSTA 3 Maioridade Penal, Responsabilidade Penal e o estado omisso. A maioridade penal é um dos temas mais polêmicos entre a população brasileira e seus parlamentares. Estabelecer a idade mínima para reclusão com intuito de correção, tem gerado prós e contras, que são discutidos há anos. Sabemos que atualmente a maioridade penal no Brasil é de 18 anos, idade em que o sujeito passa a responder como adulto pelos crimes que comete. Já os menores de 18 anos que cometem crimes perante a Lei se enquadram na proposta judicial criada nos anos 90 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que juntamente da constituição de 88 (art.228), afirmam, que menores de 18 anos são inimputáveis, ou seja, são incapazes de responder pelos crimes que cometeram e estão sujeitos à uma legislação especial, papel exercido pelo ECA, que caracteriza os crimes cometidos por menores de 18 anos como infrações. Para estes sujeitos é aplicado medidas socioeducativas que variam, conforme a avaliação do crime cometido. Bem, a Neurociência nos diz que o encéfalo leva cerca de 20 anos para completar a sua fase de desenvolvimento, uma das últimas áreas a serem estabelecidas é a área frontal (lobo frontal), região responsável pela motricidade, linguagem e emoções. Sendo assim, sujeitos menores de 18 anos ainda estão em fase de desenvolvimento, que os tornam mais impulsivos e vulneráveis em questões emocionais. A adolescência é uma fase composta por essa evolução. Olhando para realidade carcerária de nosso país, onde a proposta de reclusão não está associada há uma correção nem reinserção deste sujeito no âmbito social, é enfadonho pensar que profissionais da área de educação aceitem a proposta da “bancada da bala”, formada por parlamentares extremistas que propõem a diminuição da maioridade penal para 16 anos. Acredito que a Psicologia, como ciência operante na área da saúde e educação nos traz contribuições para esclarecer o que leva a população concordar com a redução da maioridade penal. Foucault (2009) em “Vigiar e Punir” descreveu como eram as penas destinadas aos criminosos, ao longo dos anos. Violência e Suplicio eram formas de “pagar” pelo crime cometido. Atualmente a sociedade ainda pensa desta forma, “cometeu tem que pagar”. Que faz ligação com o ódio gerado em crimes hediondos, como no caso da menina Liana Friedenbach, estuprada e morta em 2003 por um jovem menor de idade o “Champinha”. Deixo claro que não concordo com a redução da maioridade penal, pois não irá mudar o cenário atual que estamos vivendo, a violência continuará pelas ruas, as cadeias abarrotadas de mortos-vivos. Porque é assim que a elite política do Brasil pensa, são os dejetos humanos da sociedade. Isso sem falar na maioria que povoa as cadeias brasileiras que são os pobres e negros. Devemos investir em educação, garantir o acesso a informação dos jovens, orientar e intervir de forma socioeducativa. Pois responsabilidade penal de menores infratores já existe, o que não existe são projetos de melhorias na educação, inclusão e reinserção destes que já estão encarcerados.
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