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TRABALHO O ÉDIPO DO ENSINO DE LACAN

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Faculdade Leão Sampaio – FALS
Docente: Luciana Coelho
Discentes: Francisco Paulo Sampaio Júnior; Maria Edvânia Gomes da cruz
Disciplina de Psicopatologia em Psicanálise
 
Resumo crítico – O ÉDIPO NO ENSINO DE LACAN
Juazeiro do Norte, Abril de 2015.
	
Lacan procura estabelecer a relação entre o Édipo e o simbólico, tal como ele nos apresenta no texto “A significação do falo”. Ali ele destaca que o complexo de castração inconsciente tem uma função de nó, ou seja, que é a partir do complexo de castração, ao operar uma função de lei, que o sujeito é inscrito na ordem simbólica, enquanto dividido, desejante. 
É fantástica a ligação afetiva que mães e filhos possuem, sendo esta desenvolvida ainda dentro do ventre. Tal ligação é estendida após o nascimento, pois é a mãe que amamenta e cuida do bebê. Tamanha importância da figura materna para o desenvolvimento da criança ofusca a importância e o papel paterno na relação Mãe, Pai e Filho, para ajudar o pai a estabelecer certa autoridade e desenvolver uma identidade sexuada das crianças. 
	Lacan, baseado em Freud, vai recuperar a função paterna para a psicanalise, onde o pai passar a exercer essencialmente uma função simbólica de nomeação para que a criança adquira sua identidade. Ainda de acordo com Lacan, a função do pai aparece coextensiva a funda do Édipo, ele distingue a presença e a ausência do pai na família, pois há uma diferença entre o papel social e a função lógica do pai.
	A transformação do objeto em simbólico, ou seja, a assunção do falo enquanto significante, requer que o sujeito se depare, para além da frustração com a mãe, com “um outro desejo”, que é o desejo do Pai: “é através do Édipo que o desejo genital é assumido e vem tomar lugar na economia subjetiva” (Lacan, 1957). É, portanto, por intermédio do desejo do pai, e do significante do falo que se introduz o para-além da relação com a fala do Outro materno, ou seja, para além da demanda. 
Fazem parte da função do pai a fala e a linguagem, como parte da construção da subjetividade. Lacan enfatiza que o sujeito só existe a partir de um Outro, sendo este primeiramente representado pela mãe ou por substitutos. Um dos maiores fatores de importância para a construção do sujeito é assujeitamento da criança aos significantes do Outro, onde a criança irá se alienas aos significantes do Outro, que nesse ponto é a mãe.
	Essa abordagem de Lacan sobre o Complexo de Édipo de Freud enfatiza a importância da função paterna na constituição do sujeito. Ele ainda menciona que cabe a mãe dar uma real importância à palavra e/ou autoridade do pai. O pai desempenha uma função além de sua conduta, já para Lacan é imprescindível que o sujeito adquira a dimensão do Nome-do-pai, termo utilizado para chamar o Complexo de Édipo, onde o pai dá seu nome ao filho e diz não ao desejo do filho pela mãe e o desejo da mãe pelo filho.
	O Nome-do-pai separa a neurose da psicose ao ter a função paterna como centro da saúde psíquica do sujeito e também busca suprir a carência do pai para que não frustre algum medo ou desejo da criança. O fato do pai não ser considerado um aspecto biológico para a psicanálise, mas ser o desejo da mãe quem substitui o que a criança irá perceber posteriormente.
	O processo iniciado com uma experiência denominada estádio do espelho, realizada com animais e crianças diante do seu reflexo no espelho, onde o animal logo se desinteressa pelo reflexo, diferente da criança que busca pegar o reflexo, não existe uma distinção, para ela existem duas pessoas ali, passando assim para uma experiência de subjetivação.
	O primeiro termo do Édipo é o “Ser ou não ser o falo”, nessa fase a criança assujeita o seu desejo ao desejo da mãe, onde existe uma confusão com o seu desejo e o desejo da mãe, é aí que o Nome-do-pai entra, para substituir o desejo da mãe por um significante, a apreensão do falo enquanto significante requer uma passagem do sujeito do campo da demanda para o campo do desejo. Essa relação dual, imaginária, entre a criança e a mãe, em que a criança tem a ilusão de complementariedade com o corpo da mãe. Do mesmo modo, a criança se identifica de forma espetacular com o falo imaginário, objeto do desejo materno, ela é o falo que falta à mãe. 
O segundo tempo lógico é o “Ter ou não ter o falo”, nessa fase o pai realiza uma intervenção junto com o desenho da mãe que interliga a mãe e o filho. O pai surge para privar o gozo da mãe ao desejo do filho, a criança vê o pai como um rival junto a mãe. O pai intervém no desejo da mãe através da proibição do incesto, ele age como o agente da castração, numa presença privadora, como suporte da lei. É a palavra do pai, que retira a criança do lugar de objeto, e a liga à vida e os objetos do mundo.
O terceiro tempo lógico é o “Ter ou não ter o dom”, nessa fase acontece o declínio do Complexo de Édipo, marcado pela simbolização da lei que é representada pelo pai. O pai deixa de ser o rival do falo e passa a ser o detentor, o mesmo passa a ter um dom e uma função junto a relação desenvolvida na família. É importante que a criança assuma o falo como significante, que saia da posição de engodo imaginário com a mãe. A saída de sua posição de objeto de desejo do outro materno só é possível com a entrada do pai intermediário a relação incestuosa. Desta forma, a criança, vai perceber que existe algo mais-além da mãe, já que é o pai quem tem aquilo que falta á mãe e que ela deseja, ou seja, o falo. Com efeito da dissolução do complexo, a criança identifica-se ao Pai, ao mesmo tempo em que começa a se formar o supereu como instância reguladora das satisfações pulsionais. 
Para a Psicanálise é vital a importância tanto do pai quanto da mãe, mesmo que isto seja um papel simbólico, porque ajuda na construção da identidade futura da criança, assim como a constituição da subjetividade do sujeito, ambos têm uma total relevância para que haja um desenvolvimento completo de sua identidade.

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