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Universidade Federal de Sergipe Relatório da entrevista “Haiti – Tudo a construir” conjunto ao artigo “Ingerência ou Solidariedade? Dilemas da ordem internacional contemporânea” Prof. Dra. Érica Winand Aluna: Beatriz do Piauí Barbosa A entrevista realizada com Ricardo Seitenfus, professor em Relações Internacionais e mestre em integração latino-americana na Universidade Federal de Santa Maria - RS, e o artigo publicado pelo próprio convergem em diversos pontos, o principal entre estes é a questão da intervenção internacional. Inicialmente no artigo, há o questionamento enquanto a questão de intervir militarmente em um Estado e assassinar seus próprios para teoricamente se alcançar alguma finalidade e quanto ao direito de guerra de cada país, protegidos pelo conceito moderno de Soberania. Como solução para o problema da perda de nacionais por parte dos países interventores é citada na entrevista a “Terceirização das missões de paz”, por exemplo, onde os países desenvolvidos demandam por meio das organizações internacionais as missões as quais se beneficiaram para os países subdesenvolvidos. Seitenfus fala também sobre a dicotomia no discurso de democracia com a prática do autoritarismo na Comunidade Internacional no Haiti, o parafraseando “O Haiti deve ser feito pelos haitianos”. Além disso, é proposto o “Pacto de Liberdades e Garantias Democráticas”, assinado e garantido pelo Conselho de Segurança da ONU. A definição de ingerência para diferentes estudiosos no assunto se mostra presente no artigo, uma dessas definições acredita que se a ingerência for uma obra do coletivo esta não estaria configurada como ingerência, a pressão ou imposição de sanções não militares também afastariam a classificação como ingerências. Porém, para o autor essa definição não é plausível afinal a ingerência vai além do que a ideia de intervenção armada, logo, “a ingerência seria o fato em si”, seria a pura interferência. Dentro das Modalidades de Intervenção, explicadas e exemplificadas no artigo, a “Intervenção Consentida” é a que ocorre no Haiti. Entretanto, apesar de ser uma intervenção consentida por organização internacional e o país ter solicitado expressamente, a intervenção estrangeira do Haiti é falha, isso se mostra evidente pela frequente emigração dos haitianos, pelo surto de cólera por conta das tropas da ONU e a ingerência no processor eleitoral haitiano. Sobre a emigração, o Brasil se mostra diferente de todos os países do mundo em relação ao Haiti, pois tem políticas de acolhimento que se destacam, no entanto, isso pode ser prejudicial para o Estado pela falta de conhecimento prévio do emigrante o que causar até surtos de Cólera. Mesmo com a eminência de problemas por causa da emigração haitiana, o Brasil não pode desistir das suas decisões perante o Haiti já que é a questão de política externa mais delicada a qual está envolvido, relacionando questões e relações com os Estados Unidos e com a ONU. Na Natureza da Intervenção, a “Intervenção como Consequência da Interpenetração de Interesses Econômicos” também está presente no caso do Haiti. O “sequestro” do presidente haitiano em 2004, a escolha do presidente provisório feita pelos Estados Unidos/ONU (logo a negociação de dívidas externas, processos de privatização e o gerenciamento da máquina pública fogem da alçada do Haiti) e o interesse em manter a crise haitiana são formas as quais se explora financeiramente a miséria do país. O interesse em manter a miséria do Haiti é interessante economicamente para as ONGs, pois estas arrecadam muito mais do que investem na sua causa, o que desqualifica a finalidade de intervenção como assistência humanitária e reforça a necessidade de regras no direito humanitário. A conclusão tanto na entrevista quanto no artigo comungam que as intervenções não se mostram interessadas em analisar as “raízes do mal”, querem apenas eliminar as consequências que possam vir a intervir nos seus interesses.
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