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ALTERAÇÕES LOCAIS DA CIRCULAÇÃO ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS • Correspondem a uma resposta fisiológica ou a uma doença. • Relacionadas com distúrbios que acometem na irrigação sanguínea e no equilíbrio hídrico. • Os fluidos do corpo (intracelular, intersticial e intravascular). • “Homeostase”. INTRODUÇÃO • Alterações hídricas intersticiais (edema). • Alterações no volume sanguíneo (hiperemia, hemorragia e choque). • Alterações por obstrução intravascular (embolia, trombose, isquemia e infarto). HEMORRAGIA HEMORRAGIA É a saída de sangue do sistema cardiovascular para os tecidos, cavidades do organismo ou para o meio externo. “Saída de sangue para fora da luz dos vasos.” • Implica na ruptura de um vaso sanguíneo; • Traumatismo, aterosclerose, erosão inflamatória ou neoplásica da parede vascular; • Classificam-se de acordo com o vaso envolvido, momento da ocorrência e localização. Hemorragia por rhexis • por instrumentos cortantes ou perfurantes; • por traumatismos: contusões, ruptura de vísceras. Ex: baço; • por ruptura de pequenas artérias cerebrais na hipertensão arterial; • por ruptura de aneurismas ou malformações vasculares em qualquer lugar do corpo. ***Aneurisma: È uma dilatação localizada de um vaso, normalmente devido a um ponto fraco, propício a ruptura (congênita e aterosclerose). Hemorragia Quanto à etiologia: • Traumática; • Intoxicações (A.A.S.); • Hipovitaminose; • Hepatopatias; • Trombocitopenias; • Hemofilias; • Anóxia; • Diáteses hemorrágicas (leucemia, etc); • Hipertensão intravascular; • Venenos ofídicos proteolíticos; • Toxinas e agentes infecciosos, etc. Arterial Venosa Capilar HEMORRAGIA: QUANTO A ORIGEM Cardíaca HEMORRAGIA: QUANTO A FORMA 1. Petéquia: pequenos pontos hemorrágicos (puntiforme). 2. Púrpura: confluência de petéquias. 3. Equimose: sangue difuso no subcutâneo sem formar acúmulos localizados. 4. Hematoma: acúmulo de sangue causando aumento de volume. Petéquias Purpúras Equimose Hematoma HEMORRAGIA: QUANTO AO TEMPO 1. Aguda: perda de mais de um terço (1,5 a 2 litros) pode ser fatal. 2. Crônica: hemorragia persistente. Ex: melena resultante de úlcera duodenal pode causar anemia ferropriva; hemorragias cerebrais. NOMECLATURA DAS HEMORRAGIAS • HEMARTROSE- hemorragia nas cavidades articulares • HEMATOMÉTRIO-hemorragia uterina • HEMATÚRIA- quando o sangue é eliminado na urina • HEMOPTISE- sangue eliminado pelo escarro • HEMATÊMESE- sangue eliminado pelo vômito • EPISTAXE- hemorragia nasal • MELENA- sangue digerido encontrado nas fezes As hemorragias recebem nomes particulares segundo sua localização: Epistaxe Hemorragia nas fossas nasais Equimose Sangramento em pequenos focos, maiores que as petéquias Hemartrose Sangue nas articulações Hematêmese Vômito de sangue Hematoma Sangramento circunscrito formando coleção volumosa Hematúria Sangue na urina Hemopericárdio Sangue na cavidade pericárdica Hemoperitônio Sangue na cavidade peritoneal Hemoptise Expectoração de sangue Hemotórax Sangue na cavidade pleural Melena Sangue ‘’dirigido’’ eliminado nas fezes Menorragia Menstruação prolongada ou profusa, em intervalos regulares Menstruação Sangramento uterino cíclico e fisiológico da mulher Metrorragia Sangramento uterino irregular entre os ciclos Otorragia Sangramento pelo conduto auditivo externo Petéquia Sangramento puntiforme – sangramento pequeno, mas as pequenas manchas são em grande número. Púrpura Múltiplos pequenos focos de sangramento – manchas maiores Sufusão Sangramento plano, difuso e extenso em mucosas Gastrorragia Hemorragia gástrica Enterorragia Hemorragia intestinal Hemorragia intraventricular • Gastrorragia •Hematêmese •Epistaxe •Purpúra Tromocitopênica Auto-Imune CONSEQUÊNCIAS DAS HEMORRAGIAS • Perda local não envolvendo órgãos vitais: reabsorção; • Maior extensão- pigmentação endógena e/ou fibrose cicatricial • Sistêmica – choque hemorrágico. HIPEREMIA “É o aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão ou tecido, provocado por maior afluxo ou deficiente escoamento de sangue” • Hiperemia ativa: dilatação arterial com aumento do fluxo sanguíneo. • Hiperemia passiva ou congestão: diminuição da drenagem venosa. HIPEREMIA ATIVA Corresponde ao maior afluxo de sangue arterial em um tecido. • Dilatação arteriolar com aumento de fluxo sanguíneo local. • Coloração rósea intensa ou vermelha no local. • Pode ser: – Fisiológica: músculo esquelético (ativ. física), mucosa gastrointestinal, pele... – Patológica: inflamações HIPEREMIA ATIVA FISIOLÓGICA • Modificações circulatórias adaptativas a maiores exigências funcionais. • Aumento do suprimento de nutrientes e oxigênio. a) Hiperemia funcional: maior demanda funcional de um órgão (exercício físico, digestão e trabalho mental). b) Hiperemia reflexas ou psíquicas: rubor da ira ou vergonha. HIPEREMIA ATIVA PATOLÓGICA • Modificações circulatórias que surgem no decurso de vários processos patológicos.Ex: Eritemas: fases iniciais dos processos inflamatórios, agressões térmicas, ação direta de agentes tóxicos ou venenos animais, etc. • Meningite aguda purulenta (exemplo de hiperemia ativa patológica, de causa inflamatória). A peça é constituida pela metade superior dos hemisférios cerebrais mostrando pus na leptomeninge e hiperemia ativa dos vasos desta. O pus está contido no espaço subaracnóideo, que fica entre a aracnóide e a pia-máter, e que normalmente está preenchido por líquido céfalo-raqueano ou líquor. A meningite purulenta ocorre quando bactérias piogênicas ganham acesso a este espaço e proliferam no líquor. Há afluxo de neutrófilos, como em qualquer outra reação inflamatória aguda, constituindo o exsudato purulento ou pus. Faz também parte da reação inflamatória aguda a dilatação das artérias, para facilitar o acesso de células e proteínas do plasma ao local inflamado. A isto se chama hiperemia ativa. O único exemplo de hiperemia ativa patológica são as inflamações agudas. Neste caso, há também dilatação das veias meníngeas, mas esta é secundária à dilatação das artérias. Na superfície externa do cérebro, as veias são mais facilmente visíveis que as artérias, porque as artérias correm na profundidade dos sulcos. HIPEREMIA PASSIVA OU CONGESTÃO Acúmulo de sangue venoso em determinadas regiões do organismo, em decorrência de dificuldades na circulação de retorno. • Redução da drenagem venosa, com distensão das veias distais, vênulas e capilares. • Aumento na quantidade, mas diminuição do fluxo de sangue. • Região comprometida com coloração vermelho-escura (hemoglobina desoxigenada) • Localizada – obstrução vascular • Sistêmica – insuficiência cardíaca HIPEREMIA PASSIVA OU CONGESTÃO • Consequências – Edema; – Hemorragias; – Diminuição da oxigenação e nutrição, levando a atrofia; – Maior facilidade de ocorrência de tromboses venosas. HIPEREMIA PASSIVA LOCAL Localizada Dificuldade do retorno venoso local o Causas: - Compressão de ramos venosos - Obstruções intrínsecas - Insuficiência das válvulas venosas HIPEREMIA PASSIVA LOCAL Ex: • Compressão mecânica de uma veia: cicatriz fibrosa, tumores, torniquetes, gânglio linfático hiperplásicoe compressão das veias pélvicas pelo útero gravídico. • Molde de gesso dificultando a circulação. • Trombose: obliteração parcial ou total de um ramo venoso. • Dilatação das veias impossibilitando a propulsão do sangue.Ex: varizes de membros inferiores. HIPEREMIA PASSIVA SISTÊMICA Resulta de uma perturbação geral da circulação • Insuficiência cardíaca ou insuficiência circulatória. HIPEREMIA PASSIVA SISTÊMICA Dificuldade do retorno venoso sistêmico. • Causas: - Alterações da válvula tricúspide cardíaca. - Compressão do átrio direito e / ou das veias cavas. - Insuficiência Cardíaca Congestiva - Trombose e embolia pulmonar - Lesões pulmonares extensas (enfisemas graves neoplasias pulmonares, etc). • Hiperemias mais importantes – Congestão pulmonar: dilatação dos capilares alveolares e edema intersticial. – Congestão hepática: insuficiência cardíaca congestiva; obstrução de vasos hepáticos. – Congestão esplênica: insuficiência cardíaca (aguda); hipertensão porta (crônica). *** Hipertensão portal: passagem do sangue pela veia porta está dificultada por cirrose hepática, esquistossomose, etc. Congestão da Circulação Pulmonar: Ocorre por insuficiência ventricular esquerda (disfunção da valva mitral por estenose e/ou insuficiência) Ex: Doença de Chagas, infarto do miocardio, defeito na nalva mitral, etc. . • Congestão passiva crônica dos pulmões na insuficiência cardíaca congestiva esquerda. Este corte de pulmão mostra congestão (ou hiperemia) passiva crônica por insuficiência cardíaca esquerda. Em cima, imagem escaneada da lâmina, onde se nota que os alvéolos estão pouco expandidos e há material escuro dentro dos alvéolos. As hiperemias passivas mais importantes são as dos pulmões, fígado e baço: Congestão pulmonar Congestão do baço: O aumento de pressão no fígado, decorrente de insuficiência cardíaca ou de obstrução intra-hepática ao fluxo sanguíneo, determina hipertensão na veia esplênica e congestão do baço. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA Estado fisiopatológico no qual o coração não consegue bombear sangue suficiente para suprir as necessidades metabólicas do organismo, ou só o faz através de elevadas pressões de enchimento. Braunwald E. Insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica complexa, caracterizada por anormalidades da função ventricular esquerda e da regulação neuro-hormonal acompanhadas de intolerância ao esforço, retenção hídrica e redução da longevidade. Parcker M. IC é uma condição clínica considerada como via final comum de todas as doenças cardiovasculares e associada a piora da capacidade funcional, diminuição da qualidade de vida e aumento da morbidade e mortalidade dos pacientes. Tratado de Cardiologia-SOCESP 2006 CAUSAS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Doença miocárdica primária ou secundária Insuficiência coronariana Hipertensão arterial Cardiomiopatia e hipertrofias idiopáticas Cardiopatia alcoólica Miocardite Doença valvar Doença congênita Doença pericárdica Arritmias Drogas FATORES PRECIPTANTES Gravidez Uso de bebida alcoólica Ingestão abusiva de sal Desenvolvimento de uma segunda forma de doença cardíaca Surgimento de outra doença não relacionada Suspensão inapropriada da terapêutica Infecção sistêmica Embolia pulmonar Sobrecarga física, mental ou ambiental Anemia Hipertireoidismo QUADRO CLÍNICO - SINTOMATOLOGIA Cefaléia, tonturas, insônia ou sonolência, memória, síncope, atenção e da capacidade de raciocínio, Dor abdominal, diarréia e/ou constipação, Edema de mmii e/ou anasarca Sinais de falência ventricular direita: hepatomegalia congestiva, ascite Alteração da função hepática com icterícia, alt. da coagulação e enzimas elevadas Dispnéia progressiva aos esforços Dispnéia de decúbito Dispnéia paroxística noturna Congestão pulmonar e edema agudo Derrame pleural Baixa perfusão periférica Fadiga, fraqueza e cansaço crônico Palpitações, dor precordial típica ou não Oligúria e nictúria Fatores de risco Lesão Miocárdica Disfunção do VE Insuficiência Cardíaca Óbito Evolução da Insuficiência Cardíaca Congestiva Fluxograma de diagnóstico de IC crônica HIPEREMIAS Consequências: - Edema (Hip. ativa e passiva) O aumento da pressão hidrostática eleva a filtração e reduz a reabsorção capilar. - Hemorragias (Hip. ativa e passiva) Por diapedese ou por ruptura de capilares e pequenas vênulas. - Degenerações,Hipotrofia, Necrose e Fibrose (Hip. passiva) Por redução do afluxo de O2 e nutrientes. - Trombose (Hip. passiva) Por diminuição da velocidade do fluxo.
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