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Proteção de SEP © Clever Pereira 1 PROTEÇÃO DIFERENCIAL 1. INTRODUÇÃO (a) PRINCIPAIS APLICAÇÕES ; Proteção de geradores, transformadores, unidades gerador-transformador, reatores, barramentos, cabos subterrâneos, linhas aéreascurtas, etc. (b) PRINCÍPIO BÁSICO ; Comparação do sinal (corrente) de entrada com o sinal de saída da zona de proteção. (c) TIPOS DE PROTEÇÃO DIFERENCIAL ; PONTO ÚNICO DE CAPTAÇÃO: extremos da zona de proteção pertencem a um mesmo ponto geográfico (proteção de geradores, trafos, reatores, barras, etc) ; DOIS PONTOS DE CAPTAÇÃO: extremos da zona de proteção são distintos geograficamente - Cabo Piloto: linhas curtas - Carrier: linhas longas Proteção de SEP © Clever Pereira 2 2. PROTEÇÃO DIFERENCIAL NÃO PERCENTUAL (a) ELEMENTO PROTETOR : RELÉ DE SOBRECORRENTE (b) PRINCÍPIO BÁSICO ; OPERAÇÃO NORMAL OU FALTAS EXTERNAS I I K I KR A B= − ≈ 0 ⇒ RELÉ NÃO OPERA ; FALTAS INTERNAS I I K I KR A B= + ≠ 0 ⇒ RELÉ OPERA Proteção de SEP © Clever Pereira 3 (c) IMPERFEIÇÕES NO FUNCIONAMENTO ; BURDENS (CARGAS) DIFERENTES ; SATURAÇÃO DIFERENTES ; DIFERENÇAS NA FABRICAÇÃO E MONTAGEM DOS TC’s (d) MARGEM DE ESTABILIDADE ; ESTABILIDADE DO SISTEMA DE PROTEÇÃO DIFERENCIAL: capacidade de não operar para faltas externas, qualquer que seja esta falta. ; RESISTOR DE ESTABILIZAÇÃO (DIMENSIONAMENTO) HIPÓTESES { PIOR CONDIÇÃO DE FUNCIONAMENTO (a) desbalanço máximo (um TC satura e o outro não) (b) falta externa máxima ' 2 2 . F SB B R IRRR RRI ++ += OBJETIVO: I IR R min< ( ) ⇒ (min) ' (max) 2 2 . RF SB B II RRR RR <++ + ( ) ( )B R F BS RRI I RRR +−+> 2 (min) ' (max) 2 ⇒ ( ) (min) ' (max) 2 R F BS I I RRR += Proteção de SEP © Clever Pereira 4 ; LIMITE DE ESTABILIDADE: valor de tensão abaixo do qual o relé não opera ( ) ' (max)2(min) .. FBRSR IRRIRV +== ; SENSIBILIDADE DO SISTEMA DE PROTEÇÃO : valor mínimo da corrente de falta interna primária que causa operação da proteção. HIPÓTESES { PIOR CONDIÇÃO DE FUNCIONAMENTO (a) falta interna com corrente de falta mínima (b) uma das correntes de falta é nula [ ]MBMARF IIIKI ++= (min)(min) ; EXEMPLO 1: Calcular RS, VR(min) e IF(min) TC A K DADOS R R R R I A A B F max : / ( ) , , ( ) 2500 5 500 2 2 0 3 16000 1 2 = = = = = = ⎧ ⎨⎪ ⎩⎪ Ω Ω ( ) ,( )a I AR min = 0 8 ( ) ,( )b I AR min = 0 08 CURVA DE SATURAÇÃO Proteção de SEP © Clever Pereira 5 3. PROTEÇÃO DIFERENCIAL PERCENTUAL (a) ELEMENTO PROTETOR : COA (r = B) (b) PRINCÍPIO BÁSICO ; OPERAÇÃO NORMAL OU FALTAS EXTERNAS I I K I K I I K I K I I O A B R A B O R = − ≈ = +⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟ ≠ ⎧ ⎨ ⎪⎪ ⎩ ⎪⎪ ⇒ ≈ 0 1 2 0 0 ⇒ RELÉ NÃO OPERA ; FALTAS INTERNAS I I K I K I I K I K I I O A B R A B O R = + ≠ = −⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟ ≈ ⎧ ⎨ ⎪⎪ ⎩ ⎪⎪ ⇒ ≈ ∞ 0 1 2 0 ⇒ RELÉ OPERA Proteção de SEP © Clever Pereira 6 (c) POLARIZAÇÃO (BIAS) B OU AJUSTE PERCENTUAL [ ] [ ]%oupu K I K I 2 1 K I K I I I B BA BA R O + − == (d) CARACTERÍSTICA DE OPERAÇÃO I B I OPERA I B I LIMITE I B I NAO OPERA O R O R O R > ⇒ = ⇒ < ⇒ ⎧ ⎨⎪ ⎩⎪ . . . ~ (e) MARGEM DE ESTABILIDADE ; POR QUÊ RS SE JÁ EXISTE B ? ERROS DOS TC’s VARIAÇÃO DE TAP ⇒ B ERROS DEVIDOS A TRANSITÓRIOS ⇒ RS Proteção de SEP © Clever Pereira 7 ; RESISTOR DE ESTABILIZAÇÃO (DIMENSIONAMENTO) PIOR CONDIÇÃO DE FUNCIONAMENTO HIPÓTESES (a) desbalanço máximo (um TC satura e o outro não). (b) falta externa máxima. ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ⋅+++= ⋅++ += ' 2 ' ' 2 2 . 2 1 F SB S FR F SB B O I RRR RII I RRR RRI ⇓ ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ++ ++⋅= SB SBF R RRR RRRII 2 2 ' 2 2 ( ) ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −+= 2 11 2 B RRR BS ; EXEMPLO 2: Calcular RS, VR(min) e IF(min) TC A K DADOS R R R R I A A B F max : / ( ) , , ( ) 2500 5 500 2 2 0 3 16000 1 2 = = = = = = ⎧ ⎨⎪ ⎩⎪ Ω Ω ( ) , ;( )a I A BR min = =0 8 5% ( ) , ;( )b I A BR min = =0 8 10% ( ) , ;( )c I A BR min = =0 08 10% CURVA DE SATURAÇÃO Proteção de SEP Clever Pereira 8 4. APLICAÇÃO DA PROTEÇÃO DIFERENCIAL À PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA 4.1. Princípio Básico As correntes primárias e secundárias de um trafo de potência guardam entre si uma relação conhecida em condições de operação normal ou faltas externas. 4.2. Aplicação Proteção contra faltas entre fases e entre fase e terra nos enrolamentos ou conexões internas ou externas. 4.3. Cuidados Principais na sua Aplicação � Pode haver um defasamento entre as correntes primárias e secundárias conforme o tipo de ligação do trafo. � Pode haver mudança de tap (manual ou automática). 4.4. Exemplo � Trafo Yd5, 35000 ± 10% / 10000 V, 5 MVA, SCC(Max) = 150 MVA. a) Ligação Yd5 1 23 1’ 2’ 3’ H1 H2 H3 X1 X2 X3 1 2 3 1’ 2’ 3’ H1 H2 H3 H0 X1 X2 X3 Proteção de SEP Clever Pereira 9 b) Dimensionamento dos TCs Dimensionamento das correntes primárias dos TCs do lado de alta (H) e do lado de baixa (L) do trafo de potência Critérios Básicos (max)pn II ≥ (1) pnCC(max) II 20≤ Ö 20 CC(max) pn I I ≥ (2) Ligações de TCs em delta: correntes secundárias dos TCs divididas por . Para o lado de alta tem-se que: ( ) A64,91315003 105 350009,03 105 66 =× ×=×× ×=HI A10564,9115,1 =×=⋅= HReg(max)H IkI kA474,2 353 150 (max) =×=CCHI Para o lado de baixa tem-se que: A68,288 100003 105 6 =× ×=LI A33268,28815,1 =×=⋅= LReg(max)L IkI kA660,8 103 150 (max) =×=CCLI k é um fator de sobrecarga máxima admissível 3 Proteção de SEP Clever Pereira 10 Desta forma, obedecendo os critérios básicos estabelecidos nas equações (8) e (9) para dimensionamento dos TCs, tem-se para o lado de alta (H) que: A105)( ≥≥ Reg(max)HHpn II (3) A7,12320 2474 20)( ≥≥≥ (max)CCHpn I I (4) Norma apresenta valores de Ö No lado de alta, que está ligado em estrela, os TCs vão ser ligados em delta, logo Para o lado de baixa (L) tem-se que: A332(max))( ≥≥ LLpn II (5) A43320 8660 20 (max) )( ≥≥≥ CCLpn I I (6) Norma apresenta valores de Ö No lado de baixa, que está ligado em delta, os TCs vão ser ligados em estrela, logo Os TCs escolhidos serão: A35)( =HsnI )150125100( −− )500400( − A5)( =LsnI A500)( =LpnI A125)( =HpnI Lado de Alta (H): Ö Lado de Baixa (L):Ö A3125 325=K A5500 100=k Proteção de SEP Clever Pereira 11 c) Diagrama das Ligações dos TCs e do Trafo de Potência O diagrama abaixo mostra como devem ser ligados os TCs e o trafo de potência. O leitor deve notar que as ligações dos relés diferenciais percentuais devem ser feitas de modo a comparar as correntes adequadamente. Isto somente é conseguido ao se determinar expressões relacionando as correntes de linha do lado de alta (IA, IB e IC) com as correntes de linha do lado de baixa (Ia, Ib e Ic). Isto é feito seguindo as etapas a seguir: 1. O trafo de potência possui uma relação de transformação N. Como sua ligação é Yd5, então a tensão da alta está 150 adiantada em relação à tensão correspondente na baixa, ou seja: °= 150j a A eN V V (7) IA /K I’a IB /K IC /K 1 H1 VAN VBN VCN V’a V’b V’c 1 1 (IB - IA) /K H2 H3 H0 X1 X2 X3 K:1 k:1 IA IB IC (IC – IB) /K (IA - IC) /K R R R O O O IOa RS RS RS IOc IOb 2 2 2 1 1 1 Ia Ib Ic Ia / k Ib / k Ic / k N:1 A B C a b c I’b I’c Proteção de SEP Clever Pereira 12 2. A menos de pequenos erros devido às perdas internas do trafo, a potência complexa desenvolvida em cada enrolamento na alta é igual à potência complexa desenvolvida no enrolamento na baixa correspondente. Desta forma, considerando-se a notação adotada no diagrama anterior vem que **'' AAaa IVIV = (8) Mas a tensão é a tensão entre as fases a e c. Então °== 150' 3 jacaa eVVV (9) Substituindo a equação (16) na equação (15) e resolvendo para , tem-se que * 150150 * *' 3 1 3 Aa A jj a AA a IV V eeV IVI °° == (10) Substituindo a equação (14) na equação (17) resulta então que ***150 150 *' 333 1 AAA j ja I NINIeN e I === °° (11) Ou finalmente, já extendendo o resultado para as três fases vem que = = = Cc Bb Aa INI INI INI 3 3 3 ' ' ' (12) ' aV Va Vb Vc 150° -Va Vca *' aI Proteção de SEP Clever Pereira 13 3. Nesta etapa já se pode calcular a expressões que relacionam as correntes da alta com as correntes da baixa para o trafo de potência. Desta forma tem-se que ( ) ( ) ( ) −=−= −=−= −=−= CAcac BCbcb ABaba IINIII IINIII IINIII 3 3 3 '' '' '' (13) As equações (20) mostram que as ligações dos secundários dos TCs devem ser feitas de forma a comparar respectivamente a corrente Ia com IB − IA , a corrente Ib com IC − IB , a corrente Ic com IA − IC . O diagrama anterior faz exatamente isto, de forma a obter as correntes diferenciais dadas por: −−= −−= −−= k I K III k I K III k I K III cCA Oc bBC Ob aAB Oa (14) d) Cálculo de IO para condição de operação normal ou faltas externas O cálculo será feito apenas para a fase a, pois a extensão para as outras duas fases é imediata. A primeira das equações (21) fornece a expressão para esta corrente. Substituindo as equações (20) nesta equação resulta em ( ) ( )ABABABOa IIk N Kk IIN K III − −=−−−= 3 1 3 (15) Proteção de SEP Clever Pereira 14 Em condição de operação normal ou de falta externa, é desejável que esta corrente diferencial seja nula. Assim 03 1 = − k N K Ö 3NKk = (16) A equação (23) estabelece uma igualdade que em princípio é impossível de se atender por diversos motivos. Primeiro porque a relação de transformação deste trafo é variável, pois trata-se de um trafo de tap variável. Também as relações de transformação dos TCs de alta e de baixa são valores normalizados, o que muitas vezes pode impedir que a relação expressa por (23) seja verdadeira. Ou seja ±=±= = = %105,3 10000 %1035000 325 100 N K k Ö 3 %105,3?325100 ± (17) Desta forma, a equação (24) nem sempre é atendida. Assim é necessário dotar o relé de uma polarização B capaz de, em condições normais de operação, evitar sua operação. e) Cálculo da Polariazação B A corrente diferencial de operação, já calculada anteriormente, e a corrente de restrição para a fase a, serão ( ) ( ) ( ) ( ) − += −+−= − −=−−−= AB ABAB Ra AB ABAB Oa II k N Kk IIN K III II k N Kk IIN K III 3 1 2 1 32 1 3 1 3 (18) Proteção de SEP Clever Pereira 15 Deseja-se que em regime de operação normal ou em faltas externas a proteção não atue, ou seja B NKk NKk k N K k N K I I Ra Oa ≤+ −= + − = 3 32 3 1 2 1 3 1 (19) Substituindo os valores numéricos de k e K em (26) vem que N N N N N N I I B Ra Oa + −=+ −=×+× ×−×=≥ 4 42 25100 251002 3251003 32510032 (20) Substituindo os valores numéricos de N em (27) resulta em = = = 85,3 5,3 15,3 N N N Ö =+ −≥ =+ −≥ =+ −≥ %)82,3(0382,0 85,34 85,342 %)33,13(1333,0 5,34 5,342 %)78,23(2378,0 15,34 15,342 B B B (21) Ou seja, B deve ser maior que 23,78 %. Uma boa escolha para B seria algo em torno de 25 % a 30 %. O gráfico abaixo ilustra a situação calculada anteriormente. i = 0,2378 i = 0,1333 i = 0,0382 B = 0,25 opera |IR| |IO| Proteção de SEP Clever Pereira 16 f) Cálculo do Resistor de Estabilização Rs Para o cálculo do resistor de estabilização será considerado um valor de 2,0 Ω para a soma das resistências do secundário do TC e da fiação até a casa de relés. Utilizando a expressão já conhecida, vem que ( ) Ω= −×= −+= 0,7 2 1 25.0 10,2 2 11 2 B RRR BS (22) Proteção de SEP Clever Pereira 17 5. APLICAÇÃO DA PROTEÇÃO DIFERENCIAL À PROTEÇÃO DE GERADORES 5.1. Faltas em Geradores ; Grande maioria das faltas ocorre de fase para a terra, logo é importante considerar o tipo de aterramento empregado. ; Faltas ocorrem devido ao rompimento do isolamento ; Caminhos para a terra via estator (núcleo). ; Arco pode causar sérios danos à máquina. ; Reparos em geral de longa duração e caros. Objetivo: reduzir as correntes de falta tal que If ≤ 15A através do aterramento do neutro. Este procedimento é conflitante com os quesitos da proteção que necessitam de correntes de falta elevadas de forma a facilitar a detecção da mesma A - CORRENTE DE FALTA ACEITÁVEL B - CORRENTE DE FALTA LEVE C - CORRENTE DE FALTA SEVERA Proteção de SEP Clever Pereira 18 5.2. Métodos Comuns de Aterramento Ö UNIDADES GERADOR-TRANSFORMADOR 1. BBAAIIXXAASS RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAASS • IF ≈ 200-300 A • relés e disjuntores rápidos 2. AALLTTAASS RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAASS • IF ≈ 5-15 A • relés mais lentos 3. TTRRAAFFOO DDEE DDIISSTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO CCOOMM IIMMPPEEDDÂÂNNCCIIAA • IF ≈ 5-15 A • relésmais lentos 4. TTPP’’SS CCOOMM RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAASS • IF desprezível • controle manual do desligamento do gerador NOTA: Para unidades gerador-transformador é comum se utilizar proteção diferencial apenas para faltas entre fases, uma vez que a corrente de falta Φ-T é bem menor que a corrente nominal. Para estas faltas utililza-se geralmente proteção de sobrecorrente temporizada. c Proteção diferencial percentual para faltas de fase no gerador. d Proteção diferencial percentual para faltas de fase para os dois enrolamentos do transformador, além de proteger para faltas fase-terra no lado em ∆ do trafo pois é menos sensível que c. e Proteção diferencial percentual restrita de terra para o lado em estrela do trafo. d c e Proteção de SEP Clever Pereira 19 Ö GERADOR LIGADO DIRETAMENTE À BARRA 1. AALLTTAASS RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAASS • IF desprezível • Proteção sobrecorrente temporizada 2. BBAAIIXXAASS RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAASS ((mmaaiiss uuttiilliizzaaddaa)) • IF ≈ Inom • Proteção diferencial para faltas fase-terra e fase-fase 5.3. Alcance da Proteção Diferencial em Faltas para Terra em Geradores Ligados Diretamente ao Barramento Para o desenvolvimento deste tópico será considerado que o gerador está diretamente conectado ao barramento e que o resistor de aterramento R foi dimensionado de forma a limitar a corrente de curto-circuito fase-terra à corrente nominal do gerador. A figura abaixo mostra um curto-circuito fase-terra a x pu do fim do enrolamento. Para esta situação a corrente de curto circuito vai ser dada por ( ) R xEI f −= 1 (23) Se IO(min) é a corrente de operação mínima da proteção diferencial, então, para se proteger x pu do enrolamento é necessário que ( ) (min) 1 Of IR xEI ≥−= (24) onde E é a tensão de fase nominal do gerador. x 1 If R (1-x) Proteção de SEP Clever Pereira 20 Resolvendo a equação (24) para x resulta que RE I x O(min)1−≤ (25) A equação (25) relata que a parcela protegida do enrolamento do gerador é até x pu (menor ou igual a x pu). No entanto, a relação E / R é a corrente nominal do resistor R. Desta forma res O I I x (min)1−≤ (26) Na aplicação prática da equação (26) deve-se ter em mente que os TCs da proteção diferencial vão absorver uma certa corrente de magnetização e, deste modo, a parcela realmente protegida do enrolamento do gerador vai ser dada por res F I I x (min)1−≤ (27) onde ( )mBmAOF IIIKI ++= (min)(min) (28) EXEMPLO: Considere a aplicação de uma proteção diferencial não percentual para se proteger um gerador ligado diretamente ao barramento, onde tem-se os seguintes parâmetros relacionados com o gerador: == = Ω== Ω== )(5/1200: 1200 1200 10: )(2,0 )(5,0 )(Re )( 21 çãomagnetizadecurvaverATCs AII AI TCumdesaturaçãode adepossibilidacomIdeestabilidadeLimite fiaçãoRR TCsRR nomGs nomG n BA 0,07 75 35 0,22 Im (A) Es (V) Proteção de SEP Clever Pereira 21 (a) Determinar a corrente mínima de falta que causa a operação quando a corrente de operação mínima da proteção diferencial é de 0,1 A. Pelos dados do exemplo tem-se AIO 1,0(min) = A máxima corrente de curto externo, referida ao secundári,o vai ser A K I I nomG(max)F 5051200 12001010 )(' =×== Desta forma, de acordo com a figura abaixo, o limite de estabilidade será dado por ( ) ( ) VRRIV BFR 355,02,0502' (max) =+=+= O valor do limite de estabilidade VR permite o cálculo do resistor de estabilização RS , dado por Ω=== 350 1,0 35 (min)O R S I VR A partir do valor de VR = 35 V, pode-se determinar as correntes de magnetização de cada um dos TCs, a partir das suas curvas de excitação. Tem-se então que AII mBmA 07,0== ZmA = ∞ RA = 0,5 Ω RS ZmB = 0 I’F(max) =50 A R1 = 0,2 Ω R2= 0,2 Ω RB = 0,5 Ω IO VR I’F(max) =50 A O I’F(max) I’F(max) Proteção de SEP Clever Pereira 22 O cálculo da menor corrente de curto-circuito interno no primário, capaz de sensibilizar a proteção, é feito através de ( ) ( ) AIIIKI mAmAOf 6,5707,007,01,051200(min)(min) =++=++= Nota-se que este valor é bem maior que os 24 A esperados, pois os TCs estarão consumindo correntes de magnetização da ordem de grandeza da corrente mínima de operação da proteção. A percentagem máxima protegida do enrolamento vai ser dada por %2,95952,0 1200 6,5711 (min) ==−=−≤ pu I I x res F Se as correntes de excitação dos dois TCs não fossem consideradas, o valor obtido erroneamente seria de %0,98980,0 1200 0,2411 0,241,0 5 1200 (min) (min)(min) ==−=−≤ === pu I I x AIKI res F Of (b) Idem (a) mas considerando a corrente de operação mínima da proteção diferencial de 0,01 A. Pelos dados do exemplo tem-se então que AIO 01,0(min) = O limite de estabilidade VR se mantém em 35 V, uma vez que ( ) ( ) VRRIV BFR 355,02,0502' (max) =+=+= Desta forma, o novo resistor de estabilização RS vai ser de Ω=== 3500 01,0 35 (min)O R S I VR Proteção de SEP Clever Pereira 23 Como VR se manteve, as correntes de magnetização dos TCs A e B continuam as mesmas, ou seja AII mBmA 07,0== Desta forma, a menor corrente de curto-circuito capaz de sensibilizar a proteção vai ser ( ) ( ) AIIIKI mAmAOf 0,3607,007,001,051200(min)(min) =++=++= A percentagem máxima protegida do enrolamento vai ser então dada por %0,97970,0 1200 0,3611 (min) ==−=−≤ pu I I x res F (c) Idem (a) mas considerando as resistências da fiação R1 e R2 iguais a 1,0 Ω. Pelos dados do exemplo tem-se então que AIO 1,0(min) = O limite de estabilidade VR vai mudar para ( ) ( ) VRRIV BFR 755,00,1502' (max) =+=+= O resistor de estabilização RS vai ser de Ω=== 7500 01,0 75 (min)O R S I VR Uma consulta à curva de magnetização dos TCs mostra que as correntes de magnetização dos TCs A e B vão ser de AII mBmA 22,0== Desta forma, a menor corrente de curto-circuito capaz de sensibilizar a proteção vai ser ( ) ( ) AIIIKI mAmAOf 6,12922,022,01,051200(min)(min) =++=++= Proteção de SEP Clever Pereira 24 A percentagem máxima protegida do enrolamento vai ser então dada por %2,81812,0 1200 6,12911 (min) ==−=−≤ pu I I x res F Neste momento cabe uma observação: a condição ideal para funcionamento da proteção diferencial ditada pela prática é que joelhoR VV <2 Pode-se notar pela figura ao lado que esta condição não está sendo obedecida. Daí os elevados valores das correntes de magnetização verificados para os TCs A e B. (d) Idem (c) mas considerando uma proteção diferencial percentual com B = 10%. O resistor de estabilização RS não depende da mínima corrente de operação neste caso. Ele vai depender de R2, RB e de B. Desta forma ( ) ( ) Ω= ++= ++= 25,14 2 1 1,0 15,00,1 2 11 2 B RRR BS O limite de estabilidade VR vai ser de VIRV OSR 425,101,025,14(min) =×=×= Consultando a curva de magnetização dos TCs, chega-se à conclusão que as correntes de magnetização para este valor de VR são desprezíveis,ou seja AII mBmA 0≈= E a menor corrente de curto-circuito capaz de sensibilizar a proteção vai ser ( ) ( ) AIIIKI mAmAOf 4,20001,051200(min)(min) =++=++= 0,07 75 35 0,22 Im (A) Es (V) Proteção de SEP Clever Pereira 25 A percentagem máxima protegida do enrolamento vai ser então dada por %8,99998,0 1200 4,211 (min) ==−=−≤ pu I I x res F 5.3. Alcance da Proteção Diferencial em Faltas de Fase Neste item será analisado o alcance da proteção diferencial para faltas de fase, com ou sem terra, ou seja, faltas do tipo fase-fase, fase-fase-terra ou trifásica (com ou sem terra). As figuras abaixo mostram que, para todos os tipos acima de falta, a influência da resistência de dreno R é atenuada pelos caminhos paralelos quando ela está presente, em faltas que envolvam a terra, ou então não existe, para faltas que não envolvam a terra. Desta forma, as correntes de falta são ditadas basicamente pelas impedâncias do gerador. Assim, estas correntes de falta vão ser bem maiores que as correntes de falta fase-terra, e conseqüentemente, a percentagem protegida do enrolamento vai ser maior que para faltas fase-terra. Falta fase-fase-terra Falta fase-fase Falta trifásica 3R X0X1 X2 E X1 X2 E X1 E
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